Você pode ser hate de Fear the Walking Dead, mas é inegável que a série se consolidou e hoje já não é novidade para o público. Aliás, a série secundária tem mantido um enredo mais coeso e firme do que a “série mãe” em um comparativo às três primeiras temporadas de ambas.
Havia um ar de zombaria advindo dos produtores quando Fear começou a se formalizar e fãs especulavam a possibilidade de um crossover entre ambas. Foi repetidamente afirmado que em hipótese alguma as séries se cruzariam. Mas, ultimamente, a palavra de um homem não tem nenhum valor – tratando-se de The Walking Dead, ao menos – e nesse caso, graças a Deus.
Fear the Walking Dead que está prestes a iniciar sua quarta temporada, com ideia de se reinventar, se chocará com a série da qual é derivada. A propósito, se você não é acostumado com palavras advindas do Inglês, aí está à explicação do termo crossover: a concomitância entre duas obras da ficção que de alguma maneira – por meio de personagens, citações, objetos, referências, cenários, etc. – passam a interagir entre si quando outrora não possuíam nenhuma relação direta.
Sempre foi extremamente esclarecidas que ambas – por óbvio – se passavam no mesmo universo, sendo apenas séries que retratam o apocalipse em partes diferentes do mapa. Dessa forma, não seria total loucura a ideia proposta pelos fãs para um crossover.
Fear por mais que venha sendo muito melhor trabalhada e tem acertado em erros que The Walking Dead demonstrou ao longo dos anos, é uma série que demonstra menor audiência em relação à da qual derivou. Então, a ideia de um crossover, além de ser um agrado aos espectadores, pode despertar curiosidade naqueles que jamais deram chances à derivada, atraindo assim maior público e alavancando a audiência.
Ademais, a forma como fora escolhida a manifestação da relação das séries pode trazer um desenvolvimento melhor para um personagem que não possui muita oportunidade de crescimento na série original. Morgan Jones foi o escolhido para tal ato. Dessa forma, o personagem possui alternativa para viver além do que sua contraparte na HQ e desenvolver uma história totalmente diversa da que vinha exercendo em The Walking Dead.
Há de se levar em conta que a terceira temporada de Fear terminou em uma linha temporal próxima ao final da primeira temporada de The Walking Dead – já que as duas primeiras de Fear se passam no começo do surto e a série mãe possui um lapso temporal dado o coma de Rick. Então, resta a dúvida de como explorarão a disparidade de tempo entre as duas – e como Morgan atravessou todo o mapa dos Estados Unidos do extremo nordeste para o extremo sudoeste.
No caso supracitado, há duas hipóteses: Fear terá salto temporal e trará menções ao lapso por meio de flashbacks; Ou o Morgan retratado será o que estava desaparecido entre a terceira e a sexta temporada de The Walking Dead. Dentre ambas, a que parece mais coesa é a primeira.
Ademais dos fatos de destaque ao personagem e da estratégia de alavancar a audiência, há também de se considerar que talvez Fear tenha vindo numa espécie de edições especiais dos quadrinhos (edições que contam a história de Michonne antes de se juntar ao grupo bem como a de Negan antes da formação dos Salvadores) e nós até então não tenhamos percebido. Nesse aspecto há um mar de possibilidades: Fear se encerrar após algumas temporadas para mais a frente se juntar de forma definitiva a The Walking Dead e Madison ou qualquer que seja o personagem dali extraído ter Morgan como ponte com Rick; ou Fear ser o desenvolvedor do vilão final de The Walking Dead (que tem planejamento de 12 temporadas) e a última temporada de ambas ser conjunta demonstrando o desfecho para ambas as histórias. Enfim, nesse crossover há possibilidades infinitas de se surtar tentando prever o futuro.
Há ainda a possibilidade de oportunamente outros personagens migrarem de uma para a outra. Por exemplo, Melissa McBride (Carol) – conforme informações de fãs – já foi vista nas locações de gravação de Fear no mês de janeiro do corrente ano. Possibilidades de Carol procurar por Morgan, ou apenas uma visita amiga da atriz para acompanhar a produção?
O ato de conjungir às séries acabou por desencadear diversas reações. Uma delas é o fato de que nos Estados Unidos diversas salas de cinema exibirão o episódio final de The Walking Dead seguido pela estreia de Fear. O trabalho publicitário que está sendo desenvolvido para esse crossover com os vídeos promocionais, trailers e fotos têm sido grandioso e bem efetuado.
Ademais, é trabalho do redator esclarecer que o último episódio da oitava temporada de The Walking Dead será distribuído no Brasil pela Fox às 22h30 do dia 15 deste mês – hoje – e, sucessivamente, Fear estreará seu quarto ano sendo distribuindo no nosso país pela AMC Brasil às 23h30 do mesmo dia.
Enfim, resta o conselho: se você ainda não deu oportunidade para Fear, dê. A primeira temporada – de seis episódios – é um pouco lenta e confusa, mas retrata exatamente o dia em que o surto zumbi iniciou. E por tanto, os acontecimentos posteriores das temporadas subsequentes são muito mais ligeiros do que na série mãe. Já que Madison e seus aliados tiveram que lidar com os problemas desde o inicio – diferente de Rick -, mais rapidamente ela e os demais precisam lidar com a ética e com a moral humana. Fear também não possui medo de matar personagens centrais e evita notavelmente o protagonismo – aquela quase morte de principais que só é usada para dar emoção ao enredo, mas que no fim tem o herói liberto, de forma muitas vezes absurda. Além do mais, Fear possui ótimos personagens que desenvolvem suas histórias de maneira abrupta trazendo riqueza a história e totalmente profundos e complexos nos seus enredos.
Então? Quais são suas expectativas para o cruzamento entre as duas séries? Como você crê que isso acabará? O crossover se restringirá a Morgan ou abrirá possibilidades diversas? Deixe nos comentários abaixo sua opinião sobre todos esses aspectos.
The Walking Dead vai ao ar todo domingo, legendado, às 22h30 e toda segunda-feira, dublado, às 22h30, na Fox.
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