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Review The Walking Dead S09E01 – “A New Beginning”: O que há de novo, Rick Grimes?

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Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS do primeiro episódio, S09E01 – “A New Beginning”, da nona temporada de The Walking Dead. Caso ainda não tenha assistido, não continue. Você foi avisado!

The Walking Dead retornou ontem, 07 de outubro, com sua nona temporada. A New Beginning (Um Novo Começo) veio para, além de apresentar o arco inserido a partir da edição 127 dos quadrinhos, nos conectar com a ideia de que a série está caminhando para uma nova roupagem. Obviamente, ainda é cedo para sentenciar se Angela Kang conseguiu fazer isso no novo ano, mas até onde nos foi apresentado, agradou.

Tudo foi repleto de referências diretas dos quadrinhos. A cada minuto nós víamos algum item ou diálogo dos impressos de Robert Kirkman tomar forma na tela. Ao mesmo passo que se aproximava, a série tomava um enredo próprio e totalmente exclusivo.

O episódio se inicia com Rick observando Michonne e Judith pintando a família Grimes. Logo após, os três caminham em meio a uma plantação e observam a quantidade absurda de pássaros que se reúnem. Essa é uma referência a edição que dá título a esse episódio, onde é mencionado que o mundo está mudando depois dos anos de apocalipse e os animais e a natureza estão retomando seu lugar.

Os remanescentes da família Grimes observam os pássaros.

Logo, seguimos para a cena que faz o coração de qualquer fã dos primeiros anos entrar em surto: o cenário das cidades está de volta e pudemos ter um gostinho do episódio piloto, com Rick cavalgando nas ruas de Atlanta. Dessa vez, em Washington D.C. e acompanhado de amigos, não mais sozinho. Prédios em ruína, mortos mixados com carros e cenários comuns ao ser humano.

Fora isso, podemos ver todos os personagens centrais – acompanhados de outros – juntos em cena, o que não acontecia desde ao menos o quinto ano da série. A missão que os guia é a busca por suprimentos e materiais que os seja útil na nova maneira de viver. Um museu é o local da ação, que já evidencia o como o elenco é poderoso quando trabalha junto.

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Eles conseguem obter uma carruagem com roupagem de faroeste, além de uma canoa e materiais metálicos que, conforme Maggie, serão transformados em diversas ferramentas nas mãos de seu ferreiro, Earl. Temos dialógos interessantes sendo estabelecidos aqui, com Cyndie relembrando momentos do irmão, o que dá possibilidade de Daryl falar sobre Merle. Além disso, é por Maggie que descobrimos que houve uma eleição em Hilltop para que os residentes escolhessem a liderança dela ou de Gregory, quando ela menciona que o antigo chefe da comunidade está tentando lidar bem com a rejeição do povo em uma conversa com Carol e Michonne.

Maggie, Daryl, Carol e Ezekiel dividem cena no interior do museu.

E quem diria que poderíamos ver uma cena de infestação de aranhas em meio ao apocalipse zumbi? Quando Siddiq quase é devorado por um morto, pelos orifícios oculares do cadavérico zumbi, um incontável número de aracnídeos correm para o chão e se espalham, desesperando o personagem – mais do que o próprio risco da mordia – que revela ter aracnofobia.

A cena termina com um momento tenso ao extremo, os sobreviventes descem pelas escadarias do museu a carruagem, tentando ao máximo não causar danos ao artefato. Entretanto, o pavimento é coberto por vidro, estando o andar de baixo infestado por walkers. O vidro começa a trincar, não antes de eles conseguirem atravessar a carruagem. Ezekiel que estava junto com Carol, acaba despencando em direção as mandíbulas dos mortos e quase é pego por eles, sendo salvo em último minuto por Daryl e pela amada. O primeiro beijo do episódio entre os dois acontece nesse momento.

No caminho de volta para as comunidades, a carruagem acaba atolando e a ponte que eles usariam para retornar para Alexandria está destruída. Em meio a discussão de qual atitude tomar, Ken – um adolescente de Hilltop – vê um dos cavalos se assustar e trotar em direção a uma horda de zumbis, o garoto corre para salvar o animal, mas acaba sendo mordido pelos walkers, morrendo logo em seguida.

Enquanto Maggie, Enid e os demais retornam para Hilltop, Rick, Michonne, Daryl, Ezekiel e Carol vão para a Fábrica dos Salvadores para resolver conflitos internos no local. Fica evidente que grande parte deles é adepto ao modo de Rick governar e contentes com a queda de Negan, mas, o vilão deixou suas marcas em seu antigo povo e mantém alguns discípulos fiéis. Ao ver “Nós somos os Salvadores e ainda somos Negan” pichado nas paredes, Michonne se assusta com a ideia de que existem inimigos infiltrados em meio aos aliados.

Rick é aclamado por grande parte dos Salvadores.

Daryl e Rick entram em uma conversa sincera, que demonstra o esfriamento entre os sentimento de ambos um pelo outro. Rick basicamente forçou que o irmão de alma liderasse os Salvadores. Entretanto, Daryl quer estar com Maggie em Hilltop, pois ainda se sente mal em estar no local que ainda ecoa a voz de Negan. Os dois acabam em uma ligeira discussão, com Grimes basicamente sentenciando que será irredutível em deixar Dixon no local. No entanto, Carol, que estava próxima, acaba ouvindo a conversa.

Mais tarde, Peletier procura Daryl, e em mais uma conversa que demonstra o quão forte são os laços de ambos, os dois rapidamente falam sobre o relacionamento amoroso dela – e o ciúme (de irmão) de Daryl fica evidente – com Ezekiel e depois embarcam numa conversa, onde Carol se propõe a liderar os Salvadores, para que o amigo possa seguir seu rumo.

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Michonne questiona Rick se a decisão de manter Negan vivo realmente foi a certa, visto que sua longevidade acaba alimentando o burburinho de um retorno do líder dos Salvadores. Mas os dois concluem que fizeram o que era mais coerente para aquilo que estão buscando viver, através dos desejos de Carl. Ela inclusive demonstra uma pendência a ser a voz da justiça da temporada ao sugerir a confecção de um estatuto para as comunidades.

Carol e Daryl: um relacionamento atemporal e sincero.

Na manhã seguinte, com Carol sendo deixada no Santuário, Rick, Michonne, Ezekiel e Daryl se despedem do local e rumam em direção a Hilltop. Enquanto isso, na sequência do acidente com Ken, Maggie tenta explicar para Tammy e Earl – pais do garoto – o que aconteceu na estrada, mas a mãe é irredutível ao demonstrar sua indignação com a líder e ressalta sua irresponsabilidade em achar coerente levar um adolescente para se arriscar nas ruas.

Com Maggie sendo proibida de fazer parte do funeral de Ken, os demais demonstram sua tristeza e condolência aos pais no momento de se despedir do garoto. Gregory se junta aos dois e começa a convencê-los de que Maggie tomou a liderança da cidadela por meio de uma fraude de votação, embebedando os dois, até conseguir persuadir Earl de que ele precisa matar a mãe do pequeno Hershel Jr.

Quando Maggie está caminhando com seu bebê, Gregory a encontra e diz sentir muito pelo ocorrido, mas compreende que aquilo tudo fazia parte de ser líder. Nesse momento ele diz que na hora do enterro de Ken ele percebeu que alguém havia danificado o túmulo de Glenn. Tudo isso faz parte do plano de levar a líder às mãos de Earl que tenta matá-la, contudo, ela é salva por Enid (que se fere) e Jesus na confusão. Possessa pelo ocorrido, Maggie vai até Gregory e desenrolam uma discussão calorosa, culminando nele tentando atacá-la com uma faca, mas sendo rendido pela líder.

Na manhã seguinte, Rick e os demais chegam em Hilltop e são surpreendidos com Maggie com o rosto machucado. Ela e Rick conversam na varanda sobre a possibilidade dela visitar Alexandria, mas ela deixa bem claro que isso não acontecerá enquanto Negan estiver no local. Aprofundando a conversa, ela elucida que não respeitará totalmente os ideais de Rick para liderar Hilltop e que compreende as ações de Rick como um descumprimento de palavra, visto que ele lhe tinha prometido que após a Guerra, ela seria a liderança que seguiria.

Maggie pode ser uma grande ameaça para os planos de Rick.

A noite cai novamente em Hilltop e Maggie dá mais um demonstrativo de sua nova postura. Na frente dos residentes de Hilltop – inclusive de Tammy e Earl – e de Rick e Michonne, ela discursa sobre sua irredutibilidade frente a pessoas rebeldes. Então vemos Gregory com o pescoço envolto em uma corda presa a uma estrutura de madeira, sobre um cavalo. Ela dá ordem e Daryl executa o enforcamento do antigo líder.

O episódio demonstra uma evidente mudança de rumos nesse nono ano se compararmos com o que nos era apresentado no ano passado. Com um clima pacífico nos primeiros minutos, fomos apresentados a grandes referências dos primeiros anos da série.

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Uma das promessas era de que veríamos muito mais os cenários das cidades inseridos na série, contudo, todo o material cedido com antecedência de Washington já foi utilizado nesse primeiro episódio, o que pode demonstrar que essa foi a primeira e última vez que vimos a capital na série. Se isso se confirmar, será decepcionante, visto que as tramas em meio aos prédios sempre funciona muito bem e traz identificação ao público.

Em suma, acredito que a promessa de uma renovação esteve muito acima do que o episódio demonstra. Nós voltamos e os problemas são os mesmos, a posição dos personagens continuam semelhantes e basicamente foram alteradas apenas questões de visual e cenário. Óbvio que isso não diminui em nada a boa expectativa e esperança que esse episódio conseguiu construir. Não é um episódio de grandes explosões e ações, mas constrói um drama real, focando em dar inicio a uma história. Eu pude me sentir assistindo o piloto de uma nova série, onde dúvidas sobre o desenrolar são geradas para que a audiência acompanhe o restante da trama.

Xander Berkeley apareceu pela última vez como Gregory.

Se o ponto de Angela foi esse – o de fazer com que a série basicamente se iniciasse novamente – A New Beginning acertou em cheio. Fora pequenas questões que o ligam com as temporadas anteriores, não há grande dificuldade que uma nova audiência chegue no nono ano e entenda a história sem necessitar rebuscar os oito anos anteriores.

O livro “A Chave” está sendo bem executado nas comunidades. Nos primeiros segundos, já vemos a implementação de painéis de energia solar e eólica instalados em Alexandria, bem como em Hilltop. Isso demonstra que o enredo de Georgie, no oitavo ano, não foi esquecido e provavelmente será relembrado em algum momento.

Daryl já demonstra indícios de centralidade de história e finalmente está recebendo um enredo – o que não acontecia desde o quarto ano da série. O que ainda incomoda é o fato de ele estar servindo mais como um capacho de Maggie, diferente da liderança que afirmaram que ele teria na nona temporada. Afinal, Daryl deixará de ser o adolescente mimado e rebelede? O que nos foi apresentado, nos demonstra que provavelmente não, já que ele resolveu trocar um irmão por causa da decisão de não matar Negan por Maggie, pessoa de quem ele não tinha proximidade alguma até a última temporada.

Carol e Ezekiel funcionam de forma precipitada, mas, como todo o casal que já passou pela história, o medo de que um venha apagar o outro é crescente. A dupla romântica precisa ter um relacionamento muito bem construído para que, a exemplo de Maggie e Glenn e Rick e Michonne, não acabem anulando a história anterior a formação do casal.

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A grande torcida é que Carol não se apague na história.

A nova posição de Maggie e a irredutibilidade em ceder a Rick podem causar estranhamentos e divisão entre os protagonistas. Desconfio que caminharemos pra um momento em que a saída de Rick da história – que já foi amplamente divulgada – esteja intimamente ligada a contrariedade da líder de Hilltop e Daryl em auxiliá-lo na ajuda aos Salvadores. Se isso se concretizar, diversos enredos poderão se desenvolver para ambos os personagens.

O clima de uma guerra silenciosa se desenrolando nos corredores da Fábrica já se instaurou e isso traz voz para Negan, que ainda não apareceu, mas provavelmente terá seu ego inflado pela ideia de que há pessoas que sentem sua ausência e detestam a forma de Rick liderar.

Outros pontos a serem suscitados são: os protagonistas se uniram novamente e isso funciona em cena, Angela precisa insistir na ideia de não deixá-los separados por muito tempo; a liderança feminina ficou evidente nesse episódio e centrar o protagonismo nas três mulheres presentes a mais tempo na série é uma das melhores ideias que a showrunner poderia ter; a abertura foi repaginada, é bonita ao mesmo tempo que muda todo o conceito que tínhamos até então, trazendo um ar de cartoon ou anime; Michonne caminha para uma personagem justa e equilibrada, que provavelmente carregará o eixo moral e ético da série após a saída de Rick.

E você? O que achou do episódio? Gostou? Não gostou? Vote na enquete e deixe sua opinião abaixo, é um prazer poder responder seus comentários.

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RIFA – Daryl Dixon