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The Walking Dead Análises: A fragilidade de Daryl Dixon

Modismo ou não, é irrefutável que o último Dixon sobre a face da terra – até onde se têm notícias – é um dos mais fortes personagens atrelados à história de Rick Grimes no desenrolar da trama. Inclusive recentemente, Rick, o classificou como irmão.

Daryl não demorou muito para conquistar grande parcela do público da série, visto o seu jeito durão e caipira de lidar com as situações, mixados a um enorme coração. Muito bem descrito por Carol, o Daryl do acampamento perto de Atlanta era uma “criança” mimada, oposto do grande homem que hoje aparenta ser. Da primeira temporada até aqui, surpreendentemente, ou não, o exímio caçador de esquilos foi o que mais derramou lágrimas – talvez seja superado por Carol nesse quesito. Isso demonstra que no fundo de toda aquela fortaleza existe um homem afetado por percalços do passado, pelos quais ainda luta internamente e constantemente tem sido ensinado por outros personagens que é necessário que tais sentimentos sejam explicitados para que assim evolua.

Deixando de lado toda a comoção que Daryl causa nos fãs da série, falemos de sua evolução e no quanto isso parece ter mudado o personagem como um todo. A segunda temporada girou basicamente em torno do drama de Carol – ao menos até o oitavo episódio – e dentro dessa trama, Daryl mostrou-se totalmente participativo, já que Rick havia maiores preocupações (lê-se Carl baleado). O quinto episódio – Chupacabra – daquela temporada, tratou quase que unicamente da busca de Daryl por Sophia. O exímio rastreador mostrou-se ali e, Daryl teve grandes momentos nesse episódio. Quase foi morto por walkers, mas demonstrou-se preparado para eliminá-los individualmente – lembram que ele colecionava as orelhas dos walkers que matava? -, caiu sobre um de seus dardos, teve alucinações, foi atingido por um tiro da desavisada e equivocada Andrea, enfim, um dos piores episódios para o físico (e emocional) do Dixon favorito das fãs. Até então Daryl não havia mudado em nada do marrento e mal-humorado homem da primeira temporada. Só explorou-se um pouco do seu lado humano, demonstrando-se preocupado com a indefesa Sophia e totalmente responsável pela sua busca.

Com o passar do tempo Daryl começou a se integrar mais com a equipe de Rick, deixou de ser tão individualista e tornou-se mais propenso a ajudar e até mesmo aceitar a ajuda de outro alguém. Porém, da terceira temporada até essa quinta, tivemos uma enorme alteração no caráter e modo de defesa do personagem. Ele não consegue mais escudar-se sozinho. Foi assim quando foi capturado pelo Governador e posto num embate contra o próprio irmão – que para ele, até então estava morto – tendo sobrevivido só por causa da ajuda de Merle, sem contar as inúmeras vezes (citando os problemas com o grupo de Joe e os acontecimentos do sétimo episódio da quinta temporada como exemplo) que sua vida foi salva por Rick. Essa mudança parece ter sido totalmente brusca, já que ocorreu de uma temporada para outra, com pouca explicação.

Porém, Gimple foi genial em explicar o porquê Daryl mudou – ou tem mudado -, e para aqueles que acham que o episódio “Still” (décimo segundo episódio da quarta temporada) foi totalmente desnecessário, vem aqui à explicação: através de sua relação com Beth, Daryl pode expor o que guardava para si: ele tem consciência que é totalmente dependente dos outros e que não pode sobreviver sozinho. A partir de então Daryl tem levado essa lição consigo e a ensinado a outros personagens (Carol, por exemplo). Isso de certa forma torna Daryl mais vulnerável, pois agora de uma vez por todas, o caipira se convenceu que não pode lutar sozinho (aliás, se convenceu que ninguém pode sobreviver sozinho). A lição para por aí? Não, continua. Daryl continua aprendendo sobre isso, e Gimple nos mostrou isso na cena já anteriormente citada do sétimo episódio da quinta temporada, onde Rick salva a pele de Daryl. E se pensarmos em todas as últimas vezes em que ele tentou agir sozinho, nos deparamos com grande número de fracassos. Em contrapartida, ele sabe muito bem como agir e traçar estratégias em dupla ou em grupo. Talvez isso aconteça por, anteriormente, sempre ter vivido à sombra do irmão e ter sido sempre o membro de apoio nos momentos de necessidade da dupla Dixon.

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Ainda, quanto ao seu relacionamento (relacionamento = amizade) com Beth, Daryl finalmente pode ser o agente e não apenas resumido a ser o braço direito de alguém (o que ocorria na sua relação com Merle e agora com Rick), então isso o torna um ser realizado, o faz ter alguém que depende dele (isso também foi o que firmou sua amizade com Carol outrora, quando essa era somente a frágil mãe de Sophia) e não ser tão somente o membro dependente. Talvez aí esteja à necessidade de Daryl por querer encontrar Beth, pois é como se ele pensasse: – Ela me servia de apoio e dependia de mim e eu deixei que a levassem. Ou seja, Daryl sempre está atrás de alguém que dependa dele, pois ele quer provar para si próprio e para a memória dos pais e irmão, que sim, ele é capaz de alcançar seus objetivos e que não é um fracasso. Ele, talvez, pela primeira vez sente-se parte de uma família que depende da existência dele. Pela primeira vez ele sente-se inteiramente útil e precioso.

Então, Daryl tem se demonstrado mais frágil? Será que com Beth e Carol ele aprendeu a administrar e expor seus sentimentos para que esses de alguma forma sejam melhores tratados? Merle estava mesmo certo ao afirmar que o irmão nada podia sozinho, e isso se confirma pelas inúmeras vezes que fora derrotado quando agiu individualmente? Exponha sua opinião nos comentários.

The Walking Dead, a história de drama mais assistida da TV a cabo, irá retornar com a segunda parte da quinta temporada no dia 08 de Fevereiro de 2015 na AMC e no dia 10 de Fevereiro de 2015 na FOX Brasil. Confira todas as informações sobre o midseason premiere (S05E09) e fique por dentro das notícias.

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Carlos Knewitz

Gaúcho, nascido na primeira metade dos anos 90 e com memória fotográfica. Estudante de Direito e extremamente viciado em escrever. Aficionado pelos quadrinhos de Robert Kirkman, fã de The Walking Dead e Fear the Walking Dead. Apaixonado por Carol Peletier e Alicia Clark e, sucessivamente, por suas intérpretes.

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