5ª Temporada
Michael Cudlitz fala sobre Abraham e sobre a missão do grupo para Washington
A primeira coisa que vocês podem notar em relação ao Sgt. Abraham Ford é o bigode dele. Porque é incrível. Mas vocês notarão muito mais coisas a seu respeito quando a quinta temporada de The Walking Dead estrear, no dia 12 de outubro. Já sabemos que Abraham tem a intenção de fazer com que Eugene chegue a Washington D.C., em um esforço para acabar com a praga zumbi. Mas os leitores dos quadrinhos de The Walking Dead sabem que há muito mais coisas a serem reveladas sobre o personagem e, de acordo com o homem que o interpreta, Michael Cudlitz, nós veremos essas coisas serem reveladas em breve.
A Entertainment Weekly conversou com Cudlitz para saber sua opinião sobre participar do seriado, as revelações em relação ao passado de Abraham, a grande missão para D.C. e o que mais poderemos esperar na quinta temporada.
ENTERTAINMENT WEEKLY: Você foi para sua primeiro San Diego Comic-Con como membro de The Walking Dead nesse verão. Como foi ver todo o fandom tão de perto?
MICHAEL CUDLITZ: Foi incrível. Aquela energia, em um momento, durante o nosso painel, Norman se virou para tirar um selfie – ele queria um selfie dele com a audiência. Ele não percebeu na hora, mas eles tinham acendido as luzes para o local. Só de ver aquelas 6.500 pessoas, aquele mar de pessoas – não dá realmente para vermos quando estamos no palco. Só conseguimos ver 10, 20 fileiras quando as luzes estão sobre nós. Quando eles levaram as luzes, foi outro nível. É extasiante, ver todos eles enlouquecerem. Nós fomos até o chão também. Eu, Steven, Andy e Scott Gimple vestimos nossas máscaras de Homem Aranha, que parecem ser a máscara que todos escolheram para se esconder nesse ano.
Sim, Daniel Radcliffe também vestiu a máscara de Homem Aranha. Agora, os fãs podem abordar qualquer pessoa que esteja usando máscaras de Homem Aranha para ver se há uma celebridade por baixo delas.
Michael Cudlitz: Agora nós evitaremos usar máscaras de Homem Aranha e vestiremos outra coisa no ano que vem, eu imagino.
Vamos falar sobre você na série porque você era um novato na última temporada – você começou na segunda metade da quarta temporada, mas só começou realmente a trabalhar com Steven, do elenco original, durante a maior parte da temporada até o fim. Como é estar meio que completamente integrado às coisas?
Michael Cudlitz: Você levantou uma questão muito legal. Eu não senti que estava completamente integrado ainda. Em retrospecto, se eu pudesse escolher uma maneira de entrar na série, essa seria a maneira, com Steven, então você não é ‘bombardeado’ pelo elenco inteiro de uma vez só, tentando entender tudo. Olha, é um grupo grande, existem muitas personalidades. Todos são pessoas incríveis, mas é um grupo grande. Qualquer um que estivesse naquela situação sentiria não só a pressão de conhecer todo mundo, mas, sabe, você está chegando em uma série que é indiscutivelmente a maior série do mundo atualmente, tendo um papel substancial como um dos personagens favoritos dos fãs dos quadrinhos, um personagem que existe e em relação ao qual as pessoas fazem pré-concepções e têm expectativas. Então, há muitas implicações em entrar na série.
Então, em retrospecto, estou completamente entusiasmado nesse caminho, trabalhando com um grupo menor e passando por essa fase. O resto do grupo poderia ver meu trabalho completamente finalizado. Eu tenho certeza de que conversaram entre eles para terem uma impressão do que eu estava trazendo, quais eram as minhas expectativas. Como vocês viram no ano passado, eles todos terminaram presos no vagão juntos, e foi então que todos começamos a trabalhar juntos. É realmente fantástico. Eu disse no painel do ano passado que eu me sentia como uma visita convidada a entrar na casa, e todos eram muito amáveis e me deixavam dormir no sofá. Nesse ano, eles me construíram um quarto.
Eu amo esse personagem dos quadrinhos. Ele é um cara que está envolvido em uma missão que basicamente determinou para si mesmo, e essa missão é levar Eugene a Washington. Conte-me sobre porque Abraham está fazendo isso. É para dar a ele um senso de objetivos em um mundo em que muitos dos objetivos são frequentemente perdidos?
Michael Cudlitz: Você é fã dos quadrinhos, então eu meio que posso me referir a isso diretamente. Não só o mundo foi perdido, mas tudo que diz respeito a Abraham e ao seu mundo específico foi perdido. Essa é a única razão que ele tem para viver, e isso tem um objetivo, tem um significado. Tem um significado tão grande que é a coisa mais importante no mundo que já foi feita. O que deixa ele confuso é que ninguém mais entenda isso. Nós entramos nessa questão logo no início, com Glenn e a busca por Maggie. Quer dizer que achar a pessoa por quem você está apaixonado é mais importante do que salvar o mundo? Se realmente olharmos a questão, não existe nada mais importante do que salvar o mundo, mas se a única pessoa no mundo que você ama está lá fora e você pode conseguir encontrá-la, você tentaria [encontrá-la]? Valeria a pena viver se a única pessoa que você ama e com quem se importa no mundo não está mais com você? O que se introduz também na missão dele, e é um paradoxo muito curioso que o levou a fazer o que ele está fazendo agora.
Você mencionou o passado nos quadrinhos, que é um passado muito trágico. Isso é algo que em que vocês mergulharão um pouco mais nessa temporada?
Michael Cudlitz: Nós vamos definitivamente examinar o passado dele e certas coisas são tiradas diretamente dos quadrinhos, como Scott disse, e certas coisas estão prestando homenagem aos quadrinhos. Acho que as pessoas que são fãs dos quadrinhos e as pessoas que não sabem de nada sobre isso ficarão igualmente satisfeitas com a revelação do passado de Abraham e do que o está motivando. Nós definitivamente nos aprofundaremos em todos os personagens, isso é o que conduz [a história] esse ano. É algo realmente ambicioso.
Como todos os outros se sentem sobre a missão que Abraham assume tão intensamente? Eles estão a bordo nesse plano ou há alguns céticos entre o grupo?
Michael Cudlitz: Bem, eu acho que, sempre que se tem um grupo que é formado por mais de duas pessoas, haverá opiniões que se diferem mas, agora, qual é a escolha que eles têm? Eles estão presos em um vagão. Você quer ficar preso no vagão? Então, é, literalmente, quais as opções que eles têm nesse ponto? Eu poderia argumentar que o grupo nunca teve nenhuma missão, nenhum arco narrativo envolvendo uma missão antes. Só se tratou de sobreviver. Não houve muitos ‘amanhãs’ na série. A série se preocupa com o momento presente. Eu acho que, quando alguém mostra algo que é maior do que preocupações individuais, é definitivamente algo em que todos prestam atenção e todos processam de seu modo próprio, e em relação a que todos têm sentimentos. Mas o grupo está ficando maior e é como uma unidade familiar. Quando você está lidando com você e com sua esposa, é muito fácil. Quando você se compromete com alguém, os parentes e todo mundo vêm às festas dos feriados, e as coisas podem começar a ficar complicadas. Eu acho que é dinâmica que acontece é assim. Nem sempre é bom. Mas existe uma dinâmica que está sempre mudando e com a qual as pessoas têm que lidar.
Estou realmente curioso para ver a relação entre Abraham e Rick porque nós não vimos você interagir com ele em nenhum momento, exceto, talvez, numa fala da última temporada. Esses personagens, nos quadrinhos, realmente batem de frente no início, e nós talvez tenhamos visto um pouco disso no trailer da quinta temporada. Porque não me conta um pouco sobre como será a relação deles, considerando que os dois são os caras acostumados a estabelecerem as regras?
Michael Cudlitz: Vocês viram um pouco no trailer. Obviamente, eles não concordaram um com o outro naquele momento, para dizer o mínimo. Lembrem-se, Abraham é um sargento. É um sub-oficial. Está definitivamente orientado em direção a uma missão, mas está tipicamente lidando com uma missão menor. Ele não é necessariamente o cara que toma as decisões para o grande plano. Pode ou não haver tensão com alguém que quer ser o coronel ou o general porque ele não está acostumado com isso. Ele recebe um plano e vai executá-lo, com certeza.
Isso não quer dizer que ele não possa ser o coronel ou o general algum dia. Só que, agora, ele não é. E não se resume a isso. Tudo se resume a ter certeza de que a missão será executada e de que Eugene chegue a Washington. Se alguém tem um plano melhor que seja viável de funcionar, ou um modo melhor de fazer isso, ou de abordar isso – ele não ficaria fechado em relação a isso. Não se trata de “Iremos para D.C. do meu jeito.” É “Iremos para D.C., mesmo que, em algum ponto, talvez tenha que ser do meu jeito, se as tensões aumentarem e as pessoas não cooperarem.”
E quanto à relação entre Abraham e Rosita? Eles são um casal nos quadrinhos, mas a única pista que o seriado deu foi a mão dele na perna dela em determinado momento. Isso é algo que nós veremos mais na quinta temporada?
Michael Cudlitz: Como eu disse, com todos, nós nos aprofundaremos em conhecê-los individualmente. O que eu acho que Scott faz fenomenalmente é fazer você se importar com esses personagens ao aprender mais sobre eles. Quando coisas maravilhosas acontecem com eles, você compartilha disso. E quando coisas horríveis acontecem, você compartilha também. Eu acho que é um grande desserviço que você faz com um personagem é criar um personagem que todos queiram que morra. Não quero dizer como a Lori morreu. Todos queriam que a Lori morresse a toda semana, mas nós não queríamos de verdade que ela morresse. Nós queríamos odiar a Lori toda semana por ela ficar ‘indo e voltando’ com Shane e com Rick, e colocá-lo naquela posição, e você meio que amava odiá-la.
A pior coisa que você pode fazer é ter um personagem que todo mundo literalmente quer que morra toda semana. Você fica pensando, oh, caramba, matem esse cara. Você não quer isso. Você quer que as pessoas amem esses personagens, ou que amem odiar aqueles personagens dos quais eles não gostam. Scott é fenomenal em fazer isso e aumentar os riscos para cada personagem individual. Você se apaixona por esses personagens, quer seja para amá-los ou odiá-los. Haverá mais disso e nós vamos certamente saber mais sobre Abraham e Rosita e sobre o que os aproxima. Eles são como um par estranho, e nós saberemos mais sobre eles e sobre todos os outros.
Quando você recebeu o papel, você leu os quadrinhos a toda velocidade com Abraham, ou de que modo você decidiu se apropriar do material fonte?
Michael Cudlitz: Eu era fã do seriado e sabia que era diferente dos quadrinhos. Então eu não queria nem me confundir nem desperdiçar tempo em algo que não faria sentido e me desviar do que eu deveria estar estudando. Quando eu perguntei ao Scott sobre a pesquisa que eu deveria fazer para a série, ele disse que eu não deveria, de modo nenhum, ler os quadrinhos. A porção emocional da história inicial seria algo que nós adiaríamos. Era definitivamente, se não exatamente a mesma coisa, o peso emocional seria o mesmo. Eu tomei isso como uma informação útil e segui [o conselho dele]. Agora, conforme avançamos, estou descobrindo aos poucos sobre as histórias da série. O conselho que ele me deu foi incrível. Os grandes elementos do passado de Abraham são definitivamente o que está guiando. Há coisas que acontecem que vemos nos quadrinhos do que Abraham diz a Rick no lado da estrada, nos quadrinhos – é um pedaço do tempo perdido que nós desenvolveremos em algum ponto, porque nós já mencionamos certos elementos disso. Esses pedaços não se ‘amarram’ necessariamente aos quadrinhos. Scott é maravilhoso em relação a conectar esses pontos.
The Walking Dead, a história de drama mais assistida da TV a cabo, irá retornar com a quinta temporada no dia 12 de Outubro de 2014 na AMC e no dia 14 de Outubro de 2014 FOX Brasil. Confira otrailer oficial da temporadae fique por dentro de todas as notícias.
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Fonte: Entertainment Weekly
Tradução: Lalah / Staff Walking Dead Brasil