Depois de seguir os sinais que prometiam segurança no santuário Terminus por meia temporada, Rick Grimes e seu grupo foram presos em um vagão graças às ações aparentemente diabólicas do líder da estação, Gareth. Pior, várias pistas indicam que Gareth e os seus andam COMENDO seus convidados. Mas quem é Gareth? E quem é o homem que dá vida ao personagem? O Entertainment Weekly conversou com o ator Andrew J. West e perguntou como ele chegou em The Walking Dead, o que ele sabe da nova temporada que começa hoje (12 de outubro), e como ele vê o homem que está com as chaves do vagão.
Então, vamos falar sobre a grande série The Walking Dead. Conte exatamente como é estar fazendo parte da que pode ser a maior série do mundo.
Andrew J. West: [Risos] Sabe, eu ainda estou no processo de descobrir como é, exatamente. Mas é incrível. É, realmente, uma espécie de turbilhão. O processo de escolha de elenco é bem interessante porque eu participei e li o texto com Sharon Bialy e Sherry Thomas. E porque o material da série é tão sensível e porque eles não vazam nenhum spoiler, você usa falas falsas e interpreta cenas falsas. Então quando eu descobri que eu tinha conseguido o papel, eu nem mesmo sabia qual papel eu faria. Nem sabia o nome dele, na verdade. Tudo o que eu sabia era que seria para a série, é claro, e só isso me deixou bastante empolgado. Eu estava disposto a fazer o que fosse preciso porque eu sou um fã da série, eu sabia que seria ótimo.
Então fui para Atlanta no outono passado para fazer o season finale, e ainda assim eu ainda não sabia exatamente o que iria fazer. E então lentamente você começa a descobrir, através dos ensaios e todas essas coisas, onde você vai se encaixar. Mas entrar no set com esses atores, você nem imagina que está na maior série do mundo. Digo, esses caras, todos com quem eu trabalhei, eles fazem tudo se divertindo. Eles amam aquilo. Essa era a coisa mais legal da série. Você percebe que todos ali se importam bastante com isso, eles querem fazer algo incrível. Então imediatamente você sente que está entre um monte de amigos criativos, e juntos, vocês tentam fazer algo realmente bom. É como eu esperava que fosse, de verdade. Filmar em um set às vezes é melhor para um filme do que para uma série, porque você pode explorar o tempo e diferentes abordagens para uma cena. Geralmente as séries seguem um cronograma mais apertado e temos que fazer tudo o mais rápido possível, mas em The Walking Dead foi especial. Foi uma experiência especial.
Eu me lembro de ter conversado com Pedro Pascal, que teve um papel importante nessa última temporada de Games of Thrones como Prince Oberyn, e ele disse que era um grande fã da série antes de entrar para o elenco. Ele me disse que foi difícil não se sentir como um geek quando ele se viu em suas primeiras cenas com aquelas pessoas. Você sentiu algo parecido em sua primeira cena com Andrew Lincoln, Norman Reedus e todos aqueles caras?
Andrew J. West: Sim, um pouco. Você com certeza sente isso quando entra no set pela primeira vez e pensa “Meu Deus!” Aquelas pessoas e aquele mundo são tão familiares para você, é um sentimento estranho. Não sei como descrever exatamente. Mas você sente como se você quisesse apenas parar e assistir eles fazendo seus trabalhos porque você sabe como eles são incríveis, e você fica fascinado. Tive que ficar me lembrando “Espera, eu tenho mesmo que falar e fazer coisas em cena?” Então, sim, eu definitivamente tive esse sentimento no meu primeiro dia na temporada passada. Mas como eu disse, especialmente o Andrew Lincoln, eles gostam tanto de trabalhar em equipe que rapidamente eu me esqueci de tudo aquilo e caí no trabalho. E então parece que você está fazendo uma espécie de filme só com amigos. Mas é um pouco estranho sim, no começo.
Já estive algumas vezes nos sets de The Walking Dead e amo ver o processo de preparação de Andrew. Ele enlouquece um pouco antes de entrar em cena. Ele começa a gritar ou atingir objetos violentamente. Você experienciou um pouco disso, e qual foi sua reação quando ele começou a fazer essas coisas?
Andrew J. West: Eu vi e amei isso. Amo a falta de autoconsciência que ele tem. E é isso que é necessário. Qualquer coisa que te faça mudar completamente. E ele tem que fazer muito esforço nessa série, obviamente. E acho que isso deixa claro o quanto ele leva a sério o que ele faz e o quão disposto ele está a fazer o que for necessário. Acho divertido os gritos e barulhos que ele faz antes das cenas. Isso ajuda os outros a se concentrarem na cena também. Vê-lo fazendo sua preparação deixa você empolgado para entrar naquela onda também. Amo essas coisas. Algumas vezes ele me pegou meio que de surpresa com sua preparação, e isso me ajudou a entrar na cena e no mesmo nível de tensão.
Você mencionou que durante seu processo de seleção eles contaram o mínimo possível, até o momento em que você chegou ao set. O que o showrunner Scott Gimple disse a você antes de filmar o episódio final? O que ele disse sobre o Terminus? E o quanto ele falou a você sobre as pessoas que vivem ali e o que exatamente elas fazem lá?
Andrew J. West: De verdade, foi o mínimo possível. Ele meio que me deu as informações que eu precisava para fazer as cenas. E honestamente eu não sabia muito sobre o Terminus e sobre o que as pessoas faziam ali. Eu recebi mais coisas sobre o meu personagem especificamente, sobre o Gareth, o fato dele ser um líder e provavelmente um líder eleito e não nato, alguém que chegou a liderança. E também comentamos muito sobre a complicada natureza do personagem, o que eu acho que será revelado em breve. Quando a nova temporada começar nós começaremos a conhecer essas pessoas que são bem complicadas e multidimensionais. E isso foi uma das coisas que eu amei neles quando pude conversar com o Scott. Vai ser divertido, e como fã da série, sei que se eu não tivesse envolvido no projeto, eu estaria super ansioso com certeza.
Como você vê o Gareth? Você acha que ele é um vilão, uma vez que ele se opõe a Rick e seus protagonistas? Ou ele é um cara prático em circunstâncias ruins de um apocalipse zumbi? O que ele é para você?
Andrew J. West: Acho que com certeza ele é um cara prático. E acho que ele é um cara preocupado com a sobrevivência. Ele se preocupa em achar um jeito de viver nesse novo mundo. O que é interessante sobre o personagem, também, é que ele não é nenhum Governador. Na verdade ele parece mais com Rick ou mesmo Glenn em muitas maneiras. Ele é um cara que está procurando e lutando por uma nova existência, porque ele reconheceu e assumiu que a maneira antiga não funciona mais. A sociedade está diferente agora. O mundo está diferente agora. E as antigas regras precisam ser reexaminadas. E eles está disposto a fazer isso. Acho que é aí que as qualidades de líder aparecem. Ele está disposto a meio que abandonar certas ideias sobre a maneira como o mundo se comportava e descobrir o que o mundo precisa agora. E ele é um cara batalhador, também. Então, para responder sua pergunta, não o vejo como um vilão. E quando você interpreta um personagem, você na verdade não pode vê-lo como um vilão. Até mesmo o Governador, por exemplo – muitas pessoas definiriam ele como o vilão da terceira e quarta temporadas.” Nunca conversei com David Morrissey sobre isso, mas acredito que ele entrava em cena pensado “sou o vilão”. Você quer entrar em cena pensando em fazer um trabalho, não pensando em ser mocinho ou vilão.
Não estou falando como um ator, mas como um personagem. O personagem tem alguns objetivos que precisa alcançar. E ninguém sai por aí tentando ser mal ou pensando “só estou querendo ser bonzinho.” Todo mundo, é claro, quer acreditar que ele está fazendo o bem, mas focamos nos objetivos que os personagem tentam alcançar. E é isso que amo em Gareth. Ele tem coisas as quais está buscando, e isso é o mais importante. E o mais legal na maneira como ele e Rick se relacionaram no episódio final é que imediatamente vemos uma tensão entre eles porque você vê dois personagens com força de vontade, e ambos querem sobreviver. Eles se mostram em um embate do começo ao fim. Por isso vai ser bem interessante ver como essa relação vai se dar no começo dessa nova temporada.
Como Gareth vê Rick? Acredito que ele tenha assumido que Rick seja o líder natural do grupo recém chegado, mas qual a abordagem que ele tem sobre o personagem?
Andrew J. West: Acho que ele provavelmente vê Rick como uma espécie de reflexo. Obviamente, ele logo o identifica como sendo o manda-chuva. É como ele o chama no final do episódio. E nessa hora ele percebe que o cara é durão, que ele sobreviveu até ali e que sabe como sobreviver, além de ser bastante determinado. E acho que Gareth respeita pessoas assim. Então, é, acho que é basicamente assim que Gareth vê Rick quando eles se conhecem e ao final desse atordoado encontro.
Você mencionou que Scott não contou muito sobre o personagem quando você foi escolhido para o papel, então quando o episódio foi ao ar, você ficou sabendo das teorias que as pessoas estavam criando como “eles são os Caçadores, eles são canibais, etc.” Você estava a par dessas coisas?
Andrew J. West: Sim, eu estava. Porque eu não sabia. Mesmo quando finalizamos a temporada, eu ainda não sabia que rumo as coisas tomariam. E Scott e o outros roteiristas, logo em seguida, guardaram todos os roteiros a sete chaves. Como deveriam. Então, sim, eu acompanhei tudo isso. E muitas das teorias são fascinantes. E empolgantes, também, para dizer a verdade. Não sei ao certo qual o destino a série vai tomar pois não vejo tudo que os roteiristas escrevem. E também não me envolvo muito com o material que não cabe ao meu personagem. Por isso fico fascinado com isso tudo. E logo vamos saber se muitas dessas teorias eram verdades, ou o que é verdade e o que não é.
Você já teve algum encontro com fãs?
Andrew J. West: Existem muitos fãs durões em Atlanta. Eles acampam na rua e levam placas e nos mostram quando estamos a caminho dos sets. Pessoalmente eu ainda não tive nenhum encontro com vários fãs. Mas é divertido, eles têm placas pessoais e criam teorias sobre a série, estão sempre querendo saber mais sobre você, seu personagem ou sobre a série. Amo essas coisas. Amo ver a paixão desses fãs. E ver como um personagem que só apareceu em um episódio consegue ganhar tanta força e ter uma reação desse tamanho, isso é muito empolgante para mim.
Bem, se você quer conseguir a simpatia dos fãs, meu conselho é: não toque em um fio de cabelo de Norman Reedus. Apenas não mexa com Daryl Dixon.
Andrew J. West: Você tem que ligar para o Scott Gimple e dizer isso a ele. Diga para mantê-lo a salvo. Seria um dia difícil… não queria estar no final desse dia.
The Walking Dead, a história de drama mais assistida da TV a cabo, irá retornar com a quinta temporada no dia 12 de Outubro de 2014 na AMC e no dia 14 de Outubro de 2014 FOX Brasil. Confira o trailer oficial da temporada e fique por dentro de todas as notícias.
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Fonte: Entertainment Weekly
Tradução: @OAvilaSouza / Staff Walking Dead Brasil
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