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Entrevista

David Morrissey fala sobre The Walking Dead, o Governador, Doctor Who e mais

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Esta entrevista contem spoilers para todos que não estão atualizados com a terceira temporada de The Walking Dead.

Ele lidou com Cybermen, em Doctor Who, conspiração política em State of Play, e com David Tennant cantando em Blackpool… Atualmente, porém, David Morrissey é o homem por detrás do Governador, o principal antagonista de Rick Grimes na terceira temporada de The Walking Dead.

Há poucas semanas, o site Den of Geek conversou com o sr. Morrissey sobre The Walking Dead, que retornou à AMC na semana passada nos Estados Unidos, após um intervalo no meio da temporada. Como esperado de qualquer ator que quer manter o seu grande papel, Morrissey estava relutante em falar a respeito da saída recente do showrunner Glen Mazzara da AMC, mas ele falou conosco sobre o futuro do Governador, sua relação com o personagem dos quadrinhos, e coisas sobre Woodbury.

Como está o olho?

[Risos] Está ok, recuperando-se.

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Presumivelmente, o episódio nove começa exatamente onde terminou o oitavo? O Governador está ferido, sofrendo por Penny e querendo vingança…

Sim, é uma continuação direta, não há saltos no tempo realmente, então vemos ele na arena com os irmãos Dixon e o povo gritando por sangue, e Andrea de lado, tentando imaginar o que está acontecendo, e segue-se a partir daquele momento.

E você está retornando do intervalo da mid-season com o icônico tapa-olho. Isso significa a gênese do Governador dos quadrinhos?

Acho que a aparência certamente é aquela dos quadrinhos, mas eu ainda acho que o Governador tem alguma complexidade a mais a ser mostrada, se comparado aos quadrinhos. Ele é alguém em quem a humanidade está desaparecendo muito rapidamente, e eu acho que ele tomará uma atitude em relação a isso. Mas o que foi mais incrível para mim na série até agora é como ela tem surpreendido as pessoas. Todos amam e odeiam-no e eles não tem ideia de onde estão com ele. Acham que ele é repulsivo, mas também se sentem atraídos por ele [risos] e eu acho que essa sensação de incerteza a respeito do personagem deve continuar. Eu não acho que ele vá ficar totalmente malvado. Espero.

Você concorda que o Governador e Rick sejam dois lados de uma mesma moeda, ambos com a mesma missão, mas usando abordagens diferentes?

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Acho que a diferença realmente é que, certamente, no começo desta temporada, o Governador tinha tempo. O que ele fez criando este oásis que é Woodbury foi conseguir ganhar tempo, tempo para pensar no futuro, tempo para aproveitar o que eles possuem. Eles podem fazer festas e encontros, e eles podem comer, beber, deixar suas portas abertas e suas crianças brincando na rua, sem se assustar com o que está acontecendo, então esta segurança que ele criou deu-lhe tempo para relaxar e planejar.

Rick está constantemente alerta, ele não tem tempo, ele está apenas tentando vencer o dia. Esta é a diferença entre estes dois homens. Mas fora isso, eles são muito parecidos. É prioridade de ambos cuidar das pessoas ao seu redor. A “Rickocracy” que Rick fala no final da segunda temporada, eu acho que o Governador também tem um pouco disso, no sentido que ele diz “ou é do meu jeito ou pegue a estrada, e é assim que as coisas vão ser”, você pode ter sua chance em Woodbury com tudo o que temos, ou você pode ir embora e basicamente morrer entre os mortos vivos, isso é o que ele está dizendo. Então, é uma escolha de algo completo que as pessoas tem em Woodbury, mas naquele mundo, eu sei onde é melhor estar.

Qual você diria ser a ambição do Governador? Ele está satisfeito com Woodbury, ou deseja expandir o império?

Ele consegue se manter seguro e dar-se um tempo para respirar, certamente no começo da terceira temporada, e eu acho que ele poderia até pensar em expandir aquilo, não apenas geograficamente, mas ser capaz de trazer mais pessoas para lá. Porém, ele precisa ser cuidadoso com isso, pois o seu negócio é controlar, e continuar sendo o líder da comunidade. Ele não quer que ninguém que entre possa ser…

Uma ameaça?

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Sim, uma ameaça à sua autoridade. Então, há um equilíbrio frágil entre manter o que você tem e expandir. Ele tem que ser cuidadoso com isso. Tenho certeza de que ele se arrepende de ter deixado Michonne entrar… .

É compreensível! Falando de ameaças à sua autoridade, vamos estar vendo sua primeira cena com Andrew Lincoln em breve, não vamos?

Eu não sei. Não sei em que ponto você está. Eu acho que você vai ter que esperar para ver isso.

Há todo um entendimento de que é isso que as pessoas querem. Eles sentem que há uma conjunção favorável para essas duas pessoas se encontrarem, e eles talvez se encontrem, talvez não, mas o que eu gosto nesta temporada até agora é que ela surpreende o público e não tem medo de matar seus principais personagens, às vezes, então você nunca sabe. Há uma curiosidade de “como será o encontro?” “o que irá acontecer?” e será que eles realmente se encontram? O principal para mim é que definitivamente não vai ser algo como as pessoas esperam.

Então não teremos um grande confronto, como os pôsteres da temporada mostram?

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Será interessante [risos], Eu acho que as pessoas terão que esperar para ver. É um show difícil de promover porque obviamente há todo o “alerta de spoiler” e esse tipo de coisa, mas acho que o que temos são os dois machos alfa do pedaço, então será interessante ver o que os escritores fizeram com eles.

As escolhas que Andrew Lincoln fez com Rick influenciaram sua escolha a respeito de como abordar o personagem do Governador?

Não, de maneira alguma. Acho que o personagem do Governador veio para mim direto dos livros de Robert Kirkman, “A Ascensão do Governador” e “O Caminho para Woodbury”. São dois livros que eu li ainda mais do que os quadrinhos. A pessoa que eu descobri e trabalhei em cima foi aquele personagem que está lá, então eu realmente não olhei para o que Rick estava fazendo e como ele estava interpretando. Eu já era um grande fã do show, mas jamais tentei…

Finalizá-lo?

Não me influenciou de forma alguma.

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Seu personagem chama o grupo do Rick de ‘terroristas’. É assim que ele os vê, ou se trata apenas de retórica para seu povo?

Não, é assim definitivamente como ele os vê, porque é isso que eles são, até onde ele sabe. Eles são pessoas que estão atacando sua segurança e liberdade, que infiltraram-se nesta cidade e mataram sua filha, seu povo, trouxeram devastação. Eu não vejo como apresentá-los ao povo de outra maneira: isso é o que eles são. Eles são uma ameaça à sua segurança, terroristas são uma ameaça à sua forma de viver, e é assim que ele os vê.

Ele tem uma certa política de ‘Pão e Circo’ com Woodbury, não? Mantendo a população distraída com espetáculos e segurança. Você o compararia com lideres políticos da vida real?

Ele não distrai seu povo com segurança, você sabe, é isso. Segurança é tudo. O que fazemos, sentados aqui em nosso mundo, são escolhas feitas de um ponto de vista muito mais vantajoso, e eu acho que se você conseguir proporcionar às pessoas NAQUELE mundo um lugar onde você possa abrir sua porta e suas crianças possam sair correndo pelas ruas, e elas são seguras, isso não é tática, isso é a realidade. Mas essa realidade tem um preço, e acho que todos os lideres tentam um equilíbrio com seu povo, onde eles estariam dizendo “Somente eu posso lhe dar isso, somente meu partido irá lhe dar isso, os demais criarão instabilidade. Você estará menos seguro com eles, você será mais pobre com eles, mais infeliz.” O que o Governador está dizendo é que tudo o que você tem e que é seguro, bom, que representa liberdade, você tem graças a ele, puramente ele, então ele tem que personificar essa segurança, e ele foi muito bem sucedido com isso, até literalmente deixar baixar a guarda de suas emoções e deixar as pessoas entrarem em sua comunidade e que não deveriam, primariamente Michonne.

Mas eu penso que existam paralelos na liderança o tempo todo, com líderes ao redor do mundo, e não apenas líderes de cultos. Eu acho que alguém se referiu ao Governador como uma espécie de Jim Jones, mas eu acho que não apenas líderes religiosos, ou líderes políticos que fazem isso o tempo todo. Olhe para qualquer um de nossos líderes do passado ou presente e o que eles fazem o tempo todo. Eles ameaçam a todo momento nossa sensação de insegurança, bem como a de segurança, a fim de manipular-nos.

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Ele é novo no poder, no entanto…

Ele definitivamente é novo no poder. Antes, ele não estava em uma posição de poder, mas as circunstâncias o tornaram poderoso, e ele está agindo como se estivesse sendo corrompido por esse poder.

Você está interpretando um personagem que está também interpretando um personagem, seria isso?

Eu não acho que ele tenha consciência de que está interpretando um personagem. Eu acho que o que ele está fazendo é encontrar um caminho para se autoconhecer. Há uma sensação de que ele não está sendo ele mesmo, essa é a verdade. É daí que vem os erros que ele às vezes comete, além do que tudo é muito novo para ele.

Presumivelmente, quando você chegou ao grupo, você discutiu longamente a respeito do Governador com Robert Kirkman…

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Sim, mas também o showrunner Glen Mazzara, que foi com quem mais conversei. O modo como a TV americana funciona é sentando-se com os escritores, mesmo, que era um grupo de escritores liderados por Glen, e o que foi conversado com eles, de verdade, é como o Governador pode manipular as pessoas e como esse mundo é novo para ele. É um lugar natural para ele viver ou não é? Estaremos encontrando a resposta nesta temporada.

Sabendo que você não pode revelar nada a respeito, você conversou com Glen sobre a eventual saída do Governador?

Não. Na verdade não, por que eu não queria ter esta conversa. Eu adoro estar no show, é um lugar incrível para se estar, então… esta é uma conversa que tentei evitar [risos].

Mas seu contrato é para cinco anos, então isso não deveria ser uma ameaça imediata…

Bem, você nunca sabe. Acho que outra coisa interessante a respeito de The Walking Dead é que ninguém está a salvo. Isso cria um frisson no público e nos fãs realmente. É um show baseado em personagens, e eles podem se importar com eles, mas nunca saberão se eles estão seguros. Não estamos em um mundo tipo Star Trek, onde o protagonista está soltando raios contra um cara que nunca foi visto, e você diz “Bem, ele vai morrer”. Isso não existe naquele mundo, onde pessoas que amamos, e amamos assistir, e nos importamos, podem morrer a qualquer momento. Acho que isso é que dá o fisson ao show.

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Esta instabilidade reflete na vida real, não? Com tantas mudanças de showrunner nos últimos três anos [Scott Gimple substituiu Glen Mazzara, que substituiu Frank Darabont], como as mudanças de “chefia” se refletem no set?

Eu acho que em qualquer indústria as coisas repercutem, mas o que há de maravilhoso em The Walking Dead é que a atmosfera é bastante profissional, liderada principalmente por Andrew Lincoln, que é um dos atores principais. Ele me lembra David Tennant, de certa forma, uma vez que ele sempre é o primeiro a chegar no set e o último a sair. Ele conhece todos, ele se importa com The Walking Dead do fundo do seu coração, não é um emprego para ele, e esse tipo de profissionalismo não apenas se infiltra nos demais atores mas em todo o set. Então, enquanto decisões estão sendo tomadas acima de nós, é nossa responsabilidade fazer o show progredir diariamente.

Tendo dirigido no passado, existe alguma possibilidade de termos você em The Walking Dead por detrás das câmeras?

Eu adoraria isso, mas, você sabe, eu falei no passado que se eles quiserem que eu realmente o faça, eu o farei! Eu realmente amo a atmosfera do set. É como fazer um filme de dezesseis horas, porque você tem todos os equipamentos lá, tem o orçamento para fazer grandes coisas, e tem sua ambição sendo constantemente desafiada, tanto de uma maneira visual como sob o ponto de vista criativo, é um lugar ótimo de se estar. Eu adoraria dirigir um episodio, mas fazer parte disso já está ótimo.

Já que você falou em David Tennant, eu tenho que perguntar, quando você estava lidando com aqueles rumores de “Será David Morrissey O Próxiomo Doctor?” havia uma parte de você que desejaria que eles fossem verdade?

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Sim, havia um pouco. Novamente, é um grande show e eu fiquei ligeiramente abalado quando David anunciou que ele estava saindo, e todos esses rumores começaram, e eu não podia dizer o que eu sabia, mas foi um lugar muito legal para se estar por seis meses. Quando as pessoas acharam que seria eu, aquilo foi incrível. E também penso que Russell {T.Davies] também é uma pessoa maravilhosa, então seria ótimo de estar simplesmente associado àquilo. Mas eu acho que está em boas mãos.

Você era fã de Doctor Who?

Não, de maneira alguma. Não era mesmo, não era a minha praia. Eu também suspeitava muito de pessoas que fossem. Eu tinha um grande amigo que poderia declamar citações dos livros, você iria na casa dele e ele teria todos os livros, usaria um cachecol do Tom Baker e eu realmente gostava dele, mas também ficava meio ‘assim’… Fora o Liverpool Football Club, eu nunca fui realmente apaixonado por nada. Eu era apaixonado por atuar, e drama, e filmes, e teatro, mas não por um gênero em especial. E Doctor Who, acho que era legal, mas nunca me aprofundei, de qualquer modo.

Dito isso, aconteceu o remake, e eu assisti por que meus filhos assistiam, então eu acabei vendo de outra maneira. Mas não, quando eu era criança eu realmente nao gostava. Era o momento errado para mim, eu gostava de jogar futebol.

Os companheiros anteriores do Doctor sempre retornavam ao TARDIS para um episodio ou dois. Você toparia?

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Ah, eu adoraria. Eu adoraria fazer isso de novo! Foi muito legal ter feito parte! Mark Gatiss diz, você sabe, não há nada mais delicioso para ele do que escrever o “Interior TARDIS: Day” ou qualquer coisa que estivesse no topo dos seus scripts. É como viver o sonho. E para mim, quando eu fui trabalhar nisso, pensei “Isso é ótimo”! É um show muito bem feito, as pessoas levam a sério, mas você se diverte. E eu adorei o personagem, eu realmente adorei Jackson Lake, eu acho que ele era realmente um homem interessante. Ele tinha uma espécie de trauma e o Doctor o liberou daquilo…

Ele era um outro pai problemático, como o Governador…

[Risos] Outro homem precisando ir ao banheiro. Eu imagino por que! Mas no fim, ele está muito feliz, então eu adorei ter a chance de fazer aquele personagem.

Tendo estado envolvido na máquina de rumores de imprensa de Russell T Davies deve ter sido uma boa preparação para o papel de Governador, algo de alto padrão e que exige tamanho sigilo?

Sim. Assim comoThe Walking Dead, Doctor Who é um show muito amado, e a imprensa estava muito entusiasmada e foi muito positivo. Mas quando eu fiz State of Play, quando eu fiz The Deal, havia sempre algo que interessava a imprensa neles, o que foi ótimo para mim, mas eu não vivo minha vida daquele jeito. Isso vem do meu trabalho, o que está ok.

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The Walking Dead é diferente, no que diz respeito ao mundo do Twitter e eu nunca estive numa Comic-Con antes, e foi um mundo muito interessante de se conhecer, então tudo é muito novo para mim, esse novo mundo.

Você acompanha a reação dos fas no Twitter?

Sim, eu acompanhei um pouco. Foi muito positivo, e eu fiquei bem satisfeito. Eu acompanhei alguma coisa, mas era muita coisa, então eu achei que deveria passar algum tempo com os meus filhos [risos].

Você irá à Comic-Con novamente este ano, eu imagino, e será duas vezes mais louco…

Sim, e foi um estouro, tanto a de San Diego como a de Nova York, todas foram muito divertidas. Não tenho problema algum em participar novamente, foi fantástico.

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Fonte: Den of Geek
Tradução: @BinaPic / Staff Walking Dead Brasil

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