Mais uma vez a tragédia chega a The Walking Dead com a morte da amada Beth Greene (Emily Kinney) com um tiro da egomaníaca policial e chefa da prisão/hospital Dawn (Chistine Woods) no midseason intitulado “Coda”. A morte chocante de Beth veio um ano depois da morte de seu pai Hershel (Scott Wilson), deixando Maggie (Lauren Cohan) como a última sobrevivente da extinta fazenda apresentada na segunda temporada.
O Variety conversou com o showrunner Scott M. Gimple na manhã seguinte à exibição do episódio “Coda” para discutir a morte de Beth, o que os espectadores não viram e renovou o interesse crítico na série.
Enquanto ainda estamos de luto, exatamente quando você decidiu matar Beth? Ela já estava condenada quando foi sequestrada na temporada passada?
Scott Gimple: A história do Grady Hospital ainda estava se formando, mas já tínhamos uma boa ideia de quando Beth sairia de cena. Como a personagem morreria é outra história, existiam algumas ideias que estávamos trabalhando. Por fim essa era uma personagem que se achava fraca e que se descobriu forte sozinha. Ela foi sequestrada por uma pessoa que se achava forte, mas era fraca sozinha. Foi o preço da força de Beth, tragicamente, que fez com que ela morresse por uma pessoa fraca.
Alguns fãs e críticos estão criticando a morte dizendo que a decisão foi feita apenas para chocar. Isso é pelo menos um fator a ser discutido?
Scott Gimple: Não é a abordagem que seguimos. Acredito que com a morte de Bob e Hershel isso fique claro, não é feito para chocar, mas choca ainda assim. É uma história trágica para Beth, ela realmente estava pronta para enfrentar o mundo. As pessoas morrerem faz parte da série e faz parte do mundo em que eles vivem. É para ser sempre trágico, exceto quando pessoas como o Gareth morrem. Todos têm um personagem favorito. Não importa quem morra, no dia seguinte vamos receber inúmeros tweets enfurecidos. Mas vejo isso como uma coisa boa, é sinal de que as pessoas se importam com os personagens e se identificam com eles. Não sentimos prazer em entristecer as pessoas, é uma parte difícil da série, mas é absolutamente uma parte da série. A audiência sente porque os personagens sentem, e nós sentimos porque deixamos de trabalhar com essas pessoas.
Acho que o fato de Beth ter mostrado potencial torna a morte dela ainda mais difícil para os fãs.
Scott Gimple: Com certeza. Assim como Bob tinha potencial e Hershel tinha potencial. São todos personagens para quem eu gostaria de continuar escrevendo, mas o mundo continua a levá-los. É como eles seguem em frente e como nós seguimos que os definem e definem a série.
O tiro foi um acidente? Foi apenas o reflexo de Dawn?
Scott Gimple: Nunca vamos saber, e eu não vou contradizer o que audiência pensar, mas eu diria que a reação de Dawn foi um reflexo. A arma estava na mão dela, ela atirou e não tinha intenção de matá-la.
Dawn era uma mentirosa tão ardilosa que nunca sabíamos se ela era confiável ou não, mas pareceu que ela estava legitimamente se aproximando de Beth.
Scott Gimple: Ela estava e ela reconheceu que Beth era forte e que talvez Beth tenha percebido o quão fraca ela era, e disse “O que diabos eu tenho?” Beth entrou no hospital muito forte e não sabia, mas assim que ela descobriu Dawn sentiu que estava numa situação ruim. Beth não pôde aceitar Noah voltar para aquela situação.
Teve algum momento entre Beth e Carol que foi escrito ou filmado? Não chegamos a ver a reação de Carol depois que ela acorda.
Scott Gimple: Tinha muito mais que gostaríamos de ter mostrado, mas queríamos mostrar todos os personagens; é um trabalho delicado que temos que fazer. Temos vários personagens e queremos que todos sejam bem definidos e demonstrem suas emoções. Isso foi função do trabalho enorme que fizemos dentro de uma hora.
Eu achei um pouco engraçado o fato de que ninguém do hospital além do Noah ter aceitado o convite de Rick para sair. Fez lembrar que, para os de fora, o grupo de Rick deve parecer um bando de maníacos sujos.
Scott Gimple: Eles são pessoas assustadas, não é uma coisa pequena. Até mesmo Gabriel ainda está lutando para aceitar essas pessoas. Eles não são maus. Eles massacraram pessoas na igreja, mas não são maus. Ele é como eles. Na verdade ele chega a ser pior que eles porque basicamente tentou se trancar do mundo e do detrimento das pessoas.
Algo que Michonne e Carl prontamente decidiram não fazer. Eles colocaram suas vidas em risco para salvar Gabriel.
Scott Gimple: Exatamente. Eles abriram a porta para ele, coisa que ele não fez quando os papéis estavam invertidos.
Você tem feito um trabalho incrível no balanceamento desse enorme elenco, mas alguns personagens – como Michonne e Carl – inevitavelmente foram para segundo plano. Você conversa com, digamos, a Danai Gurira e explica, “Não se preocupe, vamos cuidar de você nos próximo 8”?
Scott Gimple: Eu converso com todos antes da temporada se iniciar. Não falo de todos os detalhes por vários motivos, o primeiro deles é que podem haver mudanças. Tudo pode mudar, mesmo os planos que temos a muito tempo. Apenas acontece, é desdobramento da história. Digo que vai haver muito mais Michonne na segunda metade. O balanceamento não é feito apenas dentro de um episódio, mas como um todo na temporada.
É a segunda vez que vemos Morgan (Lennie James) em cenas pós-créditos. Por que incluí-lo dessa forma?
Scott Gimple: Ele está indo por conta própria agora. Ele se separou do grupo e é legal ter a oportunidade de adicioná-lo dessa maneira, para colocá-lo o mais longe possível da história. É como se Morgan tivesse sua minissérie agora – um pequeno spinoff que aparece depois dos créditos.
Vi algumas pessoas reclamando que não chegaram a ver a cena pois seus decodificadores não gravaram ou eles não imaginaram que poderia ter.
Scott Gimple: É, bem… acho que os episódios estão disponíveis no AMC.com. Deveríamos ter trabalhado melhor com as pessoas que gravam. Mas não estava planejado para ser assim.
Vários críticos escreveram elogiando essa temporada – alguns ainda assim criticavam ao mesmo tempo que elogiavam. Você ler essas críticas e, se sim, o que você pensa delas?
Scott Gimple: As pessoas me mandam e eu estou atento a todas elas em seus vários direcionamentos; recebemos críticas em todos os direcionamentos da série. Acho que com a internet todas as séries recebem. Qualquer pessoas que se interesse me deixa feliz, mas estou orgulhoso de todo o trabalho que estamos fazendo na série. E tenho certeza que todos do elenco e equipe técnica também estão. Mas deixe-me dizer, não procuro depender desses artigos.
Um ponto positivo citado por alguns desse críticos é o quão a série se confia na memória do público. O episódio “Consumed”, de Daryl e Carol, é um exemplo perfeito: havia muita história passada sendo apresentada, mas nada explicitamente. Isso é uma regalia do sucesso da série? Vocês confiam que as pessoas estão prestando atenção?
Scott Gimple: Acho que isso funciona em diferentes casos. Ainda bem que as pessoas conseguem juntar as pessoas. É um grande momentos para os fãs quando Carol fala de Sophia e a audiência pensa “É, nós conhecemos Sophia.” Mas não gostamos muito de expor as coisas. Muitas coisas no hospital não eram expostas. Sabíamos as regras do que estava acontecendo ali, mas queríamos mostrar do ponto de vista de alguém que aos poucos ia descobrindo o que estava acontecendo. Até mesmo conversas curtas ou pela metade entre os personagens – você arrisca a pensar que talvez a audiência não tenha certeza do que eles estão falando, mas é legal para eles ficaram pensando sobre isso, como é na vida real.
Outra coisa que eu gosto é que vocês continuam a mostrar momentos leves, como a pesca de Tara, Rosita e Glenn. É importante que a série não seja apenas um desfile de miséria e também estabeleça que essas pessoas realmente se gostam?
Scott Gimple: Com certeza, isso é a vida. Existe humor, amizade e amor, até mesmo nos momentos mais sombrios esses sentimentos sobrevivem. É parte do que faz um ser humano. Não importa o quão distante as pessoas vão, isso é real para mim. Isso torna os momentos sombrios mais sombrios, e os momentos sombrios tornam os momentos leves ainda mais leves. É uma parte da série que me deixa feliz de ser feita.
O que você pode antecipar sobre o que esperar no retorno do próximo ano?
Scott Gimple: As coisas vão voltar a ficar bem difíceis no começo da segunda parte da quinta temporada. Cada novos 8 episódios é uma série nova, e os próximos 8 talvez sejam os melhores exemplos disso. Começamos com o grupo ainda despedaçado pelo que aconteceu. Então as coisas começam a mudar, mas quem serão eles na hora que as mudanças chegarem? Essa é a pergunta. Eles estarão tão endurecidos que poderão perder boas oportunidades bem à sua frente?
The Walking Dead, a história de drama mais assistida da TV a cabo, irá retornar com a segunda parte da quinta temporada no dia 08 de Fevereiro de 2015 na AMC e no dia 10 de Fevereiro de 2015 na FOX Brasil. Confira todas as informações sobre o midseason premiere (S05E09) e fique por dentro das notícias.
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Fonte: Variety
Tradução: @OAvilaSouza / Staff Walking Dead Brasil
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