Entrevista
Norman Reedus Agradece aos Fãs Pelo Carinho á Daryl Dixon
Norman Reedus não assiste muito á TV, então não conhecia nenhum dos personagens que, Daryl Dixon, derrotou no torneio RedEye de Melhor Personagem da TV nas duas últimas semanas. O matador de zumbis Daryl enfrentou Abed Nadir, da série da NBC “Community”, vencendo o quarto torneio.
“Eu queria agradecer a todas as pessoas que estão votando e aos que assistem a série, fazendo dela um grande sucesso. É tudo graças a eles, os fãs,” contou ele na quarta feira, de Nova Iorque, acrescentando “Eu gostaria de agradecer a todo elenco e aos roteiristas do programa por me darem tantas coisas e pessoas interessantes com quem trabalhar.”
Mas a complexa atuação de Reedus como Daryl é o motivo do personagem, que não aparece na graphic novel na qual o sucesso da AMC é baseado, se tornou um favorito dos fãs. E ele aprecia todo esse carinho que recebe deles.
“Os fãs vem sendo importantes para manter o Daryl vivo na série,” ele diz. “Sou eternamente grato.”
Reedus, que estava se preparando para ir ao México com seu filho de 11 anos na quinta feira, falou mais sobre sua abordagem ao interpretar Daryl, seu amor recém descoberto por “Portlandia” e o que os fãs podem esperar quando “The Walking Dead” retornar no dia 12 de fevereiro, na AMC.
Entrevista:
Chicago Tribune: Obrigado por ligar.
Norman Reedus: Sim, claro.
CT: Então você sabe sobre o torneio. Vi que você twittou sobre ele agora há pouco.
NR: É, eu ganhei. Woo!
CT: Bom, quase. (tivemos essa conversa uma hora antes de o torneio terminar.)
NR: Ah, ainda não ganhei. [Risos] Votem no redneck!
CT: Restam 50 minutos e você só está a frente por 1%.
NR: Ah. Mas que diabos? Ok, tudo bem. Ei, estou feliz de estar na final. [Risos]
CT: O que você achou do torneio?
NR: É engraçado porque é uma vai e vem; as pessoas parecem estar numa guerra.
CT: Certo.
NR: Eu nunca assisti “Community”, mas eu gosto do Joel McHale. Participei de “The Soup”, mas tenho certeza de que [Community] é muito engraçado. Mas é, eu estou feliz simplesmente por fazer parte disso. E você sabe, as pessoas estão tendo um carinho enorme com o Daryl, então. Estou feliz por fazer parte de um programa legal. Estou feliz de ter um emprego. [Risos] Entende o que eu digo?
CT: Eu entendo. Vamos recapitular todos que foram derrotados pelo Daryl. Primeiro a Lydia Adams de “Southland”.
NR: Me desculpe.
CT: Então você derrotou o Tyrion Lannister de “Game of Thrones”. Depois, Walter Bishop de “Fringe”, e agora você está na final.
NR: Legal.
CT: Você conhece algum desses personagens, na verdade?
NR: Não. [Risos] Honestamente, eu nunca assisto a TV. Eu só assinei TV á cabo há uma semana. Eu sou tão atrasado. Eu comecei a assistir “Portlandia”, e estou viciado agora.
CT: É, esse volta em algumas semanas.
NR: Sim, acho que dia 6, que é meu aniversário.
CT: Legal. Feliz aniversário.
NR: Obrigado. É, um milagre de aniversário. Mas antes se você era um ator, e conseguisse um programa de TV, era do tipo “Ah, continue tentando, você vai conseguir um filme.” Agora, televisão é o que há. É tão raro ver um filme que você diz “Esse é um ótimo filme.” Mas a TV está melhorando cada vez mais. É demais.
CT: Às vezes, mas eu sei o que você quer dizer. O que você acha do apoio dos fãs?
NR: Eu sou muito grato por isso. Os fãs vem sendo importantes para manter o Daryl vivo na série. Ele era tipo um experimento, de primeira, eu acho. Frank Darabont o criou especialmente para o programa. Ele não está nos quadrinhos. Eu recebo um carinho enorme dos fãs, então sou eternamente grato.
CT: Já vi gente te apoiando em muitos sites de fãs e no Facebook e Twitter.
NR: Isso é incrível. É, as pessoas estão falando de uns “bots”. O que é um bot? Eu vi isso por aí, recentemente.
CT: Algumas pessoas programam “bots de votação”, que votam automaticamente o tempo todo. Mas nós estávamos vigiando, e não vimos isso acontecer.
NR: Ah, isso é legal.
CT:Já fizemos esse torneio quatro vezes, e as pessoas sempre os usam. Mas isso é só para diversão.
NR: “Community”, esse programa e o nosso, são muito bons, então muitos votos até que fazem sentido.
CT: Vamos falar sobre o que podemos esperar em “The Walking Dead” em fevereiro.
NR: Muita ação. Acho que já chega de conversa na segunda metade da segunda temporada. [Risos] Quer dizer, é preciso ter todos aqueles diálogos pra podermos instalar novas histórias e tudo mais, mas sabemos que as pessoas querem sangue. [Risos] Mas na segunda metade, a violência se intensifica.
CT: Incrível.
NR: As coisas ficam bem loucas. E acho que um novo personagem é apresentado.
CT: Um novo personagem?
NR: Sim, sobre o qual eu não posso de contar, mas é definitivamente um dos favoritos dos HQ’s.
CT: Ah, é o Governador?
NR: Hmm.
CT: Ah, ok, não me diga.
NR: [Risos]
CT: Tudo bem. Nós conversamos sobre como no começo da temporada o Daryl se aproximou do grupo, e talvez esteja deixando de lado aquele comportamento anti-social que ele costumava a ter no passado.
NR: Sim, você sabe, ele é tipo; uma pessoa que sofreu muito. Pessoas que sofrem tendem a ficar juntas. Ele tem um lado casca grossa, mas também tem um lado bom e sensível, porque ele cresceu sofrendo. Então esse foi o mecanismo de defesa que ele teve durante toda a vida. Então, eu acho que depois que você ultrapassa o escudo dele, o interior, o lado bom, começa a aparecer mais. Mas ele nunca iria querer de dizer isso. E se você tentasse falar com ele sobre isso, provavelmente, ele te daria uma facada. [Risos] Estou tentando fazê-lo o mais complexo possível.
CT: Certo, ele ficará ainda mais integrado com o grupo?
NR: Sim, e você verá que ele assumirá papéis importantes e decisões próprias, e não recebendo críticas e instruções dos outros. É, ele não é realmente um membro do grupo no sentido de que precisa de orientação ou cuidado tanto quanto os outros. Ele não é um dos caras que aceitam ordens, mas ele sabe que há segurança em permanecer em certo número, então ele faz isso. Mas quando se trata de, por exemplo, se perguntar “O que fazemos agora?”, ele não é desse tipo. Espero que ele possa se encontrar no grupo, como parte de uma nova família e descobrir coisas por si mesmo, como um homem. É engraçado quando você trabalha na TV porque tipo, em filmes, você vai daqui até ali, e você tem toda essa informação já pronto para poder trabalhar para chegar até um ponto determinado. Já na televisão, você pode ir variando e deixando essas sementes aqui e ali, fazer essas árvores crescerem é como um bônus para a sua história no futuro. Então quando você vê essas coisas dando frutos, é tipo, “Ah, tenho uma boa idéia.” É como um presente de Natal toda vez que essas sementes são aguadas.
CT: Adoro a forma que você mostra a dor dele de experiências passadas, mantendo-o um pouco rude mas também mostrando como ele realmente quer ser incluído no grupo.
NR: Sim. Obrigado. Quando o personagem da Melissa se curva para beijá-lo, e diz que ele é tão bom como o resto do grupo, foi tipo, ela veio para me beijar e eu agi como [faz um som de assustado], “Ei, você vai me bater?” “E por favor não me beije. Prefiro que você me bata.” Entende o que eu digo? É legal ter todas essas camadas diferentes.
CT: Tudo bem, vou deixar você ir agora. Obrigado por ligar. Feliz Ano Novo.
NR: Obrigado. Vou para o México amanhã.
CT: Está de férias?
NR: Sim, eu vou levar o meu filho comigo para pegar algumas tartarugas ou algo do tipo. [Risos]
CT: Divirta-se.
NR: Ok, legal.
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Fonte: Chicago Tribune
Tradução: Arthur Ribeiro / Staff WalkingDeadBr