Pra quem acompanha The Walking Dead desde o inicio é um tanto quanto frustrante estar vivendo esses dias. Quando se é fã, você tem ciência de que em algum momento sua série favorita irá terminar e tudo o que você espera desse final é que seja memorável e à altura de todo o amor que você devotou à série durante todo esse tempo.
Contudo, The Walking Dead começou uma série de desrespeitos com sua audiência a partir do momento em que resolveu manter protagonismos absurdos em personagens que empobreceram o enredo e descartar outros que possivelmente teriam atrativos muito maiores.
Agora, após meses tendo circulado um boato do qual não quisemos acreditar, foi anunciado talvez o que possa vir a ser a queda definitiva da série: Andrew Lincoln, protagonista nos últimos oito anos está deixando o elenco de The Walking Dead.
Rick junto com Carl sempre foi o cerne de toda a história do mundo de Kirkman. Todas as temporadas envolveram a temática de relação entre pai e filho e tudo se iniciou quando Rick acordou do coma no primeiro episódio. Termos a anulação das duas referências centrais da trama de maneira tão rápida (menos de uma temporada) é totalmente frustrante. Se Rick vier a morrer e passar o bastão de liderança para um próximo personagem, a história não teve tempo suficiente para trabalhar essa conversão e tudo ficará mecânico e incoerente.
Mas enfim, listamos abaixo algumas das consequências que podem vir assolar uma série sem seu protagonista:
Acredito que seja o ponto mais óbvio se a série vier a ter continuidade. Grupos que trabalham em um cenário apocalíptico normalmente precisam de uma liderança constituída para se manterem. Então, sem Rick, os personagens centrais precisarão de uma nova pessoa para liderar a todos e ser responsável pela tomada de decisões definitivas.
Os boatos que correm é que um nome já foi indicado para tal função: Norman Reedus. Conforme fontes internas da AMC o ator está negociando algo em torno de 20 milhões de dólares por temporada para vir a protagonizar a série.
É compreensível a escolha de Daryl para o enredo central no que diz respeito à identificação do público, uma vez que se a morte de Rick se consolidar, ele e Carol serão os últimos personagens presentes desde a primeira temporada da série.
Outra das opções é que com a temática de comunidades (Alexandria, Hilltop, Fábrica, Reino e Oceanside) algo semelhante ao que ocorreu na quarta temporada – quando Rick desistiu da liderança por um tempo – aconteça e um Conselho se forme entre as lideranças de cada uma das comunidades para firmar decisões e estipular metas para a manutenção e continuidade dos refúgios.
O grande problema desse ponto é que se a AMC realmente está apostando em Norman Reedus por ser o preferido do público, deveria rever a popularidade do personagem. O fato é que Daryl teve grande apelo entre a primeira e a quarta temporada da trama, mas após acabar por se tornar um coadjuvante sem grande peso para o enredo, Daryl foi sendo esquecido pelo público. O esquecimento no entanto começou a se converter em desgosto quando uma série de atos inconsequentes começaram a causar problemas para todos os sobreviventes e ele começou a comprometer a vida dos moradores das comunidades.
Esperar que fosse fiável uma história em que um personagem que age inconsequentemente e sem medir suas decisões se tornandono grande líder do grupo é arriscado demais. Como será feita a conversão de um Daryl totalmente irresponsável para um líder nato?
As próprias características do personagem não parecem verter para um papel de liderança, já que vermos um líder resmungão e sem o mínimo de empatia pelo próximo acabará por tornar a história desgastante. Rick é um líder sério, mas sempre procurou ser democrático em suas decisões – ao menos com aqueles que ele ama – e alcançar a aceitação de todos. Contudo, Daryl caminha para o extremo oposto. É um personagem que age por si e seu maior mérito é seu histórico de sobrevivente solitário. Será que isso realmente funcionará? Será que os outros personagens conseguirão aceitar tranquilamente a liderança de Daryl?
[CONTÉM ALGUNS SPOILERS DOS QUADRINHOS. Você foi avisado!]
Ninguém sabe ao certo qual foi o ponto inicial para a tomada de decisão do desligamento de Andrew Lincoln da série. Nenhuma fonte sabe se o pedido partiu do próprio ator – que após a saída de Chandler Riggs (Carl) começou a aparecer com ar de cansaço e desânimo nas entrevistas – ou se envolve uma decisão interna do canal.
Se o pedido verte de Andrew, provavelmente seja uma manobra do ator para evitar que sua carreira seja prejudicada com a queda de audiência que a série está sofrendo nos últimos anos.
Contudo, o caso pode ser muito mais profundo e dramático se a decisão fora tomada pelo canal que transmite a série. Ocorre que Robert Kirkman se desligou da AMC no ano passado após assinar contrato de exclusividade com a Amazon. Tal desligamento foi um dos passos iniciais de Kirkman contra o canal.
Até aonde se sabe, o criador do mundo zumbi transmitido pela AMC processou o canal por variadas questões contratuais não cumpridas. Entre os pedidos de Robert Kirkman consta o desligamento de personagens ainda utilizados em sua trama nos quadrinhos da série de TV.
Se tal pedido vier a ser acolhido, personagens como Rick, Maggie, Michonne, Eugene, Negan, Jesus e outros deverão ser retirados da trama exibida pela AMC. No caso de Carol, por exemplo, sua permanência poderia ser discutida, mas por se afastar totalmente de sua contraparte na HQ, o pedido tem menos probabilidade de ser acolhido.
Dentro do processo outras medidas poderiam ser tomadas, como a decisão de que grupos estabelecidos na HQ bem como personagens que ainda não apareceram na trama, mas que apareceriam caso a série continuasse a se embasar nos quadrinhos de Kirkman, sejam totalmente proibidos de serem adicionados na história. A única possibilidade para desenvolver personagens semelhantes ou grupos seria a de alteração no nome – um personagem com nome X na HQ se chamar Y na série.
Desconfia-se inclusive que a morte de Carl seja indicativa de que a AMC já está vagarosamente tomando medidas para evitar o acúmulo dos desligamentos dos personagens em uma só etapa. Assim, antes que a decisão transite em julgado, o canal – que já assume a causa como perdida – cautelosamente irá dando mortes para os personagens requeridos por Kirkman.
Por mais doloroso que seja a saída de tantos personagens é propícia na atual fase da história. Após o salto temporal temos a introdução dos Sussurradores (que se trazidos para a série podem receber outra alcunha). A chegada desse grupo indica um evento traumático na HQ: vários personagens foram mortos pela líder e suas cabeças foram colocadas em estacas. Então, se a medida de desligamento de tantos personagens ao mesmo tempo precisar ser tomada, nada impede que as cabeças nas estacas seja a cena mais horripilante e dolorosa vivenciada até aqui quando a audiência se deparar com Rick, Michonne, Maggie (que estava grávida e a ligaria a Rosita da HQ que foi morta do mesmo jeito quando esperava um bebê), Jesus e até mesmo Negan degolados.
Sem seu personagem central, The Walking Dead que já vem pecando muito com a audiência, tem grandes chances de encontrar problemas de continuidade. Assim, uma das prováveis consequências é que a nona temporada venha a ser o último ano da série e se encerre após a morte de seu líder. Seria a medida mais triste, mas a mais coerente a ser tomada.
Entretanto, se a AMC insistir na ideia de dar continuidade no show mesmo com a ausência de seu protagonista, podemos ter o pior cenário depois de tantos anos acompanhando a série: um cancelamento que culminaria numa história sem final algum.
O maior atrativo para o público até hoje tem sido o como a história se encerrará e se um final não for dado à trama a revolta da audiência será gigantesca e o desrespeito com os fãs será o marco derradeiro de uma das séries mais populares da História.
Scott Gimple já havia esclarecido que o seu desejo – agora como coordenador de todo o mundo The Walking Dead – era de criar outras séries derivadas além de Fear the Walking Dead (que já está em seu quarto ano). Se a morte de Rick for transmitida ao público e um ponto final for colocado na série, nada impede que sigamos vendo personagens remanescentes em aventuras posteriores. Tudo indica que Daryl e Carol – por exemplo – sairão ilesos da história e se isso se concretizar, os personagens poderão ganhar histórias próprias que explicarão o que aconteceu com eles no pós Rick Grimes. Se isso será interessante para a audiência? Apenas com a confirmação desse ponto é que conseguiríamos mensurar.
É doloroso como fã redigir esse artigo, mas não parece ser nada muito longe do que era esperado por nós faz algum tempo. The Walking Dead tem tido grande dificuldade em se manter coesa e nos últimos anos a história acabou por perder muito de sua essência.
A escolha de Daryl como protagonista não me deixa feliz. O personagem já teve tempos de ouro, mas faz mais de quatro temporadas que não tem um enredo próprio e não desenvolve qualquer função necessária para a trama. Suas características não são propícias a um líder (ainda mais de um grupo tão grande envolvendo várias comunidades como na atual fase da história).
Se o desligamento de Andrew se depreende apenas de uma solicitação do ator – que faz algum tempo já vinha dizendo que queria ver um final para seu personagem -, acredito que The Walking Dead pecou ao deixar de desenvolver outros personagens para papel de liderança. Com qualidades para líder na atual fase temos Maggie como principal nome, mas pelo fato de Lauren estar envolvida em uma série secundária como protagonista, acaba por ser incompatível ao cargo. Além disso, temos a liderança de Ezekiel que é questionável – quem iria aceitar um homem que se diz Rei como protagonista? Fora que o líder do Reino teve pouco tempo para se firmar como personagem essencial para a trama, o que causaria rejeição pelo público. Finalizamos com os nomes de Michonne, Carol e Daryl.
Michonne é um caso a parte, ela parece funcionar muito bem sozinha, mas não parece ser alguém que consiga liderar as pessoas. Em pequenas missões, talvez. Mas colocar ordem em várias comunidades e tomar decisões políticas e sociais não parece ser algo confortável para ela. É uma personagem muito mais ligada à ação do que de fato ao lado intelectual e ressocializador do mundo.
Daryl Dixon, como já comentado, é outro personagem que é muito mais parte da carga de ação da série do que do ramo intelectual e político. Daryl nunca se deu bem em grandes grupos, sempre tentou fugir deles ou acabou se apagando. É outro personagem que funciona muito bem isoladamente, mas que quando unido a outros, perde encanto e fica sem motivações. E outro ponto negativo é que ele não parece ser o tipo de pessoa que conseguirá ouvir opiniões para sua liderança. Daryl é inconsequente e age por instinto, é um sobrevivente nato, mas não um líder. Na verdade, é líder de si mesmo e não dos outros. Além do mais, não consigo ver pessoas como Maggie, Carol e outros personagens, baixando a guarda para o Dixon quando esse der qualquer ordem. Seu modo de agir pode gerar grandes contrariedades entre os personagens que podem não aceitar Daryl como líder – e se passarem a aceitar sem nenhum questionamento, será totalmente estranho.
Quanto a Carol, vejo que ela possui muito conhecimento e intelecto (diversas vezes ela arquitetou campos de batalha sozinha e salvou diversas pessoas ao mesmo tempo) e tem um instinto de liderança reconhecido por Rick – na quinta temporada, quando ainda estavam nas ruas, o xerife precisou se ausentar do grupo duas vezes e nas duas vezes confiou à Carol a liderança do restante do grupo – que inclusive a deixou como responsável por Alexandria quando estava reordenando a manada de mortos e Carol precisou lutar contra os Lobos. Contudo, até hoje, não vimos muito de uma Senhora Peletier política e é outra personagem que muitas vezes vive por instinto de sobrevivência, o que pode ser prejudicial dentro de uma liderança.
Dessa forma, o mais aconselhável a se fazer – no meu ponto de vista totalmente falho – é readequar o Conselho formado na quarta temporada, colocando Daryl e Michonne como responsáveis por Alexandria; Maggie e Jesus por HillTop; Carol e Ezekiel pelo Reino; Cyndie por OceanSide e Laura (ou seja lá quem) como responsável pela Fábrica. Reuniões entre as lideranças seriam constantes para determinar as decisões políticas das comunidades. As pessoas internas de cada uma das localidades responderiam diretamente às suas lideranças, assim Daryl não precisaria dar ordens em Hilltop por exemplo.
Por fim, eu deixo meu profundo manifesto de que a AMC seja coerente. Coerente com todo o histórico trazido até aqui pela série e seja respeitosa com os fãs, dando um final justo e aceitável para The Walking Dead. Se perceberem que é impossível de prosseguir sem Rick, que encerrem a história o quanto antes, pois isso é honrar o público que por tantos anos esteve presente devotando seu tempo pelo sucesso da série.
E você? O que acha da saída de Andrew Lincoln? Acredita que haverá forma de readequarem a série para a ausência de Rick? Deixe nos comentários sua opinião.
The Walking Dead retorna em Outubro. O trailer da 9ª temporada deve ser lançado durante o painel da série na San Diego Comic-Con, no dia 20 de julho.
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