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Entrevista

Andrew Lincoln: Vou fazer o Rick Grimes até que eles me mordam

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Aguardando a estreia de temporada de The Walking Dead neste domingo, 13 de outubro, a revista Rolling Stone publicará uma entrevista exclusiva com o cada novo membro do elenco ou da equipe a cada dia desta semana. Ontem, David Morrisey (conhecido como o Governador) explicou porque ninguém está a salvo na série. Amanhã, Steven Yeun – um dos únicos três atores a aparecer em todos os 43 episódios – descreverá suas experiências solitárias fora do set.

O que você acha de morar em Atlanta?

Adoro aqui. É a cidade dos transplantes. As pessoas fazem amizade com facilidade. Tivemos sorte por esse trabalho ter acontecido aqui. Grande parte do sucesso da série é devida ao fato de que tudo aconteceu bem aqui. Não é L.A. Estamos em uma bolha louca. Temos uma certa impressão de sermos refugiados em algum lugar. O tempo livre é ocupado pelos novos amigos também. Então você acaba se conectando nesse nível. Sarah Wayne Callies se tornou muito importante quando foi contratada. Ela tinha uma família jovem, uma filha da mesma idade da minha. A filha dela está brincando na minha casa agora. Então acredite quando dizemos que é um programa de família. Para nós, ele é.

Do que você gostava quando era criança?

Tudo. Sou bem tagarela, e provavelmente por causa disso eu adoro tanto atuar. Eu me envolvo em hobbies muito facilmente e normalmente não sigo em frente por muito tempo. Uma das coisas mais legais de se arrumar um trabalho novo é a pesquisa, ler sobre o assunto, tentar absorvê-lo. A história me dá tesão. Eu era muito ruim nisso na escola, mas conforme envelheci, eu me envolvo mais e mais nisso. Meu irmão era um leitor voraz. Mas eu sempre pensava, “Eu quero viver isso! Não quero ler a respeito!” Era a minha desculpa afinal. Desde então, é tudo o que eu faço.

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Você não tem feito muito além da série desde que ela começou. Sabendo agora que está na sua natureza essa perda fácil de interesse, você está ficando ansioso para fazer outras coisas?

Sim, estou. Estou procurando ativamente por papéis. Vai chegar uma hora em que eu vou querer fazer algo totalmente diferente. O problema é que você cria visibilidade em algo e as pessoas dizem, “Bem, vamos dar a ele o que ele pode fazer.”

E você está recebendo ofertas para fazer filmes de matança de lobisomens?

Sim, chegaram até mim. Recebi uma oferta de um filme. Infelizmente era o papel de um policial em um filme bem violento. Eu pensei a respeito, mas acho que a próxima coisa que eu farei será radicalmente diferente. As pessoas dizem, “Você teme ser escolhido pelo tipo?” Eu digo, “É minha responsabilidade e tem muito a ver com a próxima escolha que farei.” Se você diz não a muitas coisas e está disposto a arriscar um pouco de desemprego, as pessoas começam a ver.

Como você conheceu sua esposa?

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Eu estava dirigindo dois episódios de uma série de TV chamada Teachers. Ela era uma assistente e tinha como tarefa fazer um copo de chá. Era o trabalho dela. Ela não me fez uma porra de um copo de chá durante todo o trabalho. Mas eu acabei vendo sua silhueta – ela tinha um mullet doido com cabelo espetado – parecia o Sonic. Vi essa garota com jeito de doida e com lindos olhos verdes e pensei, “Quem diabos é ela?” Fui enfeitiçado.

Quando foi que você descobriu que o pai dela era o vocalista da banda Jethro Tull?

Dois amigos me contaram. Não sabia quem era Jethro Tull. Então em um fim de semana ela disse, “Venha à casa dos meus pais.” Foi aí que eu percebi que ele era um astro do rock. Ele é um cara sensacional.

Com o que você se identifica em Rick Grimes?

Existe uma tendência – você olha para Dexter, Mad Men, toda essa coisa de anti-herói – parece ser o arquétipo de homem no momento. Se você faz um anti-herói, então você consegue fazer coisas não centrais, você consegue roubar a cena. A câmera pega você em momentos íntimos. Há algo muito interessante a respeito de pessoas que têm esse olhar – em que você fica parado um pouco mais e então fica bem frio. Rick não é assim. Meus momentos particulares não são assim. Rick é um herói à moda antiga. Não é descolado. Não é sexy. Não é arque. É bruto. É sujo. Carrega uma reação visceral porque os personagens não têm a chance de beber cappuccinos e falar de iPods. A série não é assim. Sempre fiz esses personagens renegados, irresponsáveis, meio idiotas, mas agora é diferente. Esse é o cara com quem as pessoas se identificam no programa, mesmo que ele esteja certo ou errado.

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Você sente a responsabilidade de ser um líder fora do set também?

Acho que sim. Os limites se perdem um pouco. A vida imita a arte, de fato, então acho que as pessoas me veem mais como Rick do que como Andy. Mas acho que depois de passar tempo suficiente comigo, elas percebem que sou só mais um canalha. Robert Kirkman não suporta quando eu uso chinelos. Ele tira fotos deles e fica me enviando, tipo, “O que você está fazendo? Rick Grimes não é um cara que usa chinelos.”

Você certamente sabia que pessoas morreriam na série. Mas você tinha noção do que enfrentaria emocionalmente?

Não. Não li as letras miúdas, cara. Não tinha ideia. Não sabia a respeito dos terremotos emocionais que aconteceriam. Você não entra em um trabalho dessa maneira. É como na vida. Você não pensa na própria mortalidade. A não ser quando as suas costas cedem quando você já tem 40 anos. Não é algo que você pesa até que a primeira morte aconteça. Mas essa é uma das dificuldades – você perde as relações que seus personagens têm. Isso morre. Você perde essas amizades incríveis. Não há nada como medo mortal para galvanizar uma amizade.

Por quanto tempo você quer continuar fazendo isso?

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Adoro fazer o Rick porque ele mudou muito. O mundo o mudou muito. É um papel muito compensador e continua sendo. No momento em que eu achar que estamos nos repetindo, então eu vou começar a pensar em outras coisas. Mas se os roteiristas continuarem forçando o personagem em diferentes situações que demandem todo o espectro do homem, então estarei mais do que contente fazendo isso até que meu tempo se esgote. Até que eu seja mordido.

The Walking Dead, a história de drama mais assistida da TV a cabo, irá retornar com dezesseis episódios na quarta temporada, em 13 de Outubro de 2013 na AMC e 15 de Outubro de 2013 na FOX Brasil. Confira o trailer oficial da temporada e uma análise detalhada dele.

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Fonte: Rolling Stone
Tradução: @Felipe Tolentino / Staff Walking Dead Brasil

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