Siga-nos nas redes sociais

Entrevista

Editor de The Walking Dead Fala Sobre Days Gone Bye

Publicado há

 

em

Hunter Via, editor de The Walking Dead, discute sobre o seu trabalho no episódio piloto, no qual o premiou com o ACE Eddie Award 2011 por melhor Série de 1 hora (TV pública) por “Days Gone Bye”, e também explica como fazer explodir o lado emocional dos zumbis.

P: Parabéns por ter vencido o ACE Eddie Award.

R: Muito Obrigado! Eu recebi um prêmio por trabalhar com zumbis, então…

P: O quê na sua cabeça fez o piloto um ganhador de um prêmio?

Advertisement

R: Eu acho que foi pela confiança que temos com a equipe, que faz com que a nossa audiência seja inteligente. Esse episódio, assim como os outros, realmente se superou do que se têm de outros programas. Eu acho que as pessoas se surpreenderam ao perceberem que se tratava de zumbis, mas de uma maneira inteligente. Essa sequência com Morgan que começa quando ele e Rick se separam, com um tentando sobreviver nesse novo mundo e outro tentando matar a sua esposa – você não espera tanta emoção assim em uma série de zumbis. Você espera que um bando de cabeças se explodam. Você é acostumado a isso, mas também não está realmente esperando que se preocupam com os personagens ao longo do caminho. Também algo que eu acho fantástico é que não tem que revisar tanto assim as coisas, especialmente com o design de som e da música. Menos é mais, enquanto outros são apenas grandes e malucas.

P: Será que menos-é-mais é um fator filosófico na edição de imagem também?

R: Claro. Quando você tem uma maravilhosa produção de design e cinematografia, você não tem que cortar as coisas pra deixar a história mais interessante, como por exemplo Rick indo pra Atlanta, que foi contado em uma série de apenas 3 ou 4 tomadas antes dele entrar no tanque. Até que veio os zumbis…

P: Quais são os truques de edição que você usa para manter a tensão e o horror?

R: Essa é a diversão na edição: a escolha do momento para mostrar às pessoas o que elas conseguem ver e depois esconder as coisas, redirecionando-as, fazendo-os pensar que isso é o que mais vai assustar, mas não vai ser realmente isso. Por exemplo Rick , quando está vindo pelo corredor do hospital lentamente e você não sabe realmente o que está por vir. É tenso. Você ouve o tink tink tink-das luzes fluorescentes. Então ele chega e corre para as portas barricadas com os zumbis dentro e ele fica assustado e corre para a direita em uma sala que está cheia de nada além da escuridão. E é só construir isso – é tão divertido que, para construir a tensão para o público saber que algo está por vir e então ver as mãos dos zumbis, e depois cut, o silêncio e o homem preso em uma escadaria.

Advertisement

P: Frank Darabont foi muito vocacional sobre os tiros da série em 16mm para o deixar com uma melhor qualidade. Como será que isso afeta a sua edição?

R: 16 mm é perfeito – muito bom mesmo, especialmente com uma história que estão contando e de como David Tattersall e David Boyd [cinematrografistas] estão fazendo isso. Como ia dizendo, na sala de cortes a nossa rotina é bem bizarra [risos]. Nós transferimos especificamente as coisas para beneficiar no final, então não importa realmente o que é isso e aquilo na sala de cortes. Então, quando você tem que colorir algo, você tem que se concentrar e pensar “Isso vai ficar bom. Vai ficar” . Então quando você vai pro colorista e olha para isto e pensa “Oh meu deus, isso não é o que se esperava, mas é muito bom mesmo!”

P: Para os fãs de quadrinhos um preto e branco saturado cairia bem. Você pegou algumas idéias dos quadrinhos enquanto editava?

R: Nós constantemente olhamos pros quadrinhos da série. OK, não tanto assim, mas nós certamente fazemos questão de saber de onde estão vindo as coisas. Eu dei uma olhada nos quadrinhos enquanto fazia o piloto, mas no final isso tudo é sobre contar a melhor história com o que você tem de disponível. Mas Robert e Frank estavam lá e estão em sintonia com a história que eu acho que infunde os diários e contos.

P: Até o momento você já trabalhou com Frank em The Shield, The Mist e The Walking Dead. Você já se sentiu como se fosse um de seus “tripulantes”?

Advertisement

R: Há um grupo de pessoas que trabalham com Frank algumas vezes, e eu tive a sorte de trabalhar com ele três vezes. Há apenas um enorme grupo e também de outras pessoas que trabalham com ele. Acho que é um tipo de testamento para ele, com sua lealdade ao povo, mas também tem pessoas que querem voltar a trabalhar com ele outra vez. E eu vou estar de volta para a 2 ª temporada. Com mais zumbis ainda. [Risos]

Fonte: AMC
Tradução: Mel / Staff WalkingDeadBr

Publicidade
Comentários