Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS do nono episódio, S08E09 – “Honor” (Honra), da oitava temporada de The Walking Dead. Caso ainda não tenha assistido, não continue. Você foi avisado!
Faz mais de trinta minutos que estou olhando para a tela do meu computador e pensando sobre a melhor forma de começar essa review. Pela primeira vez eu estou me sentindo incapaz de filtrar sentimentos e renderizar em um texto. Peço desculpas ao leitor assíduo da página se essa análise ficar aquém daquilo que você esperava, mas talvez eu realmente não seja capaz.
Honra. Essa foi à palavra escolhida para titular a despedida de senão o maior, um dos maiores personagens da franquia The Walking Dead. A palavra não parece ter sido escolhida por acaso. Além de em um momento específico ser prolatada por Siddiq, parece ter sido uma mensagem de toda a produção que buscava convencer o público de algo não convencível: Carl estava marchando para a morte. Pareceu-me uma forma de homenagear o personagem depois de longos anos, mas não convenceu.
O episódio voltou a exibir os flashforwards intercalando com o presente. O que ocorre é que essa mixagem de futuro/presente não parece dar muito certo na série por causa da forma como é administrada. Às vezes tínhamos Carl e Rick aguardando a morte, de repente estávamos no futuro com Judith e Rick e logo voltávamos para Carol no Reino que não tinha nenhuma ligação com o enredo. É óbvio que os flashforwards foram necessários para o script do episódio e pra toda a estrutura do enredo, mas a forma como foram mixados com as demais cenas é que deixaram as coisas um pouco confusas.
Falando em Carol/Morgan/Ezekiel, eu tenho a dizer que eu gostei do alívio que trouxeram para a angústia do episódio, mas ao mesmo tempo me incomodou o fato de que tanto personagem sem muita importância recebeu episódio solo na hora da morte e Carl teve que dividir seus minutos finais de tela com acontecimentos alheios à sua morte. Enquanto eu assistia Honra, eu apenas pensava “Tudo bem, Carol continua sendo demais; Morgan está completamente fora de controle, mas e o Carl? Eu quero saber do Carl.”. Claro que nas últimas falas do jovem Grimes nós podemos ver o porquê da dualística, mas havia formas bem melhores de tudo isso ser explorado.
Agora é hora de falar de outro fator que muito me incomodou no fim de Carl: indiferença. Falem o que quiser, mas personagens como Daryl, Tara e Rosita que possuem uma história com Carl, me decepcionaram. Os três citados sabem que Rick funciona e funcionou até o momento por causa do filho, que eles só chegaram onde estão porque Carl estava vivo. Eu não pediria que eles se desmanchassem chorando e esperneassem enquanto assistia Carl definhar, mas ao menos uma despedida um pouco mais digna. Quando Daryl virou as costas e foi embora, pareceu que ele estava indo na padaria da esquina buscar pão e já voltava. Será que em nenhum momento os membros do grupo se preocuparam em como Rick prosseguiria sem Carl? Eu não vi em um milésimo de segundo Daryl, Tara e Rosita dando qualquer tipo de apoio para Rick, Michonne e Carl. O que lhes importava naquele momento era simplesmente seguir na guerra.
Quanto ao Reino, acredito ter sido grandioso o fato de mais uma vez demonstrarem que Morgan não possui um meio termo. Ou ele é o louco pacífico, ou a máquina mortífera. Seu modo de agir assustou até mesmo a matadora nata, Carol. Ele não estava ali pelo Rei Ezekiel, estava ali para matar. Morgan agora parece não conseguir sobreviver sem ver alguém morrendo. Ele fez contraste com os desejos de Carl e parece não se adequar a esse novo mundo sonhado pelo garoto.
Especificamente sobre Carol, me incomoda o quão alheia ela vem sendo desde a quarta temporada. Desde que foi expulsa da prisão, Carol se afastou do grupo. Chegou a residir com eles em Alexandria por pouco tempo, mas depois novamente se distanciou. Nesse meio tempo, tantas tramas emocionantes foram perdidas por causa disso. Carol é “apenas” a única mulher sobrevivente desde o acampamento na Geórgia. É “apenas” a mãe da primeira melhor amiga de Carl e a mulher que cuidou dele quando Lori não pôde (porque estava na floresta com Shane trabalhando em Judith). Carol, na prisão após a morte de Lori cuidou do garoto como uma mãe. E onde ela estava no momento de sua despedida? Totalmente longe, vivendo sua própria vida.
É magnífico que ela tenha sua própria história e seja um personagem que é suficiente por si só e é independente. Mas acho que a morte de Carl – se realmente era necessária – deveria ter sido construída num momento em que todos os personagens estivessem juntos (Rick, Daryl, Michonne, Maggie, Carol), vivendo uns segundos de trégua de Negan (enquanto ele estivesse em seu refúgio arquitetando um ataque) com as atenções todas voltadas para o jovem garoto. Assim, Carl teria uma morte de honra, perto de todos os que construíram sua história. Custava esperar dois ou três episódios para quando todos se reunirão em Hilltop?
No foco central, eu não teria como não comentar sobre a maturidade de Carl em tela. Depois de tanto tempo sendo o garoto que agia por impulso e parecia uma criança mimada, às vezes, Carl finalmente acertou e amadureceu. Quando? Quando estava condenado a morte. Ele simplesmente administrou seus últimos momentos da melhor forma e agiu como se estivesse fazendo a faxina preparatória para a recepção de amigos numa festa mais tarde. Ele deixou tudo pronto para apenas avisar ao pai que estava indo embora. Foi uma ótima alusão a vida real, quando os filhos decidem que os pais não podem mais estar sobre eles e que é chegado o momento de encarar a vida solitariamente.
Desapegando-me de tudo o que sei das HQ’s e de todas as expectativas do personagem e degustando apenas a arte exposta no episódio Honra, eu consegui ver um bom episódio. Se eu jamais tivesse assistido The Walking Dead e me deparasse com esse episódio, após assisti-lo eu desejaria saber mais da história daquele garoto que estava morrendo e entender o como ele chegou até ali.
Por fim, o final – com o perdão do pleonasmo. A morte foi dolorosa, mas me surpreendeu. Rick não parecia o mesmo que perdeu Lori. Em nenhum momento ele surtou ou saiu de si e explodiu em raiva e ódio. Nem mesmo no momento em que ouviu o disparo final do filho. Ele sentiu, mas de forma muito ponderada. Ele sabia que possuía uma dívida com o garoto. E então, voltamos à honra. Quando Siddiq diz que promete que honraria o sacrifício de Carl e faria todos ali confiarem nele, Rick observa. E acredito que essa frase do muçulmano ecoa em sua cabeça no momento da morte do seu filho. A partir de agora ele deve honrar o garoto e realizar seus últimos anseios.
Os três segundo que fecham o episódio me deixaram confuso. Rick sentado em frente a uma árvore, com as mãos ensanguentadas e chorando. Isso novamente atou todos os nós. Quando tudo estava caminhando para um rumo no episódio e eu finalmente estava aceitando o que acontecera, eu me deparo com aquela pequena cena que pode dizer muita coisa. Parece que o episódio foi cortado ao meio, ou que ficaram com preguiça de fazer o final. Aquilo abre margem pra tanta interpretação: Será que a morte de Carl realmente aconteceu, ou foi um pensamento de Rick em algum momento anterior da guerra (lá pelo primeiro ou segundo episódio dessa temporada)? Será que Rick matou alguém e estava refletindo sobre o pedido do filho e se decepciona por não estar cumprindo o prometido a ele? Para aonde diabos essa série está rumando?
E você, percebeu algum outro ponto que não tenha sido citado nessa resenha? Você discorda de algo dito aqui? Concorda com excelência? Então deixe nos comentários abaixo todas as suas opiniões. Estamos ansiosos para ler sobre a review de quem realmente importa: o público.
The Walking Dead vai ao ar todo domingo, legendado, às 23h30 e toda segunda-feira, dublado, às 22h30, na Fox.
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