ATENÇÃO! O post a seguir contém MUITOS SPOILERS sobre a trama de The Walking Dead nos quadrinhos, e possíveis futuras revelações de acontecimentos da série de TV. Caso não goste de ter as surpresas estragadas, não continue. Você foi avisado!
Muito bem, caro walker leitor, se você estava no planeta Terra na última terça-feira (10/11/2015) provavelmente sabe que Jeffrey Dean Morgan (John Winchester, para os íntimos) foi o eleito para trazer à vida o icônico Negan, o maior vilão criado por Kirkman nos quadrinhos. Ao que tudo indica, Jeffrey foi aprovado por um grande número de pessoas, principalmente por já ser velho conhecido das séries de drama/terror e já ter feito papéis com uma leve carga de humor nas telonas de cinema. Contudo, há uma parcela de fãs que parecem ter ficado com o pé atrás pela escolha e até mesmo pela decisão de trazer Negan para a série. Mas quais seriam os problemas que a chegada de Negan poderia trazer? Abaixo segue uma lista de fatores de risco apresentados pelos fãs.
Antes de começarmos a dissertar sobre os grandes riscos que envolvem a introdução do personagem, segue uma breve explicação sobre quem ele é aos que não acompanham as histórias em quadrinho.
Negan é líder de uma espécie de facção denominada Salvadores. Os Salvadores são introduzidos na história ao mesmo tempo em que Rick, já na liderança da Zona Segura de Alexandria, descobre a existência de outras comunidades de sobreviventes e começa a instaurar um sistema de trocas, parecido com o que hoje conhecemos como exportação internacional. O grupo de Negan age como se fosse à patrulha de segurança militar dessas comunidades. A proposta é de que eles mantenham a segurança das comunidades contra eventuais hordas ou ataques humanos.
Se parássemos por aqui, Negan seria o grande salvador do novo mundo, arriscando seus homens e a si próprio para o bem dos outros. Mas, para que seus trabalhos sejam mantidos, as comunidades defendidas devem dar um terço do que possuem em estoque para eles. Sei que até agora, walker, não parece tão ameaçador. Entretanto, além de tudo isso, Negan parece se sentir a encarnação da Constituição, criando um sistema de Totalitarismo, onde ele detém todo o poder e determina o andamento de todas as comunidades e fazendo com elas o que bem entender. Fora isso, Negan é totalmente insano. Quem não se rende ao seu poder é morto, sem questionamentos.
Os Salvadores fixam residência no interior de uma fábrica, e dentro desse local Negan possui seu harém. Todas as mulheres do grupo são obrigatoriamente classificadas como esposas de Negan e seus “soldados” não possuem nenhum benefício nisso. Negan é autoritário até mesmo dentro de seu grupo, tudo o que é bom somente ele pode desfrutar, seus companheiros devem apenas se contentar em possuírem um líder como ele.
Por último, Negan, como já dito, possui todas as mulheres que desejar – e a que ousar se negar ao status de esposa irá se arrepender amargamente – contudo possui uma preferida: Lucille. Lucille é a esposa número um dele, a única que o acompanha por onde quer que esteja, indo inclusive para frente de batalha com Negan. É a única que conhece Negan completamente, visto que ele desabafa suas angústias com ela. Também é a única para quem Negan declara abertamente os seus mais profundos sentimentos. O detalhe, caro walker, é que Lucille é um bastão de baseball envolto em arame farpado.
1. A censura à língua incontrolável: Negan é um megalomaníaco assumido e, além disso, sua língua é adepta de um palavreado repleto dos mais variados nomes sujos que trazem na maioria das vezes conotações explícitas sexuais. Ele simplesmente não consegue se expressar sem utilizar um linguajar que deixaria qualquer mãe desesperada.
Bem, a série parece tentar manter um cenário mais sério que apresentado nos quadrinhos e os roteiristas enfrentam problemas com a emissora desde o primeiro episódio. Nada que viole muito os bons princípios conservadores americanos pode ir para a tela. Por exemplo, a ideia inicial de Scott M. Gimple (showrunner) era seguir a linha das HQ’s e fazer com que o fim de Lizzie fosse dado por Carl, mas o AMC não permitiu que fosse dessa maneira por achar que feria demais a censura da série. Para estabelecer o cenário sério e sombrio citado anteriormente, até mesmo o palavreado é mais leve. É muito difícil vermos um personagem se utilizando de vocabulário pesado para expressar alguma frustração, nem mesmo Daryl que é o rebelde do grupo faz uso frequente de expressões tendenciosas.
Visto isso, há um grande temor gerado em meio aos fãs de que Negan seja mais boca limpa e menos sexualmente ativo do que é na HQ. Retirar essas características de Negan é matar o personagem por completo. É parte do caráter dele e as piadas irônicas com conotação sexual são o que fazem Negan ser tão especial. Mas ao mesmo tempo é uma relação complicada nesse momento de se enfrentar, pois, pode soar demasiadamente agressivo se simplesmente aparecer um personagem vomitando palavrões em tela numa série que nunca seguiu esse estilo. Torna-se complicado também trazer um personagem tão sexualmente ativo a uma série que até então apresentou menos de cinco cenas de sexo explícito e outras cenas que indicaram coito. É um grande dilema para se carregar e os produtores e o canal terão que chegar a um equilíbrio.
2. Complexo de Governador: Quem conheceu Philip Blake, vulgo Governador, nas HQ’s sabe o quão desrespeitoso foi sua versão para a televisão. Não que a interpretação de David Morrissey tenha deixado a desejar (na verdade, longe disso), mas toda a história do Governador e de Woodbury foi totalmente destroçada na terceira temporada (aquele espaço onde eu tenho vontade de “neganizar” e mandar uns xingamentos para Glen Mazzara – o showrunner da série na época). Desde a aparência e ascendência latina, como todo o enredo envolvendo Michonne, Rick e Glenn em Woodbury. Tudo isso acabou tornando o Governador um vilão bem mais humano do que sua contraparte na HQ.
Scott assumiu a história na metade e fez de tudo para consertar o que ainda podia ser arrumado no enredo. Conseguiu trazer características dos quadrinhos para tela e reproduzir de uma boa forma “A queda do Governador“. Mas, em prol da continuidade e coesão da história e para manter a linha do tempo, teve que se adaptar ao que já estava em desenvolvimento.
Tudo bem que quem assume Negan é o próprio Scott, que faz um trabalho magnifico mixando HQ e novos enredos, mas os percalços do passado ainda estão marcados no coração de todos os fãs. Há toda a possibilidade de dar muito certo, mas há toda a possibilidade de arruinarem com o melhor arco do mundo de Kirkman.
3. Jeffrey Dean Morgan: Jeffrey foi uma surpresa pra todos. Em nenhum site, fórum ou qualquer outro canto da internet havia tido alguém que o apontasse para o papel. O ator é mundialmente famoso por grandes papeis em séries e filmes, principalmente do gênero drama/terror. Há dois grandes dilemas que talvez apareçam com a escolha de Jeffrey. Um é facilmente vencível e pode não ser muito impeditivo, outro já carrega um maior número de preocupados.
Todos os atores que envolvem o elenco, com poucas exceções, eram praticamente anônimos antes de entrarem para a série. Ter um ator muito conhecido, amado e aclamado pelos fãs pode trazer um grande problema pra audiência, ainda mais sendo esse o antagonista.
Vê-se o caso de Norman Reedus, que dentre o elenco principal era o mais conhecido pelos seus trabalhos anteriores, ele não precisou de muito esforço para conquistar uma legião de fãs. Os próprios produtores já comentaram diversas vezes que a fama de Daryl é tamanha que ele foi livrado da morte diversas vezes por conta de medo da emissora de possível boicote do público.
Jeffrey como Negan tem a missão de ser odiado e ter um número monstruoso de fãs pode ser um problema. Negan é maníaco, doentio, sujo, machista, totalitário, cheio de si, mas ao mesmo tempo é carismático. Se o personagem já traz carisma próprio, somá-lo com um ator amado por todos traz um grande peso para os redatores. Porém, o problema se resolve se Negan estrear da mesma forma que estreou na HQ, matando um grande personagem. Isso seria o bastante para deixar – ao menos os que não acompanham os impressos – grande parte do público com asco do personagem. Destarte, sendo um personagem que ficará por longa data na série, tomado os devidos cuidados, não será um grande problema se o público o amar e odiar ao mesmo tempo.
O maior dos problemas referente à escolha do ator é a expectativa que está sobre ele. Se fosse um anônimo esperaríamos que Negan fosse retratado como é nos quadrinhos, sem acréscimos. Mas, sendo Jeffrey, a esperança duplica e já se espera uma grande interpretação assim como, se possível, um personagem muito mais bem desenvolvido. Talvez, como foi com o Governador, isso se torne uma frustração. Usando novamente como exemplo, Norman é um grande ator, nas duas primeiras temporadas desenvolveu de forma ótima a Daryl, mas depois da terceira temporada acabou ficando sem enredo, desencontrado, dependendo da história de outros para se encaixar na trama e por mais que o ator seja ótimo, se o personagem não é muito bem escrito, nada segura a decepção gerada no público.
Então, Jeffrey já entra sendo cobrado em superar as expectativas de todos os fãs e se por um acaso haja um desvio, mesmo que muito pequeno, na história do personagem, pode ser motivo de rejeição massiva. Sendo Negan alguém que continua vivo até hoje nos quadrinhos, ficaria difícil de manter mais um – além de Daryl – personagem sem enredo por longa data.
4. Não ser tão insano como é: Nos quadrinhos Negan estreia de maneira brilhante, esmagando a cabeça de um dos personagens mais queridos pelos fãs com ajuda de Lucille. No impresso, a cena é totalmente violenta, o personagem assassinado leva várias pancadas ainda consciente, e seu cérebro se espalha por todos os lados. Pra completar, tudo isso ocorre em frente do grupo e da “filha” da vítima. Como isso pode ser retratado na série sem ferir a audiência? Quase nenhuma das mortes teve cenas totalmente explicitas e o jogo de câmera sempre deu um jeito de nos poupar de ver a cena completa. Mas, se essa cena não for tão explicita como foi na HQ, tudo perde o encanto. Mais uma vez a censura pode ser um grande problema para o sucesso de Negan.
5. O personagem escolhido para a morte de estreia de Negan e Lucille: Bem, o personagem morto nos quadrinhos por Negan e Lucille era um dos mais amados pelos leitores e justamente por isso a morte foi impactante, dolorosa e revoltante. Contudo, considerando que esse personagem também está na série e não é tão amado pela audiência como sua contraparte da HQ, há na série outro personagem que possa substituí-lo na morte. Bem, se esse personagem o substituir, se prepare querido walker para presenciar um dilúvio de lágrimas mundial. Entretanto, há um grande impedimento: a história tem seguido muito perto do que foi na HQ, e se o personagem que Negan matar não for o mesmo dos quadrinhos, haverá uma quebra gigantesca na história e muitos enredos que foram desenvolvidos até aqui perderão seu sentido. Então, ao que tudo indica, perderemos um personagem de peso para honrar a HQ e continuaremos a ter outro personagem grandioso no seu desencaixe da trama por mais temporadas.
6. O desenrolar da trama dos Salvadores: O arco dos Salvadores e Negan é o maior apresentado até o momento. Para ter-se uma ideia, o arco do Governador é apresentado em mais ou menos oito edições enquanto o desenrolar da história de Negan perdura por volta de 30 edições.
Se um arco de oito edições levou uma temporada e meia para ser apresentado, quantas temporadas serão necessárias para que a história dos Salvadores seja contada de forma coesa e sem ficar prejudicada com o tempo? Seremos torturados por três temporadas para vermos o fim da história? Se sim, isso se tornará extenso demais e acabará fatigando os espectadores, mas, se tudo se resumir a uma temporada e meia talvez não dê tempo suficiente da história ser bem contada e acabe tudo virando uma grande review da terceira e primeira metade da quarta temporada.
Esses seis pontos podem ser motivo de grande preocupação por parte dos fãs, mas, ao acompanhar o que Scott tem conseguido desenvolver com sua equipe nas últimas temporadas, o coração dos fãs pode se acalmar, por hora. Por mais que a introdução de Negan traga grandes temores para todos, ela é imprescindível, pois The Walking Dead não seria a mesma e teria um rombo enorme na história. Da edição 100 até os dias de hoje a história dos Salvadores traz efeitos para os quadrinhos e negativar esse enredo seria o maior erro que poderia se fazer. Resumindo, Negan e os Salvadores são uma história que deve ser apresentada com toda a cautela, é assumir um trem descarrilado, mas, é imprescindível para que a qualidade da série continue aumentando.
E para você? Quais são suas expectativas após o anúncio oficial de Jeffrey como Negan? O que você espera ver em tela? Como acha que os problemas acima podem ser contornados? Comente abaixo e discuta com outros fãs.
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