Sim, The Walking Dead é uma série de pessoas vivendo em meio ao caos zumbi. Uma trama que no passado poderia ser considerada o ícone adolescente, mas que em fato se mostrou bem mais madura do que parecia ser.
E por mais que seja apenas uma série, nós – audiência – não podemos nos privar de fazer bom proveito muito além do entretenimento e extrair do show ensinamentos que podem ser aplicados nos nossos dias. Se The Walking Dead lida com pessoas sobrevivendo, é lá que vemos representada nossa essência ao extremo, onde sentimentos se misturam com instinto e nos provam que somos capazes das maiores benevolências e ao mesmo tempo das maiores atrocidades. Então, confira conosco dez dos maiores ensinamentos que a série nos trouxe:
O terceiro ano da série foi um dos que mais fez Rick perder. Até então ele tinha sua família intacta, mas na prisão ele perdeu Lori. Após isso, com os conflitos com o Governador, ele perdeu grandes amigos. Ao final da temporada, quando ele traz os residentes de Woodbury, uma frase ecoa em sua voz:
Não vamos sacrificar alguém por um bem maior, nós somos o bem maior.
Se analisarmos a frase fora da temática da série podemos ver o quão aplicável é em nossas vidas. Muitas vezes nos sacrificamos em prol de pessoas ou de nós mesmos com nossos planos e projetos, contudo, precisamos compreender que muito acima de pessoas ou de nossos sonhos, há a nossa própria existência. Se a conquista dos nossos anseios ou se a luta pelos amigos nos cobra um preço maior do que nós podemos pagar, talvez seja o momento de refletir a possibilidade de mudar de rota e preservar o bem maior, que no caso somos nós mesmos.
Lori pôde ter sido uma mulher bem controversa nos anos em que esteve presente na história, mas vez ou outra ela falava algumas verdades. É óbvio que a maioria de suas filosofias eram inválidas para ela e na maioria das vezes seus ensinamentos vinham repletos de hipocrisia. Mas, não é porque o filósofo é hipócrita que seus dizeres não possuem serventia.
No segundo ano, quando falava com Rick, ela disse:
Não adianta você mostrar beleza a cegos e nem dizer verdade a surdos, mas nunca minta pra quem te escuta e nem decepcione os olhos de quem te admira.
Traduzindo em miúdos, existem pessoas que por mais que insistirmos não poderão enxergar nossas qualidades e nem ouvir e compreender nossas verdades, então do que vale investirmos tempo debatendo com essas? É mais fácil que a deixemos para trás e nos dediquemos a sermos verdadeiros e demonstremos nossas qualidades para aqueles que realmente as merecem.
Os dias polarizados que vivemos hoje, onde cada um quer ter sua razão e de forma alguma consegue enxergar os defeitos naquilo que defende nos provam o quanto a fala de Lori pode nos ajudar a sobrevier. Do que adianta seguir debatendo com quem nunca irá nos ouvir?
Passamos a vida tentando evitar sentimentos ruins, mas as vezes não entendemos que eles são necessários e, que quanto mais lutarmos contra eles, mais tempo eles duram. Lutar contra a tristeza e a dor é ineficaz, pois isso apenas as prolonga. Existem vezes que teremos que aceitar o momento em que estamos passando, sentirmos o indesejável pelo tempo que for necessário e após isso, seguir em frente.
Esse ensinamento vem também do segundo ano da série, quando Andrea desabafa sobre a morte da irmã Amy – ainda no primeiro ano – e o quanto ela tem tentado lutar contra isso. Mas chega o momento em que ela compreende que a luta só carregará o luto mais longe, e é aí que ela propaga:
A dor não passa, você só se acostuma com ela. Na verdade, acho que chega um momento em que a dor nos faz crescer. Ela nos faz maior para poder caber dentro de nós.
Não evitar os sentimentos e respeitarmos aquilo que precisamos sentir, talvez, seja a melhor forma de nos curarmos.
Como foi dito acima, Lori era uma personagem questionável e odiada por um número considerável da audiência, mas isso não a impede de conquistar um segundo ponto das melhores filosofias da série. Mães normalmente sabem o que falam e talvez seja isso que torne Lori – mesmo com todas as suas falhas – uma propagadora de verdades. Como mãe, a esposa de Rick nunca pôde ser julgada, pois era feroz em defesa de Carl e morreu justamente para dar oportunidade para a pequena Judith.
Ao se despedir do filho, no terceiro ano, ela o aconselhou:
É tão fácil fazer a coisa errada nesse mundo. Por isso, se uma coisa lhe parece errada, não a faça. Se lhe parecer fácil, não a faça. Não deixe o mundo te engolir.
A facilidade com que as coisas erradas acontecem é gigantesca e optar pelo certo, as vezes, é o mais difícil. Mas é nos caminhos mais difíceis que vamos achar os maiores prazeres. O lado errado nos engana e nos torna mais um em um mar de pessoas.
Essa frase foi dita no terceiro ano, mas se propagou pelo resto da vida de Carl, que em seus últimos momentos idealizou um mundo onde fazer o bem é fácil. Ele não viveu tempo suficiente para ver isso se concretizar, pois seguindo o conselho da sua mãe, não se aliou ao mundo para fazer o errado e lutou pelo certo, salvando a vida de um desconhecido – Siddiq – e sucessivamente morrendo por isso. Ganhar nem sempre faz de você o melhor e Carl entendeu isso.
No segundo ano, Dale fala para Andrea:
Um dia, essa dor será útil a você.
Dale talvez seja um dos maiores sábios que passaram pela série. Na continuidade da cena em que Andrea assume que a dor é parte dela, o velho homem complementa que chegará um momento que as marcas deixadas por tudo aquilo que a faz sofrer, um dia serão úteis para ela.
No momento em que passamos pelas situações ruins, ficamos cegos e não conseguimos enxergar muito longe. Mas, chega um momento em que podemos olhar para trás e entender que até mesmo nosso sofrimento foi válido para chegarmos onde estamos. Mais sofrimentos virão, mas isso significa que mais longe iremos. Não que tenhamos que correr atrás de dor para sentirmos, mas quando ela chega devemos a sentir, mas com a total ciência de que aquilo nos fará mais fortes e mais aptos a enfrentar o árduo caminho em frente.
Quando alguém que podia te ver como inimigo te recebe de braços abertos, as coisas mudam totalmente para você. Ao menos é isso que aconteceu com Tara, que era aliada do Governador no quarto ano e acabou sobrevivendo ao ataque da prisão e sendo acolhida por Glenn e posteriormente por todo o grupo.
Isso mudou tanto a vida dela que ela passou a ter um pensamento bem coeso sobre o assunto. No sexto ano ela fala para Spencer:
Se você continuar pensando que todo mundo é inimigo, então os inimigos são tudo o que você vai encontrar.
É óbvio que nós não somos expostos ao nível de inimigos contidos na trama da série, mas querendo ou não, sempre temos um ou outro desafeto. Entretanto, a frase de Tara nos ensina a não projetar em pessoas desconhecidas aquilo que já vivemos. As vezes temos o costume de padronizar tipos de pessoas que não gostamos e quando encontramos um desconhecido nesse esteriótipo, o pré julgamos. Nem tudo aquilo que parece inimigo, virá a ser. Precisamos estar abertos as oportunidades, senão, perderemos grandes oportunidades de conhecer grandes amigos.
Beth nunca chegou a ser uma personagem de centro de enredo, mas teve alguns momentos que marcaram sua passagem pela série. No quinto ano, ela desenvolve uma amizade com Noah, ambos sequestrados pelo grupo do hospital de Atlanta. Em certo momento, ela fala:
Quando você se importa com as pessoas, se machucar vem de brinde.
Ela estava tentando expressar que se colocaria em uma situação de risco para salvar a vida de Noah, caso fosse preciso. Mas, a frase pode ser interpretada de outra forma: os erros de um amigo não o tornam inimigo. Quando você aceita um amigo, você já lida com os riscos de um possível erro futuro. Faz parte de nossas histórias que as pessoas errem e nos machuquem. De quem não gostamos, não esperamos muito e por isso que as feridas não doem tanto. As feridas causadas por um aliado são devastadoras justamente porque muitas vezes não abrimos os nossos olhos para compreender que todos nós somos suscetíveis a erro.
Se Dale foi o centro moral das duas primeiras temporadas, Hershel assumiu seu posto da metade da segunda até metade da quarta temporada. Um homem repleto de sabedoria e sempre pronto para ensinar aos demais sobreviventes que valia a pena manter a humanidade. Dentro desse contexto, quando a doença se espalhou pela prisão, ele falou:
Se você sair, você arriscará a sua vida. Se você bebe água você arrisca sua vida. E hoje em dia só de respirar, você já arrisca sua vida. A única coisa que você pode escolher é pelo que você irá arriscar.
Foi justamente saindo que Hershel arriscou sua vida e acabou nas mãos do Governador, quando depois foi decapitado. Mas a frase nos mostra que os riscos de viver são os mesmos para todos. Tudo pode colocar um fim em nossa vida, quando menos esperamos. Entretanto, não é por isso que devemos deixar de aproveitar as oportunidades. Viver é arriscado, mas o risco e a vida coexistem e se um cessa, o outro também. Basta que nós escolhamos como essa vida de riscos será vivida.
O ser humano parece ter um sentido de eternidade intrínseco a si, porquê, por mais que saiba da existência da morte nunca se sente refém dela. Nós vivemos nossas vidas como se a morte fosse uma realidade a parte, planejamos, sonhamos e nos despreocupamos sem perceber que cada segundo pode ser o último.
Na primeira temporada, Dr. Jenner fala:
Sempre achamos que vamos ter mais tempo… E aí, o tempo acaba!
A frase é uma total realidade. Vivemos ansiando por um tempo que não é nosso e do qual não temos certeza que vamos participar. Sonhar não é o problema, o problema é quando o futuro incerto se torna mais relevante que o presente.
As vezes queremos nos afastar de tudo e de todos, um pouco por acharmos que não somos dignos dos outros ou, por acharmos que vivemos melhor sozinhos. Mas é como Ezekiel diz para Carol na sétima temporada:
A vida não é ruim. Onde há vida, há esperança, heroísmo, benevolência e amor. Onde há vida, há vida. Espero que não esteja querendo se afastar disso.
Ou seja, a vida é boa, há bondade em muitas pessoas e se estamos querendo nos afastar delas só se pode supor duas coisas: ou não sabemos disso, ou o que nos repele são justamente as coisas boas. Estar sozinho as vezes é bom, já que podemos nos encontrar e nos entender, mas, sentir prazer em se afastar das pessoas nunca é bom. O ser humano foi feito para ser social e isso não significa estar sempre rodeado de gente. Mas chega um momento na solidão que começamos a esquecer daquilo que nos faz humano e os bons sentimentos começam a afundar. É sempre bom ter um ombro amigo em qualquer situação.
E então? Lembrava de todos esses ensinamentos? E você, o que aprendeu com a série? Deixe um comentário logo abaixo.
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