ATENÇÃO: Esta matéria contém spoilers do nono episódio da sexta temporada de The Walking Dead, S06E09 – “No Way Out” (Sem Saída). Leia por sua conta e risco. Você foi avisado.
Enquanto The Walking Dead é a série de grupo definitiva, é também claro que Rick Grimes, interpretado por Andrew Lincoln, é o primeiro entre iguais. E o episódio 609 foi bem um tour de force (uma grande demonstração de habilidade) para Rick, e para Lincoln.
Nesta entrevista, Lincoln desconstrói o épico midseason première, um episódio que Chris Hardwick do Talking Dead chamou de um dos melhores da série e mais.
Os roteiristas falam bastante sobre personagens que são guiados pelo que querem. Então o que Rick Grimes quer?
Andrew Lincoln: A longo prazo, ele quer que Alexandria sobreviva. Para todos os próximos e queridos a ele, ele quer sua segurança.
O que mais?
Andrew Lincoln: O que você percebe no final deste episódio é que ele sentiu algo que não sentia desde que o apocalipse começou. E é esperança. Ele teve muitos outros sentimentos, mas este é o primeiro sinal de esperança.
Depois da Batalha por Alexandria – é assim que a chamamos – tudo sobre o que Deanna falou, tudo sobre o que Michonne o pressionou, todos esses aspectos do potencial para essa cidade se realizam no momento em que todos dão os braços e lutam até a morte para salvar este lugar. É quase como o amanhecer de uma nova civilização.
O episódio começa com um momento surpreendente quando Rick entrega Judith para o Padre Gabriel. Ele não confia em ninguém, especialmente nele. Mas ele não tem escolha nesse momento, e mais tarde nós percebemos que isso salvou a vida dela.
Andrew Lincoln: Existem tantos momentos assim neste episódio. Tantos momentos de euforia. E tantos momentos de choque também.
E o Padre Gabriel? Caramba. Esse homem que eu estive atormentando por toda a temporada e ele dá a volta. O padre foi mandado pro canto, em exílio. Rick foi intransigente com esse cara. Mas as pessoas mostram sua verdadeira face na dificuldade, na crise ele se mostrou bom. Ele percebeu do que era capaz.
Fale sobre aquela cena terrível em que Jessie é morta.
Andrew Lincoln: Aquela cena impossível? O menino Sam grita e morre. E Jessie morre e Rick precisa libertar seu filho. E Ron tenta atirar nele e ao invés disso atira em seu filho e nós achamos que o mata. E Michonne apunhala Ron. Quando eu li isso eu pensei “Essa é uma cena impossível”.
Muita gente diz que nossa série é uma tragédia grega. Mas com a tragédia grega toda a ação tende a acontecer fora do palco e as pessoas falam sobre ela. Nós precisamos faze-la.
Da maneira como Greg Nicotero dirige, nós temos uma ideia do que Rick está pensando.
Quando filmamos aquela cena, você se enche de trepidação porque Jessie representa uma parte dele que ele enterrou desde a morte de Lori. Ela é o começo, ela começa a abri-lo, para o lado romântico dele. Se arriscar a se importar com alguém daquela forma. É absolutamente terrível o que acontece. É impossivelmente cruel.
Depois que ele deixa Carl, Rick sai com o machado, e a princípio eu receava que seria um tipo de suicídio por zumbis.
Andrew Lincoln: Quando eu li, percebi que ele estava se recuperando. Do choque, da carnificina, e também temia, mais uma vez, pela vida de seu filho.
Rick não confia realmente nos alexandrinos, e por extensão nós também não.
Andrew Lincoln: O argumento é “nós versus eles”. Será que eles podem se tornar nós? Rick está com os calcanhares travados. Ele acha que essas pessoas não estão prontas.
Mas eles estavam prontos.
Andrew Lincoln: Um dos grandes pontos fortes de Rick é que ele sabe quando está errado. Ele é inflexível e obstinado quando acha que está certo. Mas o discurso no final é realmente algo porque ele esteve errado por algum tempo.
Ele começa o discurso dizendo que estava errado. É um momento divisor de aguas para Rick e a comunidade. É a primeira vez que eles estão ombro a ombro, lado a lado e lutam por suas vidas.
Houve um senso real de perigo.
Andrew Lincoln: Isso foi essencial. Nós realmente queríamos ouvir o barril de pólvora queimando pronto para explodir. Uma última cartada.
Falando em explosões. Longe de Rick tem uma ação épica acontecendo. Daryl e Abraham e Sasha salvando Glenn e finalmente o lugar todo.
Andrew Lincoln: Mike Cudlitz tem um grande momento. Glenn vai se lascar. De novo. E a cavalaria chega.
Eu assisti a filmagem disso. Steven e Sonequa e Mike. E todos assistiram a queima do lago. Todos amamos uma bela explosão. Eu achei que Darrel Pritchett mandou bem. Ele é o mestre dos desastres.
Foi isso que amamos no episódio. Ele ficou maior e maior. Emocionalmente. Em escala e ação. Mas também no coração.
Aquela cena final com Rick e Carl colocou o episódio no topo pra mim.
Andrew Lincoln: A cena final quando ele está falando com seu filho, eu queria que fosse um momento bem íntimo. Eu me senti tocado pelo cenário. A maneira como Greg Nicotero filmou e a maneira como Scott Gimple escreveu. Você tem o grupo de pessoas esperando em vigília, os novos alexandrinos que acabaram de ser unificados.
Então a câmera vem pra dentro e você tem o círculo mais próximo. E então Michonne está de guarda. São estágios de intimidade. E então você tem Rick e seu filho.
É simples, mas realmente conecta.
Andrew Lincoln: Eu trombei com alguém na Inglaterra hoje. Um cavalheiro mais velho. Por mais velho eu quero dizer da minha idade [risos]. “Você se importa se eu tirar uma foto? Meu filho adora a série”. E então ele disse “Droga. Eu adoro a série”.
Aquela dinâmica, o pai e o filho parece ressoar. Eu recebo muitas mensagens de fãs que dizem “Este é o momento da semana em que meu filho adolescente e eu nos sentamos e conversamos sobre a série.”
É um ponto de contato. Aquele último aperto da mão coloca um ponto no final de um episódio loucamente intenso. Nós o deixamos tão quieto.
O que você achou do arco da história de Rick Grimes no midseason première? Da performance de Lincoln? Quais são as suas expectativas e medos para esses oito episódios finais? Deixe o seu comentário abaixo.
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