3ª Temporada
Steven Yeun revela: “Há um milhão de cães no set de The Walking Dead”
Se você não está em dias com a atual temporada de The Walking Dead, proceda com cuidado! Spoilers à frente.
Steven Yeun, que interpreta o Glenn Rhee em Walking Dead, brinca que ele gostaria de um dia ter um estudo de caso realizado no elenco do drama de zumbis da AMC: “Nosso elenco é tão intenso e focado, e passamos por tantas coisas enquanto filmamos. Eu acho que todos teremos transtorno de estresse pós-traumático em 5 anos.” De fato, essa temporada tem sido particularmente difícil para o personagem de Yeun, que, como visto no último episódio, foi levado como refém e deixado para lutar com um zumbi enquanto estava amarrado em uma cadeira. Para preparar-se para o finale da midseason deste domingo, o Paper Mag conversou com Yeun sobre como o personagem está mudando, seus dias com o Second City, em Chicago, e como ele irá relaxar quando esta temporada terminar.
Você está filmando em Atlanta agora, certo?
Nós filmamos em Senoia, Georgia, que é mais ou menos 45 minutos ao sul de Atlanta.
Eu li citações de seus colegas de elenco que lá é muito quente.
Sim. É… é uma merda. Não, é realmente ótimo. É um estúdio isolado e tipo, você entra no personagem quanto a se sentir miserável e desolado com tudo. Não há literalmente nada por perto. Parece bem real.
Os personagens vivendo na prisão estão lutando mesmo para sobreviver, enquanto seus outros colegas de elenco vivendo na cidade podem tomar banho e ter roupas frescas. David Morrissey recentemente disse em uma entrevista que os atores na prisão sempre parece que acabaram de voltar de Woodstock.
É, Morrissey recebe porcarias da Ralph Lauren pra vestir e a gente está preso a trapos. Mas, não, nossa figurinista Eulyn Womble faz todas essas loucuras pra fazer nossas roupas parecerem ruins — ela as rasga, tinge, queima e faz com que elas fiquem uma merda para que possamos ficar uns merdas. É ótimo.
Baseado naquela cena de luta insana do episódio passado parece que Glenn está realmente tomando forma. Esse é um novo lado dele que veremos mais?
As pessoas vão olhar pra esse episódio passado e dizer: “Ah, cara, Glenn se tornou um cara durão. Ele vai matar todo mundo.” Mas eu acho que será mais interessante se Glenn pegar esse momento e superá-lo. Raiva faz coisas diferentes para pessoas diferentes e eu acho que para alguém como o Glenn, vai fazê-lo compensar algo ou pensar irracionalmente. É tão fácil ter aquelas histórias do cara que de repente se transforma em um herói destemido, mas veremos o que uma experiência assim realmente fará por Glenn.
Glenn luta contra um zumbi enquanto está amarrado em uma cadeira. Foi difícil de filmar?
Foi apenas semi-coreografada, e grande parte acabou sendo eu fazendo o que eu queria. Até mesmo naquela parte no fim quando eu gritei. Aquilo não estava no roteiro. Nós filmamos várias tomadas e na terceira, eu apenas gritei. Foi tão bom. Fico feliz que o fiz, pois senti que representei bem a mudança do Glenn.
Você leu as HQs, mas isso tornou as coisas mais difíceis? Parece que os atores em dramas como esses estão sempre dizendo que não sabem o que vai acontecer com seus personagens até que recebam os roteiros.
Bem, é muito diferente dos quadrinhos. Eu lembro que na primeira temporada quando eles começaram a mudar as coisas das HQs para a série. Eu disse, tipo, “Eu não sei se as pessoas irão gostar disso!” Mas a forma como estamos fazendo é o único jeito de fazer. Há coisas nos quadrinhos que nunca devem ser mostradas na TV. São apenas dois meios diferentes. Estou feliz que eles possam existir separadamente como duas coisas diferentes e que as pessoas possam gostar igualmente.
Você estudou teatro na faculdade e depois fez o Second City em Chicago. Você queria ser um comediante?
Bem, vou ser honesto e dizer que nunca fui a pessoa mais engraçada na sala. Eu não era o palhaço da turma ou o piadista ou o cara que entra num local e faz as pessoas rirem a qualquer momento. Eu acho que eu o que eu entendi, no entanto, foi que quanto mais verdade você põe na interpretação, mais engraçado fica. Eu amo comédia e eu realmente estudei isso e virei um nerd no assunto. Ainda sou nerd no assunto. Mas eu sou grato por poder fazer ambos, drama e comédia. Eu aprendi algumas coisas fazendo ambos que podem ser aplicadas aos dois.
Você conhece pessoas do Second City que também estão na TV agora?
Ah cara, sim. Há uma nova onda de talentos em Chicago que está explodindo agora. É tão excitante. Eu fazia tours para o Second City com a Vanessa Bayer, que está no SNL agora. E Tim Robinson, que acabou de entrar nessa temporada de SNL, também estava ao mesmo tempo que eu. Ele é de Detroit e eu também e ele é tão engraçado. Mas Mike O’Brien, que agora escreve para o SNL, é talvez um dos meus heróis atuais da comédia. Esse cara é comédia. Se você nunca viu esse homem-show… o cara é um gênio. Há uma parte em seu show, quando ele atua a letra de “DropsofJupiter”, do Train. É tipo uma peça coreografada. Em um momento, a plateia ficou totalmente silenciosa e houve essa grande revelação e eu gritei acidentalmente, bem alto, “Oh meu deus!” Foi bem vergonhoso, pois todos ouviram, mas eu estava tão impressionado com o que ele tinha feito.
Você tem muitas fotos com seus colegas de elenco no seu Twitter e Tumblr. Vocês são todos amigos?
Somos todos bem próximos. Somos jogados ao inferno. Você é jogado na merda e meio que se junta, pois isso é tudo que temos.
Você também tem fotos do seu cachorro. De que raça ela é?
Ela tem 10 quilos, é uma golden retrivier misturada com poodle e bichon. Seu nome é Agnes.
Ela vai ao set?
Todo dia.
Existem outros cachorros lá?
Há um milhão de cachorros no set. Há 8 cachorros no set agora e dois que foram adotados esse ano. Nós vivemos e trabalhamos no campo e as pessoas aqui tem cachorros que não querem mais e então os soltam. Então esses cachorros ficam perambulando e entram no set. As pessoas que trabalham aqui ficam tipo, “Eu fico com esse.”
Essa temporada foi mais difícil que as outras?
Eu tive um momento difícil nesta temporada, com o rumo que o personagem acabou tomando. Eu lembro que eu chegava no trabalho e eu estava bem e então eu sentava na cadeira e eles colocavam um machucado enorme no meu rosto e sangue e você não consegue evitar de sentir a dor. E uma vez que você entra naquilo, fica daquele jeito. Não que eu estivesse fazendo algum método doido de atuar, ou coisas do tipo Daniel Day-Lewis, mas eu lembro que alguns membros da produção vindo até mim e perguntando se eu estava bem. Para mim, filmando esta temporada, teve dois ou três meses em que fiquei bem sombrio. Eu não sei, depois disso eu vou só ficar olhando para praias.
Você vai olhar para praias?
Sim, não vou nem à praia, vou só ficar olhando fotos de praias e me tirar desse local sombrio.
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Fonte: Paper Mag
Tradução: Jess / Staff Walking Dead Brasil