ATENÇÃO: Esta matéria contém spoilers do décimo sexto episódio da 4ª temporada, “A” (season finale). Leia por sua conta e risco.
A Quinta Temporada focará no que acontece se os sobreviventes forem longe demais para de fato se manterem seres humanos. A próxima temporada responderá perguntas como “O que nos tornamos depois disso tudo?” e “Quem somos nós agora?”
O último episódio da temporada com um final sangrento montou um misterioso novo enredo para a já anunciada quinta temporada. O horário não intimidou a violência. Rick (Andrew Lincoln) tirou um pedaço do pescoço de Joe (Jeff Kober) e abriu sua garganta quando o líder do bando dos “reivindicadores” apontou uma arma para sua cabeça enquanto um dos membros do bando estava momentos prestes a estuprar o menino Carl (Chandler Riggs). Depois dessa violência sequência, Rick, Carl, Michonne (Danai Gurira) e Daryl (Norman Reedus) – que ajudou a salvar a vida do ex-xerife – seguiram caminho para o Terminal, se aproximando da antiga estação de trem com cuidado.
Assim como Maggie (Lauren Cohan), Glenn (Steven Yeun), Abraham (Michael Cudlitz), Eugene (Josh McDermitt), Rosita (Christian Serratos), Bob (Lawrence Gilliard Jr.), Sasha (Sonequa Martin-Green) e Tara (Alanna Masterson), o mini-grupo de Rick foi aceito de braços abertos e ainda receberam comida e abrigo no lugar que se auto intitulava “santuário para todos”. Depois de adentrar e conhecer Gareth (Andrew J. West), o cabeça do Terminal, Rick rapidamente suspeita do lugar ao ver o relógio de bolso de Hershel – que fora dado a Glenn por ele – pendurado na cintura de um dos caras do Terminal, e em outro ele vê o poncho de Maggie e a armadura da prisão que Glenn entregou a Eugene.
Em seguida temos o grupo de Gareth mirando para os pés de Rick e companhia e os conduzindo para o que acaba se tornando um Terminal assustador. Enquanto eles correm de quarto a quarto, eles passam por uma enorme pilha do que parecem ser ossos humanos – inclusive costelas – bem como por um assustador quarto com velas onde os nomes de vítimas e suas características formam um tipo de círculo memorial em um tipo de câmara como aviso a estranhos.
A temporada chega a um fim com Rick, Daryl, Carl e Michonne sendo forçados a entrarem em um pequeno vagão onde eles se reencontram com Glenn, Maggie, Eugene, Rosita, Bob, Sasha e Tara. Com aparente poucas chances de sobrevivência, um Rick cheio de esperanças e força declara, “Eles estão mexendo com o grupo errado” – uma frase quase idêntica com a dita por Rick dos quadrinhos quando ele dá de cara com o grupo de canibais.
O showrunner Scott M. Gimple e o produtor executivo da série Robert Kirkman (criador dos quadrinhos nos quais a série se baseia) falaram em entrevista ao Hollywood Reporter sobre o último episódio da quarta temporada e sobre o que está por vir para Rick e seu grupo de sobreviventes. (Gimple será o showrunner da quinta temporada e roteirista do primeiro episódio, Kirkman escreve o segundo).
Scott, sua primeira temporada como showruuner chegou ao fim. Qual a lição mais valiosa que você aprendeu?
Gimple: Você pode fazer coisas impossíveis com planejamento e ajuda necessária de inúmeras pessoas inteligentes e que trabalham pesado, e pizza.
A quarta temporada explorou as coisas que as pessoas fazem para se manterem vivas. Qual a temática da quinta temporada?
Gimple: Rick já falou, e antes Robert também já tinha falado nos quadrinhos: Nós fomos longe demais ao ponto de deixarmos de ser seres humanos, de deixarmos de nos relacionar com outros em níveis emocionais, de deixarmos de viver uma vida emocional, real e humanística – fomos longe demais? A próxima temporada é sobre: o que vem depois de tudo isso? Quem ainda são essas pessoas? Essa ideia será abordada de diferentes maneiras.
Kirkman: Terminamos a quarta temporada com um grande confronto. Abordaremos o Terminal de maneira grande assim que voltarmos. Teremos um Rick Grimes mais capacitado e preparado em comparação a tudo que ele já viveu. Ele terá que ir numa direção incrível.
Essa temporada foi uma mistura de arcos dos quadrinhos. Vocês continuarão com essa abordagem?
Gimple: Com certeza. Como já disse em outra entrevista, em “Pretty Much Dead Already”, quando Sophia sai do celeiro, é uma mistura de partes dos quadrinhos. Se seguimos à risca os quadrinhos é uma coisa boa, mas se temos a oportunidade de mexer e mudar temos a chance de apresentar os mesmos personagens e temas de maneiras diferentes. Existem mudanças que fazemos intencionalmente já pensando em manter a ideia original de Kirkman, como com Lizzie e Mika. Ele fez aquilo nos quadrinhos [com Bem e seu irmão, Billy] e pudemos fazer algo semelhante e até mais longo. Eu, na verdade, queria prolongar ainda mais.
A segunda parte da quarta temporada apresentou mais episódios individuais e histórias intimistas. A quinta temporada vai seguir estrutura parecida?
Kirkman: Não penso que essa série vá ficar presa a uma fórmula. Continuaremos a contar histórias diferentes aqui e ali. Talvez haja alguns episódios que foquem em um pequeno grupo ou em um personagem individual. Mas não creio que isso se torne uma regra. Continuaremos a fazer o que sempre fizemos: nos esforçar para atingir diferentes níveis a cada temporada.
De onde a quinta temporada vai começar? Vai haver um salto no tempo?
Kirkman: Terá que esperar para saber. Um salto no tempo talvez seja muito forte, mas pode ser a melhor maneira de se contar histórias. Ou eles estarão no vagão ou terá um salto no tempo. Acredito que possa haver outras opções, mas não quero inferir nada agora.
Que discussões vocês tiveram com a AMC sobre mostrar uma história de canibalismo?
Gimple: Não acredito que tenhamos, completamente, totalmente, definitivamente descrito ou ilustrado essas pessoas como canibais. É claro que eles não buscam coisas boas, mas não vi ninguém ser comido. Sim, vimos pilhas de ossos humanos ali, mas não necessariamente quer dizer que eles comeram aquelas pessoas. Pessoas morreram ali, e eles fazem coisas terríveis ali; se é canibalismo ou não, descobriremos mais em breve. Esse episódio não deixa nada claro sobre a existência de canibais.
Gareth lembra bastante o Chris, o líder dos chamados Caçadores dos quadrinhos. É possível que eles tenham algo em comum?
Gimple: Eles têm o mesmo cabelo (Risos). É só nisso mesmo. Não vou dizer que ninguém está certo ou errado, mas Gareth certamente não é o Chris dos quadrinhos, a não ser que ele tenha mentido sobre seu passado, o que é provável. Chris revelou seu passado com detalhes, mas não posso negar ou confirmar.
Kirkman: É possível; existem algumas semelhanças. É tudo que direi.
As pessoas do Terminal têm um pátio cheio de ossos e um amplo suprimento de comida – com especulações de que a comida que Mary estava cozinhando no penúltimo episódio lembravam membros. Ideais? De onde eles tirariam tanta comida quando Rick mal consegue achar um coelho?
Gimple: Tudo indica que sejam canibais, se forem, espero que as pessoas gostem. Se não, espero que não fiquem muito chateadas. Ainda pode ser algo entre os dois, uma adaptação semelhante. Pode estar certo ou não.
Kirkman: Pode ser que Rick esteja tendo dificuldade na caça pelas redondezas porque o Terminal tenha um método de caça sistemático. Oferecer comida para pessoas que estão saindo da selvageria depois de muito tempo pode ser lido apenas como um gesto bondoso para se construir confiança. Aquelas pessoas deveriam estar famintas, e se os “Terminantes” ou sei lá como se chamam, aparentam ser bons e acolhedores, oferecer comida é algo natural a se fazer.
Então, não é a Beth na grelha, como muitos especulam?
Gimple: Ela pode está na grelha. Ou a carne pode ser um belo e suculento pedaço de vaca, cabra, ovelha ou veado.
Kirkman: Logicamente parece uma teoria prevalecente, mas quando se para para olhar melhor, as chances passam a diminuir.
O que é aquele pátio de ossos e aquele quarto com velas que lembra um memorial com palavras de avisos a estranhos? Tudo indica a canibais intencionais.
Gimple: Saberemos mais sobre isso no primeiro episódio da quinta temporada. Lembra mesmo um memorial e eles podem ser pessoas bem estranhas que “homenageiam” a pessoas que eles fazem de vítima, ou pode ser algo que aconteceu com eles.
Kirkman: A possibilidade está lá. As pessoas do Terminal têm muitos segredos que serão revelados. Eles provaram que são bastante perigosos. Se são canibais ou não é esperar para ver. Ver Gareth e o pessoal do Terminal e Rick e seu grupo se enfrentarem vai ser algo interessante. Existe uma história pesada, sombria e profunda sobre as pessoas do Terminal, e a quinta temporada vai mostrar isso. Existem muitas pistas aqui e ali no season finale que, se pausados em alguns momentos e analisados elas podem aparecer, assim como informações desnecessárias propositais.
A história dos canibais acaba nos quadrinhos com eles “comendo” Dale depois de ele ter sido mordido. Bob tem um ferimento de um tiro do Governador durante o ataque a prisão e que inflamou mais uma vez depois de um zumbi morder o curativo. Isso será explorado na próxima temporada?
Kirkman: Pode não haver mais nada, além disso, ali. Ele levou um tiro durante a invasão e depois foi mordido no curativo, e isso pode ser o fim da história.
Os últimos episódios foram bem sombrios, com a morte de Lizzie e Mika e o quase estupro de Carl, provando o quão perigoso esse mundo é para as crianças. Como essas experiências vão mudar o tratamento do grupo em relação às crianças a partir de agora?
Kirkman: Já foi mostrado que crianças são vulneráveis de diferentes maneiras – emocionalmente, fisicamente – e elas podem ser fontes de perigo extremo, como vimos com Lizzie. Vai haver um movimento mais desgastante em relação ao encontro com crianças e o que fazer com elas. Veremos mais disso logo.
Carl passou por muitos maus bocados nessa última temporada e quase foi estuprado no último episódio. Como isso vai mudá-lo, considerando que ele já se imagina um monstro?
Gimple: O que é interessante e trágico – e isso nós abordaremos desde o início da próxima temporada – é que ele acaba com um ar bastante maduro de auto-alerta. Ele se preocupa em se tornar um monstro, mas o fato de ele se preocupar com isso mostra que ele é uma boa criança; Ao final da terceira temporada ele não se preocupa em ser um monstro (Risos). Ele era sempre orgulhoso das coisas duras que fazia. Ele dizia, “Eu fiz o que tinha que fazer,” no episódio final. No dessa temporada ele se preocupa com as coisas que já fez. Ele se preocupa em como seu pai o vê. É algo sutil, mas o fato dele se preocupar com seus demônios mostra que ele está além deles, que ele é um ser humano com consciência. Ele era um garoto que estava indo numa direção que não tinha volta. E nem sempre as coisas podem ser “Do jeito que eu quero”. É algo triste, mas maravilhoso ver Carl se reconhecendo e preocupado com sua própria humanidade. Quando aquele homem de óculos gritou por socorro – o que foi retirado diretamente dos quadrinhos, inclusive a mesma mordida – Carl correu para ajudá-lo sem pensar. Ele progrediu bastante.
Quais os impactos emocionais que a mordida na garganta de Joe e ver Carl quase sendo abusado tiveram em Rick? Ele ainda estava tremendo na manhã seguinte do encontro com os reivindicadores.
Gimple: Não vi a reação dele como uma “tremedeira”. As coisas que ele disse ao Daryl representaram todas as justificativas para aquilo. Não que ele estivesse calmo ou despreocupado, mas não é o tremer de mãos que já vimos em Rick no passado. Ele estava apenas aceitando que eram as coisas que ele teria que fazer de agora em diante, e que ele não pode se sentir mal agora; ele não pode se torturar por isso mais. Foi um “Esse sou eu e tenho que aceitar. Não vou celebrar ou me orgulhar por isso, mas também não deixarei isso me destruir.”
Kirkman: Rick está resignando o fato de que são essas coisas que ele terá que fazer para sobreviver. Não acho que ele esteja envergonhado ou alegre com que fez; ele está aceitando seu destino. Você tem que fazer o que precisa ser feito e ele vai ter que lidar com isso. O acontecido com Carl não será algo esquecido. Essa série não apresenta conflitos que não tenham um propósito. Isso ainda vai afetar Carl, Rick e até mesmo Daryl mais a frente.
Hershel (Scott Wilson) voltou para esse episódio. Aquilo foi filmado antes dele ser morto? Logo no começo da temporada na prisão?
Kirkman: Scott voltou para aquele episódio, e foi filmado junto com o final. Foi tudo bem agendado. Foi ótimo poder voltar e ver o pacífico Rick e sua influência direta de Hershel para ver o quão longe Rick foi nessa temporada. Amo como esse episódio nos levou ao clima inicial da temporada, nos mostra como a história está sempre mudando e podemos ver a transformação e evolução de Rick. Ele nos mostrou um Rick bem diferente do que veremos na quinta temporada. Foi ótimo ter o Scott de volta e poder fazer coisas boas com ele.
Rick mudou desde o fazendeiro que conhecemos no começo da temporada. Como suas experiências com os reivindicadores e com o Governador mudará sua abordagem com as pessoas do Terminal?
Gimple: Ele está com uma grande confiança. Ele sabe que fará tudo o que tiver que ser feito e não hesitará, piscará ou tremerá suas mãos ao final de tudo. Ele não poderia estar mais preparado para enfrentar essa situação do que está agora.
Carol, Tyreese e Beth são as melhores chances do grupo se livrar do vagão no Terminal, ou aqueles gritos que ouvimos lá eram deles?
Kirkman: Essas são grandes dúvidas do começo da próxima temporada: onde estão esses personagens e como eles entrarão na história do Terminal. É bem possível que eles estejam dentro de algum outro vagão por ali. É possível também que nenhum deles esteja lá ou sequer tenham chegado ao Terminal.
Aqueles sacos de leite em pó perto do vagão onde Rick e companhia estão podem ter sido para alimentar Judith e as pessoas que estavam ali antes deles?
Gimple: Parece que existem pessoas ali que eles têm alimentado. Interessante.
Kirkman: Tudo é possível.
O vagão é o primeiro lugar onde Rick e Daryl encontram Abraham e seu pequeno grupo. Como eles se relacionarão? Como eles responderão a Eugene, que afirma saber o motivo do apocalipse e sua cura?
Kirkman: Abraham provou ser o macho alfa e que tem uma única missão em mente, e nada o impedirá de cumpri-la. Se na próxima temporada chegarmos a ver Rick sem esperanças para essa missão pode haver um confronto entre eles. Se eles acertarem, poderemos vê-los trabalhando juntos. Vai ser algo bem interessante e vai nos dar bastante conteúdo para se trabalhar em cima. Eu ficaria atento para saber o que vai acontecer entre esses dois caras.
Rick e Daryl partilharam um momento calmo quando aquele chamou esse de irmão. Como a relação deles se desenvolverá agora que eles estão cercados por machos alfas?
Kirkman: Existe uma proximidade que cresce entre esses personagens que continuam sobrevivendo. Novos laços foram formados nessa temporada entre personagens que antes mal se falavam. Continuaremos a vê-los crescer juntos para que possamos separá-los depois. É isso que está acontecendo.
A última frase da temporada foi: “Eles estão mexendo com as pessoas erradas” – uma versão da frase de Rick nos quadrinhos na edição #64. Como foi a discussão para finalizar a temporada com aquela frase?
Gimple: Sabíamos como seria o final bem cedo. Não houve muita discussão sobre como fazer contanto que tivéssemos construído aquele momento no desenrolar da temporada. O cara que se escondeu debaixo da cama do episódio 4×12 – o que eu julgo ter sido uma ação esperta e não covarde – era uma versão intermediária do Rick que fez com que ele conduzisse os reivindicadores a seu rastro. Ele passou por muitas mudanças desde o fazendeiro desarmado que vimos no começo da temporada. Agora, embora ele esteja numa situação difícil, ele sabe que fará o que tiver que fazer para sobreviver.
The Walking Dead, a história de drama mais assistida da TV a cabo, irá retornar com a quinta temporada em Outubro de 2014 na AMC e na FOX Brasil. O trailer da temporada, bem como a data oficial de lançamento, será divulgada durante a Comic Con de San Diego, em julho.
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Fonte: Hollywood Reporter
Tradução: @OAvilaSouza / Staff Walking Dead Brasil
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