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REVIEW THE WALKING DEAD S08E16 – “Wrath”: A misericórdia prevaleceu sobre a ira

Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS do décimo sexto episódio, S08E16 – “Wrath” (Ira), da oitava temporada de The Walking Dead. Caso ainda não tenha assistido, não continue. Você foi avisado!

“A grande arte é mudar durante a batalha. Ai do general que vai para o combate com um esquema.”Napoleão Bonaparte

Na noite do último domingo a oitava temporada chegou ao seu fim. Mas, não fora apenas o fim de uma temporada. O episódio trouxe conclusão para uma trama que já se desenrolava faz duas temporadas. E esse fim foi muito além de “quem morre”. Houve uma transição importante no caráter de muitos personagens.

Sinceramente, havia um ar de temor quanta a conclusão da Guerra Total. Dado algumas conclusões decepcionantes anteriores, o evento mais difícil de ser trazido à tela foi bem executado e atendeu o que era necessário para o encerramento do arco por completo.

O personagem mais controverso parece ter se redimido ao menos um pouco com o público. Eugene, após ouvir Rosita, faz alterações drásticas nas munições dos Salvadores e é o responsável por salvar nossos heróis de um ataque que seria mortal. Isso demonstra um lado da Guerra que é comum no mundo real: o terrorismo psicológico pode escravizar grandes gênios e nem sempre aqueles que se rendem para o mal são essencialmente pessoas ruins, apenas não tiveram forças suficientes para contrariar seus dominadores.

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Negan não esperava por uma traição desse patamar. Aliás, Negan é o homem mais iludido do apocalipse. É totalmente fácil enganá-lo e manipular ele. Basta fingir que ele continua sendo seu superior que ele cairá como pato em sua história. Foi assim com Simon, Dwight e Eugene.

Em Hilltop vemos um pequeno grupo se preparando para aquilo que eles achavam que seria um pequeno embate. Dessa forma, quase todos os nossos personagens centrais – com exceção de Tara e Enid – saem para a ação. Antes de ir para a matança, Rick vai se despedir de Judith e então temos uma repetição de uma cena citada em uma review anterior: Rick se deparando com sua imagem ao espelho. Na mesma forma que naquela vez, logo após promover a matança de Salvadores que queriam se aliar com ele, Rick se contrastou com seu reflexo. Isso traz mais força a ideia de que ele está em um grande conflito interno que luta entre a razão e a emoção. A emoção aqui é o desejo de vingança e a razão a ideia de que após tudo o que se passou há de existir um futuro para ele e para a pequena Judith.

Para completar esse ar de ruptura do protagonista, Siddiq aparece no quarto e pela primeira vez Rick quer saber como tudo aconteceu com Carl. Isso demonstra que ele finalmente está permitindo que a ferida exposta pela morte do jovem Grimes seja tratada. Com um diálogo repleto de emoção – e com profundidade de atuação por parte de Avi Nash -, Rick entende as motivações de Carl e vê o quanto honrar a memória das pessoas que já passaram é necessário.

Morgan é outro personagem que possui uma transição interessante nesse episódio. Completamente fora de si, ele quase acaba por matar Henry e é confrontado por Carol. Será que Carol estava relutando consigo mesma por entender que Morgan estava se tornando um perigo para a segurança de todos já que ela teve de matar Lizzie pelo mesmo motivo?

Enfim, a Guerra chega ao fim depois dos Salvadores serem rendidos pelo grupo de Rick em cenas totalmente intensas de combate. O tão esperado – pela quarta vez – momento entre Negan e o protagonista chega e quando Rick está quase sendo derrotado pelo vilão, ele apela para Carl e dá um discurso para ele sobre a importância deles tentarem construir um mundo novo. Então, uma cena totalmente assustadora acontece. Rick corta o pescoço de Negan parecendo ter matado o antagonista.

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Rick dá um belo discurso para todos sobre a possibilidade deles construírem algo novo e lutarem contra os verdadeiros inimigos – apontando pra uma horda imensa de walkers (Alpha mandando beijos). Ao final, ordena que Siddiq salve a vida de Negan.

Maggie entra em desespero e exige que o algoz de seu marido seja morto. Entretanto, a petição dela não é ouvida pelo xerife. Outros rostos são focados e todos parecem estar bastante assustados no como tudo aconteceu.

Em Hilltop, após a chegada de Salvadores, a cidadela é evacuada por um acesso traseiro. Tara fica para defender o local, mas, surpreendentemente é apoiada por Alden e os Salvadores prisioneiros. Quando estão percebendo que seus esforços não darão resultado, uma explosão se dá matando todos os inimigos que cercam o local. Oceanside vem para combate e livra Tara da incumbência de guardar a cidadela – o que já era extremamente previsível.

Com a paz estabelecida, Daryl resolve dar uma de louco e levar Dwight para longe. O caipira determina que ele vá embora e nunca mais retorne. É engraçado pensar que o único dos Salvadores que contribuiu ao máximo para a vitória de Rick, é o único que é condenado a se afastar.

Outro personagem que se despede da trama é Morgan Jones que após se afastar de seus conhecidos, vai até o lixão e pede para que Jadis – Anne, como descobrimos – procure por Rick em Alexandria, local no qual ela encontrará morada. Ao ser questionado pela personagem se ele irá junto com ela, Morgan diz que não. A história dele passa a se desdobrar no spin-off Fear the Walking Dead.

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Enquanto Rick decreta prisão perpétua para Negan em Alexandria, Maggie junta a Jesus e Daryl aparece num tom ameaçador, planejando descumprir as vontades do xerife. Sinceramente, não há coesão na presença de Jesus ali, visto que ele sempre defendeu a ideia de que matar não era a melhor opção e que havia de ser estabelecida uma nova forma de vida após a Guerra. Seria bem mais compreensível se fosse Rosita em seu lugar.

Enfim, o episódio dessa semana findou a temporada e todos os oito anos de série. Digo isso porque, a partir de agora teremos uma transformação grandiosa naquilo que vimos até hoje. The Walking Dead basicamente se transformará em outra série a partir de agora e se distanciará ao máximo do que já conhecemos.

As cenas de abertura com uma espécie de flashback entre Rick e Carl serviram ainda mais para que entendêssemos que os desejos de ver o pai e Negan colhendo morangos em Alexandria podem ser concretos a partir de agora. Provavelmente retornaremos com um significativo salto temporal, com nossos heróis desacostumados com a luta já que viverão tempos de paz.

Hilltop será fortificada, Reino e Alexandria serão reconstruídos e a Fábrica dos Salvadores – que aparentemente ficou sobre o controle de Laura que poderá ser assistida por Tara e Rosita – está desenvolvendo técnicas de sustentabilidade própria para que possa cooperar com as demais comunidades. Quanto a Oceanside, não temos notícias de como se desdobrará e qual será sua participação nesse novo mundo globalizado estabelecido por Rick.

Dwight seguiu a ordem de Daryl e está indo atrás de sua amada agora que é totalmente livre para amá-la. O que esperamos? Que ele não seja mais um personagem atirado na escuridão como a própria Shery e Heath.

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Maggie continua fazendo o jogo do difícil com Alden. Algo semelhante acontece nos quadrinhos – mas com um residente de Hilltop – e no fim, ela acaba se rendendo a oportunidade de um novo amor. Se Alden for o escolhido para reascender a chama do amor na senhora Greene, já há altos índices de aceitação por parte do público.

E até agora não tivemos resoluções quanto ao helicóptero de Anne. Nada foi explicado e nem as expectativas de que isso seria suprido em Fear the Walking Dead foram atendidas. Então, passaremos longos meses criando as maiores teorias sobre a personagem que pouco a pouco está se permitindo ser explorada. O problema é se o salto temporal vier e ela aparecer bem integrada em Alexandria já e a história ficar sem explicação alguma.

O maior medo para esse salto temporal gira em torno de que a pacificação acabe por amortizar demais o ritmo da série que foi retomado na segunda metade dessa temporada. Querendo ou não, The Walking Dead conquistou um público gigantesco de entusiastas da ação e morte. Então, termos uma primeira metade de temporada que se foque unicamente na construção de cidades e em estabelecer o novo mundo pode desgastar ainda mais a audiência sedenta por sangue e reviravoltas.

O que poderá ser utilizado é a chegada de novos integrantes e pequenos conflitos internos sobre as decisões de Rick. Mas o quão suficiente isso será para manter a trama em um ritmo aceitável? Talvez trazer de volta personagens desaparecidos seja outra aposta que podem vir com informações de problemas que se aproximam.

Enfim, que fique reservado à nona temporada a incumbência de continuar restabelecendo The Walking Dead.

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E você? O que achou do episódio final da temporada? Quais suas expectativas para a nona temporada? Quem são os próximos personagens a morrerem? Deixe um comentário abaixo.

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The Walking Dead retorna em Outubro.

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Carlos Knewitz

Gaúcho, nascido na primeira metade dos anos 90 e com memória fotográfica. Estudante de Direito e extremamente viciado em escrever. Aficionado pelos quadrinhos de Robert Kirkman, fã de The Walking Dead e Fear the Walking Dead. Apaixonado por Carol Peletier e Alicia Clark e, sucessivamente, por suas intérpretes.

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