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5ª Temporada

Greg Nicotero revela cenas deletadas do episódio 12 da 5ª temporada

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[ATENÇÃO!! ESTE CONTEÚDO CONTÉM SPOILERS DO EPISÓDIO S05E12 – “REMEMBER“!]

O episódio de domingo de The Walking Dead foi crucial, com o grupo entrando pelos portões de Alexandria e tentando se adaptar a um novo modo de vida enquanto conhecia os residentes de sua nova comunidade.

A Entertainment Weekly conversou com o produtor executivo Greg Nicotero (que dirigiu o episódio) para obter detalhes de trás das câmeras sobre “Remember”, que concluiu a apresentação de Tovah Feldshuh como a líder de Alexandria, Deanna Monroe, mostrou Rick finalmente se livrando daquela barba bagunçada e um momento cômico de Daryl Dixon. Nicotero também fala sobre algumas cenas cortadas por conta do tempo disponível e que revelavam os trabalhos designados a alguns outros membros do grupo.

Esta é a primeira vez que vemos o interior de Alexandria, uma locação que conhecemos dos quadrinhos. Conte-nos como você queria apresentar, visualmente, esta nova sociedade – não apenas aos personagens, mas aos telespectadores também.

Greg Nicotero: Um dos maiores desafios deste episódio é que estamos em um ambiente seguro e protegido. Estar em um lugar onde as pessoas vivem e prosperam, pessoas estão sendo cuidadas e estão confortáveis – mas ainda sem perder o sabor da série – este foi o maior desafio. Então, quando estávamos dentro de Alexandria, eu queria ter certeza de que, para qualquer direção que olhássemos e em qualquer ângulo de câmera usado, os muros estivessem em evidência. Uma das coisas sobre Woodbury é que você nunca podia ter ideia do tamanho porque não conseguia ver onde terminava. Então, neste episódio, mesmo quando Rick e Deanna estão conversando, o muro está aparecendo na janela atrás deles. E quando estão na rua, pra qualquer lugar que você olhe, você vê o muro de metal enferrujado. Então o lugar parece confinado. E dado o estado mental de Rick e o choque cultural de todos ao entrar neste lugar – eles basicamente perderam tudo e então entram e conhecem essas pessoas que estiveram protegidas o tempo todo. Foi um verdadeiro truque.

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Você mencionou Deanna – obviamente uma adaptação do líder de Alexandria, Douglas Monroe, dos quadrinhos. Por que a troca de gênero?

Greg Nicotero: Scott Gimple só queria mudar um pouco. Eu acho que Tovah é uma grande atriz, e a cena que gravamos com ela e Rick, a cena de 10 páginas que mostra toda a colônia – gravamos no seu primeiro dia. Então ela teve que chegar no domingo à noite, conhecer todo mundo na segunda, e então na terça ela começou, basicamente, dando a primeira impressão de Alexandria para Rick e toda a audiência.

Isso é interessante porque não era só ela. Há muitos outros personagens apresentados aqui. Como é para você, como diretor, trabalhar com tantas pessoas novas que não estão familiarizadas com os ritmos e formas de gravação utilizados?

Greg Nicotero: Foi como dirigir um piloto, porque você tem que colocar esse mundo para funcionar e esse era um episódio para o qual muitas pessoas estavam ansiosas, porque demoramos cinco meses para montar Alexandria e queríamos ter certeza de que não parecesse uma simples rua principal nos Estados Unidos. É para parecer limpa e particularmente bem cuidada porque é protegida, mas o que realmente não queríamos que acontecesse é que a audiência fosse tirada da série no minuto em que chegássemos lá. Então a ideia que tivemos de Carl ir até a casa do lado – eu filmei de propósito aquela cena em que ele vai ao andar de cima e ouve o barulho – eu a filmei bastante parecida com uma do episódio 9 da quarta temporada, em que Carl está sozinho em casa, porque eu queria que sentissem que não importa o quão seguros estão, eles foram condicionados por quase dois anos a ter essa sensação de medo. E o episódio realmente tem isso, e vemos como todos lidam com isso.

Houve algumas cenas que tivemos que cortar por causa do tempo – uma sequência realmente interessante. Era com todos eles saindo para seus respectivos empregos. Vemos Rosita indo conhecer o marido de Jessie, Pete, e vemos Abraham indo encontrar o pessoal que está construindo o muro, e vemos Eugene encontrando um trabalhador para discutir um painel solar. Também vemos Maggie indo trabalhar com Deanna. Então era uma ótima montagem, e tivemos que tirar justamente pelo tempo. Mas foi um momento ótimo no qual as pessoas tinham que lidar com as emoções de voltar a assimilar esse mundo tão normal dentro de um universo tão anormal.

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Nesse momento, na cena em que Rick e Carl enfrentam os zumbis, estou enganado ou eles ficaram bastante animados durante o confronto? Como se fosse isso a que eles estão acostumados, e de uma maneira estranha talvez eles não saibam como viver sem este confronto porque é como eles estão condicionados agora. É quase como se eles se sentissem mais vivos quando estão matando zumbis.

Greg Nicotero: Você está absolutamente certo. E eles não apenas se sentem mais vivos, mas acho que Carl até diz “Eu não quero que este lugar nos deixe fracos”. Então eles saem especificamente para manter esta habilidade. Eles querem se manter afiados porque a última coisa que querem ver acontecer é serem pegos em baixa guarda e isso causar algo a eles. E Carol tem a mesma reação também. Mas cada um lida com isso de maneira diferente. Daryl não tem nenhum interesse verdadeiro em se familiarizar com tudo isso. Ele mal olha para as pessoas. E então você tem Tara e Rosita e esse pessoal que está meio apaixonado pela ideia, tipo, “Caramba, temos uma casa! Isso é ótimo!” Todos estão lidando de maneira diferente, e especialmente Michonne, que fala sobre o fato de ter passado 15 minutos escovando os dentes.

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Você usa vídeo e áudio da câmera que Deanna coloca para gravar as conversas, então vemos um pouco do episódio através dessas gravações. Me conte sobre a decisão de fazer isso.

Greg Nicotero: Eu amo a ideia de o trabalho de Deanna ser documentar cada pessoa que entra. E esses documentos são de acesso público. Então realmente queríamos passar a ideia de que a câmera é o espectador onipotente, e de que a qualquer momento você pode entrar no escritório de Deanna e assistir estas entrevistas. Então queríamos muito usar a ideia de variar entre os pontos de vista, porque, no fim, esse será o registro de quem essas pessoas são. Não é sobre o que acontece quando a câmera está desligada; é sobre o que acontece quando ela está ligada, porque é assim que Deanna avalia todo mundo – a partir destas gravações iniciais. E teremos a chance, mais tarde, de vê-la rever algumas destas entrevistas. Eu acho que é um ótimo dispositivo e, novamente, estamos falando sobre tecnologia que é comum hoje em dia. Quando você a ver dizer “Você se importa se eu gravar isso?” você fica tipo, do que ela está falando? Isso não existe mais. Mas eles podem tomar banhos quentes e gravar coisas e têm eletricidade e todas essas regalias que claramente fazem nosso grupo se sentir numa gaiola dourada.

Vamos falar sobre a cena na qual o Rick se barbeia. Obviamente um grande momento. Pareceu meio que uma versão espelhada – não tive intenção de fazer essa piada – da cena em que Shane raspa a cabeça na segunda temporada.

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Greg Nicotero: Ele se barbeia porque é parte da transição de Rick para se tornar uma pessoa diferente. Ele não está mais vivendo lá fora e ele não é mais uma fera. Mas ele ainda é o mesmo cara. Então ao se barbear e colocar o uniforme e roupas limpas e então ele diz sua última frase do episódio – “Se eles não estiverem felizes com isso então vamos simplesmente tomar este lugar” – ele está se disfarçando. Rick está se tornando a pessoa que ele acha que querem que ele seja para que assim ele possa analisar qual a probabilidade de seu grupo ser capaz de ficar ali e sobreviver.

Carol também está claramente se disfarçando. Isso foi um plano que eles formularam juntos ou todos estão meio que cada um fazendo do seu jeito?

Greg Nicotero: Eu acho que a este ponto eles estão todos fazendo apenas o que têm que fazer, como aquela cena em que Carol vai para a varanda e diz “Hora de ir fazer a comida!” E então Daryl vira pra ela e diz “Você está ridícula!”

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Eu amo esta fala.

Greg Nicotero: Foi espontânea. Porque é tão diferente do que temos vivido por cinco anos, ver Carol naquela roupa em tom pastel, todos estávamos sentados lá, pensando “isso é estranho pra caramba”. Então ela vai para a calçada e Norman grita “Você está ridícula!” Quando eu estava fazendo os cortes, eu fique tipo “vou deixar isso porque é exatamente o que Daryl diria”. E eu não sei se apareceu no episódio ou não, mas Carol responde “Obrigada!” enquanto se afasta.

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Mas o que foi maravilhoso sobre a cena do chuveiro e quando Rick está se barbeando é que Andy não tinha se visto limpo/barbeado desde a primeira temporada. E é um visual bem diferente. Então nós especificamente colocamos múltiplas câmeras porque eu queria filmar isso tudo como uma peça só. Uma vez que você começa a se barbear, não pode voltar atrás. E o que foi interessante sobre isso é que Andy estava tão focado – ele estava apenas se encarando no espelho. Ele estava se vendo transformar em outra pessoa. Então em um momento eu me lembro de olhar para ele, e ele não tinha tirado toda a barba ainda mas estava usando a lâmina. Então eu entrei em cena em algum momento e literalmente peguei a tesoura e comecei a cortar umas partes para ele. Ele estava tão focado no seu rosto que eu acho que nem percebeu. Há uma ótima foto de mim no banheiro o barbeando. Era apenas alguém vendo-se transformar em uma pessoa diferente, e era o que queríamos para a cena. Eu queria capturar a transformação de Rick e como isso o afeta emocionalmente. Então você está olhando em seus olhos enquanto ele olha seu próprio reflexo. E você tem que se lembrar que, na nossa série, não usamos espelhos muito frequentemente. Usamos muitos reflexos. Scott Gimple adora a ideia de usar reflexos nos episódios, mas não é como se as pessoas tivessem muitas oportunidades de ver como elas realmente estão. Então, voltando a pergunta original: Sim, nós queríamos espelhar aquela cena com Shane ao colocar vapor no espelho e aquela coisa toda.

Claramente este episódio inteiro está preparando terreno para o que está por vir.

Greg Nicotero: É um episódio desafiador porque é muito diferente e não é cheio de ação, mas tem essa sensação implícita de desconforto e medo. Minha esperança para o episódio 12 é que, basicamente, acenda um pavio. E não sabemos qual o comprimento deste pavio, e não sabemos quanto vai demorar para tudo isso implodir, mas claramente nosso pessoal não está muito feliz de se encontrar nesta situação – especialmente tendo lidado com Woodbury e com Terminus e até mesmo com a fazenda de Hershel, que foi, provavelmente, o lugar mais seguro no qual eles já viveram por um longo período de tempo, e que, no fim, implodiu. Então eu acredito que há sempre esta sensação do nosso grupo de que, escuta, nada é pra sempre. E a grande pergunta é: Podemos sobreviver aqui?

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Fonte: Entertainment Weekly
Tradução: @Vicky_CR / Staff Walking Dead Brasil

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