ATENÇÃO! O post a seguir contém spoilers do episódio S07E12 – Say Yes, da sétima temporada de The Walking Dead. Não continue se você ainda não assistiu. VOCÊ FOI AVISADO!!
Todos adoram um parque de diversões – a não ser que os brinquedos te deixem enjoado, ou que tenha zumbis militares presos nos para-brisas ou atirando com armas aleatoriamente. Rick e Michonne passaram por isso no mais recente episódio de The Walking Dead, “Say Yes”, então a Entertainment Weekly conversou com o produtor executivo Greg Nicotero (que também dirigiu esse episódio) para ficar por dentro do que terminou sendo um episódio mais leve e engraçado do que estamos acostumados a ver.
ENTERTAINMENT WEEKLY: Você foi para todos os lugares nesse episódio: Rick e Michonne na estrada, o set do lixão, Alexandria, Hilltop. Você já trabalhou com tantos lugares em um episódio antes?
GREG NICOTERO: Já, mas estamos fazendo que o progresso dessa temporada passe por outros personagens com mais frequência, porque estamos construindo um momentum. Gastamos muito tempo na primeira metade dessa temporada preparando o terreno para o que virá a seguir, e com a história de Rick e Michonne, essa foi a primeira vez que vimos os dois na mesma página na temporada inteira.
Nós meio que brincamos que esse é o episódio de lua de mel. Você nunca os vê sorrindo, nunca viu esse tipo de química entre eles antes. E francamente, pra mim, esse foi um dos maiores desafios: o tom do episódio, porque é leve e há trocas genuinamente engraçadas entre eles. Eu amo ver Michonne sorrindo, amo ver Rick sorrindo, mesmo que, obviamente, há bem mais coisas acontecendo por trás de tudo.
Estou muito orgulhoso desse episódio, acho bastante intrigante e bem diferente dos outros episódios de The Walking Dead, mesmo em termos de mortes de zumbis. Quando eles estão num parque de diversões abandonado, escolhemos filmar a profundidade mais impressionista – o jogo de sombras e ângulos onde a cabeça dos walkers não estão enquadradas na cena, só Michonne dando espadadas, era bem mais sobre eles do que sobre as mortes em si.
Sim, houve muito humor nesse episódio, e uma leveza em geral – como Rick dizendo “Qual é, você aguenta matar oito zumbis” ou brincando sobre como eles já ultrapassaram isso com o carro. Quando vocês estavam conversando sobre esse episódio, você imaginou o quanto podia seguir em frente com o humor e o tom mais leve?
Greg Nicotero: Nós forçamos até um pouco mais. Eu sempre quis que meus atores se sentissem protegidos em primeiro lugar, mas também que sentissem que têm a oportunidade de realmente explorar diferentes aspectos de seus personagens. Com Danai Gurira, ela veio até minha casa e fomos jantar uma noite, ela falou sobre o roteiro inteiro, porque Michonne tem um comportamento bem específico, e fiquei bem feliz pelo falo de que podemos ver um lado divertido nela. Penso que Michonne se sente bem mais como Danai nesse episódio. Sinto que vejo bem mais dela nesse personagem por causa da leveza. Quando ela olha daquele jeito para Rick, quando ele fala “Qual é, você aguenta matar oito zumbis”, ela olha para ele como “Quem, eu?” como se fosse obvio que ela aguentasse matar oito. É engraçado.
Queria muito que houvesse química entre eles. Essa honestamente é a primeira vez que os vimos sozinhos, que vimos essa facilidade um com o outro. No começo do episódio, Michonne diz “Nós deveríamos voltar” e Rick diz “Não, vamos lá, ainda temos um pouco de tempo”. Ele está curtindo esse tempo. Ele não quer voltar logo porque sabe que quando voltar, o jogo começará, e ela meio que seguiu a sua linha de pensando e aceitou. Depois eles encontram aquela escola cheia de suprimentos, e só depois que eles matam todos aqueles walkers que o peso de tudo cai sobre Michonne – a realidade que ela pode perder ele, ele pode perder ela, eles podem perder pessoas. É o começo daquela velha história de que a sobrevivência do grupo é mais importante que a sobrevivência de um indivíduo.
Estou acostumado a ver você dirigindo essas cenas espetaculares, como o episódio de estreia da midseason ano passado, ou episódios que introduzem comunidades, como o Reino nessa temporada. O que achei interessante sobre esse é que mesmo que tivesse cenas legais de ação e zumbis, argumentaria que os momentos mais impactantes são os silenciosos, como aquela cena no carro entre Michonne e Rick onde ele diz a ela que eles estão lutando por algo maior do que eles.
Greg Nicotero: Quando gravamos esse episódio, senti que essa era a melhor cena que gravamos na temporada inteira. Havia tanto poder por trás disso, tanta emoção por trás das palavras, só crua e bonita. E as performances naquela cena – eu sentei no monitor e falei “Meu Deus!” O que eles estão dizendo e como estão dizendo, e a conexão entre eles, tudo isso se encaixa porque vemos eles invadirem os prédios e pilhando, explorando, pegando a van, e a cena de jantar de aniversário de Sixteen Candles que eu especificamente coreografei para parecer com Sixteen Candles.
Só queria que a audiência sentisse de verdade aquela parte da relação deles, para quando ela percebesse que poderia perder ele, pudessem ver que seria devastador a ela. Eu tive grandes oportunidades de dirigir alguns momentos emocionantes, como Rick segurando a mão de Carl na cama. Isso que fazem os episódios serem ótimos, você tempera eles com esses picos e vales de emoção, risadas, tristezas, e mesmo quando ele volta e negocia com Jadis pelo gato…
Eu amei isso.
Greg Nicotero: Dou risadas toda vez que vejo.
Eu também.
Greg Nicotero: “20, e fico com o gato.” É tão engraçado. Eu sinto que minha relação com os atores e roteiristas está tão afiada agora, tudo indo tão bem. É isso que faz a segunda metade da temporada, para mim, ser tão satisfatória. E sentir que aquele momento onde Michonne olha por uns segundos pensando que Rick tinha ido embora – eu assisti o episódio ontem novamente e pensei “caramba, as pessoas vão surtar por um minuto porque isso aconteceu por um tempo que você não sabe se ele vai sair dessa.”
Conte-me sobre essa ideia de parque de diversões zumbi. Peguei um pouco de Creepshow também. De onde veio isso?
Greg Nicotero: Uma das coisas que isso mostra é que não temos muito a chance de explorar aspectos do mundo depois do surto, e Michonne diz isso quando eles estão no telhado olhando para esse parque de diversões, “Nós poderíamos ter isso de volta”. Digo, ela realmente acredita que o mundo pode voltar a ser o que era, que terá um lugar onde nem tudo é morte, melancolia, mas sim um mundo. É uma boa lembrança de que há uma escola e eles tiveram esse parque de diversões lá, com vários brinquedos e ursos de pelúcia.
Sei que seria muito importante para nossa história montar esse cenário, então nós alugamos todo aquele equipamento e construímos alguns, envelhecemos tudo e foi algo significante em termos de só ter zumbis saindo de todas as avenidas, mas é importante para a história relembrar a audiência do que o mundo costumava ser, porque não pensamos muito sobre isso ou vimos muito disso com frequência na série. Agora temos que lidar com o presente, com Negan, com Hilltop, com o Reino, e com o Santuário, então isso foi uma pequena lembrança do que o mundo era e o que estamos lutando contra. Estamos lutando para conseguir que o mundo volte a ser semelhante àquele tipo de humanidade de antes.
Nos dê uma dica em termos do que virá a seguir, porque sei que Sasha e Rosita tentarão se fazer de boazinhas para derrotar Negan. Bem claro que Tara está contando a Rick sobre Oceanside. O que isso significa?
Greg Nicotero: Rick está em modo de recrutar, está lidando com Jadis e seu pessoal em termos de armamento, mas parece que eles já têm isso selado. Quanto maior o exército de Rick ficar, mais confiante eles ficam para derrubar Negan. E com Sasha e Rosita, vimos suas histórias progredirem. Assim que Rosita atirou em Negan, tudo mudou para ela. Quando Olivia morreu e Eugene foi levado por causa das ações de Rosita, ela não tinha mais nada a perder. Ela está pronta para ir e não importa como ela fará isso. Ela tem uma missão singular, e depois com Sasha perdendo Abraham e como ela se sente, temos duas mulheres fortes e poderosas que não serão impedidas de cumprir suas jornadas.
The Walking Dead, a história de drama mais assistida da TV a cabo, vai ao ar nas noites de domingo no AMC Internacional, às 22h, e no FOX Action (canal do pacote premium FOX+) e FOX Brasil, às 22h30. Confira todas as notícias sobre a sétima temporada.
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