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CRÍTICA | TWD World Beyond S02E10 – “The Last Light”: O Fim e o Recomeço

The Last Light foi o último episódio da 2ª temporada de The Walking Dead: World Beyond. Veja a nossa crítica ao episódio.

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Iris apontando o dedo do meio e sorrindo no episódio 10 da 2ª temporada de The Walking Dead: World Beyond.

Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS do décimo episódio, S02E10 – “The Last Light”, da 2ª temporada de The Walking Dead: World Beyond. Caso ainda não tenha assistido, não continue. Você foi avisado!

O décimo episódio da segunda temporada de TWD: World Beyond, intitulado “The Last Light” (“A Última Luz” em tradução livre), finalizou a série derivada com louvor. Ao se recusar em ser fatalista com seus personagens, World Beyond abre espaço para que os mesmos cresçam e se tornem parte importante de futuros projetos do The Walking Dead Universe (TWDU).

Iniciando com uma lembrança de quando os jovens decidiram sair da Campus Colony – onde incrivelmente passaram-se apenas dois meses até os momentos atuais – o episódio relembra a evolução dos personagens até agora, coisa que já tinha acontecido na premiére da temporada, inclusive. Relembrando mais uma vez tempos mais simples, assim como no momento entre Silas (Hal Cumpston) e Elton (Nicolas Cantu), a memória nos prepara para a possível perda de um dos nossos protagonistas.

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Enquanto os quatro jovens caminham entre empties para chegar até Dennis (Maximilian Osinski) e Huck (Annet Mahendru), Leo (Joe Holt), Felix (Nico Tortorella) e Will (Jelani Alladin) são interceptados por Newton (Robert Palmer Watkins) e outros soldados da CRM. A luta entre Felix e Newton é realmente muito legal e bem coreografada, usando, além dos dois inimigos, os zumbis como mais um obstáculo e a finalização é extremamente prazerosa.

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Entre o grupo de jovens, a decisão de Silas de ficar com Huck e Dennis é interessante e vai além da possível culpa que o garoto sente pelo mentor ter sido baleado, é também prova da devoção dele por alguém que se tornou uma figura paterna dentro do apocalipse. Por mais rápida que pareça ter sido criada essa relação, vale ressaltar que Silas chegou no local completamente sem esperança, e Dennis se apresentou como um adulto que viu potencial nele, que mostrou confiança. E essa característica de Silas, de procurar abrigo em quem lhe dá crédito, pode ser um ponto de virada interessante para ele futuramente de acordo com o seu final dentro de World Beyond.

Depois que nota que a interrupção de sinal de comunicação que Jadis (Pollyanna McIntosh) ordenou está impossibilitando a explosão remota dos cilindros de gás, ela decide por sí só de explodir tudo sozinha, se separando de seu marido e do Silas. Enquanto ela e Jadis tem seu último duelo, Huck leva a redenção de seus erros ao máximo. Mesmo antes que ela pudesse de fato entender sua porção de culpa no que aconteceu em Omaha, ela já havia decidido se sacrificar para impedir que a mesma coisa possa acontecer com Portland.

Além de servir como uma cena que mostra a relação entre a sargento e sua mãe, Elizabeth (Julia Ormond), ela cita novamente a entrega do relógio de ouro do seu pai no final, que serviu como o detonador que explodiu todos os containers de gás da Civil Republic. O fim de Huck é simbólico demais e é um momento que serve para todos os outros personagens.

É ao notar que Huck morreu que Dennis sente pelo menos Silas deve ter um futuro já que ele sente que não vai sobreviver ao ferimento e acaba fazendo com que Silas o mate para que use isso como um trunfo para entrar no exército, com a jura do garoto que vai usar isso para destruir os militares por dentro. A cena é bem emotiva e é bem bonito o momento em que Dennis fala para que Silas “não carregue isso” com ele, para que ele passe que aquilo era definitivamente necessário. E é feito. Porém, no final, Jadis torna o garoto “seu projeto pessoal” e o torna, de fato, um soldado, dizendo que enxerga nele algo que nem ele enxerga ainda. Seria o início de um jogo de espionagem interna ou o início de uma lavagem cerebral muito bem sucedida, uma construção de um fiel tal qual o povo do lixão?

Já entre os demais, Elton acaba sendo mordido ao salvar Hope (Alexa Mansour) de um ataque e Iris (Aliyah Royale) decide honrar sua promessa a Percy (Ted Sutherland) de ir para Portland com o pessoal do Perímetro e ajudar o pessoal de lá contra os mandos do CRM enquanto sua irmã, seu pai, Felix e Will ficam no shopping abandonado que eles usaram de refúgio para continuar as pesquisas sobre a aceleração da deterioração dos mortos junto com alguns outros cientistas que fugiram das instalações.

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Por um segundo, é quase automático lembrar de Hershel (Scott Wilson), o primeiro personagem das séries de TV que foi amputado com sucesso após ser mordido quando uma mordida no braço ou perna ainda era uma sentença de morte. No final, Elton tem seu braço amputado e segue vivo no TWDU, indo junto a Iris e Asha (Madelyn Kientz) em sua jornada. Embora o personagem tenha sido bastante apagado, é muito bom ver que pelo menos ele ainda pode ter uma chance futuramente.

Ainda no episódio temos Jadis dando mais um golpe em busca de sua ascensão ao topo da cadeia de comando do CRM. Ao utilizar Elizabeth como bode expiatório de tudo o que aconteceu devido aos Bennett e o pessoal do Perímetro, Jadis assume que sujar a imagem da tenente-coronel fará com que ela pareça melhor aos olhos dos superiores, em especial, do Major Beale. Ela sentencia Elizabeth ao Complexo de Saúde – o mesmo que Elizabeth mandou o finado Barca (Al Calderon) no começo da primeira temporada, antes do mesmo ser usado como cobaia.

Jadis, porém, também levanta a possibilidade de que Elizabeth, antes de tudo, a estava usando, antes de tudo, para levar a culpa. Ela já suspeitava da lealdade de Huck e notava que sua decisão de manter os Bennett juntos poderia ser mais perigosa do que imaginava. E no fim, na briga de serpentes, uma engoliu a outra.

“Somos a última luz do mundo.”

É a frase que Jadis diz antes de virar as costas para a mãe de sua ex- mentora. A ambição da personagem se mistura com seu senso de lealdade o tempo inteiro. Não dá para saber ao certo se ela é motivada pela sua sensação de dever ao CRM ou se nada mais é do que uma tentativa de busca pelo poder já que no embate entre ela e Huck ela mesmo diz que “pessoas são recursos”. Aliás, esse episódio, mais do que nunca, nos relembrou diversas vezes de que a moeda de troca dela para ingressar no exército foi o grande Rick Grimes (Andrew Lincoln) – como se fosse possível esquecer.

No final, ninguém além de Huck, Dennis e Newton teve seu destino, de fato, traçado. Todos os personagens acabaram entrando em um novo momento de desenvolvimento de personagem em que deixa em aberto a possibilidade de vê-los futuramente em algum outro momento da jornada do universo estendido e isso foi uma decisão muito legal já que abre o leque de personagens que conhecemos e que podem ser introduzidos para dar aquele quentinho no coração em outros momentos.

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Porém, o que não deu nem um pouco de quentinho no coração foi a cena pós crédito do episódio. Teorias foram levantadas de quem seria o personagem importante a aparecer aqui: Rick, Michonne (Danai Gurira)? Na verdade, foi alguém que apareceu bem mais no começo da série.

A cena começa com alguém, uma mulher, que entra em uma sala destruída e abandonada. Ao realizar a transferência de dados de um computador para algo que parecem ser HDs externos, ela roda uma gravação no computador de ninguém mais, ninguém menos que o Dr. Edwin Jenner (Noah Emmerich), o médico do CDC que apareceu no último episódio da primeira temporada de The Walking Dead, antes de falecer na explosão dos laboratórios.

É mostrado que a cena, na verdade, se passa na França, onde um homem armado aparece e começa a ameaçar a mulher que se identifica como uma médica da equipe Violet. O homem diz que qualquer um dos médicos dessas equipes que voltarem a aparecer, irá ser morto, pois são culpados de piorar as coisas, e atira na mulher. Enquanto a gravação do Dr. Jenner finaliza, vemos a mulher reanimar e: correr. Enquanto ela corre, grita e bate copiosamente contra a porta do laboratório, a série acaba nos mostrando que os nossos walkers lentos são coisas do passado e que agora tudo está prestes a piorar muito mais.

Vale lembrar que, ainda no episódio TS-19, da primeira temporada, o Dr. Jenner cita os franceses. Depois de ser questionado por Andrea (Laurie Holden) sobre outros possíveis laboratórios funcionais pelo mundo, o médico do CDC informa que os últimos médicos que ele teve contato foram os da França, que continuavam em busca de uma cura até a última vez que eles conseguiram contato devido a queda das comunicações.

O episódio final foi muito bom e além de abrir espaço para esses personagens em novas obras do universo – sim, estou falando da lenda urbana que se tornaram os filmes do Rick – ainda mostrou um futuro muito mais trágico que contrasta com o que toda a World Beyond apostou, que era de encontrar a cura para o apocalipse. Embora, pessoalmente, ache que a série poderia engrenar bem mais nesse ponto que ela chegou, é bom ver que ela conseguiu encontrar seu rumo e finalizou com uma ótima leva de episódios.

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E que venham as próximas obras do TWDU.

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