ATENÇÃO: Esta matéria contém spoilers do sétimo episódio da quarta temporada, “Dead Weight” (Peso Morto).
Lembra-se daquela versão amável e suave do Governador que fomos apresentados na semana passada em The Walking Dead? Você sabe, aquele que estava balançando uma barba de maluco e recuperando tanques de oxigênio para homens de idade doentes? Bem, ele estava realmente menos gentil e menos suave nesse último episódio (intitulado “Dead Weight”). Primeiro, ele mata Martinez com…. bem, um taco de golfe, em seguida, joga-o para os zumbis. Depois disso, ele matou o pobre Pete (que cometeu o erro de não invadir o outro acampamento para pegar comida). No final do episódio, o Governador estava de volta no comando de um grupo de pessoas, e com a arma apontada para sua velha inimiga Michonne.
O Entertainment Weekly falou com o homem que interpreta o Governador, David Morrissey, para obter sua opinião sobre o que vimos do ex-líder de Woodbury nesses dois últimos episódios. Foi a sedução do poder ou a necessidade de segurança que causou uma nova fúria assassina no homem? E como ele conseguiu interpretar o personagem em tantas fases diferentes ao longo dos dois últimos episódios? David Morrissey compartilha tudo! Bem, quase tudo.
EW: No começo nós achavamos que o Governador talvez fosse um homem mudado, depois de tudo o que ele passou. Mas, então, vê-lo matar seu velho amigo Martinez e depois assassinar a pessoa que assumiu a liderança depois de Martinez, talvez por isso ele não mudou depois de tudo. Ou talvez os métodos não mudaram, mas existe uma motivação? Qual sua opinião sobre ele nessa história e porque ele fez o que fez?
David Morrissey: Bem, sobre ele o que eu acho que vemos é um homem lutando pra ficar longe dessa terrível responsabilidade da liderança. Ele não quer isso. Ele quer ser liderado. Ele quer proteger as pessoas que ele ama. E ele vai fazer tudo o que puder para protege-los, até ser subserviente, se isso for necessário. Ele está naquela comunidade com Martinez e acho que ele só quer ser um civil tranquilo. Mas ele vê a liderança em torno dele. Ele vê as pessoas de lá dizerem: “Nós vamos protegê-lo” e eles não são capazes de protegê-los. Eles não são capazes de proteger as pessoas que amam. Então, ele é forçado a assumir a responsabilidade do único jeito que ele sabe e com a única coisa que lhe serviu, no passado, e que está sendo impiedosamente vigilante quando se trata de seu dever na liderança e proteção. Ninguém mais vai fazer isso. Ele tem que acelerar. Ele tem qualidades naturais de liderança e ele tem de avançar e fazê-la. E ele não quer fazê-lo, e o que nós amamos sobre ele e o que nós admiramos nele é a sua luta antes de tomar as rédeas. Ele tenta sair. Ele diz para Lilly: “Este lugar não é mais seguro. Não é seguro. Coisas ruins irão acontecer aqui”. E o que ele quer dizer é que as coisas vão ser ruins com ele. Ele pode sentir o lado escuro crescendo dentro de si mesmo e ele está tentando se afastar de si mesmo. Ele não consegue ficar longe de si. Ele tenta e ele acerta esse muro de zumbis e ele sabe que terá que voltar e enfrentar essas pessoas e tomar as rédeas da liderança.
EW: A morte de Martinez foi um momento de pura loucura, onde ele está lutando contra seus próprios impulsos? Ele foi tão desligado emocionalmente até que em seguida, vemos um pouco disso sendo colocado pra fora.
David Morrissey: Eu acho que Martinez cometeu o erro em admitir sua fraqueza. Ele diz ao Governador: “Eu não tenho certeza se posso manter esse lugar seguro”. Ele se virou para o Governador, naquele dia em que estava jogando golfe e disse: “De jeito nenhum esse acampamento não será seguro. Eu estou indo torna-lo seguro. Eu vou fazer tudo o que puder para torná-lo seguro”, em seguida, o Governador diria: “Ótimo, irei segui-lo”. Mas assim que o homem admite sua fraqueza, em seguida o Governador vai assumir o controle. E o Governador está matando e gritando: “Eu não quero isso!” O que ele não quer é a responsabilidade. Ele não quer a responsabilidade que ele é forçado a tomar por causa da fraqueza deste homem. Isso é muito importante. Ele está colocando uma coroa que ele não quer em sua cabeça. Mas ninguém, além dele, é digno de usa-la.
EW: E então ele mata o irmão, Pete, e assume o acampamento, porque ele sente que é a melhor maneira de proteger esta nova família que ele encontrou. Mas uma vez ele que ele recebe de volta o assento do poder, ele começa a sentir confortável novamente?
David Morrissey: A razão pelo qual ele mata o irmão é porque ele não quer fraqueza. Ele aprendeu no passado que a fraqueza e a dúvida são doenças muito contagiosas. Assim, ele se livra da fraqueza e vai para a resistência, que é o outro irmão. Por um minuto o público acha que o Governador está prestes a matar o bandido. Ele vai matar o motorista do tanque. Mas ele mata o irmão bom, porque ele sabe que tem que se livrar dessa fraqueza – a fraqueza da dúvida. Suas qualidades de liderança aparecem, eu acho. Ele é um homem que não tem medo de tomar decisões difíceis e é por isso que ele é uma força a ser reconhecida.
EW: Tem aquela cena em que ele tenta fugir no caminhão, mas eles se deparam com os zumbis presos na lama, bloqueando a estrada. Esta é uma espécie de cena clássica de horror em que alguém está tentando escapar do perigo e ele não consegue, mas o que era tão interessante sobre esta cena é que, neste casso, o perigo que ele está tentando escapar está dentro dele. E isso parece uma espécie de símbolo do fato de que ele não pode mais fugir de quem ele é e das escolhas que ele pode ter feito ao longo do caminho.
David Morrissey: Sim, há um ótimo livro com a citação “Onde quer que você vá, você estará lá.” E eu acho que o que o Governador está tentando fazer é fugir da coisa dentro de si mesmo, e ele nunca vai fugir disso. Ele está tentando fugir da responsabilidade. Ele está tentando fugir do perigo por trás dele, que é esse acampamento caindo aos pedaços. Ele está tentando encontrar segurança, e, é claro, ele não consegue encontrar segurança no mundo de The Walking Dead. Ele tem que encontra-la internamente. Ele chega ao ponto em que ele percebe que a única maneira que ele pode estar verdadeiramente seguro e que a única maneira que ele pode fazer as pessoas ao seu redor estarem seguras é ele assumir o controle. Você sabe, se você quer um trabalho bem feito, faça você mesmo. É aí que ele está pensando nisso, e ele percebe quando ele vai embora e está na estrada, e acaba indo contra a parede de zumbis – ele poderia tomar outra estrada, ir para outro lugar. O que ele tem que fazer é voltar atrás e fazer-se seguro. E ele sabe que não é seguro em lugar nenhum. E essa é sua prisão. Ele sabe que é um lugar de refúgio. Ele sabe que é ali que eles podem viver. Então, se ele quer ir até a prisão ele terá de voltar com algumas boas táticas de negociação. Então ele volta e ele terá de segurar as rédeas dessa comunidade e veremos o que acontece no próximo episódio.
EW: Nós ouvimos muito sobre as várias fases de desespero e, nestes dois episódios você está basicamente interpretando esse cara em algum desses vários estágios. Foi um grande desafio pra você, deixando-nos ver esse homem primeiro e depois evoluir novamente em outra coisa?
David Morrissey: A escrita tem que leva-lo a partir da emoção e eu acho que a escrita em ambos os episódios foi brilhante e me deu todas as ferramentas para trabalhar. Acho que a principal coisa pra mim é que você acredita que um homem que fez coisas terríveis pode fazer coisas boas também. Que você acredita que um homem que é um assassino e um assassino em massa pode realmente mudar e mostrar sentimentos amorosos. E qualquer um que tenha estudado qualquer tipo de psicologia irá dizer-lhe que é verdade – que ninguém é bom por completo e ninguém é todo ruim. Que as pessoas não combatem o lado ruins de si mesmos, e espera o lado bom ganhar. Todo mundo tem que lutar. Algumas pessoas têm mais do que outros e com coisas maiores em jogo. Então, essa é a coisa pra mim, certificando-se que a cada volta que o Governador faz é uma volta crível e você fica torcendo para apenas repetir: “Este é um homem diferente e este é um personagem diferente”, mas que tudo é a mesma pessoa. É um conflito interno que está sendo registrado.
EW: Registrado por ele e por nós?
David Morrissey: Eu acho que a relação que o Governador tem é realmente importante e muito diferente de qualquer outro relacionamento que tem em The Walking Dead é a sua relação com o público. O público vê o homem no seu mais baixo, no seu lado mais vil, seu lado mais vulnerável e o seu mais amoroso. Eles vêem todos os aspectos dele. E eles têm segredos sobre o Governador que nenhum personagem tem. Eles podem ser segredos terríveis de destruição, mas eles também podem ser segredos de amor e vulnerabilidade. E só o público tem essa relação com ele. Isso é o que eu mais amo sobre o personagem, que seu relacionamento com o público é total. Muito mais do que o total que acontece com qualquer outro personagem. O que Rick sente pelo Governador, o que Lily sente pelo Governador, o que Michonne sente sobre o Governador – só eles têm essa informação através de certos aspectos do homem. O público tem a sua relação em saber tudo sobre ele e isso é muito importante.
EW: Bem, eu não posso esperar para ver o que acontece já que este episódio terminou com o Governador apontando a arma para Michonne. Você não vai me dizer se você puxou o gatilho ou não, não é?
David Morrissey: Não.
O que você achou das decisões do Governador? Ele está indo em direção a prisão e provavelmente teremos mortes no último episódio de 2013 que estreia no próximo domingo na AMC. Quais são suas apostas? Deixe sua opinião nos comentários abaixo.
The Walking Dead vai ao ar todo domingo às 00h (horário brasileiro de verão) na AMC e às terças-feiras às 22:30 na FOX. A segunda metade da quarta temporada vai ao ar em Fevereiro de 2014 a partir do episódio S04E09, ainda sem título.
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Fonte: Entertainment Weekly
Tradução: @LuanaSieb / Staff Walking Dead Brasil
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