Na tentativa de se aproximarem cada vez mais dos leitores da HQ de The Walking Dead, o criador e escritor Robert Kirkman e a equipe da Skybound criaram o “Letter Hacks”, uma coluna de cartas onde eles tiram as dúvidas e interagem com o público de maneira única e humorada. O Letter Hacks é encontrado ao final de cada edição e está sendo lançado desde a edição 71. Caso você queira aparecer nessa coluna, basta enviar seus comentários ou dúvidas (em inglês) para o e-mail walkingdead@skybound.com.
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Confira as cartas dos leitores que estiveram na edição 169:
Sean Mackiewicz: Enquanto vocês ainda processam os eventos desta edição, nós vamos lançar aqui as reações das pessoas durante a morte da Andrea. Houve muita comoção nas reações das pessoas na edição #167 tornando muito difícil montar esta coluna de cartas. Os sentimentos eram tão fortes que a pessoa que talvez tenha escrito a melhor carta que já recebemos pediu para que não a publicássemos. Então essa CC vai ter um pouco mais de desabafos do que o comum, muitas cartas foram de pessoas que escreveram pra gente pela primeira vez, e minha vontade é deixá-las falarem por si só. Então vamos ver como isso vai se sair.
Robert Kirkman: Lendo estas cartas abaixo é muito difícil para eu dar uma resposta pois a maioria seria um “Obrigado” e “é, também sinto isso”. Então vou deixar a maioria destas cartas falarem por si só e só palpitar quando for apropriado. (Cara, não é mais ou menos aqui que costumamos vender lancheiras ou alguma coisa? Isso é tão estranho.)
Carta do Leitor: “Eu tive muito tempo para simplesmente não fazer isso. Afinal, eu estou no controle dessa história toda. Mas honestamente, algumas vezes parece que não estou. Essa foi uma das vezes.”
Sabe, eu estava inicialmente muito brava contigo depois de mexer com o coração de todo mundo. Assim que eu vi a última folha da edição eu folheei as páginas daquele quadrinho o mais rápido possível para ver as Colunas de Cartas esperando que você tivesse colocado algo do tipo “Ha! Eu disse que isso seria doloroso! Andrea morreu!” Ao invés disso, eu não achei a coluna de cartas mas sim a sua carta para nós. Foi quando eu percebi que essa morte não estava sendo difícil só para os leitores, tava sendo difícil pra você também.
Andrea sempre foi uma personagem que me inspirou muito pois ela não somente era uma boa líder (Na maioria das vezes melhor que o próprio Rick), mas pelo fato dela ser um mulherão muito fodona e não é sempre que se tem isso. Então eu te agradeço, Robert, por me dar a oportunidade, de todo mês, me amadurecer junto à Andrea. Me destrói vê-la deixar os quadrinhos, mas lembrar que ela morreu não por egoísmo, mas pela vida de outras pessoas, se assimila com a personagem dela. Assimila com a pessoa que ela foi destinada a ser.
Obrigado, Robert, por nos dar a Andrea. Mas que grande jornada isso foi.
Carta do Leitor: Caro sr. Kirkman e Equipe,
Eu sou muito fã dos quadrinhos, eu amo absolutamente tudo sobre esse maravilhoso universo que vocês criaram. Mesmo assim preciso dizer… a edição #167 foi pesada. Não apenas foi uma edição muito bem escrita e desenhada; Você conseguia praticamente ler as emoções no rosto de Rick, então palmas pro Charlie! Mas ela também foi muito real.
Eu recentemente perdi minha bisavó de uma forma muito parecida. Enquanto ela estava deitada na cama dela, morrendo pelo câncer que se espalhava pelo corpo dela, ela não temeu a morte. Ela garantiu para todos que ela estava tranquila com isso, que a morte era inevitável e apenas parte da natureza. Vendo aquilo em Andrea me fez lembrar dela. Com todo esse parelelo de lado, foi uma edição muito foda! Foi a morte mais triste desde Glenn. Agora sobraram apenas 3 sobreviventes de Atlanta (SÓ NÃO MATA O RICK!!!!!) Obrigado por ler esta carta e espero vê-la publicada.
Continue destruindo R.K.!
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Carta do Leitor: Muitas pessoas morreram nestes quadrinhos.
Pessoas que amamos, pessoas que odiamos, pessoas que não sabemos nada sobre, pessoas que conhecíamos melhor do que as pessoas do nosso dia-a-dia. Mas espero conseguir falar por boa parte de sua audiência quando digo que nenhuma delas abalou da mesma forma que abalou tanto quanto a morte da Andrea.
Mas, eu ainda concordo que tinha que acontecer. Ela era uma das minhas personagenes favoritas e mais querida por todo o quadrinho, e certamente a mais consistente. Não havia uma pessoa que era tão sensata quanto ela era e acho que ninguém jamais consiguirá ser. Mas, eu ainda concordo que tinha que acontecer. Eu não tenho a plena certeza que consigo explicar o porquê, mas parece ter sido o momento apropriado. Talvez fosse tempo de se perder um personagem importante, ou talvez só precisávamos ser lembrados que ninguém neste quadrinho está seguro, como muitas pessoas continuaram se sentido seguras durante a Guerra dos Sussurradores. Mas a única coisa que tenho absoluta certeza é que não gostaria de terminar de ler todos os quadrinhos e não passar pela história que lemos nesta edição. E se Andrea não tivesse morrido, nunca teríamos passado.
Então eu te agradeço. Se ningém te agradeceu por matar um dos melhores personagens deste quadrinho, permita-me agradece-lo por nos dar uma personagem que amamos tanto como amamos nossas famílias, e obrigado por nos dar uma história para celebrar a vida dela tão detalhada e apropriada quanto ela merecia ter sido.
Obrigado, Robert Kirkman
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Carta do Leitor: Caro Kirkman e Equipe Walking Dead,
Andrea tem sido por um bom tempo já uma das minhas personagens favoritas por todo o universo de The Walking Dead, e eu só tenho que dizer que a edição #167 foi uma das mais lindas despedidas para uma pesornagem tão forte e importante. Foi muito forte e emocionalmente reflexivo, e o melhor adeus possível para ela. Dito isto, eu já estou me arrependendo pela escolha de deixar estes quadrinhos. Pelo menos não todo mês.
Veja bem, estou muito confuso sobre tudo isso. Walking Dead teve seus altos e baixos. A Guerra Total foi fantástica, mas Um Novo Começo foi, sem ofensa, horrível. Pode ser lento e ter fantásticos momentos dos personagens, ou pode ser lento e ter dificuldades em cativar o público. Pode ser rápido e cheio de ação e muito maneiro mas também pode ser rápido e cheio de ação e meio estúpido. São muitas coisas, que são simplesmente parte do The Walking Dead, mas depois de tudo, eu continuei com a história por conta dos personagens.
Mas daí algo aconteceu. Jesus era o último novo personagem por quem eu me importei. Depois dele, nenhum personagem que fosse apresentado eu consegui ter qualquer conexão. Enquanto isso, os personagens mais antigos morriam ou deixavam de ter importância, e a cada mês, eu passava a ter menos conexão com estes personagens, menos razão para continuar lendo estes quadrinhos. Eu não sei o que é, Magna parecia ter algum potencial mas aí… aí tem aquele cara… Zachary? O nome dele é Zachary? Hmm.. é.
Além disso, personagens como Heath e Aaron caíram para segundo plano. Eu sinto muito em dizer isso mas acho que The Walking Dead tem gerenciado mal esse elenco.
Apesar de tudo, Andrea continuava lá. Mas agora não está mais. E por mais que eu acredite que os quadrinhos foram melhorando pouco a pouco, e como eu disse, a edição #167 deu a melhor morte possível para ela, eu simplesmente não consigo encontrar mais motivos para todo mês, continuar a me importar para ler esses quadrinhos, especialmente quando isso machuca a fluidez da história e se torna melhor ler as fofocas. Acho que ainda ter o Rick e a redenção de Negan tem sido fascinante, mas ao menos que eu esteja em sintonia com os personagens tanto quanto as fofocas pelos próximos anos, eu não acompanharei mais este quadrinho mês a mês.
Robert Kirkman: Bom, se a edição #167 acabar por ser o último que lerá, eu não consigo pensar em nenhuma outra edição melhor pra terminar. Sinto muito pelo seu desgosto sobre as edições mais recentes. Eu gostaria de completamente discordar com a sua crítica sobre novos personagens, mas isso mexe diretamente com minhas inseguranças como escritor. Às vezes eu me preocupo em não fazer um trabalho bom o suficiente para cavar mais a fundo esses novos personagens. Magna é um bom exemplo disso. Tem tanta coisa acontecendo com ela, que ela não teve seu momento para brilhar. Eu espero arrumar isto em futuras edições. Me deseje sorte! Independentemente, espero que você aproveite melhor a história lendo mais edições de uma vez.
Carta do Leitor: Olá Robert,
Esta é a primeira vez que escrevo para a Coluna de Cartas e não foi escrita de maneira caprichosa ou sem muito pensar sobre. Você me devastou completamente com esta última edição e eu te agradeço por isso.
Andrea era uma das minhas personagens favoritas e, enquanto as semanas se passavam após a edição #166, eu desesperadamente esperava que aquele ferimento misterioso era só vocês nos enganando e seria revelado ser só o raspão de uma bala e não uma mordida. Você me lembrou do único fato absoluto que você não brinca com esse quadrinho, mesmo que você desesperadamente quisesse resistir a maré e preservar alguns personagens como todos os leitores gostariam. Você apresentou essa morte repentina com muita sensitividade e, mais importante, precisão, e foi um completo alívio para alguém como eu.
Obrigado por garantir alívio e uma boa conclusão para esta despedida. Sentiremos falta da Andrea.
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Carta do Leitor: Hey Robert, e (o infinitamente mais engraçado) Sean!!!
Primeira vez que escrevo aqui, comecei TWD assistindo a série na TV na última temporada. Depois de começado eu fiquei curioso sobre os quadrinhos, pois eu gosto de comparar versões adaptadas com seu material de origem. Eu voei por +/- 150 edições em uma semana, e estive nessa de esperar as edições todo mês desde então.
Duas coisas: Primeiro de tudo, achei a edição #167 muito bem feita. Eu aposto que vocês estão recebendo uma tonelada de cartas depois disso aqui, mas eu gostaria dizer que eu realmente gostei do tom geral, assim como fez ter um carinho ainda maior pela Andrea. O encerramento foi perfeito, como o final de um filme e marca um excelente meio termo pros quadrinhos (Rumo às 300+ edições!!)
Eu também tenho algumas perguntas:
1. Você comentou que Andrea não sabia que Carl tinha matado Ben/Billy, e depois disse que ela sabia… Qual deles é?
Sean Mackiewicz: Como revelado nesta edição, Carl contou a Andrea pós Guerra Total.
Robert Kirkman: Estas colunas de Cartas costumam ser feitas num pulo. Eu muitas vezes esqueço histórias que planejei ou coisas que mantenho nas minhas notas. Eu preciso recorrer bastante às minhas notas enquanto escrevo novas edições mas eu não recorro à elas enquanto escrevo aqui. Então eu esqueço de coisas. Carl contar a Andrea foi algo que planejei após a Guerra Total, e foi algo que deixei de lado por um momento quando decidi fazer o salto temporal. E me tomou um bom tempo para eu descobrir o momento adequado pra voltar com essa ideia. Fiquei feliz da maneira como coloquei nesta edição, e espero que você também fique.
2. O rosto queimado do Dwight foi inspirado no Cão de Game of Thrones? Ambos são personagens conflitados e mesmo assim fodões, então eu gostaria de saber se há alguma conexão.
Robert Kirkman: Sem conexão consciente com toda certeza. Eu acho que no momento que decidi isso eu só pensei que seria legal se o Negan queimasse a cara das pessoas.
3. Negan se tornou meu personagem predileto com suas linhas únicas ridículas, mantenha-o nos quadrinhos o máximo possível!! “Here’s Negan” algum dia será publicado separadamente?
Sean Mackiewicz: Sim. “Here’s Negan” será publicada com uma capa dura exclusiva em outubro.
Espero chegar nas Colunas.
Robert Kirkman: Você conseguiu!
Carta do Leitor: De todos os 11.189 incríveis quadros de TWD (esse é o número, fiz as contas, de nada) Eu quero dizer que o quadro 67 da edição #167 foi definitivamente a melhor que vocês já produziram.
Sean Mackiewicz: Você checou e revisou suas contas, cara? Por favor, escreva novamente quando terminar de confirmar.
Negan se despedindo de Andrea no seu único jeito cínico-sociopata do Negan merece nada menos do que um troféu pela comédia.
Destra o crânio do Glenn com um taco, arranque a cabeça Ezekiel, aniquile a coitada da Andrea. Mas por favor, nunca ouse matar o anti-herói boca suja revestido de couro que você tem em Negan. Ele é oficialmente meu personagem fictício favorito. Desculpe, Tony Soprano.
Continue com o bom trabalho.
Robert Kirkman: Eu sou meio fã do Negan também…
Carta do Leitor: Querido time por trás de TWD,
Quero manter isso curto mas sem promessas, pessoal. Mas vou prometer não chorar enquanto escrevo isso.
Eu comecei a ler estes quadrinhos quando ouvi sobre um personagem chamado Glenn que morria na edição #100. Eu tinha 10 anos na época e tinha um amigo mais velho que tinha me apresentado ao show durante a segunda temporada, então eu conhecia um pouco sobre o Glenn, mas estar atrasado nas leituras resultou na minha falta de reações extremas à morte dele ao contrário das extraordinárias reações daqueles que liam antes de mim. Não achei nada demais a morte dele pra ser honesta.
Eu não sabia se eu tinha uma loja de quadrinhos aqui perto, então eu assisti no youtube as edições de #100 à #112. Bem merda, eu sei, mas eu tinha entre 10 à 11 anos não tava fazendo dinheiro na época, você me entende? Espero que você me perdoe. Ganhei de presente o pacote das 12 edições especiais em capa dura das primeiras 96 edições, então pelo menos eu estava as lendo de maneira legítima dessa vez, certo? Não foi até algumas semanas antes da edição 113 que eu fui informado da loja de quadrinhos aqui do bairro, então quando aquela edição estava nas prateleiras eu comprei e li. Foi a primeira vez que li um edição no dia do lançamento e foi incrível. O lance é que é nessa edição que você nos engana em achar que a Andrea morre caindo da torre, eu ainda me lembro até hoje como eu me senti e minha reação para Andrea caindo da torre. Passado 54 edições depois, aqui estamos… A edição em que ela morre.
Então, essa foi uma edição onde posso dizer que tive as mesmas reações que a maioria das pessoas, chorando e catarrando pra tudo que é lado. Eu também gostaria de dizer que o trabalho de arte do Charlie foi incrível nesta edição e é o motivo pelo qual eu gostaria de me tornar uma desenhista de quadrinhos. Queria dizer que o fato de não se ter a coluna de cartas valeu por completo como homenagem que você criou para sua recentemente falecida Andrea. Pensar num futuro sem ela é inimaginável para mim. As próximas edições vão me provar o contrário, mas poxa. Tenho lido TWD todo mês por uns 4 anos já, e essa foi uma edição especial; algo que eu nunca vou esquecer. Eu honestamente não consigo acreditar que ela se foi. Vou para sempre manter a Andrea nos meus pensamentos e coração e obrigado por mostrar aquela raba na edição 98. Foi legal 😉 (tenho 15 anos, eu culpo meus hormônios!)
#LongLiveAndrea
Obrigado por não matar a Andrea lá na #113. Eu vou reler os quadrinhos e lembrar de todos o momentos da Andrea que nós leitores tivemos tanta sorte em ter.
“Pessoas morrem, nós somos… pessoas.” (ah merda…. to chorando agora)
Amo vocês.
Robert Kirkman: “Obrigado por mostrar aquela raba”. Muito obrigado por mudar completamente o tom da sua carta com uma linha, cara. E por me lembrar também do quão velho pra caralho estou ficando.
Carta do Leitor: Caro Robert,
Pergunta rápida: Por que Rick e Andrea nunca se casaram? Eles estavam juntos por mais de 2 anos e eram perfeitos um pro outro. O Padre Gabriel teria oficializado o casamento. Num apocalipse você não pode simplesmente esperar para essas coisas. Eu queria ter visto Rick se casando com a Andrea, mas agora está muito tarde. :c
Eu também quero ver Rick se casar com Michone na TV. Especialmente se a Michone tiver o mesmo destino que a Andrea.
Robert Kirkman: Outra cena que eu talvez tivesse escrito… mas você sabe, na minha mente eles não sentiam a necessidade de ter uma cerimônia pra tornar oficial. Eles já sentiam que a ligação deles era tão real quanto de um casamento.
Carta do Leitor: Cabeça de Zumbis como bolas de Canhões!
O título já diz tudo. Não sei se você está acostumado com a ideia de cabeças de zumbis como bolas de canhão sendo lançadas por catapultas, mas eu recomendo muito a ideia. Você tem todo o direito de usar essa minha ideia.
Adoro os Quadrinhos!
Sean Mackiewicz: Ok, estamos de volta ao jogo. Amei isso!
Robert Kirkman: Alguém grava isso!
Carta do Leitor: Cara equipe Skybound,
Vocês acabaram de fazer uma das melhores edições já vistas. Na minha opinião a edição #167: “Uma Sentença Certa” foi ótimo, não especificamente por causa da história em si (isso embora eu seja um grande fã do Robert Kirkman), mas por causa da excelente arte e ilustração. Coincidentemente, esta edição em particular trouxe pra mim um recente debate sobre “Image Plus”.
Primeiramente, gostaria de divagar um pouco por um momento e mencionar que “Image Plus” é uma excelente revista e quem não a conhece deveria conhecê-la. Okay, voltando ao ponto da carta. No final da “Image Plus”, Declan Shalvey escreve de maneira bem esclarecedora sobre como normalmente é atribuído para o Autor de uma HQ todos os créditos pelo trabalho e que passa despercebido a contribuição dos artistas nas HQ’s que eles ajudaram a criar. Vocês como SkyBound, concordam com a opinião do Declan Shalvey? Eu concordo com a opinião dele pois sempre que penso em TWD penso em Robert Kirkman como o único criador e ninguém mais antes dele. Mas uma contradição é claramente vista nesta edição #167 onde o escritor fica em segundo plano e os artistas fazem todo o trabalho na história para ilustrar toda a tristeza e luto se transformando em força e perseverança. Os ilustradores contam a história da despedida à Andrea que acabara de ser mordida por um zumbi. Nós experienciamos o amor de Rick e Carl por Andrea, e a dor que eles sentiram quando ela morre, e a força que esses personagens obtém pela solidariedade durante este período de luto.
Sean Mackiewicz: Ok, vou responder isso mais sucintamente possível, com o máximo de sutileza possível, sem divagar muito (e todo o texto do Declan esta disponível em ImageComics.com). É claro que eu (falando pela Editora SkyBound) concordo com Declan. Quando discutimos sobre nossos quadrinhos internamente e externamente, do desenvolvimento até a publicação, é sempre com com toda a equipe criativa em foco. Seríamos loucos de não fazer isso. Nós amamos os quadrinhos. Sabemos o quão difícil é fazê-los. Nós respeitamos muito todos que trabalham em qualquer trabalho da SkyBound. Especialmente Charlie (veja a coluna de Cartas da última edição para o mais recente festival de amor para o Adlard). Não há nenhuma teoria aqui sobre de quem se trata a autoria. O pessoal que nos acompanha (e quadrinhos em geral) nem sempre entende isso. Quando nós vemos algum pensamento do tipo, nós entramos em contato para deixar tudo à limpo; na maioria das vezes eles nos acomodam. A indústria dos quadrinhos tem crescido exponencialmente nesta ultima década e meia, atraindo todo um novo público, então tem que ter seu tempo para compreender o que se passa por aqui.
Mas quando usamos o termo “criador” aqui, significa que a pessoa que, legalmente falando, criou a propriedade do quadrinho. E legalmente falando, Robert é o único criador da propriedade THE WALKING DEAD. Então você tecnicamente não está tecnicamente pensando que o Robert é o único criador… mas sim, ele e Charlie compartilham os direitos autorais dos quadrinhos 100%. Isso não tem disputa. O que, eu acredito, que o ponto do Declan era: Divisão dos créditos pelos direitos autorais. Mas eu vejo sim um problema quando você diz que o escritor ficou em segundo plano nesta edição. É um trabalho em conjunto. Quando Negan tem alguma frase distinta pra caralho, você pode perceber um uso mais expressivo das letras, e ainda sua expressão é o que vende a personalidade dele por trás da frase. Só de ver Rick ao lado da cama de Andrea é devastador sem nenhuma palavra ser dita pois Charlie é simplesmente certeiro… e ainda, aquele clima e sentimento foi estabelecido pelo Script (e anos de simbiose entre Kirkman e Adlard). Quadrinhos! Por isso que nós os amamos. A história pode ser contada através da colaboração de todos… e também, de um editor paciente.
Robert Kirkman: Para me harmonizar aqui… e obrigado pela corajosa e desnecessária posição ao defender um escritor, Sean ( 😉 ). Você seria louco de não enxergar que os artistas são muitas vezes marginalizados nessa indústria. É algo horrível que foi enraizado pelos últimos 25 anos aproximadamente. O que não é se discutido o suficiente é que isso é enraizado pelo fato das grandes editoras sempre viram mais dinheiro nos editores que podem fazer mais histórias por mês e mais perigo em deixar os artistas escreverem suas histórias, pois no final do dia, eles não precisariam dos escritores… ou de qualquer outra pessoa para fazer os quadrinhos. Só recentemente que a Marvel e a DC permitiram os artistas de escreverem suas próprias histórias depois de anos as bloqueando.
É algo que não posso realmente culpar a mídia online, pois começa com essas empresas. Toda vez você vê o nome do escritor escrito umas CINCO VEZES maiores do que dos artistas, ou uma série onde a equipe de arte chega ao ponto de não saber quem está os liderando… isso deixa uma mensagem. Explicitamente diz que o artista é menos importante, o que não poderia estar mais distante da verdade.
Todos nós sabemos que os ilustradores são os mais importantes.
Sean Mackiewicz: Dentro de algumas semanas estaremos em San Diego para a Comic-Con… um evento que simula o apocalipse zumbi por 5 dias. Pessoas pagam por essa experiência! (Venha, diga oi. Teremos uns Merchan bem foda do TWD dando sopa… incluindo algo chamado “Shiva Force”. SHIVA FORCE!!! E absolutamente não estaremos vendendo as lancheiras comemorativas da Andrea!)
Daí estaremos de volta em agosto para “Na estrada” com nada a ver com Jack Kerouac e tudo com nosso garoto Eugene.
Robert Kirkman: Vai ser incrível!! Vejo vocês lá! Se vocês precisarem, estarei surtando com a preparação para a Comic-Con.
The Walking Dead, a história de drama mais assistida da TV a cabo, irá retornar com a oitava temporada em Outubro de 2017 na AMC e na FOX Brasil. O trailer da temporada, bem como a data oficial de lançamento, será divulgada durante a Comic Con de San Diego em Julho.
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