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The Walking Dead: The Ones Who Live

CRÍTICA | The Walking Dead: The Ones Who Live S01E04 – “What We”: O melhor em muito tempo

What We foi o quarto episódio de The Walking Dead: The Ones Who Live. Veja a nossa crítica ao episódio e discuta conosco.

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Rick e Michonne em momento íntimo em cena do Episódio 4 de The Walking Dead: The Ones Who Live.

Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS do quarto episódio, S01E04 – “What We” (O Que Nos), da primeira temporada de The Walking Dead: The Ones Who Live. Caso ainda não tenha assistido, não continue. Você foi avisado!

Em meio ao desespero de Michonne (Danai Gurira) ver o quão manipulado e rendido Rick (Andrew Lincoln) está pela CRM (República Cívica Militar), ela toma a drástica atitude de pular do helicóptero e levá-lo junto, para ver se assim ele decide fugir com ela e não queira voltar para onde ele esteve preso por anos. É exatamente essa expectativa de fuga que é quebrada logo no início do episódio que faz com que The Ones Who Live entregue o episódio mais profundo em diálogos que já vimos em quaisquer produções desse universo.

É importante frisar que esse episódio foi inteiramente escrito por Danai Gurira, que também acabou atuando como showrunner exclusivamente nele, e a forma com que o roteiro se apresenta traz uma obviedade de que o episódio foi idealizado por alguém que conhece as nuances e intimidades tanto de Rick quanto de Michonne.

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O amor que sobra em meio ao caos

A música de abertura me despertou tamanha curiosidade que me fez ir atrás de sua história e significado, e tendo em mente esse contexto, não tinha música melhor para ser inserida aqui. A letra de “Tie A Yellow Ribbon” conta a história de um homem que ficou preso por anos e durante esse tempo, ele foi torturado pelo próprio psicológico, pelo medo de ter decepcionado a mulher que ama e dessa forma, ter que lidar com a incerteza de que ela não o ame mais. Claramente a escolha da música foi proposital, aludindo exatamente ao que Rick está passando no momento e o seu medo de perder todos que ama depois das ameaças de Jadis (Pollyanna McIntosh).

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Assim que chegam no prédio abandonado, os dois começam a se atualizar sobre o que aconteceu com eles durante todo esses anos que eles ficaram sem se ver. Muitos questionamentos foram colocados depois da exibição do segundo episódio do porque Michonne não havia falado sobre RJ (Antony Azor) para Rick, o que para boa parte dos fãs era até óbvio, mas vi alguns reclamando. Logo no começo do episódio vemos que ela esperou o momento certo para usar essa informação como uma arma para motivar ainda mais o Rick a querer voltar para casa. O estrago psicológico que ele sofreu durante todo o tempo desde que chegou lá foi tão severo que nem essa informação foi suficiente para mudá-lo. A partir daqui o episódio quebra clichês e entrega diálogos menos expositivos e mais profundos, trazendo um desenvolvimento de traumas e diferentes visões de ambos até eles se reconectarem no fim do episódio.

Aqui, Rick conta a Michonne sobre Jadis ter salvado a sua vida depois do que ocorreu na ponte e que agora, se eles escaparem, o preço será a vida de todos que eles amam. Por óbvio ela sugere que eles voltem para a CRM e destruam todas as evidências sobre Alexandria para finalmente poderem voltar para casa. Até que ocorre uma reviravolta e o helicóptero que eles estavam sofre um acidente, deixando uma brecha perfeita para que eles possam fugir sem que a CRM saiba que eles estão vivos. Mesmo assim Rick permanece resistente e faz com que Michonne perca a paciência e decida voltar sem ele. Depois de tudo o que eles passaram para se reencontrar, o roteiro oferece uma dinâmica muito interessante para o casal, os colocando em contraposição a todo momento e que me fez sentir torturado emocionalmente durante todo o episódio (no bom sentido). Tudo isso é elevado pelas impressionantes atuações de Andrew Lincoln e Danai Gurira, que ao meu ver estão em suas melhores formas interpretando esses personagens.

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Tudo ou Nada

Desde a 9ª temporada de The Walking Dead vemos que quando Michonne está com seus filhos, ela sempre se refere a Rick como o homem corajoso, transmitindo todo o legado do homem que o pai deles é, e Judith (Cailey Fleming) a todo o momento emocionada quando o assunto é ele. Ver Michonne aqui o chamando dessa forma e ele negando é de quebrar o coração e só traz a confirmação do quão Rick está rígido e preso a CRM. Até esse momento do episódio, quase todas as soluções que ela tinha para trazer ele de volta tinham acabado, até que o próprio Rick oferece munição para Michonne finalmente convencê-lo.

Devido a todos os seus traumas, medos e incertezas, ele diz para Michonne que a CRM tirou o Carl (Chandler Riggs) dele. O dano emocional causado nele fez com que a única forma dele manter o filho vivo em sua memória (através de sonhos) fosse interrompida e fizesse com que ele começasse a esquecer o seu rosto. Nesse momento, ela tira um celular com o rosto de Carl e entrega a ele, virando nele a chave que faltava para voltar à sua família. Como fã da franquia, nem nos meus maiores sonhos eu imaginaria que a série seria tão sensacional a ponto de usar esse artifício para trazer o ponto de virada nessa história.

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Um detalhe que eu gostei bastante é que a cada momento que o prédio vai desabando, as barreiras emocionais e traumáticas do Rick vão quebrando pouco a pouco conforme ele vai se abrindo com a Michonne. No final, quando ele finalmente decide voltar, o prédio desaba, um claro simbolismo de que suas amarras foram quebradas e que agora ele é um novo Rick, um homem sedento e cheio de esperança para encontrar os seus filhos.

Apresentando um dos melhores episódios da franquia, “What We” entrega um roteiro profundo, atuações impecáveis e uma trilha sonora dosada. É nítido todo o esforço que a equipe colocou neste capítulo, sobretudo a maestria que Danai Gurira demonstrou como roteirista. A série estava sendo vendida como uma história de amor épica com Rick e Michonne, mas o que temos aqui é muito mais que isso. Com todos os elogios já feitos, não consigo ver esse episódio ficando fora da temporada de premiações.

E por aí, o que você achou de “What We”, o quarto episódio de The Walking Dead: The Ones Who Live? Deixe sua opinião e pensamentos nos comentários abaixo!

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