ATENÇÃO: Esta matéria contém spoilers do terceiro episódio da sexta temporada de The Walking Dead, S06E03 – “Thank You” (Obrigado). Leia por sua conta e risco. Você foi avisado.
Ele está ou não? Você sabe… Glenn. Ele está ou não vivo ainda após o episódio devastador do último domingo, no qual o suicídio de Nicholas, o covarde que Glenn levou sob a asa, resultou na queda de nosso herói em uma multidão de zumbis famintos? Teorias surgiram após o episódio, e o anúncio oficial do showrunner Scott M. Gimple sobre o caso, feito durante o Talking Dead de domingo após a série, não fez nada para sanar a confusão. Caso você tenha perdido, o anúncio de Gimple diz:
Caros fãs de The Walking Dead, essa é uma história difícil de ser contada, e quando estávamos planejando contá-la, sabíamos que nossos amigos em Talking Dead falariam com vocês sobre isso, e sabendo que todos vocês estariam falando e sentindo e se compadecendo de tudo, eu sabia que deveríamos dizer algo a respeito, a menos que nosso silêncio diga algo nós não tivemos a intenção de dizer ou não dizer. Por isso digo: De alguma forma, veremos Glenn, alguma versão de Glenn, ou partes de Glenn novamente, seja em flashbacks, ou na história atual, para ajudar a completar a história.
Ainda confuso? O Yahoo TV foi até o produtor executivo Greg Nicotero para mais respostas, porque ele tem um papel extra especial nos eventos de “Thank You”. E ainda que não saibamos definitivamente se Glenn vive ou não, conseguimos algumas dicas das respostas atenciosas do PE/diretor/mago dos efeitos e maquiagens.
Você está ciente de que fez com que os espectadores passassem a noite toda e a manhã toda matutando todo tipo de teoria e justificativa sobre como Glenn ainda pode estar vivo?
Greg Nicotero: [Risos.] Eu adoro isso. Continuem.
Scott postou um anúncio durante o Talking Dead da última noite, indicando que veremos Glenn novamente de alguma forma. O que você adicionaria a essa discussão?
Greg Nicotero: Acho que Scott fez um ótimo trabalho dizendo o que é importante para nós, que queremos que o público vivencie a história e entre nessa jornada individual. Como em Game of Thrones onde as pessoas debateram sobre Jon Snow por semanas. Adoro a ideia de que o público possa especular por si.
Aquela cena foi muito cuidadosamente coreografada, e muito cuidadosamente escrita para permitir que o público tire suas conclusões e tenha suas expectativas. As pessoas criam diferentes cenários… isso é ainda mais legal, porque as pessoas estão focadas na série e focadas nos personagens. Por exemplo, Glenn é um dos meus personagens preferidos, e um dos mais adorados. Acho pela jornada, isso é meio o que The Walking Dead faz. Por mais doloroso que seja passar por isso, eu fico muito contente por ver que o público está nessa jornada conosco.
Você foi parte dessa história e da possível morte do Glenn de uma forma que mais ninguém foi, fazendo o papel de um dos zumbis na multidão que cercou a lixeira em que Glenn e Nicholas estavam. Você escolheu especificamente ser um zumbi na cena por causa do que aconteceu na história?
Greg Nicotero: Eu estive envolvido desde o início com a coreografia da ação toda, os ângulos específicos da câmera, a maneira como filmamos, a maneira como coreografamos. Foi provavelmente a tomada prática mais difícil que fizemos na série até agora. Temos 180 figurantes bem próximos dos atores, configuramos as vísceras para explodirem no tempo certo, fazendo os zumbis mergulhar, e fazer as pessoas gritar e o sangue jorrar. Eu senti que seria importante para mim poder orquestrar isso de dentro.
Quando fizemos a tomada, eu tinha dois ou três dublês de um lado. Havia três figurantes do outro lado. Foi bem específico, porque eu estava furando a bolsa de sangue que continha o intestino e toda a víscera dentro. Eu basicamente dirigi os zumbis a minha volta. “Pessoal da direita, assim que vocês virem sangue, enfiem a mão e puxem assim. Se virem sangue, puxem para lá. Quando virem sangue coloquem a mão e agarrem os intestinos. Quando virem sangue, apertem na barriga onde estão as minhas mãos para que o sangue borbulhe e escorra.” Filmamos em uma tomada. Foi assim… tínhamos uma tentativa. Foi muito bem coreografada entre Scott Gimple e eu e Michael Slovis, o diretor do episódio, porque queríamos fazer a cena provocativa. Queríamos fazer a cena interessante. Queríamos que as pessoas tirassem suas conclusões dela, se estivessem em negação, ou se elas eram espertas, ou se estavam no caminho. De qualquer forma, eles estão focados nesse personagem. Foi muito importante para mim. Senti que a melhor forma e garantir o sucesso seria estando lá ajoelhado na cena, lá meio que puxando o gatilho.
Essa provavelmente vai ser a cena mais dissecada e revista da história da série.
Greg Nicotero: Tenho que concordar. Eu… olha, meu Instagram na noite passada estava cheio de “vai se f**er” e “como você pôde?” e “Eu odeio você”. Eu levo tudo isso como elogios, porque significa que as pessoas estão apaixonadas pela série. E em termos da análise, que eu ainda tenho no meu iPad, tenho gravações do vídeo, por diferentes ângulos. Acho que tínhamos quatro câmeras, incluindo uma no chão e uma olhando pelo meu ombro para o rosto do Steven quando o sangue jorra. Mesmo estando no meio de tudo, sentir como aqueles 180 zumbis estavam buscando por cima do meu ombro, ouvindo os gritos, e vendo o sangue jorrar, foi bem louco. Foi certamente uma experiência que não vou esquecer.
O dia 31 de outubro marca o quinto aniversário da estreia da série, por isso, um episódio e uma história grandes assim parecem especialmente apropriados agora. Isso foi planejado para coincidir com esse aniversário?
Greg Nicotero: Sinceramente, acho que não. Eu acho que isso foi somente uma, não quero usar a palavra “feliz” coincidência, porque seria um pouco atrevido da minha parte. É muita coisa… Eu dou 100 por cento do crédito para o Scott Gimple e nossos roteiristas, porque o Scott sofre com cada palavra no roteiro. Eu o respeito demais por ser apaixonado por isso e se apegar ao que faz. Decisões foram tomadas, e decisões serão tomadas na série, e que não serão muito populares. Nunca é, elas nunca são confortáveis.
Gostaria de dar atenção especial ao Michael Traynor, porque eu sempre olhei para a transformação do Nicholas nos três primeiros episódios da sexta temporada como se ele não quisesse mesmo ser um covarde. Ele queria mesmo mudar as coisas. Ele mostrou atitude e disse ao Glenn, “Eu vou ajudar. Diga o que eu devo fazer.” Ele se colocou lá e aí aconteceu… eles acabaram na mesma cidade onde ele traiu seu grupo. Ele fugiu com medo. Adoro o momento em que ele encontra seu amigo. Eles até falam seu nome, Will, e falam sobre a idade dele, o que nunca fazemos na série. Nunca fazemos essa coisa de relacionar um zumbi com quem ele era antes. Achei que esse foi um momento muito bom para o Nicholas. Sei que muita gente odeia o cara por causa do tiro que ele deu, pelo resultado do tiro, e o que vimos na série. Mas eu olho para isso como, quando ele diz “Obrigado” para o Glenn, ele estava basicamente dizendo, “Eu poderia ter morrido um covarde, mas como você não me abandonou, você me salvou.” Houve uma passagem… Eu não sei se poderia falar sobre isso… Houve um momento que não foi para o episódio. O Scott poderá ficar bravo comigo por falar nisso, sei lá, mas eu achei interessante. Eles estavam contando as balas conforme se aproximavam da lixeira. Em um certo momento, O Glenn fala, “Preste atenção em quantas balas você tem.” Quando os zumbis estão avançando, é possível ouvir o Nicholas contando enquanto atira nos zumbis, “Cinco, quatro, três, dois…” na mente, conscientemente tentando manter a contagem de quantos tiros ainda tinha. Nesse mundo, sabe, nós estabelecemos claramente a ideia de que ninguém quer perambular como um cadáver por aí. Que se você tem oportunidade, se tudo falha, isso não necessariamente tem que ser uma saída covarde. É por isso que o Nicholas olha nos olhos de Glenn, e diz, “Obrigado”. Sinto como se Glenn redime Nicholas no último momento. Tenho certeza que as pessoas olham para isso de forma diferente. Mas é assim que gosto de interpretar esse momento.
Glenn é obviamente o foco do episódio, mas outros momentos heroicos aconteceram também. Michonne, como sempre, foi uma verdadeira líder, e Rick… a parte física do episódio todo, com ele correndo até o trailer e encontrando um grupo de zumbis. E aí a cena do trailer foi uma das melhores do Andy Lincoln. Raramente vemos medo no rosto do Rick, mas vimos ali.
Greg Nicotero: Quando os Lobos entram… e mais tarde quando Rick pega o frasco de comida de bebê de dentro do bolso de um dos Lobos. Isso o remete para quando ele encontrou Aaron, e Aaron trouxe comida de bebê para mostrar a eles que tinha boas intenções. O fato de que esse símbolo de boa intenção foi então encontrado no bolso de um assassino… é algo muito sutil que os roteiristas fizeram e que foi ótimo.
E temos um momento diferente em que nossos heróis estão encurralados no pet shop da cidade, e ver aquele desespero e comprometimento para voltarem a Alexandria e proteger as pessoas.
Alguns espectadores ficaram confusos com a ferida na mão de Rick, se ele se cortou ou foi mordido. Eu achei que foi um corte. Você pode confirmar algo?
Greg Nicotero: Sim, quando ele encontra os zumbis na rua, há um zumbi que tinha um facão enterrado no ombro. Ele apunhala o primeiro zumbi, e quebra o cabo da faca. O segundo zumbi o ataca, e quando se joga sobre ele, Rick levanta a mão e acaba se cortando pelo contato com o facão que estava saindo do ombro do zumbi. Acho que tudo aconteceu tão rápido do jeito que foi, eu acho que para algumas pessoas foi meio difícil acompanhar, só porque acabou antes mesmo de começar.
Ver o Rick com a mão machucada traz a preocupação para os fãs que também leram os quadrinhos ou sabem dos eventos mais importantes dos quadrinhos. Esse machucado pode acabar sendo algo mais grave do que parece?
Greg Nicotero: Não dá pra dizer.
Talking Dead inclui uma prévia do próximo episódio “Here’s Not Here”, um episódio de 90 minutos que vai trazer a história de Morgan. Há algum motivo especial para que o episódio seja tão grande?
Greg Nicotero: Há muita história para contar. Morgan é um personagem muito bom, e eu sei que muitas pessoas querem saber como ele se tornou o cara que é. Como ele se tornou esse cara que saiu de uma pessoa desengonçada em “Clear” até um cara que pensa que “toda vida é preciosa”? Há momentos fantásticos a frente, e acho que tem muita história boa para contar aí. Acredito, acima de tudo, que o maior desafio da nossa série é consolidar essas histórias nos 44 minutos. Poderíamos fazer episódios de duas horas toda semana com a quantidade de histórias que queremos contar.
Parece mesmo que você está nisso há cinco anos?
Greg Nicotero: Nem sabemos como compreender isso tudo. Eu fui a Londres no fim de semana para fazer uma publicidade para The Walking Dead. Ainda é maravilhoso para mim que as pessoas se devotem tanto à série. Estamos determinados a contar uma ótima história. Essas histórias nem sempre são confortáveis ou as mais felizes do mundo para se contar. As pessoas vão se chatear e vão se irritar. Mas o importante é que respeitemos nosso público, e queremos leva-lo em uma bela jornada.
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Fonte: Yahoo
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