ATENÇÃO: O texto abaixo contém SPOILERS da edição 165 dos quadrinhos de The Walking Dead. Se você não acompanha ou ainda não leu a edição, não continue. Você foi avisado!
Há de se concordar que, Robert Kirkman gosta de brincar com os corações dos fãs dos quadrinhos. Já se foram cento e sessenta e cinco edições dos quadrinhos – que dão embasamento à série – e ele continua conseguindo surpreender até mesmo os mais desinteressados.
Para quem não sabe a Andrea dos quadrinhos, diferentemente da sua contraparte da série, continua viva e é ela quem faz par romântico com Rick (substituída por Michonne na televisão), dando-lhe total apoio e amparo psicológico e físico. Inclusive, Kirkman já declarou diversas vezes que assim como Carl é seu personagem masculino favorito dos impressos, Andrea é a mulher de quem ele mais se orgulha em ter criado e inserido na história.
Ocorre que depois de quase 14 anos (isso mesmo, você não leu errado, quatorze anos) acompanhando o desenvolver da história dela, nós fomos surpreendidos com uma cena desesperadora: quando estão tentando conter uma ordem imensurável de mortos-vivos, Eugene passa por dificuldades e Andrea o ajuda a dissipar os walkers que tentam o devorar. Ao final dos quadrinhos, logo após salvar Eugene, vemos Andrea surpresa com um ferimento no pescoço.
A edição termina assim, sem nos explicar se é uma mordida ou um ferimento de bala perdida (ou de raspão) disparada no meio do alvoroço com os zumbis. Contudo, como de praxe, cada quadrinho traz a arte das capas das duas edições seguintes. E então vemos uma cena de partir o coração na capa da edição 167: Rick e Andrea ajoelhados um em frente do outro, com aspecto de tristeza e ele segurando uma arma. Ainda, a chamada da edição fala que os dois terão que tentar lutar contra o inevitável. Daí surge três vertentes discutidas pelos fãs desde a publicação da última edição:
1 – Andrea foi mordida no pescoço e as duas próximas edições trabalharão sua despedida: desde a morte de Glenn na edição 100 que não vemos um dos originais de Atlanta morrer. Kirkman sempre gostou de afirmar que nenhum de seus personagens está ileso se tratando da morte. Então, não é impossível que Andrea realmente veja seu drástico fim. Irá ser doloroso? Demais e talvez supere a morte de Glenn. Mas talvez seja algo necessário para explorar-se uma nova faceta de Rick – que a meu ver, é mero coadjuvante no enredo dos quadrinhos faz um bom tempo.
2 – Andrea levou um tiro de raspão/bala perdida: sim, nada impede que Andrea venha a morrer mesmo que o ferimento seja causado por uma bala, mas, no histórico dos quadrinhos e pela importância da personagem é difícil crer que sua morte seria tão acidental e com um enredo consideravelmente fraco – levando-se em consideração todas as dificuldades pelas quais a personagem já passou, sua despedida ser em um tiro de raspão fazê-la sangrar até a morte seria um tanto quanto questionável. Ainda, devemos lembrar que capas nunca falam muita coisa. Já vimos edições onde Heath – que está bem presente na HQ – aparece com os dois membros mesmo depois da perda de uma das pernas. Também já houve artes de capa que sugeriam grandes eventos, mas que no fim era apenas mais uma edição qualquer criando enredo, com nenhuma ligação com a capa. Fora que, Kirkman adora nos sugerir a morte de alguém e depois de algumas edições abalar toda a nossa teoria de morte com uma história bem fundamentada e totalmente avessa a de que imaginamos.
3 – Andrea foi mordida, mas a mordida foi dada por um sussurrador que estava no meio da horda disfarçado de zumbi: nada de impossível aqui, uma vez que os sussurradores conseguem se camuflar com perfeição em meio aos mortos. Causaria grande aflição em nós e nos personagens, que acreditariam que Andrea foi mordida por um zumbi, veríamos ao desenrolar das edições ela esperando sua morte e no fim, a morte nunca chegar, uma vez que tenha sido mordida por um homem vivo membro dos sussurradores. Ou, uma versão mais obscura dessa teoria que fala em ela ser mordida por um dos soldados de Beta (já que Alpha morre), Rick dar seu tiro de misericórdia nela e após a morte de Andrea eles descobrirem que ela não estava infectada de fato e que tudo se passou de um plano de Beta para vingar o assassinato de Alpha – por Negan.
Bem, tendo essas três linhas especulativas, devemos teorizar sobre o possível desenrolar da história supracitada na série de TV, uma vez que os produtores e a AMC têm se esforçado para seguir uma fidelidade aos impressos – ainda que com pequenas alterações. Então, abaixo estão cinco possíveis reflexos da história caso Andrea realmente venha a morrer na HQ:
Podemos afirmar que para a série, na atual sétima temporada, chegar ao alcance do que está sendo retratado atualmente na HQ ainda serão necessárias no mínimo cinco temporadas (o evento da edição 165 então se passaria pela 12ª temporada da série, possivelmente numa midseason ou season finale). Bem, Andrea morreu – infelizmente – no final da terceira temporada e quem assumiu seu enredo foi Michonne. Sabemos que na HQ e na série personagens importantes não morrem por morrer. Suas mortes contém significado e trazem consequências para os que ficam.
Possivelmente, uma sugestiva morte de Andrea causará reflexos grandiosos em Rick, visto a importância dela para ele (Rick já afirmou para a Michonne dos quadrinhos que ama Andrea de forma mais verdadeira e intensa do que amava Lori e que prefere a vida pós-apocalíptica, visto que nela possuí a companhia da nova esposa).
Então, não há outra pessoa com tamanha importância para Rick na série que não seja Michonne. Com certeza veremos o amor deles se aprofundar muito mais nas próximas temporadas e se isso acontecer, com certeza a pessoa mais capaz de assumir a morte de Andrea nos quadrinhos é Michonne. Será muito triste se despedir da nossa espadachim preferida, mas se é para impulsionar a história e elevar o nível do enredo, que ocorra com uma morte gloriosa e honrosa para a personagem.
Verdade, a Carol dos quadrinhos morreu faz tanto tempo e foi tão insignificante que é difícil de lembrar-se dela a não ser pela existência de Sophia (ainda viva nos quadrinhos e que na série está sendo substituída por Enid). Mas, sua contraparte na série desenvolveu-se de forma majestosa, tornou-se tão forte que o próprio protagonista já a definiu como “não apenas uma mulher, mas uma força da natureza”. Ainda, Kirkman já corrigiu sua declaração de que todos estão suscetíveis a morte, adicionando que a única personagem da série que com certeza não tem um motivo e nem forma de morrer é Carol e a classificando como sua sobrevivente favorita na TV.
Se Michonne assumiu o enredo de Andrea, temos que concordar que o enredo de Michonne nas HQ’s ficou de fora da série, certo? Errado! Carol, caso haja alguém que não percebeu, está assumindo a história de Michonne dos quadrinhos, em seu relacionamento com o Reino e com Ezekiel. Possivelmente no salto temporal teremos uma Carol Rainha dos Sete Mares, navegando nos navios de pesca – seria meu sonho?!
Mas, há um fato importantíssimo que liga Carol e Andrea nos quadrinhos. Andrea é a única mulher original do grupo de Atlanta que sobreviveu após a prisão. Na série, Carol é a única personagem feminina da primeira temporada que resistiu ao arco da prisão e segue viva até ao menos o último episódio (não, não vamos discutir sobre a esposa de Morales). Então, nada impede que vejamos Carol ser fatalmente ferida e tenhamos que nos despedir dela de uma forma dolorosa.
Bem, entre a importância que Michonne tem para Rick e de Carol para Rick, existe um grande vácuo. Claro que Rick ama Carol como parte de sua família, mas entre perder Carol e Michonne há uma enorme diferença para ele. Então, quem mais além de Michonne é tão importante para Rick (sem contar Judith e Carl)? Aquele a quem ele já chama de irmão: Daryl Dixon.
Rick já deixou bem claro o quanto ama Daryl. Vimos isso na quarta temporada quando ele estava com os reivindicadores e agora na sétima, quando Negan toma-o para si e Rick faz de tudo para recuperá-lo. Ainda, no seu cuidado de irmão mais velho, deixando-o sobre proteção do Reino, num discurso meio que “O mano vai lá resolver tudo e você fica aqui em segurança. Depois o mano te busca, tá bem?”.
Então, ver Rick perder seu irmão do coração e pior ainda, tendo que lhe conceder o tiro de misericórdia, seria um tanto quanto duro e arrasador. Teríamos uma adaptação surpreendente sem fugir muito do material original, mas mesmo assim inimaginável.
Já mencionei que se perdermos Andrea na HQ é porque é necessário ferir diretamente Rick. Claro, essa teoria é difícil de vir a acontecer, mas não impossível.
Talvez mais importante do que Michonne na série e Andrea na HQ, perder um filho acabaria com qualquer sentimento de reciprocidade e humanidade que está (e estará possivelmente no futuro da série) presente no Rick do novo mundo.
Após o fim do arco de Guerra Total (contra os Salvadores) a história dos quadrinhos dá um salto temporal de dois anos. Claro, a Judith até o final da Guerra contra Negan terá no máximo uns três anos, então contando com o salto temporal teríamos entre cinco e seis anos de idade. Mas, lembremos que a série é adaptação e não reprodução dos quadrinhos, e nada impede que o salto temporal de dois anos seja transformado em cinco, seis, sete anos na série ou até mesmo mais. Não há nenhum fato que invalide uma grande passagem de tempo – já que a pena que Rick aplicou a Negan é prisão perpétua. Então, nada impede que vejamos uma Judith pós-reestruturação do mundo pós-apocalíptico com 10 anos ou até mais e seguindo os passos da educação de seu irmão, totalmente comprometida em ajudar nas lutas – sendo que para ela será mais fácil à adaptação, já que ela desde sempre esteve nesse meio.
Ainda, se ela puxar o gênio do irmão, será rebelde e determinada a provar a todos que não é apenas uma criança e estando sempre em meio à batalha. Então, não seria difícil imaginarmos Judith num campo de guerra contra uma horda grande de walkers, sobre um cavalo. Ou seja, há possibilidade de vermos Judith passar pelo que Andrea está passando.
Ora, se o enredo pode se adaptar a Judith, acredito que possa se adaptar a Carl da mesma forma. E acredito que mais facilmente a ele do que a ela. Por quê? Chandler Riggs está atualmente com 17 anos interpretando um Carl de 14 anos. Ainda é aceitável dado questões de desenvolvimento biológico acelerado que alguns adolescentes passam. Mas, se pensarmos na 12ª temporada, Chandler estará com 22 anos de idade, representando um Carl de 16 anos. Dependo da forma que seu corpo se desenvolver, ficará meio impossível de ser totalmente aceito o fato (há controvérsias, como Emily que interpretava Beth com 17 anos e tinha 28).
Talvez não tenhamos percebido, mas a decisão de manter Judith na série tenha sido para que ela se aposse do enredo do irmão no futuro, facilitando assim a saída de Chandler. Claro que se para isso que Judith se faz, seria mais coerente que Carl morresse antes do salto temporal, mas talvez haja chances de adaptarem bem a trama para a saída do personagem no momento dos quadrinhos atual. Como por exemplo o que foi dito no ponto anterior sobre ela, o salto temporal sendo maior – de sete anos por exemplo -, Carl tendo pelos seus 20 anos e ela com seus 10/11 anos. Assim ele morreria e ela ganharia sua significância, descobrindo o primeiro amor e toda a trama que Carl assume no atual estágio dos impressos.
Enfim, não sabemos responder o que se passa na mente de Kirkman. Se Andrea de fato morrerá ou se de alguma forma conseguirá fugir do seu destino. O único fato que é certo é de que querendo ou não o enredo será levado para a série nas próximas temporadas e se a morte da personagem se confirmar, teremos que estar preparados para uma despedida de alguém muito significante para Rick – e para nós, por consequência.
Já que você leu o texto até aqui, não deixe de comentar abaixo e expressar suas teorias ou reforçar as acima transcritas.
The Walking Dead, a história de drama mais assistida da TV a cabo, vai ao ar aos domingos no AMC Internacional, às 23h, e no FOX Action (canal do pacote premium FOX+) e FOX Brasil, às 23h30. Confira todas as notícias sobre a sétima temporada.
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