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REVIEW THE WALKING DEAD S08E08 – “How It’s Gotta Be”: O inimaginável

Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS dos quadrinhos originais e do oitavo episódio, S08E08 – “How It’s Gotta Be” (Como Deve Ser), da oitava temporada de The Walking Dead. Caso ainda não tenha assistido ou lido, não continue. Você foi avisado!

Durante todo o tempo promocional da 8ª temporada nos prometeram mortes significativas e disseram a todo momento que nem os personagens principais da série estavam a salvo, e foi exatamente isso que nos deram no último episódio do ano. Confesso que ainda não consegui decidir se foi uma coisa boa ou ruim, mas de um jeito ou de outro, não imaginava isso nem por um milhão de anos. Apesar da boa construção do episódio, não é possível deixar de notar vários buracos na execução do mesmo, que deixou mais pontas soltas do que acho cabível em um midseason finale.

Maior exemplo disso é que não sabemos como Negan se livrou dos zumbis, como conseguiu escapar e principalmente como em tão pouco tempo, ele conseguiu se organizar de tal forma para atacar todas as comunidades ao mesmo tempo. Como ele ainda tem tantos soldados se todos os outros complexos foram derrotados e os únicos Salvadores sobreviventes dos ataques estão presos em Hilltop? E de onde os Salvadores conseguiram tantas armas se, novamente, TODOS os complexos foram atacados e as comunidades conseguiram pegar as armas? Esses furos incomodam ao permanecerem sem explicação, principalmente a medida que determinadas cenas se prolongam mais do que o necessário com informações não relevantes.

Assim, só podemos supor que seja lá como Negan e os Salvadores tenham conseguido escapar do Santuário, foi por obra de Eugene – como Dwight fala depois – e não resultado direto da empreitada de Daryl e Tara, o que nos leva a próxima questão: Eugene está além da redenção? Afinal, ele “ajudou” a liberar caminho para que Gabriel e o Dr. Carson fujam do Santuário e vimos sua dificuldade em dormir, mas será que isso é suficiente? Acredito que não, mas essa é apenas minha humilde opinião.

Nada de novo acontece quando os Catadores abandonam Rick ao verem que Negan conseguiu sair e se não fosse santa Carol e santo Jerry, Rick provavelmente teria sido capturado ou pior. E infelizmente eles não conseguiram chegar as respectivas comunidades para alertar sobre o ataque iminente. Não entendi muito bem esse lapso temporal e novamente me pergunto quanto tempo se passou com Rick preso por Jadis e também desde que Daryl e Tara abriram caminho para os walkers invadirem o Santuário, como deu tempo de acabar com todos aqueles zumbis e ainda se organizar para um ataque a três comunidades distintas? Enfim.

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No Reino, foi bom ver Ezekiel ressurgir e finalmente reagir para salvar seu povo, fiquei um pouco preocupada quando vi ele se escondendo, mas no final, ele sequer pensou ao colocar-se em risco para salvar sua comunidade. Finalmente o Rei honrou seu título, ainda que o preço tenha sido alto, já que foi capturado, mas pelo que vimos, Morgan provavelmente vai resgatá-lo.

Já com a líder de Hilltop as coisas já foram mais infelizes quando o comboio de Maggie foi atacado por Simon. Confesso que não consegui engolir muito o acontecido, pois na hora que Maggie percebeu a árvore caída, acho que o primeiro instinto seria sair dos carros atirando para tudo que é lado, mas não foi o que aconteceu. Lentamente – pelo menos na minha opinião – Simon chega com Jerry refém e os Salvadores conseguem abordar todos os carros e pegar as armas de todo mundo. Mas o incrível disso tudo foi que vimos como Maggie se tornou a líder que faz escolhas difíceis e sequer pensa duas vezes em empurrar de volta quando ameaçada, mesmo que ela não concorde muito com o que precisa ser feito, e me pergunto se Jesus será um empecilho com sua “moral”. Confesso que me arrepiei com o “ainda temos 38”.

Em Alexandria rola o plot maior do episódio quando Negan ataca a comunidade, mas foi legal ver que eles tinham um plano de fuga e a jogada de colocar todo mundo no esgoto foi sensacional, mas o mais incrível de tudo foi a liderança de Carl no episódio. Quando Negan chega, todos ficam meio atordoados e ninguém consegue agir tão rápido e friamente quanto o pequeno Grimes que ainda se coloca em risco ao tentar negociar com Negan e se oferece para ser morto se isso for dar um basta em tudo. Foi um diálogo incrível e a atuação do Chandler Riggs foi impecável, embora na minha opinião o ponto alto do episódio tenha sido a briga entre Rick e Negan, já passou da hora esses dois caírem na mão, mas melhor ainda foi Rick perguntando se Negan nunca cala a boca.

Tudo bem que desde o início do episódio dava para sentir que alguma coisa estava errada, quando temos um flashback de Carl e Rick conversando logo após verem Siddiq pela primeira vez, depois Carl escrevendo a carta em seu quarto, mas nunca, e repito, nunca, imaginei que a baixa do episódio fosse ser Carl Grimes. Sempre temos essas “pistas” nos episódios em que vamos nos despedir de alguém, mas Carl morrer na série era uma coisa tão inimaginável e tão impossível que sequer considerei, apesar dos presságios ao longo do episódio, mas fiquei chocada quando ele revela a mordida ao fim do episódio.

Essa é, sem dúvida, a morte de maior dimensão em The Walking Dead. E enquanto não dá para negar que pelo menos algumas vezes eu tenha xingado o Carl por ter feito alguma cagada ou por não ter ficado dentro da porcaria da casa como a Lori tanto falava, ele sempre foi um personagem querido, não sei se por ter visto ele crescer em meio a todo esse horror ou se pela própria evolução do personagem, que sempre pensei ser o futuro da série, a quem Rick passaria a tocha como entendo ser a direção da HQ. Além disso, é difícil engolir que depois de tudo o que passou Carl seria tão imprudente para morrer mordido por um zumbi. Ainda não tenho uma opinião sólida sobre isso, mas tudo pende para achar que retirar Carl seja um erro.

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Desde o início ele foi a força motriz de Rick, mas principalmente depois da morte da Lori, e é visível que ele não tem com Judith a mesma conexão que tem com Carl, seja por não ser seu pai biológico ou por ela ser uma lembrança constante de Shane, mas fato é que Carl é sua última ligação com sua vida pré-apocalipse, e para mim, tirar isso de Rick é o mesmo que tirar todas as razões do personagem para continuar. Ok, ele tem a Michonne, mas ainda assim esse é o filho dele, foi para Carl que Rick disse que sentiu esperança novamente e precisava que ele acordasse porque queria mostra-lo o mundo novo que estava construindo para ele. Perceba, a Judith sempre foi secundária, se certo ou não é irrelevante, mas o foco principal de Rick sempre foi o Carl.

Não sei o que nos espera no futuro, o que Scott Gimple tem em mente para fazer a série seguir em frente, e confesso que só vejo incerteza no horizonte. Sei que Rick vai levar essa guerra até o fim, afinal, ele não tem outra escolha e a construção da segunda metade da 7ª temporada deixou claro que mesmo com as perdas é necessário continuar, inclusive o próprio Carl deixa isso claro em uma cena deletada ao conversar sobre isso com Rick e Michonne, mas ainda assim tudo me parece obscuro e a impressão que tenho é que estamos perto do fim de uma forma muito mais abrangente do que apenas o fim de uma temporada. De uma forma ou outra, sei que ainda teremos um episódio para nos despedirmos de Carl Grimes, mas deixo aqui meu singelo adeus ao personagem, que provou a todos que ainda é possível ser bom em meio ao apocalipse. Obrigada Carl, adeus.

The Walking Dead retorna no dia 25 de Fevereiro de 2018 com a segunda parte da oitava temporada.

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Ludmilla Peixoto

Carioca, advogada, gosto de Beatles a Mountain, viciada em música, silêncio e risadas, odeio gente que se leva a sério demais, assisto séries além do considerado humanamente possível, e tenho uma leve obsessão com tudo relacionado a TWD, SOA e HTGAWM.

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