Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS dos quadrinhos originais e do segundo episódio, S07E02 – “The Well”, da sétima temporada de The Walking Dead. Caso ainda não tenha assistido ou lido, não continue. Você foi avisado!
Relações, um plural tratado com sensibilidade pelo roteirista Matthew Negrete no episódio de “The Well” (O Poço), cujo apresenta aos telespectadores um dos mais importantes cenários das HQs, “O Reino”. Nessa introdução de um novo lugar e de novos personagens temos o possível resgate de um dos principais sentimentos da vida, a esperança.
Não é de hoje que The Walking Dead na TV traz um episódio mais pacato e menos violento após algum acontecimento brutal, Greg Nicotero dirigiu “The Well” com esse propósito vital já usado outrora no seriado e que de fato funciona. Nas HQs a frenesi parece ser e é mais constante, porém adaptado para outra linguagem é percebido a esplêndida união ‘audiovisual’, ou seja, sem a frenética violência de costume pode-se ter um episódio mais brando e, por exemplo, com outros nuances artísticos como acontece pela canção “Don’t Think Twice, It’s All Right” de Bob Dylan cantada a capella, fato já usado outras vezes como em (s06e10) com a música “More Than a Feeling” da banda Boston e quando a finada Beth (Emily Kinney) toca e canta “Struggling Man do Jimmy Cliff” em (s05e09).
“The Well” conecta pela primeira vez personagens de três grupos: os sobreviventes de Alexandria (Rick), Os Salvadores (Negan) e O Reino (Ezekiel). Confira abaixo destaques e comparações da adaptação das HQs para a TV:
Antes da abertura é visto flashes pelo ponto de vista de Carol (Melissa McBride), a qual sem completa lucidez vê os mortos como vivos e também observa os cavaleiros do reino em ação, os quais protegem a comunidade, trabalham e também caçam suprimentos no exterior da comunidade.
O “Reinado” de Ezekiel é apresentado após os créditos iniciais e muitas pessoas aparecem caminhando e realizando suas tarefas, por exemplo, colhendo no hortifrúti, aula no coreto, mas poucos novos personagens são apresentados, pelo fato do grupo também conter muitas pessoas.
Nos primeiros minutos do episódio Ezekiel (Khary Payton) é apresentado após um breve diálogo entre Morgan (Lennie James) e Carol (Melissa McBride). Os dois personagens que não estão mais vivos nas HQS promovem a primeira conversa com “o Rei”, o qual é apresentado na edição #108, cujo primeiro diálogo na versão original ocorre através de Jesus que leva Rick para conhece-lo.
Apesar do uso de personagens diferentes na introdução de Ezekiel e o Reino, o reconhecimento do lugar e da sua fiel companheira do Rei, a tigresa Shiva, ocorreu com falas muito parecidas na HQ para a TV, com linguajar de conto de fadas e expressões que lembram livros de histórias da era monarca, como “vossa majestade”.
Ezekiel se apresenta assim como na HQ sendo um bom anfitrião, inteligente, educado e agindo numa performance estereotipada da representação de um verdadeiro rei. Com a companhia de sua tigresa, expõe o quão ele pode ser poderoso, principalmente na habilidade da persuasão, por exemplo, fazendo o público pensar – Como ele adestrou o animal? Como ele lidera um grande grupo nesse estilo feudal?
Ao lado do Rei é apresentado também outro novo personagem, Jerry (Cooper Andrews), com traje medieval, irreverente e com semblante feliz, o personagem transmite ser um assistente de Ezekiel e também um cavaleiro do reino, com seu machado o personagem aparece em algumas cenas, porém nas HQs ele não existe, a única aparição de um personagem com o nome Jerry ocorre em um dos jogos de vídeo game da franquia The Walking Dead produzida pela Telltale Games, porém a fisionomia e localização dos personagens são distintas.
Outro personagem introduzido é Benjamin (Logan Miller), porém esse vem dos HQs, o qual aparece pela primeira vez na edição #129, membro jovem da comunidade do Reino, perdeu seu pai em uma ação externa, no qual morreram oito outros homens conforme mencionado pelo personagem no episódio. Ele está sendo introduzido ao grupo de cavaleiros, por sua vez está recebendo treinamentos de Aikidô por Morgan. Tal fato não se assemelha com a HQ devido Morgan ter morrido por uma mordida de zumbi em Alexandria, mas a TV agrega a introdução de Ben para dar continuidade na apresentação do Reino e a relação da comunidade com Os Salvadores.
O treino da arte marcial proposta no seriado por Morgan possui uma simples semelhança no HQ através de Michonne na edição #111, na qual ela treina e ensina suas habilidades para pessoas do reinado, porém é apenas uma semelhança, pois o Aikido do seriado ficou dentro do contexto pelo fato de Morgan possuir também habilidades marciais.
A evolução da personagem protagonizada por Melissa McBride expõe a resiliência do ser humano diante tempos difíceis e sua superação é exemplo no seriado. Recentemente sua atitude de fuga e liberdade expôs a condição do limite do ser humano, porém com o resgate ocorrido através de Morgan e os cavaleiros do reino, a personagem se integrou novamente a uma comunidade, desta vez em um novo grupo. No episódio, Carol acorda e se depara com um contexto de convivência brando e fantasioso, o melhor exemplo ocorre logo primeiro diálogo com Ezekiel.
No episódio, a relação entre Carol e Ezekiel se dá pela tentativa do “Rei” em se aproximar da personagem e expor que todo ser humano é útil e deve se alimentar de esperança.
A adaptação da HQ na TV ocorre pela uso do arco de Michonne com o Rei Ezekiel, a qual foi adaptada por Carol no seriado, percebe-se na edição #110 do HQ a aproximação dos personagens através de diálogos regados de flertes oriundo do amigo de Shiva, tal nuance se percebe no episódio quando Ezekiel faz intervenção da fuga de Carol e com um suave diálogo expõe sua investida num teor filosófico que continua no desfecho de “The Well”, quando o rei e sua tigresa realizam uma visita ‘amistosa’ para Carol numa casa nos arredores do reino.
Essa investida branda de Ezekiel em Carol é uma adaptação direta da personagem Michonne das HQs, mas que no seriado eventualmente não irá acontecer por causa sua relação amorosa com Rick que foi apresentada ao público na temporada anterior.
Internas
Mesmo que a introdução do Ezekiel e seu reinado ocorreu com personagens diferentes das HQs, os diálogos e a maneira pelo qual ele se relaciona com as pessoas se manteve fiel. A maior parte do tempo o “rei” expõe ser brando, pacificador, inspirador e líder, tais qualidades foram bem representadas pelo ator Khary Payton através de um roteiro moderado por discursos esperançosos, como é visto no seu diálogo pessoal com Morgan e posteriormente com Carol, o personagem chega para contribuir com o desenvolvimento da história.
Externas
As relações externas de Ezekiel ocorre diretamente com Os Salvadores, pelo fato de que o reino também produz para Negan, mas o rei oculta tal ocorrência como forma de proteção da sua comunidade, a fim de manter uma sociedade lúcida e produtiva atrelada a esperança, assim como já foi visto em Woodburry com as pessoas desempenhando seus papéis sociais como professora, músico, médica etc.
Em “The Well”, episódio no qual leva esse nome referente a um diálogo que se comenta sobre poços, precisamente na fala:
“Beba do poço e o reabasteça.”
Tal lógica se dá apenas dentro do reinado, como forma das pessoas cultivarem e cuidarem da comunidade, porém Ezekiel não cadencia esse argumento com os Salvadores, pelo fato dos porcos cedidos à Negan (coisa que não acontece nos quadrinhos), suínos alimentados com carnes de zumbis, uma produção animal que é perdida, mas vale a proteção do seu povo.
O segundo episódio da sétima temporada possui um enredo mais leve, mais esperançoso, com diálogos regados de filosofia e inspirados para o bem da sociedade, e mesmo com o cenário apocalíptico existente, The Walking Dead expõe muitos que ainda tentam promover sinais de esperança. O cuidado que Greg Nicotero e Matthew Negrete tiveram em “The Well” se deu precisamente nesse pensamento, alimentar o otimismo em tempos difíceis.
Entretanto há muito o que acontecer, novas alianças, perdas e ganhos. O universo de The Walking Dead nas HQs e na TV definiram um montante de personagens excepcionais, os quais forneceram, fornecem e fornecerão muitas emoções e agora com quatro comunidades apresentadas (Alexandria, Hilltop, Salvadores e o Reino) só resta a todos nós consumir esse vasto conteúdo que envolve nossa razão com a emoção, promovendo uma verdadeira mistura de sentimentos.
Notou mais alguma referência dos quadrinhos? Divida nos comentários abaixo.
The Walking Dead, a história de drama mais assistida da TV a cabo, vai ao ar aos domingos no AMC Internacional, às 23h, e no FOX Action (canal do pacote premium FOX+) e FOX Brasil, às 23h30. Confira todas as notícias sobre a sétima temporada.
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