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FANFIC | Seus Ossos e Cicatrizes – Capítulo 1: Cidade Infestada

Seus Ossos e Cicatrizes é uma fanfic inspirada no Universo The Walking Dead e focada em Daryl Dixon. Confira abaixo o capítulo 1.

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Pôster do Capítulo 1 - "Cidade Infestada" da fanfic Seus Ossos e Cicatrizes.

Olá a todos os leitores que chegaram até aqui. Me chamo Luiza Matias e sou a autora de Seus Ossos e Cicatrizes, uma fanfic focada especialmente em Daryl Dixon.

A história retrata a vida de Tris Rhee, uma mulher imune ao vírus zumbi. Depois de anos após o apocalipse, ela reencontra seu irmão Glenn Rhee e junto a isso um novo amor.

Aqui, vocês poderão encontrar e compreender que o amor é tão desastroso na vida de alguém quanto uma mordida de zumbi. E que a preocupação de se estar infectado não é tão profundo quanto o medo de perder alguém.

Os capítulos de Seus Ossos e Cicatrizes são lançados semanalmente, às sextas-feiras, 19h, aqui no The Walking Dead Brasil. E, por favor, utilizem a seção de comentários abaixo para deixar opiniões e encontrar/debater/teorizar com outros leitores. Boa leitura! 😉

1. Cidade Infestada

O sol já estava por aparecer, e fazer amanhecer. Enquanto eu esperava o momento para poder voltar a “minha casa”, vulgo nomeado O Reino. Não podia dizer que aquele lugar era ruim, afinal tudo funcionava muito bem e em suas devidas ordens. Mas, ao mesmo tempo, não poderia dizer que me sentia bem estando lá. As pessoas tinham um medo horrível sobre mim e meu passado não tão distante assim. Mais precisamente tinham medo da minha imunidade contra vírus que tornou o mundo num caos. E tudo começou a mais ou menos 3 anos atrás, quando em uma tentativa falha de salvar a vida de uma das pessoas mais importantes para mim, eu fui mordida por um errante em meu braço direito. Porém, desde aquele dia eu nunca havia virado um desses bichos horrendos. E foi logo depois disso, que Ezekiel apareceu para me acolher até seu reino. Após isso eu fui obrigada a viver quase que escondida para nunca saberem sobre esse meu “super-poder”.

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Eu não era nada no reino além de um símbolo de esperança ou de terror, dependia de cada pessoa que morava lá. Qualquer sintoma de doenças distintas ou qualquer tosse indesejada e eu era obrigada a ficar na quarentena. “A Quarentena” era nada além de eu me isolar por uma semana num dos prédios mais altos de uma cidade abandonada que ficava por perto do acampamento de Ezekiel. E eu não podia simplesmente ir embora, na verdade, eu não queria ir embora e deixar O Rei na mão.

Eu odiava os olhares das pessoas sobre mim, mas mesmo assim ainda queria fazer por elas… por toda a família que existia naquele pedacinho de terra. Eu não sabia o que essa mordida podia fazer comigo a qualquer hora. No fundo, eu tinha medo de mim… mas, ainda mais profundamente, eu queria deixar todos ao meu redor seguros e a salvo de mim mesma, mesmo que fazer isso me custasse a vida.

(…)

Os relógios não funcionavam mais, porém eu sabia serem entorno de 5 da manhã e à lua dava espaço para o sol aparecer.

Quando era meia-noite, eu tinha saído do Reino escondida para ir até a cidade abandonada perto dali. O céu na parte da noite era incrível, dava para ver todas as estrelas lá de baixo. E a cidade era tomada de concreto e verde com sangue e zumbis para todo lado.

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Enquanto eu ainda estava lá no alto olhando cada canto daquele lugar do mundo, o sol aparecia atrás de mim. Eu estava no Eixo, o prédio mais alto daquele lugar. Costumava ficar aqui quando me deixavam isolada do acampamento. As escadas não eram seguras e o corrimão enferrujado balançava sempre que passava por ele. Mesmo do topo do Eixo, ainda conseguia ouvir o grunhido de fome que os errantes davam pelas ruas. E era isso o que estava para enfrentar. Já estava no térreo quando abri a porta e logo todos os zumbis presentes ali, se viraram. Retirei minha faca calmamente da calça e andei até eles sem medo. Alguns olhavam para mim enquanto tentavam me causar medo com suas caras deformadas. Por conta de eu ter sido mordida, não conseguia me diferenciar de um deles com um humano qualquer. O vírus estava em mim, e isso era a única coisa que poderiam interpretar de mim – se é que ainda conseguiam pensar em outra coisa além de comer -.

Tentei andar apressada, mas muito deles me prensava contra eles mesmo. O cheiro de coisa morta e decomposição eram fortes, e eu tinha que forçar muito para não vomitar. Não vou mentir que não era algo muito agradável de se passar, ainda mais quando alguns faziam questão de bufar e grunhir bem próximo a meu rosto.

A porta do edifício foi derrubada com grande parte da parede, dando uma entrada muito acessível a qualquer um — sendo pessoas ou zumbis —

Após sair do prédio, fui lentamente me separando do bando e indo em direção à floresta ao lado da cidade. Quando foi possível ouvir não muito longe, tiros e pessoas gritando. Os barulhos logo foram o alvo dos errantes que passavam ali. E a essa altura eu já estava desesperada arrumando minhas flechas em minha cross-bow, ao mesmo tempo que não demorou muito para alguns do bando perceberem meu jeito diferente de agir e caminharem desajeitados em minha direção. Os gritos ficavam mais altos e os tiros ensurdecentes faziam zumbis caírem no chão – agora, definitivamente mortos -.

Eu não tinha muitos lugares para ir. O Eixo estava enfestado de zumbis e o único lugar para entrar nele, estava bloqueado. Em todas as direções vinham mais errantes e correr até a floresta seria arriscado. A minha frente tinha um pequeno grupo desesperados e corriam para todas as portas que viam. Foi então que entrei em um dos prédios mais próximo e subi até o último andar, onde não teria perigo – além da altura, claro -. Os disparos cessaram, mas ainda assim, os barulhos estrépitos que eles faziam era o suficiente para chamar a atenção de qualquer um que estivesse lá embaixo – e isso inclui, principalmente, os errantes -.

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– Tris? O que está acontecendo? – Meu rádio começou a chiar. – Tris, responda.
– É um grupo. Mais ou menos 12 pessoas, estavam nas ruas quando atiraram matando zumbis.

Digo no rádio enquanto abro minha mochila a procura de um binóculo que sempre carregava.

– Como assim? Já não vem pessoas a cidade há muito tempo.
– Pois é, é um lindo dia para novas experiências, não é Martha?
– Tris, pode nos informar onde estão esse grupo de pessoas.
– Eu estou vendo eles. Estão no Eixo Leste. – O Eixo Leste era um dos únicos prédios inteiros da cidade. E é também onde Ezekiel deixa uma grande parte das nossas munições e armamentos. Segundo ele, tem muitas crianças intrometidas entrando e saindo da Área Restrita do Reino, e por isso dividiu grande parte dos suprimentos em cada prédio da cidade. Diferente do Eixo Isolado, que era um dos prédios mais velhos daquele lugar e o mais alto de todos, e era também onde eu ficava quando arriscava a vida das pessoas do acampamento.
– Tudo bem, depois resolvemos isso. Tris, você consegue sair daí?
– Não, agora não. – Digo me escondendo só o suficiente para os vigia. – Estão de olho nas ruas. Se eu sair, vão me ver.

E eu estava, certa, eram 12 pessoas, sendo uma delas um quase morto-vivo. Um deles havia sido mordido no pescoço e seu corpo já estava molhado pelo seu próprio sangue que saia rapidamente de suas veias. O homem gritava histericamente enquanto os outros ficavam em sua volta tentando estancar o seu ferimento.

– Porra. – Falo quase silenciosamente, enquanto me abaixo de novo. – Ezekiel, você está aí?

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Sem sinal, o rádio não estava funcionando.

– Martha? – Digo agora mexendo na antena. – Me viram. Estão procurando por mim do alto do prédio.

E então houve um grito.

– POR FAVOR, NÃO ME MATA – Era o mesmo cara que antes berrava de dor por sua mordida. – EU TENHO FAMÍLIA, RICK. POR FAVOR. – Uma bala disparada. Foi a última coisa que consegui ouvir antes dos berros cessarem.
– EI, EU SEI QUE ESTÁ AI. POSSO TE VER DAQUI. – Era uma voz rouca e áspera, gritava na minha direção. Foi a mesma pessoa que me viu vigiando seu pessoal.

Eu não pensei na hora. Ainda tinha os gritos do antigo homem implorando por sua vida na minha cabeça. Eu saio correndo o mais rápido que pude até as escadas do prédio. Algumas balas percorriam na mesma direção que a minha. Eu me joguei no chão, enquanto a porta atrás de mim era estraçalhada por disparos. Foi quando cheguei no térreo mais uma vez que todos os zumbis olharam para mim novamente. Minha faca estava posicionada na mão e a minha respiração estava ofegante demais para tentar andar entre eles. Não foi difícil passar por eles, já que grande parte deles agora se focava em tentar abrir as portas do Eixo Leste.

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Andando apressada, eu fui me distanciando do bando e indo na direção da floresta. Eu estava cansada, corria o máximo que podia e mesmo assim faltava muito para chegar até meu destino. E cada vez mais eu era bloqueada por mais e mais errantes. Os barulhos de antes atraíram zumbis de todas as partes, mais do que o comum. Havia somente um lugar que eu poderia ir agora. Então eu corri para o beco que dava direto nos fundos de um antigo mercado. O lugar era estreito e fedia mais do que alguns prédios abandonados. Havia sangue espalhado pelas paredes e cada vez que eu seguia mais para dentro do beco, menos suportável ficava aquele lugar. A porta dos fundos do mercado estava aberto e podia se ver duas pessoas mais ao fundo do estabelecimento. Mas, a essa altura eu não poderia simplesmente voltar, então corri para dentro e fechei o local. Dando de cara com um menino e uma mulher. O garoto aparentava ter 15 ou 16 anos enquanto usava um tapa olho e segurava um bebê nos braços. A mulher ao seu lado apontou uma arma em minha cabeça, ela tinha cabelo curto e quase branco.

– Não quero ter que atirar em você. – Diz ela já puxando o gatilho. – Então, me passe suas armas devagar.
– Vocês estão com o grupo no topo do prédio, não é? Eu sei como chegar lá. Posso ajudar vocês.
– Não quero sua ajuda. – Agora a mulher com cabelo curto diz, enquanto se posiciona atrás de mim. – Quero que fique calada.

Ela ainda apontava a arma na minha cabeça, mas estava ofegante e tremula. Estava com medo. Era minha oportunidade de sair dali. A arma saiu com facilidade da sua mão assim que me virei rápido. Joguei a arma longe, enquanto a mulher se debatia. O garoto vinha para cima de mim, então retirei novamente minha faca que agora raspava a pele da mulher na minha frente.
– Para trás, porra. Se não eu ainda machuco ela, você e a criança. – O garoto se afastou relutante, e o bebê chorava em seu colo. – Eu iria realmente ajudar vocês, mas achei muita falta de educação da sua parte, senhora.

Falei enquanto amarrava as mãos dela num cano velho. Conhecendo a pessoa que lidei segundos atrás, ela com certeza iria vir atrás de mim. Afinal, não era muito comum encontrar com pessoas num apocalipse. Então, após verificar se ela estava presa de verdade, me virei a minha mochila caída e a peguei. Não tinha muitos zumbis em frente ao mercado, então eu conseguiria sair dali. A porta estava trancada pela parte de dentro com um móvel e madeiras pregadas a porta. Então fui tirando tudo com calma para causar o mínimo de barulho.

– Você vai deixar mesmo ela ali? – O garoto vinha atrás de mim. Não respondi, apenas continuei tentando liberar meu caminho.
– Eu não tenho uma faca para tirar ela. – Olhei para ele, depois para a criança. Aparentemente, ele não tinha nenhuma arma consigo. Então, resolvi dar a faca que havia pegado da calça da mulher minutos atrás e joguei em direção ao garoto. O caminho já estava livre para ir, então abri a porta e corri rapidamente em direção à floresta.

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Os zumbis já não estavam ao meu redor. Passei a maioria do meu tempo correndo rapidamente em direção ao Reino a fim de dispersar qualquer coisa ou pessoa que pudesse me ouvir. Eu ainda pensava em tudo o que havia ocorrido naquela manhã. O desespero das pessoas. O grito histérico do homem tentando impedir sua própria morte. Pessoas sendo mortas era o meu fraco, algo que me atingia muito profundamente.

Meus passos iam parando à medida que eu chegava mais perto do Reino. Sentia a ponta dos meus dedos pesados, e meu corpo fraquejava enquanto mentalmente eu pedia por um tempo de descanso. E foi aí que finalmente cheguei nos portões do acampamento. Martha me olhava lá do alto das cercas, onde várias pessoas vigiavam os arredores do Reino. Ela me repreendia por trás de se olhar nada simpático. Os portões se abriram e pude ver Ezekiel de braços cruzados. Eu tava fudida. Ninguém sabia até agora que eu havia saído escondida durante a noite, e com certeza teria que contar tudo para eles.

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RIFA – Daryl Dixon