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BEM-VINDOS À NOVA ORDEM MUNDIAL: Conhecendo Negan

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Como a segunda edição da The Walking Dead Magazine é dedicada aos vilões – pode-se perceber pela capa, ilustrada pelo ator David Morrissey, que interpreta o Governador na terceira temporada do seriado da AMC – pareceu ser justo dar algum espaço na revista para nosso atual malvado que aterroriza Rick na HQ. Ele carrega consigo um taco de baseball enrolado em arame farpado, chamado Lucille e lidera um grande grupo de guerreiros chamados The Saviors (Os Salvadores), e ele está criando um mundo às suas ordens. E Negan é seu nome…

Texto: Dan Auty. The Walking Dead Magazine #2

ALERTA DE SPOILER: Este texto inclui potenciais spoilers para quem não leu a HQ.

Como qualquer um que tenha lido mais do que umas duas edições de The Walking Dead poderá lhe contar, os zumbis não são os verdadeiros vilões na história. Claro, eles representam uma ameaça constante e influenciam quase todas as decisões que Rick e aqueles sob seu comando precisam tomar, em relação à sua sobrevivência. Mas os walkers são criaturas que não pensam, relativamente fáceis de se lidar quando em pequenos grupos e é muito fácil ser mais esperto do que eles. À medida que você pode assegurar que eles não se aproximem muito, você estará ok.

O fato triste é que os verdadeiros vilões de The Walking Dead são as outras pessoas. Ao longo do curso de mais de cem edições, Rick e cia. encararam todos os fraudulentas, não confiáveis, sádicas, odiadas e assassinas tentativas que a Humanidade tem a oferecer; emoções e motivações comumente são escondidas abaixo da superfície de uma sociedade civilizada e emergem em toda a sua terrível glória agora que a ordem foi quebrada. Pessoas outrora boas tiveram sua moralidade testada pelos extremos ao seu redor, enquanto as pessoas de vontade forte que sempre caminharam em uma linha tênue entre o certo e o errado tiram a vantagem desse mundo em colapso para exercer sua própria e questionável autoridade.

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MAÇÃS PODRES

Neste último grupo incluem-se pessoas como Dexter, Chris, o líder canibal dos Caçadores e, evidentemente, O Governador. Porém, nas mais recentes edições, uma nova força do mal tem sido apresentada, uma que promete ser a maior ameaça humana isolada que Rick e seu grupo já encarou. Trata-se de Negan, o enigmático líder dos Saviors, um grupo brutal de sobreviventes que, quando ouvimos falar deles pela primeira vez, na edição 96, estavam controlando o potencial santuário da comunidade de resgates de Hilltop.

Os Saviors impuseram um “acordo” com os moradores desta comunidade rural – metade de sua produção, em troca de manter os arredores livres de walkers. O grupo sustenta o acordo com ameaças de violência, levando a uma atmosfera de medo entre os pacatos moradores de Hilltop. Rick tenta acertar uma contra-proposta com seu líder, Gregory – eles neutralizariam a ameaça de Negan e seus homens em troca de suprimentos de que eles necessitam desesperadamente. E então nossos heróis entram em conflito direto com Negan, e o que era antigamente uma tarefa simples de apavorar sobreviventes menos experientes se torna algo mais perigoso e capaz de mudar suas vidas do que tudo o que eles já encararam até então.

O que diferencia Negan dos demais vilões de The Walking Dead, em parte reside no modo como Robert Kirkman escolheu apresenta-lo. Ao contrário do Governador – que aparece subitamente na edição 27 e quase imediatamente se estabelece como um déspota carismático, porém cruel – há uma lenta e crescente preparação até o début eventual de Negan na edição 100.

O QUE HÁ EM UM NOME?

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No início, é apenas um nome – mais um líder de mais uma gangue saqueando o que eles podem. Nada diferente do Governador, de Chris ou até mesmo de Rick.

Ao longo do tempo, o grupo de Rick se construiu como uma unidade autossuficiente, confiando em uma formidável mistura de cérebros e força física, levando a uma crença quase arrogante de que eles poderiam lidar com qualquer ameaça que cruzasse o seu caminho. “Eu já lidei com esses tipos antes”, diz Rick a Gregory. Mais tarde, quando ele retorna a Alexandria, ele descreve as ameaças de Negan como “vazias”.

A primeira sugestão de que Negan possa ser um tipo diferente de adversário vem quando o grupo encontra um quarteto dos Saviors pela primeira vez, ao retornar de Alexandria, vindos de negociações na comunidade de Hilltop. Não que eles parecessem diferentes de qualquer outro grupo de guerreiros durões e perigosos numa estrada – mas pela maneira que eles se referem ao seu líder ainda não visto implica um relacionamento muito diferente, por exemplo, daquele do Governador com seus homens. Naquele caso, o Governador usava mentiras e segredos para chefiar Woodbury e angariar respeito de seus homens. Muito da sua força vinha de conseguir convencer aqueles subordinados a ele que ele era um homem razoável, e aqueles que se opunham a ele eram os maníacos perigosos.

Os Saviors não estão sob nenhuma visão equivocada a respeito das intenções de Negan. E ainda que eles não pareçam teme-lo – eles falam de seu líder como se falassem de membros de uma seita, com respeito e devoção: “Todos nós somos Negan. Ele fala através de nós, e falamos por ele. As palavras dele são as nossas”.

ALÉM E FERVOR

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Isso é o que faz os Saviors se tornarem tamanha ameaça aos moradores de Hilltop e ao grupo de Rick – como a história provou várias vezes ao longo do tempo, a obediência cega e fanática a um líder carismático é algo perigoso.

Há uma certa solidariedade implícita entre os Saviors. Claro, isso é apenas mais uma forma de manipulação psicológica que não é diferente de muitas maneiras daquelas usadas para conseguir-se a subserviência pelo medo, mas que sugerem que esses homens irão lutar até o fim por seu mestre. E quando os Saviors trazem o conflito às portas de Rick, na edição 98 – resultando em mortes em ambos os lados – há uma sugestão de que eles possam ter agido por iniciativa própria, sem o comando direto de Negan, apenas um entendimento implícito do que ele poderia esperar daquele grupo.

A decisão de Negan de ficar à parte daqueles que ele está oprimindo serve apenas para criar uma atmosfera de mistério e medo para a comunidade de Hilltop, utilizando seus seguidores como porta-vozes. Gregory fica pasmo quando ele fica sabendo que Negan saiu de seu esconderijo para confrontar Rick: “Nenhum de nós, na verdade, viu Negan. Nós nem sabíamos se ele era real!”

Rick poderia estar esperando mais um tirano fraco, mas a construção primorosa de Kirkman até o seu eventual aparecimento implica o contrário. Não há modo de um escritor levar quatro edições provocando o leitor com o nome de Negan sem nos entregar algo muito maior do que mais um cara malvado comum. Claro, ele é apenas um homem, mas em sua primeira cena temos Rick e todos aqueles que foram suficientemente azarados por estarem viajando com ele quando eles foram emboscados em franca desvantagem. Cercados pelos Saviors, Negan decreta a lei: “A Nova Ordem Mundial é essa, e é muito simples. Me dê o que você tem ou eu mato você”.

O HORROR, O HORROR

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O que aprendemos sobre Negan neste encontro relativamente breve é que ele é um homem definido pela contradição. Ele é eloquente, mas é desbocado – Negan tem muito a dizer, tudo baseado em uma corrente de promessas criativas. Ele é inquestionavelmente selvagem – o brutal espancamento de Glenn em frente de seus amigos e da mãe de seu filho por nascer confirmam isso. Mas enquanto a face de Negan revela um prazer sádico no assassinato, ele também diz ao grupo que ele não quer matar nenhum deles – quanto menos pessoas tiver, menos suprimentos podem ser saqueados por ele. A morte de Glenn é puramente uma demonstração da sua vontade e um ato de justiça em memória aos seus homens mortos por Rick.

Ainda mais curiosamente, considerando que ele é o responsável por uma das maiores mortes na série, ele parece estar incomumente incomodado em relação a como a sua escolha da vítima possa ser percebida pelos demais. Ele inicialmente descarta Heath, Michonne e Glenn por questões de cor – “Posso ser muita coisa, mas nunca quis ser chamado de racista. Vocês estão fora dos meus limites”– e, no fim, ele escolhe aleatoriamente, assegurando-se de que nenhuma de suas vítimas em potencial receba um tratamento “especial”.

E é isso… por enquanto. Reiterando novamente que Negan está agora no controle de suas vidas, ele desaparece com seus homens na noite, deixando um grupo abalado e muito menos seguro do seu lugar no mundo do que antes. Como veremos nas próximas edições, esse encontro com Negan faz com que Rick questione sua abordagem àqueles que abusam dos outros e oprimem. Teria uma abordagem menos agressiva ao problema com os Saviors poupado a vida de Glenn?

O relacionamento com o povo de Hilltop, antes preenchido com as promessas de segurança, agora estão assombrados por perigo e incerteza. Apenas uma coisa é certa: ainda não vimos o melhor de Negan…

NEGAN VS O GOVERNADOR: QUEM É O MAIS MALVADO?

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O Governador foi o malvado número um de The Walking Dead por várias edições e permanece sendo o principal vilão para muitos. Porém, Negan é o cara novo na história e parece que ele será um páreo duro para o Governador. Mas, quem é o maior vilão, afinal?

PÊLOS NO ROSTO:

Negan pode ser cruel e implacável, mas com aquele rosto lisinho a sua carreira como tirano está prestes a afundar. 1/10

O Governador entende que todo grande vilão tem que ter algum pelo facial, e cultiva um bigode de aspecto particularmente cruel, e que parece gritar: “EVIL”. 9/10

ARMA ESCOLHIDA:

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Nenhum usa armas ou explosivos. Negan espalha sadicamente o medo no coração de seus inimigos com um taco de baseball enrolado em arame farpado chamado Lucille. 8/10

O Governador não usa apenas uma arma – ele usa o que puder alcançar com as mãos. Demonstra possuir várias habilidades, mas falta a ele o foco violento de Negan e seu ‘feliz’ bastão. 6/10

DISCURSO CRUEL:

Negan certamente pode conversar – sua primeira aparição é um longo discurso cheio de divagações sobre o que ele faz e o que planeja fazer. Mas ele fala tudo com um sorriso no rosto e claramente possui senso de humor – talvez a gente descubra que ele era um comediante do tipo “stand up” em sua vida pré-apocalipse. 7/10

O Governador é um orador menos eloquente, e talvez mais direto. Há poucas linhas tão incríveis quanto: “Eu planejo fazer isso diariamente, o máximo que posso, até que você descubra uma maneira de se matar!” Empate, então. 7/10

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O QUE HÁ EM UM NOME?

Um bom vilão precisa de um nome assustador, e Negan certamente é um nome estranho e distinto. Vamos apenas esperar que a gente não descubra mais tarde que seu nome completo é Nigel Negan ou algo parecido. 8/10

O Governador é um bom nome. O que é vergonhoso é o seu nome real – Brian – tão nofensivo que ele precisou roubar a identidade de seu irmão Phillip antes de adotar um título mais pomposo. Mas ainda assim, Phillip é assustador? 5/10

ESCORE FINAL:

O Governador quase empata essa briga, basicamente devido a desapontadora performance de Negan em cultivar um bigode. Mas alguns dias sem barbear e talvez tenhamos uma história diferente…

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I LOVE LUCILLE

O taco envolto em arame farpado de Negan já causou alguma impressão – basicamente no crânio de Glenn – e podemos estar certos de que ele irá fazer mais aparições em The Walking Dead. Mas quem ou o que pode ter inspirado esse covarde descrente a batizá-lo com esse nome?

– I Love Lucy : Negan pode ter sido um fã da famosa estrela do sitcom dos anos 50, Lucille Ball, apesar de tudo. Afinal, é um bastão de base-ball…

– Rei do Blues: BB King chamava sua guitarra de Lucille. Talvez Negan seja fã do homem que um dia cantou: “Look out, baby, I’m in a dangerous mood…”

– Please Come Back: Outra lenda do Rithm’n’Blues com uma preferência por esse nome era Little Richard, que emplacou um hit em 1952, e a música se chamava Lucille. Dito isso, é uma pena que Negan não optou por outra música de Little Richard e chamou seu bastão de Tutti Frutti.

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Fonte: The Walking Dead Magazine #2
Tradução: @BinaPic / Staff Walking Dead Brasil

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