Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS do nono episódio, S08E09 – “Honor” (Honra), da oitava temporada de The Walking Dead. Caso ainda não tenha assistido, não continue. Você foi avisado!
Poderia The Walking Dead levar embora não apenas um, mas dois membros da família Grimes?
Os últimos momentos da estreia da segunda metade da temporada no domingo deixou o destino do personagem principal Rick Grimes (Andrew Lincoln) aberto a interpretações quando o icônico personagem foi visto pela última vez numa cena, provavelmente de um futuro próximo, encostado em uma árvore, bastante pálido e sangrando no abdômen.
A oitava temporada brincou com a linha do tempo central da série, revelando durante o episódio de domingo que a visão idílica do futuro de Alexandria – completa com Carl (Chandler Riggs) e um Rick consideravelmente mais velho e barbado (e usando uma bengala) – não era um salto temporal para o futuro, como no material original de Robert Kirkman. Ao invés disso, era o futuro que um Carl à beira da morte idealizava para seu pai enquanto insistia que Rick parasse com a violência e se preparasse para o que vem “depois”.
O que a visão de Carl do futuro não explicou, no entanto, foi a cena da árvore, que o ator principal Lincoln diz ao The Hollywood Reporter não ser uma visão do futuro, mas um vislumbre dos próximos eventos da realidade de Rick. A chave disso são as palavras finais de Rick no episódio: “Minha misericórdia prevalece sobre minha ira”, que é a mesma citação que Siddiq (Avi Nash) diz quando ele encontra Carl pela primeira vez na estreia da oitava temporada. (Também vale notar que Carl deu sua vida para ajudar a salvar Siddiq que, descobrimos, é um médico.)
Então, estaria The Walking Dead preparando o palco para matar Rick Grimes, o ex-xerife que tem sido o rosto da franquia – e cujo equivalente nos quadrinhos continua a prosperar, mesmo 100 edições à frente da série? Abaixo, Lincoln fala sobre aquele aterrorizante final e se seu tempo com o drama da AMC está para acabar em algum momento em breve.
Vamos começar com aquele final, com Rick encostado em uma árvore. O que você pode dizer sobre a última cena do que parece ser um Rick morrendo num futuro não tão distante?
Andrew Lincoln: Não posso dizer nada sobre isso, na verdade, além de que não parece bom, não é?
Não parece! Aquela cena é real ou uma visão, dado o quanto a série esteve brincando com a linha do tempo e visões do futuro que não eram reais?
Andrew Lincoln: Agora que você viu o episódio, você percebe que muito do que foi visto na estreia da oitava temporada era uma premonição – ou uma visão – das esperanças e ideias de Carl para o futuro. Se você subtrair isso do primeiro episódio da oitava temporada, você fica com a cena debaixo da árvore. Rick diz algo debaixo da árvore – uma referência a uma cena real que já se desenrolou na realidade do mundo —
Naquela cena, Rick diz, “Minha misericórdia prevalece sobre minha ira.”
Andrew Lincoln: Isso retorna a uma cena anterior quando Carl conheceu Siddiq na estreia da oitava temporada. Isso indica que isso, nessa cena, não é uma premonição. O fato de que eu estou equacionando algo, eu acho, provavelmente te dá uma impressão de que isso existe no mundo real da série.
Então você está dizendo que naquela cena estamos vendo Rick, aparentemente mordido por um zumbi, morrendo.
Andrew Lincoln: Não estou dizendo isso. Estou dizendo que é isso que parece. Não estou dizendo que é o que está realmente acontecendo. Estou dizendo que se você fizer a aritmética, aquela cena não acontece na imaginação de Carl porque Rick já disse algo que existe na história real, que é “minha misericórdia prevalece sobre minha ira.” Então, é uma coisa real.
Ouvimos que você já fechou o contrato para a nona temporada. Quanto você pode dizer sobre seu futuro na série?
Andrew Lincoln: [Rindo] Eu não tenho liberdade para dizer! Não quero ser dissimulado. Mas, pelo bem destes últimos oito episódios… Eu não gostaria de falar muito porque esses últimos oito são interessantes e uma trajetória emocional para Rick, Michonne e a família de sobreviventes. Há muitas mudanças e reviravoltas pelas quais ainda temos que navegar. Eu não quero deixar escapar muita coisa. Me perdoe por não ser tão transparente quanto devia, mas eu acho que isso iria estragar a experiência de entrar na montanha russa.
Quando conversamos em dezembro, depois do final da primeira metade da temporada, você disse que tinha em vista um fim do seu tempo na série. Há um cenário em que a série continua sem você sendo parte dela? Isso poderia acontecer em algum momento próximo?
Andrew Lincoln: Eu acho que sempre há uma versão dos eventos… Se você olhar o projeto do que a série é, é uma história infinita de como as pessoas sobrevivem, mudam e se adaptam a seus ambientes. Se já houve uma série que foi capaz de sobreviver, se adaptar e mudar com a morte de um personagem central, acho que nós fizemos isso e temos mais ação acontecendo nisso agora, com a morte de Carl. Você acabou de testemunhar o maior falecimento até agora, certamente no mundo de Rick. O resultado de tudo isso acontecendo é, esperamos, um drama atraente e excitante – com a palavra chave sendo surpresa. É uma pergunta muito difícil. Eu amo fazer a série, eu amo o personagem; eu amo interpretar Rick. Tem sido uma das partes mais satisfatórias, excitantes e recompensadoras da minha carreira. Mas eu sempre disse que quero terminar do jeito que começamos: em grande escala, com uma visão emparelhada do mundo. Há muitas questões não respondidas e temos um débito com todos os espectadores de responder todas elas. Então sim, uma vez respondidas essas questões, há um fim. Eu disse isso antes. Há, com certeza, um fim na minha cabeça. Se esse é ou não o mesmo fim que está na cabeça dos produtores ou das pessoas com quem eu trabalho é outra história. Isso está aberto a discussões.
Robert Kirkman disse que o Rick dos quadrinhos vai morrer antes do fim da história. Sabendo que isso vai acontecer eventualmente, você começou a se preparar para a, agora aparentemente iminente, morte de Rick? Qual foi sua resposta ao ler aquela cena da árvore no script?
Andrew Lincoln: Eu fiquei muito preocupado! Especialmente quando fizemos o teste de maquiagem e eu disse “Ele parece ter perdido bastante sangue. Queremos que ele esteja assim tão pálido?! Podemos fazer parecer que ele tem meio litro de sangue em seu corpo?!” [Risos] Esse é o mundo no qual eu estive envolvido por quase uma década. Quando Glenn (Steven Yeun) morreu, pareceu uma chamada para todo mundo. Temos o compromisso de honrar o material original e outras séries possivelmente não ousariam bagunçar a fórmula matando Glenn.
E então há a morte de Carl, que foi o maior desvio dos quadrinhos que poderíamos ter.
Andrew Lincoln: Essa é a grande, a morte de Carl. Quase pareceu que um botão foi apertado com as mortes de Glenn e Abraham (Michael Cudlitz) e agora é a grande morte com o garoto. Para mim, eu nunca tinha pensado que Chandler podia sair. É um grande ano.
Quanto os espectadores deviam se preocupar com a morte de Rick na segunda metade da oitava temporada?
Andrew Lincoln: Eu não quero acender o fogo. Eu não quero dizer nada… é tão difícil! [Risos] Eu só quero que as pessoas se prendam e, espero, nos deixem levá-las nessa extraordinária montanha russa emocional, como fizemos no passado. Acho que se vierem com a gente serão recompensados de muitas maneiras diferentes. São muito estressantes e pareceram muito perigosos, esses últimos oito episódios, por todos os motivos dos quais estamos falando. Coloquem os cintos. Estão fazendo justiça a todo o esforço que dedicamos. Então, não vou dizer! [Risos].
Em matéria de linha histórica, Rick jura tornar real a visão de Carl do futuro: efetivamente não matar todo mundo e começar a construir algo em relação ao que vem depois, apesar de Rick dizer antes que não sabia como ser quem ele foi antes. Como Rick vai lutar para manter a promessa ao último desejo de Carl?
Andrew Lincoln: É o centro dos oito últimos episódios. Esse é o grande conflito. Ele honra o último desejo de seu filho? Ou ele os subverte? Ou ele faz do seu próprio jeito?
Rick parece estar imaginando um futuro no qual Negan está integrado a Alexandria — até mesmo vê Judith correndo na sua direção…
Andrew Lincoln: Não é necessariamente correto que é a visão de Rick; podia ser a visão de Carl.
Ainda assim, Rick poderia perdoar Negan ao ponto de permitir que ele fique em Alexandria?
Andrew Lincoln: Há um grande caminho a ser percorrido para Rick digerir isso. Você viu nesse episódio que Rick não está nessa condição nesse momento; ele está traumatizado. Ele está na pior condição possível e ele vai estar assim e vai pelo menos tentar navegar por esse inferno no meio da guerra, que vai ser difícil no melhor dos momentos. Rick perdeu sua esposa (Lori, interpretada por Sarah Wayne Callies) e seu filho e muito desses últimos oito episódios é sobre ele tentando viver, bem como vencer a batalha. Eu tive que ser honesto nesses últimos oito episódios; não havia muitos dias fáceis de vir para o trabalho nesses episódios. É uma prova, depois de oito anos, me colocar de escanteio. Eu tinha que ganhar meu sustento!
Como você descreveria os últimos sete episódios da temporada?
Andrew Lincoln: Que a misericórdia prevaleça.
Lauren Cohan assinou como protagonista num piloto da ABC e ainda não fechou contrato para retornar para a nona temporada. O que você pode dizer sobre um universo de Walking Dead sem Maggie?
Andrew Lincoln: Minha nossa. Isso me deixa terrivelmente triste, mas ao mesmo tempo estou absolutamente excitado porque ela é uma amiga e uma boa atriz. Mas eu não sei como isso vai ser.
The Walking Dead vai ao ar todo domingo, legendado, às 23h30 e toda segunda-feira, dublado, às 22h30, na Fox.
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Fonte: Comic Book
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