Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS do décimo episódio, S08E10 – “The Lost And The Plunderers” (O perdido e os saqueadores), da oitava temporada de The Walking Dead. Caso ainda não tenha assistido, não continue. Você foi avisado!
Uma semana depois da devastadora morte de um dos maiores personagens da franquia The Walking Dead, aqui estamos de novo. Tenho que dizer que um dos meus maiores medos começou a se tecer em tela: a morte de Carl não servir para absolutamente nada e ser apenas mais uma morte de impacto jogada ao vento.
Essa é a primeira vez que eu consigo me lembrar de acabar de assistir a um episódio com uma raiva suprema de Rick. Eu sempre pude relevar seus surtos de histeria no inicio da série. Eu consegui compreender quando Lori morreu, pois era a primeira grande perda do herói. Era compreensível sua desestrutura para aquele acontecimento.
Ainda, o que se explora aqui é uma questão de linha temporal. Até o Governador, havia se passado menos de um ano desde que o apocalipse havia começado. Rick ainda era um líder imaturo, com pouca carga de conhecimento sobre as relações humanas num estado de necessidade. Contudo, na atual temporada já temos a passagem de ao menos três anos desde que tudo se iniciou. Já tivemos o nosso “herói” passando por repetidas situações que deveriam o fazer aprender como não agir. E o que vi ontem em tela, foi de uma imaturidade sem fim.
O episódio começa assustando, com um letreiro fazendo chamada ao nome de Michonne. Naquele momento, eu achei que estava sendo feito algum tipo de tributo à personagem e já estava entrando em desespero. Tudo se acalmou depois das primeiras cenas em que eu percebi que era apenas uma forma diferente de explorar o episódio e que diversos personagens seriam explorados de formas desconexas, aonde tudo seria atado ao final.
No ponto de vista da samurai, eu confesso que já comecei descontente. Mesmo sabendo que a cena se passava segundos depois do acontecido com Carl, havia um sentimento de terem se passado décadas. Rick e Michonne estavam tranquilamente agindo bem. Até chegarem ao que restou daquilo que era a casa da família Grimes. Rick se manteve pacífico, já Michonne se dobrou ao ver as lembranças deixadas por Carl. Em momentos de pouca prudência, ela corre para apagar o fogo de um dos pergolados nos jardins de Alexandria cujo qual ela afirma que Carl adorava subir ao telhado para observar a cidadela (alguém já viu alguma cena dessas? Eu nunca vi algo parecido, mas tudo bem).
Rick se mantem firme e enquanto dirigem, Michonne sugere a leitura das cartas e fica surpresa ao se deparar com uma carta direcionada para Negan. Rick, no entanto, apenas pede para que ela pare de falar do assunto e segue em frente.
O nome seguinte exibido é o de Negan. Negan está tendo uma conversa com Simon e nessa conversa eu comecei a ponderar muito sobre os lados da Guerra. Tudo bem que de fato Negan matou Glenn e Abraham. Mas antes disso, Rick havia descido a bala em diversos Salvadores. Será que Negan seria tão vilão para nós se tivesse matado Eugene naquela época? Quando ele começa a falar para Simon que ele não quer que seu capanga extermine o grupo do lixão, mas apenas os dê uma lição para que aprendam, porque eles não estão ali para matar todos e sim para de alguma forma salvar (por mais que de uma maneira exótica), eu comecei a compreender um pouco melhor o líder dos Salvadores. Não que ele tenha limpado totalmente sua ficha, mas talvez ele não seja tão maligno quanto possa parecer. É somente o lado oposto da história que não acompanhamos desde seu inicio. Não sabemos o que exatamente o levou a agir da forma que age e o que precede os acontecimentos que nos levaram a odiá-lo. Cabe referir ainda que Negan recebeu uma “correspondência” de Maggie, o que o deixou desgostoso e acuado. Isso pode gerar um problema muito maior do que se pode esperar para Hilltop.
Quando o nome de Enid surge na tela, eu fiquei feliz. Feliz que parece que a personagem começará a ter chances na série de ser explorada. E bem, tenho que falar que a sequência de Enid foi a que mais me surpreendeu no episódio todo. A forma como ela se impõe e defende sua vida e a de Aaron apenas com palavras bem colocadas me fez vibrar. Foram dois breves confrontos verbais que Enid teve com Cyndie que me deixaram extremamente grato por aquele momento. Ela não é mais a garota que quer fugir por cima dos muros e viver uma vida solitária. Enid é alguém que está disposta a tudo pelo grupo e isso foi muito bem trabalhado nesse episódio.
Simon. Se Negan me despertou uma ponta de simpatia, um dos nomes mais influentes abaixo do líder nos Salvadores me deixou mais cheio de raiva. Simon consegue ser odioso em todo momento. Não é necessário abrir a boca. Apenas sua presença física deixa o ar mais pesado e difícil de ser inspirado. A sequência no lixão me fez ter pena pela primeira vez de Jadis. Simon tinha ordens para não fazer, mas fez. O que nos leva a novamente ponderar sobre Negan: será que exatamente tudo o que os Salvadores fazem é a mando do líder, ou eles agem por conta própria botando a responsabilidade no “vilão mor”? Sabe, é muito mais simples justificar seus erros colocando a culpa dos seus atos no seu superior.
Jadis, como eu já disse, me deixou com o coração apertado. Eu achei que jamais conseguiria ter qualquer tipo de empatia pela personagem, mas consegui. Enquanto eu via seus companheiros serem mortos no fragmento de Simon, e depois, quando ela estava sozinha em seu castelo de lixo tendo que lidar com todos os mortos, eu apenas pensava “Ela pode ter agido mal, mas ela lutou tanto quanto Rick para ter aquilo que tinha. Ela com certeza perdeu muita gente para finalmente ter um lugar para chamar de seu. Há toda uma trajetória anterior a Rick que trouxe essa mulher até aqui e a fez agir como age”. E de repente, tudo o que possuía ruiu. Mas eu a admirei por alguns instantes. Ela demonstrou saber sobreviver muito bem quando atraiu seus antigos amigos para a moedora.
Sobre Rick, como já falei, esse episódio foi um mar de decepções. Entretanto, aquela ação contra Jadis me deixou fervendo. Ele absolutamente não entendeu o que Carl falou. Não absorveu uma vírgula sequer e ainda descumpriu toda a sua promessa. Está certo que Jadis foi à maior parte do tempo uma pedra para Rick, mas ele ainda não entendeu que ações impensadas como a que ele teve naquele momento é que levaram ele a situações de perdas mais a frente? Fora que, ele esquece que Carl morreu justamente para salvar a vida de alguém que estava solitário.
Quem garante que Jadis não será capaz de reconquistar tudo novamente? De formar um grupo, lidera-lo e ir com todo o sangue nos olhos (e então, com toda a razão) ao encontro de Rick para sua vingança? Se ela foi capaz uma vez de formar um grupo, pode ser capaz novamente. Não digo agora, mas no futuro – e na perspectiva de um salto temporal – isso não seria impossível. E então, Rick voltará a perder pessoas que ama porque agiu de forma imatura mais uma vez.
Eu sei, ele acabou de perder o filho que era sua razão de tudo. Mas então que se permitisse o luto. Se afastasse por um instante, deixasse que Maggie, Ezekiel e Carol cuidassem da Guerra. Ou que ao menos considerasse o que Carl falou. Que ao menos tentasse minimamente buscar cumprir uma parcela de sua promessa.
A ligação a Negan foi meu momento de prazer. Negan me representou. Ele disse tudo o que eu queria dizer para Rick naquele momento “Apenas pare Rick”. As palavras de Negan eram duras, mas eram verdadeiras: Rick é responsável por tudo o que vem acontecendo em seu grupo. Cada uma das perdas que ele teve desde o começo são resultados de pequenas ações impensadas que ele teve.
Rick parece não perceber que querendo ou não, em algum momento ele terá que se sujeitar a alguma autoridade. Eles lutam para retomar uma sociedade, mas parece que Rick só aceita essa civilização se ele estiver no controle, se for diferente ele apenas sai matando todo mundo. Em algum momento Rick terá que parar, não digo agora. Mas não é possível que para ressocializar os sobreviventes, ele tenha que primeiro eliminar todos eles. É meio que redundante. Começo a perceber que o apocalipse não são os zumbis. O apocalipse é o próprio Rick, destruindo tudo por onde quer que passe.
Num geral, eu assisti a um episódio muito bom. Gostei da forma individual, mas coligada que a trama foi construída. Gostei de começar a ver Rick como alguém questionável e gostei ainda mais de poder questionar a vilania de Negan. Gostei de poder sentir empatia por personagens que jamais achei que poderia sentir e de ver mais de personagens que não tinham tanto tempo em tela anteriormente.
Então, agora é hora da opinião que mais importa: a opinião do leitor do Walking Dead Brasil. Deixe nos comentários o que você achou do episódio e vote na enquete.
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