Trazer o vilão dos quadrinhos de The Walking Dead para as telas terá seus desafios. Enquanto os produtores parecem ter turbinado o elenco com Jeffrey Dean Morgan interpretando o lunático carismático vestido de couro, há também a questão de como a série lidará com a maldição prolífica de Negan. Os produtores anteriormente revelaram a Entertainment Weekly que eles realmente filmaram a entrada de Negan no final da temporada de duas maneiras diferentes, uma com um pouco da conhecida linguagem salgada de Negan, e outra mais leve para idade de censura da série.
Mas a grande questão é se o bastão de beisebol coberto de arame farpado de Negan, Lucille, encontrará a mesma cara que encontra na história original. Na edição 100 dos quadrinhos, Negan chega e imediatamente explode os miolos de um favorito dos fãs.
A Entertainment Weekly conversou com o showrunner Scott M. Gimple para obter a sua opinião sobre o que faz de Negan um personagem tão intrigante, por que ele decidiu introduzi-lo agora, e as deliberações sobre a possibilidade de manter os eventos de sua entrada o mesmo que nos quadrinhos ou alterar as coisas.
EW: Nós já vimos vários vilões nesta série. Nós vimos o Governador, vimos Gareth do Terminal, vimos esse cara que Morgan capturou dos Lobos. Para alguém que não leu os quadrinhos, o que faz Negan ser diferente de todos eles?
SCOTT M. GIMPLE: A melhor resposta é que ele é diferente de qualquer um que já vimos em The Walking Dead, e mais, eu acho que ele é diferente de qualquer pessoa que já vimos. Ele é um personagem singular, eu acho, dos últimos 10 a 20 anos da cultura popular. Acho que ele é um personagem fascinante. Quando eu estava lendo pela primeira vez sobre Negan nos quadrinhos e conversando com [o criador de The Walking Dead] Robert Kirkman sobre isso, fiquei encantado com este personagem. Através de outra lente, ele definitivamente não é um cara mau nos quadrinhos. Ele faz algumas coisas horríveis, mas nossos personagens fazem algumas coisas horríveis. Ele é, no entanto, este babaca não arrependido. Ele é um grande valentão.
EW: E um valentão com um bastão, apenas.
Scott M. Gimple: O pior tipo de valentões do ensino fundamental, ensino médio, do jardim de infância, da pré-escola e do útero são os agressores que eram engraçados. Esses eram os piores porque os valentões engraçados eram pessoas que queriam aparecer. Eles eram engraçados e ainda assim eles eram terríveis. Essa é uma grande combinação. E Negan é a versão final desse valentão. E ele é um estrategista incrível. Muitas vezes ele pode parecer caprichoso. Ele é puramente sua identidade. Ele é essa força da natureza. Ele é carismático. Um monte de vilões em séries e quadrinhos são do tipo “Oh eles são os vilões que você ama odiar.” Eu acho que Negan é o vilão que você odeia amar. Mas você apenas o ama. E ele faz algumas coisas horríveis, mas ele tem uma razão para isso.
Ele não é um psicopata, e em alguns aspectos, ele tem esse tipo bizarro de empatia. É bizarro que ele realmente tenha alguma empatia, ele tem um sistema e ele tem, de certa forma, até mesmo uma razão. Há uma série de momentos que são muito aterrorizantes porque você não pode argumentar com ele porque ele já fez sua mente em algo. Mas ele tem suas razões para as coisas. Ele não é apenas um psicopata. Ele é um personagem tão agradável de ler. Ele tem sido um personagem agradável de escrever, embora muito do que é escrito venha dos quadrinhos de Robert. Gostaria apenas de dizer que você não viu nada parecido com ele em The Walking Dead.
EW: Sim, ou em qualquer lugar neste quesito.
Scott M. Gimple: Ele vai aterrorizar você, mas ele realmente o fará rir. Muitas vezes você sentirá vergonha do que você está rindo.
EW: Bem, é por isso que você escolheu um comediante [de Watchmen], eu assumo.
Scott M. Gimple: Isso mesmo. Bem pensado.
EW: Lembro-me de quando falei com você no verão passado, perguntei se Negan viria nesta temporada e você disse que não tinha certeza ainda – que havia dois caminhos que você poderia seguir, um que ele aparecia e outro que não aparecia. Então o que te fez querer apresentá-lo nesta temporada?
Scott M. Gimple: Eu acho que eu posso dizer que é para seguir essa linha de história que está meio que virando em diferentes direções e aspectos para as temporadas 7 e 8. Quero dizer, é assim que muito do tempo da história se encaixa, é apenas olhar para a história e meio que enxergar de outra perspectiva, descobrir onde as coisas se encaixam e como nós dividimos os capítulos.
EW: Obviamente, a grande questão é quão parecida será a entrada épica de Negan das histórias em quadrinhos. Estou curioso em termos das conversas que vocês tiveram sobre como abordá-lo. Nós veremos isso fielmente? Faremos um remix e alteramos? Então, eu estou apenas curioso – sem saber do resultado final – como essas conversas foram em termos de mapeamento de todas as suas opções e a discussão de como é importante manter isto fiel, ou surpreender as pessoas, alterando-o.
Scott M. Gimple: Deixe-me colocar desta forma: Seja como for, fizemos apenas de tudo em serviço para ser fiel aos quadrinhos na medida do possível. O significado disso sempre será relativamente subjetivo. Mas nos inspiramos nos momentos dos quadrinhos e os moldamos para tudo apenas ser como estar naquele momento que nem nos quadrinhos, uma maneira de transforma-lo a fim de ter esses sentimentos e as emoções que lhe deram enquanto lia e muito mais.
Às vezes temos coisas tiradas dos quadrinhos que as pessoas que os leem talvez enxerguem à 1km de distância, e tentamos ajustar isso para que possamos dar-lhes a mesma sensação que tiveram ao ler, que poderia ser um choque, ou surpresa ou medo, qualquer uma dessas coisas. Pode ser totalmente diferente, mas é tudo para obter o mesmo tipo de sentimentos que você tem quando está lendo. Então será diferente? Absolutamente. Será a mesma coisa? Absolutamente.
Muitas das mudanças que fizemos dos quadrinhos têm a ver com isso. Às vezes as coisas acontecem com personagens completamente diferentes. Não foi Lizzie que matou Mika. Carl era o único envolvido naquela história do Billy e Ben. Mas acho que ainda temos o mesmo tipo de emoção e horror que tivemos lendo os quadrinhos. Então, nós queremos contar a história dos quadrinhos, mas do ponto de vista emocional em primeiro lugar, e isso muitas vezes cria as mudanças que fazemos.
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Fonte: Entertainment Weekly
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