Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS do terceiro episódio, S09E04 – “The Obliged”, da nona temporada de The Walking Dead. Caso ainda não tenha assistido, não continue. Você foi avisado!
O episódio The Obliged foi o quarto do nono ano da série, que até agora tem demonstrado um bom desenvolvimento de enredo. Em geral, a crítica internacional tem se agradado demasiadamente do trabalho de Angela Kang como showrunner.
O episódio também é marcado pelo pontapé inicial ao desfecho de Rick Grimes na história, que após oito anos e meio como protagonista deixará a série por pedido de seu próprio intérprete Andrew Lincoln. O desafio de Angela, então, após isso será maior e a história precisará se reinventar e se manter atraente.
Com o fim do episódio, novas questões surgiram. Separamos as cinco principais, como você passa a ver:
Eu sei que é arriscado falar sobre isso quando Daryl tem uma base de fãs muito grande, mas precisamos lidar com fatos: o personagem não tem personalidade suficiente para liderar comunidades. As mulheres da série, no entanto, demonstram princípios de liderança bastante fortes e caráter de chefia totalmente aparente.
Desde a prisão Rick diversas vezes demonstrou ter uma confiança gigantesca em Carol no que diz respeito à liderança das pessoas que estão sob sua tutela. Ela foi um dos nomes indicados por ele para membro do Conselho na 4ª temporada; no quinto ano da série Rick ao sair em uma missão – que culminou na morte de Tyreese – a deixou como líder dos demais (sendo que Daryl estava entre esses) e na sexta temporada, o xerife confiou a Carol os cuidados de Alexandria enquanto ele e outros tentavam desviar uma imensa horda, o que levou a melhor amiga de Dixon a promover uma matança dos Lobos que invadiram a comunidade.
Em The Obliged, Rick e Carol possuem um encontro bastante emocionante (que na verdade é um reflexo de conversas que eles já tiveram nos outros três primeiros episódios desse ano) e ao se despedir dela, Rick a reconhece como alguém completamente capaz, o que é negado por ela que se resume a alguém que está aprendendo. Rick então confessa que ela sempre foi seu termômetro para saber se estava ou não fazendo a coisa certa. Por mais que os outros mostrassem oposição, se Carol se mostrasse favorável a Rick, ele entendia que estava correto.
Carol além de já ter liderado em diversos momentos é perspicaz ao que é inerente a vida em comunidade e funcionamento de sociedade, ao mesmo tempo que possui ótimo senso de justiça e equidade, não sendo tão racional quanto Maggie e nem tão emocional e impulsiva como Daryl. Outras milhares de qualidades demonstradas ao longo dos anos como inteligência, táticas de guerra e leitura de personalidades podem ser citadas, mas seria exaustivo.
A pergunta que fica é: com a iminente morte de Rick, tal cena serviu como uma forma de a audiência entender que Carol terá um espaço muito maior em que concerne a liderança?
Essa na verdade eu não sei se é falha de roteiro ou algo que ficou subentendido e não foi absorvido por maioria do público. No episódio Warning Signs (terceiro da atual temporada) descobrimos que eram as mulheres de Oceanside as responsáveis pela morte e desaparecimento de alguns Salvadores. Os únicos cientes dos fatos eram Daryl e Maggie.
Entretanto, quando Jed confronta Carol lhe apontando um revólver, ele fala que quer justiça quanto ao que as mulheres de Oceanside fizeram com os Salvadores. Tanto é verdade que ninguém sabia dos fatos, que Carol fica confusa no momento em que ele afirma com veemência e imputa a Cyndie e suas companheiras a morte dos moradores do Santuário.
E então, quem contou para Jed que as mulheres da comunidade próxima ao oceano eram culpadas? Como ele ficou sabendo? Havia mais alguém presente na cena além de Daryl e Maggie e que não pudemos ver? Ou talvez isso foi apenas um deslize de roteiro?
Nós discorremos já por aqui sobre o que poderia ser A e B, com uma teoria criada por nós mesmos do Walking Dead Br. Entretanto, após cenas exibidas em The Obliged, podemos estar redondamente enganados e termos passado longe dos fatos reais.
Na nossa teoria idealizávamos que A seria algo perto de líderes e influenciadores e B meros sobreviventes submissos à lideranças. Entretanto, a cena que envolve Gabriel e Anne colocou essa ideia em jogo perdido, já que após assumir que o Padre era um A, ela aparece nesse episódio disposta a permitir que um walker morda o rosto dele. E não, aquilo não parecia apenas um teste. Tanto é verdade que Anne queria deixar o não celibatário ser mordido, que vimos estampado em seu rosto a luta interna entre seus sentimentos.
Além disso ela repete que precisa entregá-lo como chave de entrada para a comunidade do helicóptero. Então, teoricamente, Gabriel precisa estar infectado para ser um A? Até porque a mordida seria no rosto, um lugar totalmente evidente. A são pessoas infectadas para pesquisa de uma cura e B pessoas não infectadas que fazem parte da comunidade? Mas qual as limitadoras para saber quem é A e quem é B? Anne está nos deixando cada vez mais loucos.
Michonne sintetizou diversos momentos nesse episódio, demonstrando o quanto a personagem está ativa nos ideias de Rick, ao mesmo tempo que tenta se manter ciente do mundo exterior saindo para matar zumbis escondida durante as noites.
Ao longo do episódio tivemos momentos cruciais entre ela e Negan, que estava usando uma greve de fome para atrair a atenção da samurai. Os dois conversam sobre as pessoas que perderam ao longo do tempo e ao mesmo tempo que ela abre segredos sobre Andre, seu primeiro filho, Negan conta sua história pré-apocalítica e o como isso o devastou e o tornou quem ele é.
Ao longo da fala dele vemos que há uma total atenção em fixar em Michonne a ideia do quão doloroso é perder um cônjuge num momento em que as coisas não deveriam ser propícias para isso. A mulher de Negan – a verdadeira Lucille – faleceu quando o mundo ainda era limpo dos mortos para o câncer, de forma inesperada e quando a vida ainda dava sentido para a existência.
Agora, Michonne constrói com Rick um futuro e tudo parece estar sendo perfeito aos olhos dos dois. Nada parece estar preparando uma despedida entre eles. Então será que Negan está sendo o responsável por chamar a atenção dela de que quando menos se espera, as coisas podem acontecer? Será que ela conseguirá lidar com essa dor e se manter diferente de Negan ou ela pode se perder após a morte de Rick?
Essa pergunta é quase retrógrada, mas devido à polvorosa que se instalou com o término do episódio e as milhares de pessoas insistindo na ideia de que a morte de Rick foi ridícula, precisava estar aqui.
Ao final do episódio – em uma cena que remonta a primeira temporada – vemos Rick literalmente cair do cavalo e ser empalado por um vergalhão e milhares de walkers se aproximando dele. A cena tem significância total, já que relembra Atlanta, quando ele caiu na mesma situação e teve ajuda de Glenn. O episódio todo demonstrou que pela primeira vez todos os seus companheiros o estão abandonando em sua empreitada (Carol, Daryl, Maggie). Ou seja, da mesma forma que Rick adentrou para o grupo e passou a liderá-lo, ele irá deixá-lo: sozinho e com uma esperança (na primeira temporada a esperança era reunir a família, nessa é reunir as pessoas).
Mas não, Rick não morreu. A cena é apenas um cliffhanger para o próximo episódio, onde enfim vamos acompanhar o desfecho do personagem. Então bem, essa não é exatamente uma pergunta deixada pelo episódio, mas entrou para a lista por ser uma pergunta feita pelos fãs.
E você, ficou com as mesmas dúvidas? Tem respostas? Tem dúvidas diferentes? Deixe nos comentários, vai ser um prazer respondê-lo(a).
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