4ª Temporada
David Morrissey fala sobre como uma criança ajudou na humanidade do Governador
ATENÇÃO: Esta matéria contém spoilers do sexto episódio da quarta temporada, “Live Bait” (Isca Viva).
Ele mudou da água pro vinho e ficou muito irritado na segunda metade da terceira temporada de The Walking Dead, mas no último episódio da série o Governador (David Morrissey) pareceu ter recuperado de volta sua humanidade, graças a uma simpática garotinha.
Isso aconteceu depois de uma jornada escura que o fez desistir de lutar, depois de ter sido abandonado pelos dois únicos homens que o apoiavam (Martinez e Shumpert). Só, ele ficou em silêncio apenas observando Woodbury, sua antiga comunidade, agora tomada por fogo e zumbis. Depois, ele vagou sem direção pela cidade com o intuito apenas de escapar das mordidas, uma vez que ele havia se tornado praticamente um “morto-vivo”.
Mas então, o homem que antes fora o Governador, que esteve a beira da morte, viu uma garotinha na janela de um apartamento e tudo começou a mudar.
Nessa nova entrevista ao Access Hollywood, David fala de como a jovem, junto com sua mãe e tia, trouxeram o Governador de volta a vida, da mudança de nome para Brian e o que tinha na lata que ele escolheu comer em vez do espaguete.
Access: Quando nós conhecemos você pela primeira vez na Comic-Con dois anos atrás, eu me lembro de ter de perguntado se o nome de seu personagem era Brian ou Phillip. No último episódio ele vai de Brian. Por que ele decide se chamar de Brian?
David Morrissey: Nesse episódio ele decide assumir esse papel de nômade… ele está em trauma. Ele passa por um celeiro antigo que está cheio de mensagens escritas por pessoas que estiveram ali. E ele vê essa mensagem para um homem chamado Brian. Ela diz: “Não vá por ai, venha por aqui”, algo do tipo. E então quando ele encontra a família ele de repente se pega reinventando a história. Ele começa a falar do outro cara, que nós sabemos que é o Governador, é ele próprio, mas ele tenta se reinventar. Falando essas coisas ele percebe que pode haver uma chance para ele ser diferente e quando elas perguntam “Qual o seu Nome?” ele inventa aquilo porque ele acha que se encaixa com ele e com esse “novo homem” que ele pode ser. É claro que tem algo naquele nome que fez com que ele se interessasse especificamente por ele.
Access: Como os momentos com a jovem Megan – da janela ao xadrez – ajudaram a mudá-lo como pessoa? Em cada momento ele parece se abrir mais.
David Morrissey: É, o que acontece no início é bem no final da terceira temporada, vemos ele na estrada com Martinez e Shumpert e ele é um tipo de “morto-vivo”. Ele está perdido em todos os sentidos, o último instinto humano que ele tem é o de se manter vivo, e quando ele estava prestes a perde isso, quando estava prestes a morrer nas ruas, ele olha para cima e vê essa jovem menina que obviamente o faz lembrar sua filha e faz com que ele se lembre do passado. Ele nem sabe ao certo se está alucinando ou não, e então, quando chega lá, ele encontra a família que está vivendo no apartamento e elas pedem ajuda a ele e ele não quer ajudá-las. Ele sabe que as relações humanas estão em ruínas. Ele sabe que é isso que vai matá-lo mais cedo ou mais tarde e ele não quer isso, mas o bom das crianças é que elas passam por cima de todas as convenções sociais e elas podem dizer coisas que podem parecer rudes algumas vezes. E a garota pergunta a ele “Como você perdeu esse olho?” E ele na hora fala que é um pirata e sua reação é espetacular. Faz ele rir e mexe com ele. É a ideia de que alguém pode fazê-lo rir e que ele ainda pode rir que mexe com ele e faz com que esse homem apareça de novo… a garota dá a peça do xadrez com o desenho nele e, mais uma vez, temos contato humano. Aquilo mostra que ele significa algo para ela e ele acha aquilo adorável e ao mesmo tempo difícil de aceitar.
Access: Você acha que a presença feminina ajudou na mudança de sua personalidade nesse momento?
David Morrissey: Acho que nesse momento sim. Se ele tivesse cruzado com uma comunidade cheia de homens armados não mudaria em nada para ele, é o tipo de pessoas que ele está tentando evitar. Ele quer afastamento desse tipo de gente. O que o muda são as pessoas vulneráveis, pessoas que sofrem. O mundo não é bom para com elas e elas aparecem a ele de uma maneira visceral. Ela fala para ele “Você já fez essa escolha. Você já disse que nos ajudará apenas por estar aqui”. E ela está certa. E ele aceita aquilo com muita dificuldade. Tem a ver com o fato de eles serem pessoas vulneráveis em um mundo terrível e ele ter que lidar com aquilo.
Access: Uma coisa ele não quis lidar, o espaguete redondo. Ele comeu comida de gato?
David Morrissey: (Risos) Ele estava comendo atum, que não deixa de ser comida de gato, mas era atum. Acho que o fato dele ter recusado o espaguete se dá pela questão de ele não querer receber nada de ninguém. Ela dá um presente a ele e ele não aceita.
Access: Embora atum seja proteína e provavelmente é mais saudável para ele.
David Morrissey: Talvez. Mas acho que não seja esse o real motivo. Não acho que ele esteja em uma dieta livre de carboidratos em pleno apocalipse zumbi (Risos). Não acho que seja essa sua preocupação.
Access: Você caprichou na barba e no cabelo nesse episódio. Sua esposa o viu desse jeito?
David Morrissey: Não. Bem, na verdade eu já deixei a barba crescer na Inglaterra, mas quando cheguei em Georgia começamos, obviamente, no episódio 5 e no final desse episódio ele já está com o rosto limpo, e por isso eles falaram “Não precisamos de sua barba mais. Vamos tirá-la.” E eu relutei, mas não, minha esposa e filhos não me viram daquele jeito.
Access: Obviamente, eles acompanharam vários de seus papeis ao longo dos anos… Você está preparado para as reações a este visual?
David Morrissey: Bem, sim. Meus filhos passaram por isso a vida inteira, há esse costume de eles sentarem diante da TV comigo, eu apareço e eles frequentemente gritam “Não! Pai! Como é que vou pra escola na segunda-feira?” (risos)… É um visual bastante diferente, mas também é um homem bastante diferente. Tivemos um lampejo daquele antigo homem quando ele mata o velho, na cama, com o tubo de oxigênio. Há uma parte dele gostando bastante daquilo. Quando ele está no fosso, no final, com Megan, ele consegue lutar de uma maneira muito, muito visceral. Então, você sabe, temos algumas visões dele, mas ele é um homem diferente.
Access: O twitter @TheWalkingDead fez uma enquete na sexta-feira: “Quem deveria matar o Governador?” Você está esperando que, depois do que as pessoas viram, elas não vão mais querer responder a esta enquete?
David Morrissey: Sim, quero dizer… é interessante, não é? Eu acho que vocês viram um lado diferente deste homem. O que muitos me perguntam é “O que ele está fazendo do lado de fora da prisão no episodio 5?” Não presumam nada sobre ele, não presumam nada sobre o que ele está fazendo por lá, não presuma suas ações.”A pessoa que ele foi pode não ser a pessoa que ele é agora, então eu acho que eles podem pensar nele de forma diferente, mas eu acho que eles também tem muita informação sobre o que este homem pode fazer. Eu acho que ele está convivendo com algo tipo Dr. Jekyll e Mr. Hyde em relação a ele mesmo. Ele conhece as suas capacidades – que ele pode ir para um lugar muito sombrio, e eu acho que ele se preocupa com isso. Eu acho que isso em parte é o por que ele não quer ficar próximo de outros seres humanos. Às vezes é o fato de ele ter esta capacidade para a violência e de ter estes blecautes, quase sempre violentos. Ele é uma pessoa volátil. O que o público sente sobre ele, acho que é o que ele sente a respeito de si mesmo.
O que você achou do sexto episódio? Será que o Governador agora é outra pessoa? Ele realmente vai conseguir esquecer Rick e a Prisão? O que você espera dos dois últimos episódios da primeira metade da quarta temporada? Deixe sua opinião e teorias abaixo.
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Fonte: Access Hollywood
Tradução: @OAvilaSouza / Staff Walking Dead Brasil