2ª Temporada
Melissa, Norman e Steven Falam sobre a 2ª Temporada
No dia 12 de fevereiro, a série de sucesso de zumbis da AMC, The Walking Dead, retorna. Começando logo após o fim do último episódio e de sua grande revelação, aquele evento que abalou intensamente todos os personagens, conduzindo alguns deles a surpreendentes caminhos durante os seis últimos episódios da temporada. Enquanto alguns personagens se aproximam, as divisões surgem e o grupo precisará enfrentar uma ameaça humana que é tão assustadora quando os zumbis já apresentados.
Quando estavam no TCA Winter Press Tour, Melissa McBride, Norman Reedus e Steven Yeun falaram sobre as conseqüências do que aconteceu no celeiro, do quanto foi difícil perder um membro do elenco que eles consideram uma família, que a segunda metade da temporada terá muito mais ação, o desafio de trabalhar a 48ºC com insetos e tripas de zumbis enquanto usavam as mesmas roupas por três semanas, e como se preocupam que cada roteiro seja o último, com o constante perigo a que os personagens estão submetidos.
Confira o que eles tem a dizer, e esteja ciente de que há Spoilers.
P: Quais serão as conseqüências da cena do celeiro e da morte de Sophia (Madison Lintz)?
Norman Reedus: Demorou um pouco para filmar. Quando voltarmos, vamos começar de onde paramos no último episódio. Foi uma droga termos perdido Madison [Lintz]. Gostávamos muito dela. Era parte de nossa família. Nós seguiremos diferentes direções depois disso. É tão devastador. Shane (Jon Bernthal) fortaleceu sua idéia como queria, mas tudo deu horrivelmente errado. Hershel (Scott Wilson) viu toda sua família, quem ele acha que estava doente e poderia ser curado, por assim dizer, serem massacrados diante de seus olhos. Carol (McBride) viu sua filha como zumbi. Muito desmoronou, em várias direções diferentes. Isso nos explodiu, de maneiras diferentes.
Melissa McBride: Haverá divisões entre o grupo.
Reedus: Há muita coisa para se falar a respeito.
McBride: Eles irão repensar tudo e reavaliar a todos, a si próprios e uns aos outros.
Melissa, qual foi sua reação quando leu o roteiro desse episódio?
McBride: Minha reação inicial foi, “Não, eles não fizeram isso,” porque eu soube que isso poderia acontecer e fiquei chateada de ver que Madison [Lintz] não voltaria. É tão divertido trabalhar com ela. Ela é tão profissional.
Os personagens de vocês continuam próximos, quando a série retornar?
Reedus: Continuam. Pessoas danificadas ficam próximas de pessoas danificadas. Carol e Daryl são muito parecidos, nesse sentido, foram abusados e colocados pra baixo por muito tempo. Agora que esses elementos passaram, queiramos nós ou não, há algo parecido que vêem um no outro. Eles cuidam um do outro.
McBride: Há uma pequena divisão que ocorre entre dois deles, também por causa do acontecido. A reação de Carol é lembrar-se de Sophia do modo que ela era e ir em frente. Em seu coração, ela aceita o fato de que não verá mais Sophia. Mas para Daryl é diferente. Ele se afasta um pouco, para fazer o que precisa fazer, e não quero que ele vá longe. Estou preocupada com ele e estou cuidando dele. Carol não pode seguir um caminho que não escolheu, e Daryl não tem ninguém.
Reedus: É, nós cuidamos um pouco um do outro. Todo mundo está tendo casos amorosos e engravidando uns aos outros, o que mais podemos fazer?
McBride: Depois de tudo o que aconteceu no celeiro, há muitas divisões e reavalições.
A primeira metade da temporada foi mais relaxante de gravar porque foi mais caracterizada por essa construção?
Steven Yeun: Eu acho cada episódio muito árduo.
Reedus: Há mais conversa na primeira metade da temporada do que na segunda, que tem mais ação.
Yeun: Mas então, isso compensa porque a conversa que temos na segunda metade é muito intensa.
Reedus: E dificilmente é uma conversa casual. Até a conversa é exaustiva.
Yeun: Não há nenhum dia que seja fácil.
Reedus: É, domingo é o dia mais fácil.
Yeun: Mas isso é que é incrível. Todos os dias, você chega e simplesmente trabalha muito. É ótimo.
Reedus: E a temperatura é de 48ºC lá fora, e há insetos em cima de você, e você leva arranhões e machucados que se tornam personagens do seriado. Mas não poderíamos gravar em Los Angeles ou Toronto, ou em outro lugar.
McBride: Há muita coisa acontecendo na segunda parte da temporada. Não para nunca. É muito intenso. Que ótima equipe que temos, também.
Yeun: É, nós reclamamos sobre o quanto é difícil para nós.
McBride: Depois que terminamos, eles continuam lá.
REEDUS: Estávamos delirantes e estrábicos no último dia da temporada.
McBride: Estávamos literalmente estrábicos.
Yeun: E aí o pessoal saiu e ficamos mais um pouco, afinal de contas.
McBride: Houve uma festa de encerramento às 10:30 da manhã. Foi uma noite incrível. Será uma finale ótima!
Yeun: E, de todas as cenas para terminar a temporada, essa foi uma cena simples.
McBride: A última cena que filmamos, que não é a cena final do episódio, mas nossa última cena gravada, foi na casa, e todo mundo estava de pé, apoiado em algo, para não adormecer.
Reedus: Eu roubei minha besta e a trouxe de volta para New York. Está na parede do meu filho.
Vocês tem muitas cenas realmente intensas, e não podem ficar trocando de roupas, vocês ficam sujos e cheios de tripas de zumbis. Quais são os desafios em atuar nesse seriado?
Reedus: Bem, na verdade, eu fico muito chateado se alguém do nosso elenco tem mais sujeira e sangue do que eu. O Daryl vive no mato. É de lá que ele veio. Ele é um caçador e um rastreador. Ele sabe cuidar de si mesmo. Quando chegamos ao CDC ano passado, todo mundo foi tomar banho e o Daryl foi procurer whiskey. Isso, na verdade, faz parte do nosso seriado. Você está lá fora, está fazendo 48ºC, você está suando, todo arranhado, e há insetos. Eu não acho que poderíamos filmar em Burbank. Isso funciona para nós, como personagens.
McBride: Os insetos são horríveis.
Yeun: Tudo é bom para nós. Eu acho que os desafios, na verdade, são coisas que nos ajudam. Os desafios estão deixando as cenas mais simples, onde é tipo, “Ei, fique aqui de pé e pareça triste” e eu penso, “Certo, está fazendo 48ºC e eu estou usando as mesmas roupas há três semanas”, então fica fácil. Mas se for, “Pareça feliz”, fica difícil. Faça sua escolha, eu suponho.
Steven, você gostou de ter um romance nessa temporada?
Yeun: Sim, absolutamente. Foi divertido. O que foi muito legal nisso é que Lauren Cohan é incrível. Vida e arte andam de mãos dadas. Conforme eu e ela nos conhecemos, os personagens também conseguiram conhecer-se, seguindo o mesmo caminho. Quando você dá um passo para trás, fica tipo, “Oh, porcaria, nós realmente não nos conhecemos tão bem, então essa cena funciona perfeitamente. Oh, agora que nós conhecemos bem, essa cena funciona perfeitamente.” Foi bem divertido.
No fim do oitavo episódio da segunda temporada, há um momento arrepiante entre Rick (Andrew Lincoln) e dois caras que aparecem no bar. Como esse evento vai mudá-lo?
Yeun: Eu acho que esse é definitivamente um momento em que a experiência pela qual Glenn está passando, que é o caso de se pensar que algumas pessoas estão sempre certas, mas nem sempre estão, ou pessoas que você pensa que estão erradas, às vezes estão certas. É simplesmente a habilidade de ele perceber que precisa tomar suas próprias decisões. Essas são as únicas coisas que podem mantê-lo vivo, nessas situações.
Você acha que a perspectiva de Glenn a respeito de Rick vai mudar?
Yeun: Acho que ele definitivamente vai confiar menos nos outros e mais em si mesmo. Isso se enquadra em como ele vê Rick, também.
Como foi a experiência de graver 13 episódios nessa temporada, em oposição aos seis da temporada passada?
Yeun: Impressionante!
Reedus: Foi ótimo. Nós conseguimos contar mais histórias. Conseguimos ficar mais envolvidos com os personagens. Os seis episódios tratavam de se ajustar ao mundo, especialmente o primeiro episódio. Nós pudemos aprender mais sobre nossos personagens e sobre uns aos outros. Foi mais como um compromisso. Eu entrei no terceiro episódio da primeira temporada, então eu basicamente cheguei, disse “oi” e saí mandando bala, logo de início. Mas foi legal. Nós todos ficamos mais próximos, e foi incrível.
O Daryl foi projetado para ser um papel regular?
Reedus: Não, não foi. Na verdade, foi o Frank [Darabont] quem escreveu o papel para o seriado. Ele o criou, pois o Daryl não está nos quadrinhos. Eu não sei. Acho que foi tipo um experimento, no início. Não tenho certeza. Estou feliz que esteja indo bem e que eu ainda esteja na série. É muito divertido. É, de longe, o melhor trabalho no qual já estive.
Como há tanto perigo, vocês se preocupam que seu próximo roteiro seja o último?
Reedus: O tempo todo, toda semana.
McBride: Oh, sim, absolutamente. Haverá 16 episódios na próxima temporada, em vez de 13.
O que vocês podem contar sobre como serão as coisas durante a segunda metade da temporada?
McBride: Novos personagens serão introduzidos, e mais pessoas vão morrer.
Vocês tem alguma idéia do quanto os fãs querem que cada um dos personagens permaneçam na série?
McBride: Os fãs são fantásticos. São ótimos.
Reedus: Eu literalmente recebi três caixas de presentes. O quarto do meu filho não é nada além de pinturas do Daryl Dixon, bonecos, isqueiros, tatuagens e calcinhas. É muito engraçado. É divertido.
Eles obscurecem os fãs de Santos Justiceiros?
Reedus: Os fãs de Santos Justiceiros também são muito ferozes. Eu recebo mais coisas dos fãs de The Walking Dead. É um bônus pra mim. O mesmo grupo de pessoas gosta das mesmas coisas. É impressionante, para ser honesto.
McBride: Eu amo os fãs da minha Carol. Eles escrevem os bilhetes mais doces do mundo e dizem que, de todos, Carol os inspira. Não é legal? É agradável. Eles dizem, “Se ela pode sobreviver após o apocalipse, eu posso sobreviver a isso.” Eles se identificam com ela. É legal.
Os espectadores vão rever o Merle?
Reedus: Sim, vocês vão vê-lo. Ele voltará, eventualmente, e provavelmente estará super irritado. Será interessante. Será que o sangue é mais forte do que esses novos laços que ele construiu? Haverá muitos confrontos adiante, com certeza.
Melissa, a Carol vai achar sua força interior, após tudo que ela passou?
McBride: Sim. Ela lidou com muitas coisas sozinha, durante um longo tempo, antes mesmo do apocalipse começar. Eu acho que é assim que ela lida com as coisas. Ela tem que se entender com o que há dentro de si, pois não consegue se comunicar com as pessoas ao seu redor. Eles são pouco comunicativos. Então, ela se entende consigo mesmo, e vai em frente. Ela lida com isso do seu próprio modo. Ela descobrirá que está tomando conta de si mesma mais do que antes.
Você fica surpresa com como ela se fortaleceu durante a série?
McBride: Eu não me surpreendi porque eu conheço mulheres nas mesmas circunstâncias, que suportaram esse tipo de abuso, e tem muito mais força do que imaginam. Elas precisam ser fortes, para sobreviverem. Independente ou não de terem coragem de terminar essa relação abusiva está além da questão. Há algo que as mantêm de pé. Agora que Ed está morto, veremos essa força interior se manifestar. É o espero para ela. Não sei o que os escritores farão com ela.
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Fonte: Collider
Tradução: Lalah / Staff WalkingDeadBr