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Entrevista

Robert Kirkman fala sobre Wildfire e sobre o Season Finale

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O autor de The Walking Dead, Robert Kirkman, deu uma divertida entrevista à revista Entertainment Weekly falando sobre o quinto episódio da série, Wildfire, e sobre TS-19, o último episódio da temporada (Season Finale). Segue abaixo a entrevista completa.

A disposição de cadáveres ficou na mente dos personagens de Walking Dead no episódio da noite passada, Wildfire, seguindo o massacre do acampamento em chamas da semana passada. A exibição é simples, porém é também controversa, enigmática? O que fazer com os corpos das pessoas amadas que podem ter virado zumbis, os quais amam o gosto de corpos?

As respostas variaram. Enquanto Andrea, com o coração partido, levou anos para atirar em Amy, Norman Reedus’ Daryl não perdeu tempo em cortar a cabeça de qualquer cadáver ambulante, ou, pelo menos, parecia que poderia fazê-lo. Enquanto isso, o pobre Jim foi deixado para “zumbificar” ao lado da estrada, enquanto o resto dos poucos sobreviventes dirigiram-se para o Centro para Controle e Prevenção de Doenças (o qual, como eu notei em outro lugar, realmente parece que esteve dormindo no trabalho, tanto no de controle, como no de prevenção. Eu ficarei extremamente desapontado se o Centro do cientista Noah Emmerich conseguir um bônus neste Natal).

Quem pode ser culpado por toda essa cruel e sanguinária mutilação? Bem, podemos começar com Robert Kirkman, que é escritor e produtor executivo do seriado e também desenha a HQ (ainda em andamento) de Walking Dead (o terceiro volume da coleção, Too Far Gone, acaba de chegar às bancas). As respotas do autor, nossas questões sobre o episódio da noite passada, teases sobre o último episódio e reflexões sobre a possibilidade de voltar à vida como um zumbi “babão” podem estar realmente “impressionantes”.

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ENTERTAINMENT WEEKLY: Primeiramente, parabéns por The Walking Dead ser a capa dessa semana da EW.

ROBERT KIRKMAN: Tenho que dizer – não puxando o saco da sua revista ou algo desse tipo – mas, quando eles me chamaram e disseram que Frank (Frank Darabont, produtor executivo de Walking Dead) queria fazer a série, eu estava como “Sim, eu acreditarei quando eu vir”. E, então, quando a AMC disse “Nós estamos pegando a série”, eu fiquei como “Sim, tudo bem, tanto faz”. Quando eles realmente começaram a filmar o primeiro episódio, eu estava tipo “Bem, isso é real, está nítido”. Mas, quando eles me chamaram e disseram “O seu seriado está na capa da Entertainment Weekly”, eu acho que foi a primeira vez que eu estava tipo “Meu Deus, não acredito que isso está acontecendo comigo!”

Claro, você saberá que fez isso no showbiz quando nós começarmos a reclamar da má qualidade da segunda temporada.

Não, nós seremos incríveis! (Risos)

EW: Falando do episódio cinco, faz de mim uma pessoa má o fato de eu poder passar o dia inteiro vendo Norman Reedus balançando uma picareta nos crânios dos mortos? (Não se preocupe, eu me sinto da mesma forma)

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RK: Eu acho que isso faz de você humano. (Risos) Honestamente, o personagem dele é um dos meus favoritos no seriado e me chateia não poder voltar no tempo e pô-lo nos quadrinhos.

EW: Eu achei toda a sequência na qual Andrea esperou pelo retorno de Amy como zumbi, ao mesmo tempo, inacreditavelmente emocionante e totalmente eletrizante. Pra ser sincero, eu estava lá sentado, pensando, “Atira nela! Atira nela!!!”

RK: Foi, honestamente, uma das minhas cenas favoritas do programa até agora. Glen Mazzara, que escreveu o episódio, fez um trabalho maravilhoso colocando tensão. Laurie Holden fez um ótimo trabalho, e Emma, fazendo sua transformação em zumbi, então, foi realmente legal.

EW: Outro momento memorável foi quando Carol teve certeza que Ed não estava voltando da morte para abusar mais dela.

RK: Essa cena onde ela enlouquece um pouco com o cadáver dele foi outra coisa legal que Frank sugeriu. No livro em quadrinhos, menciona-se que o marido de Carol, Ed, morreu ao ser assassinado por zumbis e que ele abusava dela, e ela se sente culpada porque estava realmente feliz quando ele morreu. Mas isso não foi mostrado. Essa foi outra coisa que Frank foi capaz de tirar dos livros em quadrinho e expandir.

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EW: Há várias conversas, no episódio, relativas ao que fazer com os corpos dos mortos. Isso parece ser o coração do que você sempre disse que tentaria falar em The Walking Dead, que é como manter sua humanidade em uma situação terrível.

RK: Sim, eu concordo.

EW: Dito isso, eu estou definitivamente de acordo com Daryl sobre a necessidade de lidar o mais rapidamente possível com a ameaça de pessoas virando zumbis. Se fosse somente você e eu em um apocalipse de mortos-vivos, e você ainda espirrasse, eu atiraria em você imediatamente, só no caso.

RK: Bem, eu acho que isso significa que você é uma pessoa má. Não, eu realmente gosto dessas cenas. Você sabe, Glenn saiu e gritou como ele fez – eu gosto que nós estamos começando a ver esses personagens se transformando e, de certa forma, crescendo sobre os personagens que eles se tornam nos livros em quadrinho. Não posso esperar para ver mais disso.

EW: Contudo, eu assumo que Glenn continua se importando sobre a mão decepada de Merle em sua mochila.

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RK: Isso vai aparecer quando você menos esperar. Ele: “Carne de porco e feijão? Oh, eu tenho uma vasilha de carne de porco e feijão bem aqui na minha mochila. Deixe-me tirá-los… Arrrgh! Esta mão decepada ainda está aqui!!!”

EW: Falando em Michael Rooker, ainda está faltando Merle; alguns de nossos comentários têm dado a sugestão de que ele se tornará O Governador, que é o mais memorável vilão a aparecer no livro em quadrinhos. Sem dar muito na cara, seria um desenvolvimento desapropriado, dado o “desmembramento” de Merle.

RK: Isso parece ser uma implicação da maneira como a história foi contada. Mas, eu direi que talvez isso esteja um pouco fora de caminho. Quem sabe o que esperar nos próximos anos desse programa de televisão?

EW: Bem, vocês que sabem, eu acho!

RK: Você só tem que ficar ligado. Note minhas respostas cautelosas.

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EW: Todo o enredo do Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC, em inglês) sugere a possibilidade de que nós iremos descobrir por que os mortos se levantaram, que é algo que você nunca explicou nos seus quadrinhos. Por que você decidiu evitar esse assunto?

RK: Ocorreu-me que, se isso tivesse que acontecer com pessoas reais, então as pessoas não estariam interessadas no porquê de isso estar acontecendo e em como consertar. Elas apenas estariam interessadas em achar comida e sobreviver dia após dia. Mas Frak Darabont disse “Estamos em Atlanta e o CDC é em Atlanta. Por que eles ao menos não iriam querem saber?” e eu disse “Hã? Porque eu não sei onde diabos está o CDC. Eu não assisto muito às notícias”. Quero dizer, ás vezes. Mas eles não estão falando muito sobre o Centro. É sempre como, sabe, em quem Britney Spears destruiu o carro dela. Mas, quando Frank trouxe isso à tona, eu disse que era realmente uma boa ideia. Eu gosto que nós estejamos divergindo dos quadrinhos aqui e ali. Para alguém que se apavora, eu diria “Nós sempre estamos voltando para o caminho”. Frank sempre esteve mantido no fato de que os quadrinhos são um caminho, mas não estamos presos a eles. Se uma ideia de uma história vem, nós deixaremos o caminho por um episódio ou dois, mas sempre voltaremos a ele. Estou certo de que haverá pessoas que estarão tipo “O CDC? Que diabos? Isto não está nos meus quadrinhos. Isso não é bom!”. E tudo que eu diria para essas pessoas é “Calma”.

EW: Os filmes de George Romero de mortos-vivos raramente se preocupam com o porquê de os mortos voltaram à vida, exceto por alguma especulação sobre o apocalipse estar conectado ao retorno de um satélite em A Noite dos Mortos-Vivos. Pessoalmente, como um grande fã de mortos, estou totalmente aberto à ideia de que um dia os mortos irão somente levantar-se e tentar me comer por uma razão qualquer. Estou surpreso que isso ainda não aconteceu. Mas, você se preocupa que – em parte, por causa de Lost – pode haver muitos recém-chegados ao gênero que assumem que o programa é realmente sobre “Por que isso aconteceu?” e “Como podemos consertar?”

RW: Acho que você está certo. Acho que há muito espectadores que pensam que isso é algo que será tratado e que isso é um mistério que provavelmente irá fluir no programa. E tudo que eu posso dizer é que, à medida que avançarmos, iremos responder a essas perguntas para satisfazer esses espectadores, ou nós deixaremos claro para eles que não há questões que iremos responder, e que isso não é realmente sobre o que é este programa.

EW: Tenho sentimentos confusos sobre tanta coisa que acontece em The Walking Dead, que é realmente umas das grandes coisas sobre o programa. Mas eu tenho alguns sentimentos confusos particularmente sobre os personagens deixando Jim se tornar um zumbi. Eu ficaria tipo “Sim, com certeza, faremos isso, Jim.” E, então, estouraria os miolos dele por trás.

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RK: Honestamente, eu teria seguramente escoltado você para fora do prédio, se eu trabalhasse para a EW. Você está me assustando. Você disse que quer atirar nas pessoas quatro vezes nos últimos dois minutos. Eu não entendo como você vive na sociedade normal. De qualquer forma, isso é algo dos quadrinhos. A única coisa em que eu estava pensando quando eu estava escrevendo era “ Há a morte, que é essa desconhecida. Mas você tem visto zumbis andando por ai, e eles são uma forma de vida”. Eu nunca tinha visto alguém em um filme de zumbi dizer “Não, não, não, eu vou acompanhar esse negócio de zumbi”. Pra mim, é como “Como você sabe que está na terra do arco-íris e que todos parecem bolinhos quando você é um zumbi?”. Tipo, deve ser maravilhoso ser um zumbi. Quem sabe?

EW: Talvez, eles só façam essa coisa de “Uuurgh!” quando vivem pessoas ao redor. Talvez, quando as pessoas não estão por perto, eles vão ao boliche, ou a corridas de carros, ou algo assim.

RK: (Risos) É verdade, cara. Se um zumbi… Estou tentado imaginar uma maneira de adaptar “Se uma árvore cair na floresta, vai fazer um barulho?” para os zumbis, mas eu não serei capaz de expressar. Então, vamos só deixar os leitores ajustarem essa analogia convenientemente.

EW: Certo, apenas nos diga alguma coisa sobre o final na semana que vem.

RK: Deixe me ver, deixe me ver. Acredito que um pouco de vinho é bebido.

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EW: Isso é realmente tudo que você está nos dando?

RK: Bem, se você tem assistido ao programa, você saberá que há muito acontecendo entre Rick, Shane e Lori. Acho que, se você está interessado em ver como esse triângulo amoroso está progredindo, você deve querer ter certeza que estará ligado no último episódio dessa temporada. Então, isso é bom. E, em seguida, eu acho que alguém tomará um banho.

EW: Essa pessoa é uma mulher?

RK: (Risos) É.

EW: À propósito, eu gosto do otimismo que você mostrou dizendo “Se você tem assistido ao programa…”, como se houvesse honestidade em pessoas que estão lendo o final de uma sessão de perguntas e respostas com o autor de The Walking Dead e não estão assistindo ao programa.

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RK: Você nunca sabe. Podem existir pessoas que nem tem televisão que estão tipo “Eu consigo todo meu divertimento lendo entrevistas online. Esse programa parece estar se saindo bem, e parece ser realmente interessante. Mas eu tenho uma estrita regra sobre não assistir televisão, então, nunca irei sintonizar nesse programa!”

Fonte: ohnotheydidnt

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