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The Walking Dead 5ª Temporada: Entendendo o grandioso episódio “What Happened and What’s Going On”

Para o episódio de retorno da quinta temporada nos foi prometido algo surpreendente. De fato foi. Tyreese foi introduzido na terceira temporada, ao lado de Sasha e dele se esperava um grande personagem badass, tal qual sua personalidade advinda dos quadrinhos. Sua morte nesse nono episódio foi totalmente genial. Aos que não gostaram/não entenderam, vamos falar um pouco do por que desse episódio ser tão grandioso.

Antes dos créditos iniciais temos um jogo de imagens quase que aleatórias que seriam explicadas ao longo do próprio episódio. O jogo de cenas é um frenesi, deixando o espectador quase que sob efeito de alucinógenos. Jogaram-nos cenas desconexas deixando-nos na expectativa de entendê-las.

Logo após os créditos, vemos o carro indo rumo à Richmond, com Rick, Tyreese, Michonne, Glenn e Noah. Percebemos que em todo o tempo Noah se sente totalmente culpado pelo acontecido com Beth. Tyreese tenta o fazer enxergar que aquilo tudo foi preciso para que eles fossem parte do que são agora. Logo em seguida temos uma das informações que talvez seja um grande spoiler da produção para as próximas temporadas: Rick confia o cargo de liderança à Carol quando está longe. Ao longo das conversas que tiveram anteriormente nessa temporada, agora conseguimos compreender que Rick sabe que Carol, talvez, seja a única que pense como ele, seja a única que leve no modo literal a frase “Nós temos que sobreviver, custe o que custar.”. É interessante notar que agora Rick reconhece Carol como totalmente necessária e útil. Ela não poderá ser mais apenas a babá de Judith. Também é interessante citar que não seria totalmente necessário que eles (a produção) nos informassem como as coisas andam para o resto do grupo, podiam ter focado apenas na viagem à Richmond, mas eles quiseram nos mostrar que Carol estava no comando, e isso pode ser uma grande informação.

Ao descerem do carro, começamos a ver algo que talvez há algum tempo não víamos: Glenn. Não estamos falando do corpo presente do personagem, pois sim, ele apareceu em muitos episódios até aqui, mas nada comparado a esse. Glenn está de volta – ou ao menos parece -, ele reassumiu seu papel de estrategista e observador lá da primeira temporada. Tudo indica que ele não seja mais só o Glenn da Maggie, ele está de volta e com um tempero extra na bagagem: ira. Em todos os seus atos, falas, olhares, Glenn transmite um ar de “Eu farei o que tiver de ser feito.”. Novamente conseguimos ver que Glenn e Maggie parecem ser mais funcionais quando um longe do outro. Há uma grande metáfora sobre Glenn nesse episódio, que talvez os fãs alucinados dos quadrinhos tenham percebido: o bastão de baseball. É quase que uma piada com o personagem, é brincar com o coração dos fãs. Será que isso quer dizer alguma coisa? É esse mais um spoiler de produção?

Partiremos para Michonne. Graças ao bom Deus Michonne resolveu falar, resolveu abrir-se. Nós nunca havíamos visto uma Michonne tão desesperada e frágil como nesse episódio. Sim, ela está frágil. Ela demonstra isso quando tenta insistir em convencer Rick que talvez eles devam ficar ali. Mesmo sabendo o quão ridícula é a ideia ela tenta insistir, como se falasse “Eu não tenho mais esperanças, mas eu quero ter.”. Ela está esgotada, ela precisa de uma saída e ela resolve que deve tentar de qualquer maneira convencer Rick a parar de tentar apenas sobreviver.

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Quanto a Noah, pouco ainda sabemos dele. Porém, ele ainda não parou de se culpar por Beth, não parou de se culpar pela sua família e agora terá um novo algo pelo qual se culpar: a morte de Tyreese. Talvez Noah torne-se cada vez mais interiorizado, talvez ele realmente pondere desistir. Precisamos acompanhar os próximos episódios. Mas para os fãs dos quadrinhos, quem não gostaria de ver a morte de Carol (da HQ) transpassada para um novo personagem? Essa seria uma grande chance.

Finalmente chegamos ao astro do episódio, Tyreese. O homem mais humano que o apocalipse zumbi poderia formar (ou manter). Tyreese sempre se manteve vivo por objetivos de cunho humanitários. Primeiro ele sobrevivia por sua irmã, que ele julgava ser frágil. Depois quis sobreviver pelo grupo – aqui falamos quando já na prisão. Após os acontecimentos da prisão, ele necessitou sobreviver pelas crianças e mais tarde por Judith. No momento onde estávamos parecia que ele já havia feito tudo o que deveria ter feito. Tyreese não havia se acostumado com esse novo mundo e nem queria. Em todo o tempo ele lutava contra seu instinto de sobrevivente, ele não queria ter que aceitar que nesse mundo valia a lei do mais forte. Quando ele se deparou com as fotos das crianças na parede, parece que ele prendeu-se a esperança de se ter um mundo normal novamente e esqueceu-se do mundo do qual fazia parte agora. Mordido, Tyreese discutiu com suas duas personalidades: a que queria sobreviver e a que queria sair daquele mundo terrível. Essas personalidades foram representadas de um lado por Mika, Lizzie, Bob e Beth e de outro pelo Governador e Martin. Tais personagens deram voz a cada um dos lados da mente de Tyreese. Uns diziam para ele que estava tudo bem, que ele fez o correto, outros o faziam pensar que sempre foi fraco. O mais bonito de tudo isso talvez seja o fato de que Tyreese foi ele mesmo da entrada na terceira temporada até o fim. Ele não se deixou mudar, ele não quis mudar. Morreu tentando fazer do novo mundo o velho mundo.

Agora vamos para detalhes do episódio. Quem são os lobos citados na frase pichada no muro atrás de Michonne? Será que são uma adaptação dos Salvadores da HQ ou uma facção? Talvez aí nós já estejamos sendo apresentados aos novos antagonistas da trama. Isso pode ser esclarecido tão logo imaginamos quanto demorar mais de uma temporada para nos ser revelado. O único fato que temos ciência é de que quer seja quem sejam os “lobos”, não são boa coisa. Os walkers presos no furgão que Rick – maneta – por descuido pecha, possuem uma letra W grifada nas testas. Será que há ligação com a palavra vinda do inglês “Wolf” (lobo)?

Então, caros leitores, se você é acostumado a simplesmente reclamar dos episódios, pare agora. Sim, esse foi um grande episódio que nos introduzirá a grandes histórias. É necessário que saibamos admitir que nenhum enredo se sustenta apenas com ação, matança e adrenalina. Precisamos de explicações e embasamento. O episódio foi grandioso.

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Carlos Knewitz

Gaúcho, nascido na primeira metade dos anos 90 e com memória fotográfica. Estudante de Direito e extremamente viciado em escrever. Aficionado pelos quadrinhos de Robert Kirkman, fã de The Walking Dead e Fear the Walking Dead. Apaixonado por Carol Peletier e Alicia Clark e, sucessivamente, por suas intérpretes.

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