ATENÇÃO: Esta matéria contém spoilers do décimo quinto episódio da sexta temporada de The Walking Dead, S06E15 – “East” (Leste). Leia por sua conta e risco. Você foi avisado.
“Se Daryl morrer a gente se revolta” tem sido uma frase constante entre os fãs do guerreiro arqueiro Daryl Dixon. Bem, levando em conta o final do episódio mais recente da sexta temporada, é melhor os produtores se preparem para os anseios do povo.
Furioso e triste de ter ajudado um estranho que depois se voltaria contra ele, chamado Dwight (que mais tarde usaria a besta de Daryl para matar Denise), Daryl partiu com tudo buscando vingança pela morte de Denise. Glenn, Michonne e Rosita o seguiram para tentar convencê-lo a retornar em segurança para Alexandria, mas ele se recusou. O resultado? Glenn e Michonne foram capturados e usados de isca para atrair Daryl e Rosita, que depois foram pegues de surpresa em uma tentativa de resgate.
Mas as coisas não acabaram por aí. Logo que Daryl começou a se virar, Dwight atirou nele e e o episódio se encerrou. E não se engane, foi Daryl que levou o tiro. “É o sangue de Daryl ali,” confirmou Norman Reedus, que interpreta Daryl. “É exatamente o que aconteceu, exatamente o que você viu.” Leia a seguir a entrevista com Reedus onde ele fala sobre a jornada por vingança de Daryl – incluindo uma cena que o fez chorar – e o final chocante.
Vamos começar com o início do episódio. Nós vemos Daryl segurando o chaveiro com o nome Dennis que Denise havia pegado e parte em sua moto, claramente tentando finalizar o trabalho de abater Dwight. O quão afetado ele está com a decisão do episódio 6 dessa temporada de ajudar Dwight, vendo que Dwight não só retornou e matou Denise, como o fez com a arma de Daryl?
Norman Reedus: Daryl levou aquilo para o lado pessoal de verdade. Digo, vê-la morrer na sua frente com sua besta, não acho que ele deixará isso barato. Acho que ele quer vingança.
Naquela cena onde Rosita e os outros o acham e ele fala sobre como Dwight tinha uma arma apontada para a cabeça dele depois dele ter o ajudado. É quase como Daryl estivesse não só com raiva pelo que aconteceu, mas também porque ele não consegue entender como ele pode ter feito um erro desses. Ele está com raiva de si próprio.
Norman Reedus: Lembro das filmagens do episódio 6, e uma das maiores coisas que passou pela minha cabeça é que eu tinha desapontado a todos, e tinha desapontado Rick. Aquela era minha primeira missão só para confiar em alguém, e levou um minuto, e não senti que confiava neles até que eles estavam cavando aquelas covas. E eu vi como aquelas pessoas não conseguiriam sobreviver sozinhas independente de qual fosse a decisão deles, e Daryl sentiu a apunhalada nas costas naquele momento. E depois o acontecido foi com a arma dele, então ele deveria ter previsto e ter saído dali. Ele confiou em alguém, e tudo voltou como uma mordida no traseiro, e não acho que ele seja o tipo de cara que deixa as coisas passarem, pelo menos aquilo não.
Sobre isso, naquela mesma cena tem um momento em que Glenn tenta levar Daryl de volta e diz, “Isso vai acabar mal”. E Daryl começa a pensar e diz, “Não posso, cara. Não posso”. Você acha que ele sabia no fundo que aquela não era uma decisão esperta, mas que ele simplesmente não podia se segurar?
Norman Reedus: Acho que sim, sabe. Acho que ele pensava assim, e é exatamente o que acontece. Lembro que filmamos várias tomadas desse momento e algumas palavras saíram da boca de Steven e me afetaram bastante, e uma delas foi “casa”. Sabe, quando ele fala, “volte para casa, nós precisamos de você”. E fizemos uma dessas tomadas e eu desabei a chorar quando ele falou essa palavra. É interessante quando você interpreta um personagem com essas pessoas, e Steven é alguém que eu conheço por fora e tem sido um grande amigo meu desde o primeiro dia, e existem algumas maneiras que nós podemos falar algumas coisas que acabam nos afetando.
Acho que a única forma daquela cena ter saído boa foi como Scott a cortou. Com as explosões, as caminhadas e a saída. E foi bastante complicado porque aquele momento significou muito para todos que estavam ali, e acho que ele percebe que é um erro ir atrás de Dwight, mas ele não cede. Você não consegue parar esse cara.
É interessante ver você falando o quão emocionado você ficou e como você até mesmo chorou durante uma tomada. Nós falamos sempre sobre isso sobre como as pessoas amam o Daryl porque ele é um durão cheio de habilidades, como se ele fosse feito para o apocalipse. Mas acho que também tem essa vulnerabilidade que as pessoas se identificam, e que ele é um cara durão que também é bastante emotivo, mesmo que ele tente esconder.
Norman Reedus: É meio que interessante ver que todos nesse elenco são assim. Você também vê Carol num momento completamente novo, mas com abordagens diferentes. Ela apenas não quer mais matar. E Daryl não consegue parar. Eles são semelhantes, essa vulnerabilidade e ter que matar são temas comuns na série. Vários personagens na série passam por isso de suas formas.
Ok, o episódio acaba com Daryl levando um tiro e se encerra rapidamente. Cara, o que diabos foi aquilo? Vocês estão tentando matar os fãs do coração?
Norman Reedus: Bem, é exatamente aquilo que você vê. Digo, é o sangue de Daryl que você vê. O que acontece é exatamente o que você vê. Esse é o mundo em que vivemos. A briga entre Daryl e Dwight é bem real – o tipo de briga que o que conta é o quem você é, o que você está se tornando e o que você está deixando para trás, e acho que Daryl está levando ela ao extremo. Ele está forçando o olho no olho agora.
O personagem de Dwight é quase como Kylo Ren do Despertar da Força, onde ele vira mal. Existia bondade nele até certo ponto, e ele está como se estivesse tentando tirar toda sua bondade, e ele desconta em você. Ele pareceu saborear no episódio passado quando matou Denise na sua frente. É como se ele sentisse que devesse fazer aquilo para expulsar seu lado bom.
Norman Reedus: O que é interessante é que Daryl é a primeira pessoa a quem ele se direciona, e ele fala como se sentisse mal por ter que falar as coisas que está dizendo, mas ainda assim ele as fala. Daryl não é esse tipo de cara. Daryl diz apenas o que está na sua cabeça. É interessante assistir a esses dois personagens – eles se refletem de uma maneira estranha.
E acaba logo depois de você levar o tiro e escutamos Dwight dizer, “Você ficará bem”, e eu quase pensei que aquilo foi dito para que as pessoas não se revoltassem e quisessem queimar a casa de Scott Gimple, porque sabemos da frase, “Se Daryl morrer nós nos revoltamos”. Então é como se ele dissesse, é, ele tá ferido, mas ainda está vivo.
Norman Reedus: Isso, mas dá pra confiar em Dwight? Entende? Quem é aquele cara? Não sabemos nem para quem ele está falando aquilo para ser sincero.
É verdade. Não vemos nada, só ouvimos. Como Scott falou com você sobre esse momento?
Norman Reedus: Ele foi bem direto e contou tudo. Eu pensei, “Oh, merd#, lá vamos nós.” Sim, ele me contou e nós conversamos sobre isso por um bom tempo, e sabe, aconteceu.
Você sabe que as redes sociais estão enlouquecendo enquanto leem isso né?
Norman Reedus: Ótimo. Queimem tudo.
O que também é muito interessante nesse episódio é que mostra que esses caras são claramente capazes de cercar um ótimo explorador como Daryl. Me surpreendeu o fato dele ter sido passado para trás na floresta dessa forma.
Norman Reedus: Sabe, essa parte me surpreendeu bastante também. Às vezes você pensa mais com seu coração do que com sua mente, e você age com raiva e acaba falhando quando isso acontece. Acho que isso foi outro momento em que Daryl falhou. Ele pagou o preço.
Vale a pena dizer que o episódio foi dirigido pelo diretor de fotografia de vocês, Michael Satrazemis, que dirigiu outros ótimos episódios como “The Grove”. Ele também dirigiu o 15º episódio da temporada passada, “Try”, que foi um importante com você e Ross Marquand, que faz o Aaron. Como é trabalhar com um cara como Mike que está na série desde o início?
Norman Reedus: Bem, ele também é um ótimo surfista, eu descobri. Sabe, Mike é um daqueles caras que você confia logo que conhece. Ele surge com algumas ideias que normalmente você não tem. Eu lembro que na época da prisão teve uma morte em que ele sugeriu que eu corresse e desse um pulo no ar como Michael Jordan e caísse com a cabeça do cara. E eu pensei, “Isso, isso, isso, vamos fazer assim!” E acabou sendo uma das minhas mortes mais estranhas.
Ele é o cara que olha você mais de perto do que qualquer outra pessoa quando está trabalhando. Então ele é o cara que olha seu rosto através de um monitor e tenta achar a verdade, e ele sempre está tentando achar a verdade. Então ele é um daqueles caras que você confia quando você está tentando fazer algo realístico ou fazer algo acontecer, ele está no centro no momento da filmagem. Tê-lo nas filmagens é uma bênção porque você tem que confiar no diretor desde o início, então ele sabe quando você sente algo, sabe quando você não sente e sabe quando você está tentando algo. E ele sabe também onde você tem que chegar, então ele te deixa seguir. Então é uma bênção quando ele está dirigindo.
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Fonte: Entertainment Weekly
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