ATENÇÃO: Esta matéria contém spoilers do segundo episódio da sétima temporada de The Walking Dead, S07E02 – “The Well” (O Poço). Leia por sua conta e risco. Você foi avisado.
Foi-se embora todo a desgraça e melancolia de Negan e Lucille no episódio de The Walking Dead dessa semana, ao passo que fomos introduzidos a um recém-chegado muito mais agradável – o Rei Ezekiel! O antigo ator de teatro e tratador de zoológico e atual líder do Reino arrebentou em cena… Porque é isso que você faz quando você tem um Reino e um tigre de estimação: Você arrebenta.
A Entertainment Weekly conversou com o produtor executivo/diretor, Greg Nicotero, para obter algumas informações exclusivas sobre o por trás das câmeras do último episódio. Como Shiva, a tigresa, foi trazida à vida na tela? Qual foi o truque usado por Nicotero para diferenciar O Reino de todas as outras comunidades que já vimos? E será que existe uma conexão amorosa nascendo entre Ezekiel e Carol? Confira:
ENTERTAINMENT WEEKLY: Vamos começar falando sobre o início do episódio. Carol teve algumas visões aonde, aos olhos dela, os zumbis que Morgan e os membros do Reino matavam, se tornavam humanos. Sobre o que foi aquilo?
GREG NICOTERO: Ela está com um pouco de febre por conta dos tiros e feridas, então ela está imaginando os mundos morto e vivo ao mesmo tempo. É claro que a jornada de Carol tem sido sobre tentar se afastar das pessoas com as quais ela se importa, porque ela não quer ser forçada a ter de matar. Então, em seu estado febril, ela tem flashs indo e vindo entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos, o que é nitidamente parte de sua luta interna para determinar em qual dos mundos ela quer viver. Quero dizer, no final do ano passado, ela estava tipo “Apenas me mate. Eu estou bem. Se eu morrer agora, está tudo bem”. Então, eu vejo isso [as visões] um pouco como uma aceitação do fato de que se ela precisasse morrer agora, estaria tudo bem, para ela. Por isso a visualização dos dois mundos.
Morgan levou Carol para conhecer Ezekiel, e nós falaremos dele daqui a pouco, mas vamos falar agora sobre a tigresa. Robert Kirkman, o criador dos quadrinhos de The Walking Dead, nos contou que a primeira vez em que ele trouxe Shiva à vida nos quadrinhos, ele estava tipo “Ok, vamos ver como eles vão resolver isso na série”, porque isso parecia, de alguma forma, uma tarefa impossível. Muito dessa tarefa caiu sobre você. Nos conte o segredo da mágica, senhor.
Greg Nicotero: Nós fizemos vários efeitos animatronic de animais que foram bastante surpreendentes. Um dos primeiros grandes projetos que minha empresa já fez foi Dances With Wolves, em 1990. Então, grande parte da identidade de um K&B tem sido nossas reproduções realísticas de animais. Desde o início, eu venho dado ideias para [o showrunner] Scott M. Gimple, “Ouça, quando fizermos planos médios e abertos, vamos fazer alguns animais incríveis em animatronic”, e aí, quando ela precisou andar um pouco ou fazer algo mais elaborado, nós fomos a uma empresa na qual eu trabalhei por um tempo chamada Rythm & Hues, que fez “As Aventuras de Pi”, e eles claramente tinham habilidades incríveis para fazer um tigre digital. Para nós, tem sido um adorável e muito animador casamento entre os dois tipos de técnicas.
Se eles conseguiram colocar um tigre num barco, acho que eles conseguem fazer qualquer coisa. E sobre o Reino? Conte-nos a sua visão sobre o que é essa comunidade e como você queria que ela parecesse, porque ela é nitidamente diferente de qualquer outra comunidade que já vimos.
Greg Nicotero: Não é uma prisão melancólica que foi fortificada. Mesmo em termos de Alexandria, que não é necessariamente muito vibrante. A maneira como nós estabelecemos Alexandria foi para que os muros sempre fossem mostrados, dando um sentimento contínuo de claustrofobia – como se houvesse um começo e um final para a comunidade. Com o Reino, não existe um fim. Aliás, uma das coisas que eu fiz em cada take no Reino foi aumentar a saturação das cores um pouco porque eu queria que as coisas se ressaltassem. Eu queria que parecesse muito diferente do mundo morto lá fora. Quando você está do lado de fora dos muros do Reino, se sente monótono, maçante e sem vida, porque lá fora, é um mundo morto.
Mas quando você entra no Reino e você vê lindas flores, uma comunidade próspera, uma professora ensinando às crianças e ouve a um coro… Quero dizer, tudo sobre o Reino é vibrante, significa vida, é algo que nós não vimos em The Walking Dead nunca. Mesmo nos tempos de Woodbury isso ainda não era concreto. Então, na minha opinião, essa é a primeira comunidade em que nós vemos isso claramente: As pessoas são felizes, são prósperas, existe comida, pessoas bem treinadas – tudo que você poderia querer.
Essa foi uma das principais coisas sobre as quais eu conversei com Melissa [McBride] e Lennie [James]. Quando Melissa está sendo apresentada ao Reino na cadeira de rodas, eles precisam observar esse lugar – mesmo ela sendo cem porcento cética sobre o que está acontecendo e dizendo a Morgan “O que você contou para essas pessoas sobre nós? O que está acontecendo?” – Eu disse [a ela] para que tivesse certeza de que estivesse sentindo o fato de que aquele é um tipo de lugar que ela não vê há anos.
Falando sobre Melissa, eu quero falar sobre a cena, quase no final do episódio, entre Ezekiel e Carol, onde ele a flagra enquanto ela está saindo de fininho [do Reino], e conta a ela a verdade sobre toda a realeza presente em sua forma de agir, e que, na verdade, ele era um cuidador de zoológico e ator de teatro comunitário. Eu amo a fala em que ele explica sua filosofia dizendo “Eu encontrei uma maneira de lidar com o mal exagerando um pouquinho nas coisas boas. Eu apenas abracei a contradição”. É fascinante a maneira como esse cara se transformou na pessoa que ele é nesse mundo.
Greg Nicotero: Para mim, aquela sequência entre Carol e Ezekiel – aquele é o coração do episódio, porque o tom da voz dele muda, e ele não é mais “o cara que está no palco”. Ele até diz “Ouça, eu faço isso pelas pessoas. Elas precisam de algo no que acreditar. Sim, é um pouco ridículo mas, você sabe do que mais? Quando as pessoas ficaram sabendo que eu tinha uma tigresa e eu percebi que havia um papel que eu pudesse interpretar que pudesse ajudar as pessoas, aquele era o meu trabalho”. Eu amo a ideia dele saber que existem pessoas lá fora que pensam “Esse cara tem uma tigresa. Se ele tem uma tigresa, então ele deve ser um fodão.”
A imagem icônica e a mitologia que o cercam é quase tão poderosa quanto Negan e quase tão poderosa quanto Rick. Então, você descobre que você tem um cara que, quando seu nome é citado, as pessoas irão reagir de uma forma específica. É por isso que o Rei Ezekiel é constantemente interpretado, porque todos em sua corte estão interpretando isso com ele. Eles fazem isso por ele, e ele faz isso pelo seu povo.
Chegamos a um ponto aonde realmente, qualquer coisa que você foi antes, não importa. O apocalipse reiniciou todas as coisas. Uma vez que ele aconteceu, Ezekiel se tornou Rei Ezekiel. Obviamente ele não andava por aí como um rei antes do apocalipse.
Greg Nicotero: Veja, Glenn era um entregador de pizzas antes do apocalipse.
Cedo demais, Greg. Cedo demais. Outra coisa sobre a cena aonde Ezekiel confia em Carol é que, nos quadrinhos, são Ezekiel e Michonne – que, mais tarde, se tornam um casal. Definitivamente, existe uma química entre os dois [Carol e Ezekiel], e nós o vemos bater na porta de Carol ao final do episódio. Existe alguma possibilidade de uma conexão amorosa entre os dois?
Greg Nicotero: Eu acho que Ezekiel admira e respeita Carol, da mesma forma, ela também o admira e respeita. Porque ele a entende e ela entende o que ele está tentando fazer. Ela acha aquilo um pouco ridículo, o que ele está fazendo, mas ela respeita. Carol está tipo “Veja, você tem uma comunidade aqui cheia de pessoas e elas não estão sendo assassinadas e não estão sendo fatiadas em pedacinhos pelos mortos-vivos”. Então, ela respeita o fato de que ele tem uma comunidade em andamento, mas ela ainda está ferida e pensando “Eu não posso estar aqui. Você precisa entender isso”. E ele está tipo “Bem, sabe do que mais? Eu farei um trato com você”. E é por isso que ela termina na casa. Mesmo a cena entre Lennie e Melissa, quando eles chegam na casa e ela está tipo “Me desculpe ter te machucado”, existem muitas pequenas realizações ali.
Quero dizer, é um ótimo episódio para Morgan também, porque ele finalmente percebe, depois de uma temporada inteira, que ele não pode dizer a ela quem ela é. Ele finalmente aprende, porque ele diz a ela durante toda a sexta temporada “Eu não posso deixar que você faça isso. Eu preciso salvar você”. Ele está numa missão, basicamente, de salvá-la, e ela está tipo “Isso não é o seu trabalho. Você não precisa me salvar. Eu sou capaz de salvar a mim mesma se for o que eu quiser fazer. Por tanto, você precisa me deixar ser”. Então, é um grande momento para Morgan também, porque ele se encontra numa comunidade de pessoas que pensam igual a ele, aonde ele pode florescer e sobreviver, e ele percebe isso quando esta a mesa conversando com Benjamin, sobre não poder fazer com que Carol seja algo que ela não é. Ele, finalmente, decide parar.
Então, o que podemos concluir sobre Ezekiel aparecer na porta da casa de Carol no final do episódio?
Greg Nicotero: O fato de Ezekiel aparecer na porta, para mim, é apenas uma espécie de oferta de paz. Ela ouve o rugido da tigresa, e abre a porta, e ele está lá, com uma romã na mão. Eu acho que é a maneira que Ezekiel encontrou para dizer “Veja, você precisa escolher a vida porque não existe razão para continuar vivendo se você não vai abraçar sua humanidade.”
Pode nos dar uma pequena dica do que virá a seguir?
Greg Nicotero: Eu diria que vamos voltar ao nosso grupo principal um pouco, e começar a sentir algumas das consequências do primeiro episódio.
The Walking Dead, a história de drama mais assistida da TV a cabo, vai ao ar aos domingos no AMC Internacional, às 23h, e no FOX Action (canal do pacote premium FOX+) e FOX Brasil, às 23h30. Confira todas as notícias sobre a sétima temporada.
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Fonte: Entertainment Weekly
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