The Walking Dead está de volta. No último domingo, a midseason premiere da 4ª temporada, “After”, foi ao ar pela AMC, um episódio escrito pelo criador do seriado e produtor executivo, Robert Kirkman.
O WIRED conversou com o criador da série televisiva e dos quadrinhos sobre a grande revelação de Michonne no episódio, a grande “sacudida” no formato que ele diz que vai re-energizar a série e como Daryl Dixon ajudou-o a criar um universo alternado.
WIRED: Na última vez que vimos os sobreviventes de The Walking Dead, a prisão havia sido destruída, o que fechou um grande capítulo da narrativa e também resultou em um dos momentos capitais dos quadrinhos, a morte do Governador. Nós vimos muitas mudanças e remix do enredo dos quadrinhos; Conforme avançamos, quão proximamente deveremos esperar que a história da série siga as histórias originais (dos quadrinhos)?
Robert Kirkman: Eu acho que a série The Walking Dead é uma adaptação muito legal, porque as pessoas que nunca leram os quadrinhos nunca podem adivinhar o que acontecerá. Eu estava muito animado no início da quarta temporada quando vi as pessoas online dizendo coisas do tipo, “Oh, eles abandonaram os quadrinhos completamente.” “Oh, eles não vão nos surpreender mais.” “Oh, talvez eles fiquem na prisão.” Então, estamos na midseason finale, e aquele episódio foi quase diretamente adaptado dos eventos dos quadrinhos. A midseason première é muito próxima dos quadrinhos. Sempre haverá aqueles momentos chave dos quadrinhos que eu sinto que fazem The Walking Dead ser The Walking Dead, e vocês não teriam a mesma história sem eles. Mas eu amo o fato daqueles eventos sempre virem quando você menos espera, que nós meio que vagamos e então, de repente, você é jogado de volta no caminho dos quadrinhos. Nós continuaremos fazendo isso no decorrer da série, e definitivamente faremos isso na segunda metade da quarta temporada.
WIRED: Na midseason finale, vocês decapitaram um grande personagem, diferente do personagem que morreu nos quadrinhos. Ver uma mudança tão grande assim me fez sentir mais medo durante a midseason première – quando Rick e Carl estavam em perigo, pareceu verdadeiramente possível que o pior poderia acontecer.
Kirkman: Eu adoro que a audiência se sinta assim, e também acho que é importante notar que esses sentimentos são válidos, porque qualquer coisa pode acontecer e qualquer personagem pode ser alvo de discussão. Eu adoro o fato de que vocês nunca saberão quem está a salvo.
WIRED: Tanto você quanto o showrunner Scott Gimple falaram sobre usarem um novo formato durante a segunda metade dessa temporada, e foi sugerido que esse formato poderia envolver flashbacks de um tempo anterior ao apocalipse.
Kirkman: A coisa mais importante sobre a grande mudança no formato nessa segunda metade da temporada é que nós estamos seguindo o nosso elenco, e o nosso elenco está separado. Eles estão em diferentes partes da região, passando por diferentes experiências e lidando com diferentes ameaças. De certo modo, em vez de contar uma grande história sobre 13 ou 14 pessoas, nós estamos contando 13 ou 14 histórias diferentes. Isso vai jogar com o formato em alguns caminhos muito diferentes futuramente, eu acho que irá energizar a série e abalar as coisas de um modo que será muito legal para os fãs.
WIRED: No primeiro episódio, nós descobrimos muito sobre a vida pré-apocalíptica de Michonne, graças a um flashback de uma sequência de sonhos, que revelou o destino de seu namorado e de seu filho. Essa sempre foi a história original que vocês tiveram em mente pra ela?
Kirkman: Não estou certo do quanto posso revelar. Isso está, de algum modo, alinhado com a história original dela nos quadrinhos e há, definitivamente, mais que será revelado conforme a temporada prosseguir, mas isso é o que tínhamos em mente para essa personagem desde o início. Houve outras ideias e enredos sugeridos na sala dos roteiristas, mas sempre foi o plano revelar os personagens Mike e Terry, o namorado dela e um amigo do namorado dela, eram os [zombie] pets. Haverá mais camadas reveladas sobre como isso aconteceu e o que conduziu isso. Mas essa sempre foi nossa história original e é ótimo finalmente ter revelado isso na série.
WIRED: Houve uma breve menção ao jogo de The Walking Dead no início dessa temporada quando Michonne planejou uma viagem até a cidade Macon. Foi apenas uma piada interna, ou deveríamos esperar mais um crossover com o jogo da Telltale?
Kirkman: Essa porta está sempre aberta pra nós, embora se vamos ou não seguir esse caminho continue sendo uma grande questão. Eu certamente não daria um spoiler se algo tão legal assim fosse acontecer. Scott Gimple, nosso showrunner, é certamente um grande fã da série de jogos, e está muito familiarizado com ela. Aquilo foi um pequeno “aceno” para os fãs, para deixa-los saber que nós estamos cientes da grandeza do universo de The Walking Dead. É sempre bom quando essas coisinhas surgem.
WIRED: Uma das grandes mudanças entre os quadrinhos e a série de TV no último ano foi que o Rick da série de TV não teve um de seus braços cortados pelo Governador. Você disse que a perda da mão tornou, frequentemente, a escrita das cenas de Rick mais complicada nos quadrinhos. Você vê a série como uma maneira de remover obstáculos narrativos que você descobriu depois na história?
Kirkman: É, há certas coisas em que eu posso olhar pra trás com retrospectiva, por já tê-las feito nos quadrinhos. Esse é um dos aspectos mais divertidos de estar na sala dos roteiristas. Eu posso dizer, eu fiz a história desse jeito e a audiência reagiu desse jeito. Descontruir as coisas desse ponto de vista e realmente ser capaz de jogá-las fora a longo prazo é muito divertido. Há muitas vezes nos quadrinhos em que as pessoas não percebem porque os quadrinhos não se movem, mas Rick está no topo de algo que ele não poderia subir sem uma mão… Seria mais difícil fazer isso na série de TV. Tendo dito tudo isso, eu não estou descartando a possibilidade de Rick, eventualmente, perder a mão.
“Como um geek, eu gosto de pensar a série televisiva como essa dimensão paralela alternada ao universo dos quadrinhos.”
— Robert Kirkman
WIRED:Nós teremos alguma chance de ver mais a Carol nessa temporada, apesar do exílio dela mais cedo?
Kirkman: Nós definitivamente veremos mais da Carol, especialmente de uma personagem tão importante quanto Carol. Mas, se isso acontecerá ou não nessa temporada, ainda veremos. Direi que, por terem perdido a prisão, todos os personagens estão, tecnicamente, na mesma área em que Carol está, então, logicamente, é muito provável que nós a vejamos em algum momento.
WIRED: Carol é uma personagem “quebrada” nos quadrinhos, o que levou sua storyline a terminar de uma maneira também “quebrada”. Mas ela evoluiu e se tornou uma das personagens mais resistentes e mais interessantes da série. E a relação dela com Daryl, que é uma criação original da série, é, também, completamente nova.
Kirkman: Esse é um dos melhores aspectos do seriado para mim, ver como as coisas evoluem. O fato de Daryl Dixon não existir na série de quadrinhos é um elemento legal na escrita da série porque sua presença sempre muda a história que estamos tentando adaptar, queiramos ou não. Essas são coisas muito animadoras na sala dos roteiristas, quando a história começa a dominar. Quando você faz a coisa lógica que todos esses personagens fariam, evolui naturalmente. Eu acho que, para a personagem da Carol em particular, muitas dessas diferenças dos quadrinhos vêm da relação dela com Daryl Dixon. Como um geek, eu gosto de pensar que na série televisiva como uma dimensão paralela alternada ao universo dos quadrinhos, e Daryl Dixon é o catalisador que mudou tanto a personagem dela. Eu acho legal pensar a esse respeito. Se Daryl Dixon estivesse presente nos quadrinhos, talvez pudéssemos ver esse personagem emergir. Mas esse personagem não estava lá para ela, então ela sofreu o destino que sofreu.
WIRED: Você também está trabalhando noutra história, Outcast, que existirá tanto enquanto quadrinho como série de TV. Como é trabalhar, simultaneamente, nos dois, sem o intervalo de tempo que você tem em The Walking Dead?
Kirkman: Elas não são exatamente concorrente, mas estou escrevendo o piloto de Outcast e estou escrevendo os quadrinhos. A maneira que você conta uma história nos quadrinhos é vastamente diferente da maneira que conta histórias na televisão. Então, quando Outcast for ao ar, vocês lerão os quadrinhos e assistirão à série e dirão, “Esse cara mudou todos os tipos de coisa!” Mas eu mudei todos os tipos de coisa porque há certas coisas que funcionam melhor na televisão que não funcionam nos quadrinhos e vice versa. Reduzir essas diferenças e usar todas essas qualidades tem sido uma experiência muito divertida pra mim.
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Fonte: Wired
Tradução: Lalah / Staff Walking Dead Brasil
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