ATENÇÃO! O post a seguir contém numerosos spoilers sobre toda a quinta temporada de The Walking Dead. Caso não tenha assistido ainda, não prossiga. Você foi avisado!
The Walking Dead está sofrendo uma pausa de sete meses para a estreia da sexta temporada, que deve ocorrer em outubro.
O quinto ano do drama da AMC iniciou em 12 de outubro de 2014, com o episódio “No Sanctuary”, e encerrou no dia 29 de março de 2015, com “Conquer”. Sendo uma temporada geradora de opiniões controversas por parte de toda a audiência, foi marcada por perdas importantes do elenco – Beth (Emily Kinney), Tyreese (Chad Coleman) e Bob (Lawrence Gilliard Jr) -, e por inúmeras tramas e objetivos.
Os Canibais, o Hospital Grady Memorial, a ida até Washington e Alexandria foram algumas das tramas exploradas no decorrer da primeira e segunda partes. Responsável também por trazer novos recordes de audiência, chegou a ultrapassar a marca de 17 milhões de telespectadores – um número extremamente superior aos índices normais para um programa de TV a cabo.
Com isso, os dezesseis episódios trouxeram inúmeros elementos novos, que abrangeram desde o roteiro, direção, e é claro, elenco. Na sua opinião, qual foi o melhor episódio da quinta temporada?
Nota: Os títulos em português, entre parênteses, estão de acordo com a versão brasileira lançada pela FOX. Por isso, em certos casos a tradução não condiz com a versão original.
Depois do espetacular cliffhanger deixado pela quarta temporada – com o grupo preso dentro do vagão “A” do Terminus -, Scott Gimple trouxe um roteiro brutal e preciso, amarrando todas as pontas soltas deixadas pelo final do ano anterior, que unidos a uma cinematográfica direção de Greg Nicotero, respondeu a verdade sobre os moradores do Santuário: eles tiveram de aderir ao canibalismo, após um ataque desumano de um grupo inimigo. Carol (Melissa McBride) e o grupo de Rick (Andrew Lincoln) tiveram 45 minutos para destruírem o local, em um explosivo primeiro episódio. Ou você é o açougueiro, ou é o gado.
Sabendo que “No Sanctuary” teve ação suficiente para uma temporada inteira, o segundo episódio do quinto ano trouxe um reflexivo e esplêndido roteiro, escrito pelo próprio criador dos quadrinhos originais, Robert Kirkman. Além de introduzir o novato Padre Gabriel (Seth Gilliam), “Strangers” introduziu uma igreja como novo cenário, resolveu a questão de Tara (Alanna Masterson) ter estado com o Governador (David Morrissey), apresentou enigmas como a frase “Você queimará por isto” na parede do local, e serviu para dar continuidade à trama dos Canibais, onde Gareth (Andrew J. West) e alguns outros moradores do Terminus sobreviveram, e tiveram que regredir à Caçadores. O resultado? Uma icônica cena da obra original de mesmo nome, adaptada para a televisão, com Bob Stookey tendo sua perna sendo devorada pelos termites. Mas no final do dia, um homem tem que comer.
Incomparavelmente um dos mais polêmicos e chocantes episódios que The Walking Dead teve a chance de oferecer para a audiência. O roteiro de Angela Kang e Corey Reed continuou a trama exatamente a partir de onde o último episódio acabou, e em uma reviravolta espetacular, Bob revela que foi mordido, e que eles estão se servindo com carne infectada. Com o desenrolar da trama, Gabriel revelou seu passado obscuro, Rick teve o primeiro confronto de liderança com Abraham (Michael Cudlitz), Glenn (Steven Yeun) e Maggie (Lauren Cohan) trocaram a família por uma missão, e Sasha (Sonequa Martin-Green) teve que aguentar a repentina morte do namorado. Entretanto, o ponto alto da trama foi o tão comentado – e censurado – massacre contra os Canibais na igreja, onde Jeffrey January dirigiu um sangrento final para os moradores do Terminus. São só quatro paredes e um teto.
Um extremo divisor de águas para a quinta temporada. O quarto episódio mudou totalmente a locação e objetivo da trama, introduzindo um novo grupo e apresentando o paradeiro de Beth Greene, que até então era desconhecido desde “Alone” (S04E13). Com roteiro de Matthew Negrette e Channing Powell, e direção de Michael Satrazemis, “Slabtown” mostrou a inserção da caçula Greene em um misterioso local, o Hospital Grady Memorial, dirigido por uma possessiva e bipolar chefe de polícia, Dawn Lerner (Christine Woods). No decorrer dos 43 minutos, a personagem de Emily Kinney passou por inúmeros desafios, criando um plano de fuga, lutando contra um policial abusivo, e até mesmo se “sacrificando” pelo novo amigo, Noah (Tyler James Williams). Com roteiro, direção e atuações (principalmente por parte de Kinney) aplaudidos de pé pela crítica especializada, o episódio ainda é visto com bons olhos por maioria dos telespectadores. Eu sou forte!
Um interessante corte na trama. Deixando bruscamente de lado a trama de Beth, “Self Help” trouxe 45 minutos somente para o grupo de Abraham, e a ida até Washington em busca da cura. Escrito por Heather Bellson e Seth Hoffman, a trama explora as inúmeras e frustradas tentativas de prosseguir com o caminho para DC. Tendo constantes sequências vistas como “desnecessárias”, o episódio que deveria revelar a grande mentira de Eugene (Josh Mcdermitt), tropeça em erros contínuos – a despreocupação aparente de Maggie (Lauren Cohan) sobre o paradeiro da irmã, e longas conversas sem objetivo aparente, por exemplo -, mas se salva graças a outros momentos, como a crescente amizade entre Tara e Eugene, o destaque de Rosita (Christian Serratos), e é claro, os flashbacks que compuseram a história do passado traumático de Abraham, todos dirigidos majestosamente pro Ernest Dickerson. Eu não sou cientista!
O episódio feito para os fãs de Daryl (Norman Reedus) e Carol. Particularmente, sempre achei que a trama dos episódios 05 e 06 poderiam ter sido unidas em um único e consistente episódio. No geral, “Consumed” é bom, mas tal como “Self Help”, não se iguala em qualidade como nos quatro primeiros episódios da temporada. Focado na ida dos dois até Atlanta, em perseguição ao carro do Hospital Grady Memorial, a trama explorou toda a vida de Carol em 45 minutos, mostrando, através de referências, o contraste da mulher frágil de antes, com a valente e poderosa de agora. Apesar do poder do roteiro de Matthew Negrette e Corey Reed, a trama não se sustenta em certos pontos, chegando a apelar para alguns flashbacks considerados “desnecessários” (Carol se limpando das entranhas, por exemplo). Entretanto, a sagacidade de Reedus e McBride, juntamente à direção de Seith Mann, as explicações finais para a mulher aparecer na maca do hospital e ser vista por Beth na cena final de “Slabtown”, e a revelação sobre quem estava acompanhando Daryl era Noah em “Four Walls and a Roof”, serviram para amarrar algumas pontas soltas e dar continuidade para a trama em tempo real. Como chegamos aqui?
Dando continuidade para a situação atual de cada um dos grupos – Igreja, Hospital e estrada -, “Crossed” foi uma introdução para os acontecimentos de midseason finale, e nada mais além disso. A escrita de Seth Hoffman é apressada e despreocupada em certos momentos, e desapressada em outros. Enquanto na igreja temos Gabriel enfrentando seus dilemas morais e psicológicos, na estrada temos Glenn, Tara e Rosita tentando sobreviver e Maggie mostrando o seu poder na liderança, no hospital temos Beth ainda mais determinada e destemida e enfim, Rick e outra parte do grupo indo para Atlanta, visando um plano de resgate para Carol e Beth. Infelizmente, a direção de Billy Gierhart é desconexa, e o resultado final parece um aglomerado de cenas sem sentido, unido a um final ainda mais inexpressivo e confuso. Carol?! É a Beth! Eu só queria que soubesse que estive aqui.
Arrisco dizer, o mais polêmico episódio de toda a história de The Walking Dead. Escrito por Angela Kang, o midseason-finale da quinta temporada prometia uma reviravolta chocante, e é claro, uma morte inesperada do grupo principal. Especulações e inúmeras teorias foram criadas em fóruns de debates, e o resultado estava programado para 30 de novembro de 2014. Dirigido por Ernest Dickerson, “Coda” foi responsável por encerrar o arco do Hospital Grady Memorial, tirar o status da igreja como “atual lar” dos sobreviventes, e por dar fim à jornada de Beth Greene, que integrava o elenco desde a segunda temporada. O clímax óbvio do episódio estava na troca de reféns, que aconteceu em um corredor do hospital. Quando tudo parecia bem, Dawn exigiu Noah de volta, e Beth quis dar um fim àquilo tudo, sendo responsável por um erro de reflexo e sua morte repentina, concluindo com Daryl Dixon vingando o fim daquela que o ajudou a ter esperanças logo após a queda da prisão. É incompreensível dizer que o episódio em si foi ruim, mas é extremamente compreensível tentar explicar o quão inconsciente foram os minutos finais, principalmente a morte da personagem de Emily Kinney. Com certeza um erro com contrastes visíveis minutos após do lançamento do episódio, e que muito provavelmente ainda afetará o desenrolar da trama, afinal, acreditava-se que a época de “mortes para chocar” havia sido deixada lá na terceira temporada, com a saída do showrunner Glen Mazzara. Eu entendi agora!
O episódio que você ou amou, ou odiou. O criador de The Walking Dead, Robert Kirkman definiu o episódio com a frase anterior, e isso é uma verdade. Tyreese nunca condisse com sua contraparte dos quadrinhos, e isto é um fato, principalmente pelo desenvolvimento inconsciente dado na sua chegada durante a terceira temporada. Escrito por Scott Gimple e dirigido por Nicotero, o episódio em si, foi a clara definição de COMO FAZER TELEVISÃO DE VERDADE! Foi a primeira vez em que vimos a morte pelos olhos de um personagem, e o de Chad Coleman exibiu isto de forma majestosa. As alucinações com Beth, Bob, O Governador, Lizzie (Brighton Sharbino), Mika (Kyla Kenedy) e Martin (Chris Coy) foram a forma de convencer o grandalhão a se entregar de vez. Um episódio repleto de metáforas, provando mais uma vez o poder que a série tem com o drama humano, e não “ação com zumbis”. Está tudo bem, Tyreese. Não está apenas bem, está melhor agora.
A prova de que The Walking Dead consegue se reinventar, sem cair na mesmice. Escrito por Heather Bellsom, o décimo episódio da quinta temporada mostra, depois de muito tempo, o grupo inteiro (e reunido) na estrada e sem suprimentos. Particularmente, “Them” é o típico episódio feito para fãs de verdade. Ou você precisa estar atento à trama, ou não entenderá e nem consentirá com o drama e situações espalhadas no decorrer dos típicos 45 minutos. Focado na aceitação (ou tentativa) das mortes recentes, o foco maior é em uma Maggie cansada de viver, um Daryl ainda mais fechado sobre sentimentos, e uma Sasha revoltada e destruída psicologicamente. Tudo isso reunidos ao objetivo de que apenas unidos eles conseguirão passar pelos problemas. Mas o caminho para Washington é grande, e até mesmo a natureza interfere no caminho. Após uma sequência sensacional durante uma tempestade, Julius Ramsay – diretor do episódio – entrega um final esplêndido e memorável, prometendo um recomeço para os sobreviventes. Eu sei que nós estamos pensando… Que nós somos os mortos-vivos!
Um episódio que funcionaria como series finale. O roteiro majestosamente escrito por Seth Hoffman serviu para mostrar a jornada do grupo até Washington, após a chegada do misterioso Aaron (Ross Marquand), que veio prenunciar uma comunidade murada chamada de Alexandria. Focado em cenas de ação e muito gore, a ação é apenas uma peça-chave para contemplar ainda mais os emblemáticos e emocionantes minutos finais, onde Rick chega na frente dos portões da comunidade, juntamente a sua família, e – com os portões desfocados pela visão do líder no plano central – consente a entrada no novo mundo. É o começo de uma nova era, dirigido com esplendor por Larysa Kondracki. Mesmo estando enganado, você ainda estava certo.
Bem vindos à Alexandria! A chegada do grupo à Zona Segura é como recomeçar a série do zero. É a chance de viver de novo, e não apenas sobreviver. Escrito por Channing Powell e dirigido por Greg Nicotero, o décimo segundo episódio do quinto ano introduz Rick e o resto do grupo a um novo sistema de vida. Novos personagens, conflitos de caráter, trabalhos, e a sociedade voltando a ser o que era antigamente. Focado no contraste entre a realidade dentro e fora dos muros – através das entrevistas gravadas por Deanna (Tovah Feldshuh) -, “Remember” explora a tentativa dos personagens em se encaixarem nos novos/antigos moldes de vida, sendo positiva para alguns (Carol Peletier, por exemplo) e negativa para outros (Daryl Dixon). Um belo recomeço. Faremos dar certo.
O claro exemplo de como The Walking Dead lida com as diferenças. Continuando a exploração dos personagens dentro de Alexandria, o grande clímax de “Forget” está em uma grande festa de boas vindas dada por Deanna em sua casa. O roteiro de Corey Reed serviu para aperfeiçoar ainda mais o status de cada membro do antigo grupo: introduz a posteriormente trágica história de Rick, Jessie (Alexandra Backenridge) e Pete (Corey Brill), e aprofunda-se na situação de Sasha e Daryl – a primeira, pela revolta com o passado, e o segundo, por não se sentir útil “preso” dentro dos muros. E mais uma vez a trama evolui, com Daryl encontrando afinidade com Aaron e Eric (Jordan Woods-Robinson), provando a naturalidade com a qual a série trata de assuntos polêmicos, como sexualidade, no caso. Um belo exemplo de combinação de roteiro e direção.
“Ninguém está a salvo” ainda é verdade. Com absoluta certeza, “Spend” foi um dos mais chocantes episódios que compuseram a série durante estes cinco anos. O poder do décimo quarto episódio da quinta temporada não vem apenas por parte das mortes de Noah e Aiden (Daniel Bonjour), mas sim de um roteiro explosivo e muito bem estruturado, escrito por Matthew Negrette, combinados a uma direção impecável de Jennifer Lynch. Dando enfoque a uma busca por materiais para arrumar a rede elétrica da comunidade, a trama decorre sobre variadas locações, intercalando tudo em uma montagem variada e diferente – porém eficaz e bela, ao contrário da vista em “Crossed”. Enquanto Carol descobre que Jessie sofre agressões do marido, Abraham tem de enfrentar uma horda de mortos-vivos enquanto trabalha nas obras, Eugene tem que criar coragem para salvar Tara, Glenn é obrigado a ver a morte de Noah na sua frente, e o Padre Gabriel trai descaradamente o grupo para Deanna. Um claro exemplo de como a série ainda sabe chocar positivamente a audiência. Isto é só o começo.
A terceira temporada de The Walking Dead é odiada por tantos principalmente pelo seu árduo distanciamento com os quadrinhos originais. Se tem uma coisa que o atual showrunner, Scott Gimple, sabe fazer, é adaptar eventos icônicos dos quadrinhos para a série de TV. E isso foi o que aconteceu em “Try”: Angela Kang não mediu esforços e deu início ao problema Rick VS. Pete sem medo, em um roteiro apurado e brutal, dirigido cuidadosamente por Michael Satrazemis, esperando preparar terreno para os acontecimentos da season finale. Obviamente um dos mais comentados e elogiados da temporada, o episódio gerou uma positiva repercussão, aumentando ainda mais a ansiedade para o que viria a seguir. Se você não lutar, você morre.
Escrito por Scott Gimple e Seth Hoffman, e com direção de Greg Nicotero, “Conquer” foi o episódio especial de 90 minutos que encerrou a quinta temporada de The Walking Dead. Através de um roteiro que trouxe uma estrutura narrativa dividida em inúmeros arcos, o final de temporada foi um divisor de opiniões. O retorno de Morgan (Lennie James), o confronto de Glenn e Nicholas, Padre Gabriel e Sasha se redimindo, Abraham perdoando Eugene, a apresentação dos Lobos, e o final trágico do arco de Pete: tudo em um único episódio. Colocando alguns dos personagens amados pelo público em constante perigo, o roteiro e direção não economizaram na tensão e excesso dramático, tornando esta, arrisco dizer, na melhor finale que o drama da AMC ofereceu em cinco anos. Os Lobos não estão longe.
E então, qual dos dezesseis episódios foi o melhor desta quinta temporada? Vote na enquete a seguir, e aproveite para deixar nos comentários abaixo o título do escolhido e o porquê da escolha.
The Walking Dead, a história de drama mais assistida da TV a cabo, irá retornar com a sexta temporada em Outubro de 2015 na AMC e na FOX Brasil. O trailer da temporada, bem como a data oficial de lançamento, será divulgada durante a Comic Con de San Diego em Julho.
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