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FANFIC | Seus Ossos e Cicatrizes – Capítulo 8: Sangria

Seus Ossos e Cicatrizes é uma fanfic inspirada no Universo The Walking Dead e focada em Daryl Dixon. Confira abaixo o capítulo 8.

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Pôster do Capítulo 8 - "Sangria" da fanfic Seus Ossos e Cicatrizes.

Neste capítulo de Seus Ossos e Cicatrizes… Após um longo estado de choque, Tris e Daryl precisam de um plano para poderem sobreviver no apocalipse fora de Alexandria. Mas as coisas podem acabar em uma grande sangria.

Os capítulos de Seus Ossos e Cicatrizes, uma fanfic focada especialmente em Daryl Dixon, são lançados semanalmente, às sextas-feiras, 19h, aqui no The Walking Dead Brasil. E, por favor, utilizem a seção de comentários abaixo para deixar opiniões e encontrar/debater/teorizar com outros leitores. Boa leitura! 😉

8. Sangria

Estávamos no mesmo lugar. Parados no meio da escuridão da floresta, a poucos minutos de Alexandria. Daryl estava a minha frente, e parou rapidamente assim que sentiu minhas mãos desapegando das suas. O mesmo veio até mim e parou na minha frente. Eu não liguei, estava preocupada demais com Glenn. Me perguntava toda hora se ele estava bem ou não. Se algo tivesse acontecido com o mesmo, eu nunca iria superar. Eu sabia muito bem disso.

– Tris. – Daryl coloca a mão no meu ombro, visivelmente ofegante. – A gente tem que sair daqui, é sério.

Eu continuo sem o responder. Coloquei a mão na testa ainda pensando no meu irmão. Eu sentia cada vez mais minha respiração indo embora, mesmo que eu estivesse parada sem fazer nada. Meu corpo se tornou gélido e os pensamentos apenas rondavam minha cabeça.

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– Tris, tá me escutando? – Daryl abaixou sua cabeça a mesma altura que a minha. Ficando frente a frente comigo. – Não podemos ficar aqui. Olha!

Daryl apontou com seu indicador para o nosso lado, eu segui a direção me deparando com alguns dos zumbis chegando perto de nós. Eu gelei. A última coisa que eu queria ver naquele momento, eram aqueles malditos infectados.

– A gente tem que achar algum lugar pra ficar. Vem, eu te ajudo. – O mesmo estendeu a mão para mim. Eu coloquei a minha sobre a dele e assim nós voltamos a correr para mais dentro da floresta.
Não ouvimos mais nada desde então, apenas nossos passos apressados e nossas respirações pesadas. Não tínhamos nenhuma arma conosco, e isso me preocupou ainda mais. Se algo viesse nos atacar estaríamos muito fudidos.

Já andávamos por uma estrada, após minutos correndo. Mas não conseguíamos ver nada por conta da escuridão. Daryl ainda segurava minha mão com firmeza. Dava pra sentir que ele também estava preocupado.

Nós continuamos a andar, até o tempo ser 1 hora desde o ocorrido. Até o momento não tínhamos encontrado nada.

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– Você tá bem? – Daryl perguntou olhando pra mim, enquanto caminhávamos lado a lado.

Eu não respondi, apenas olhei para o mesmo apreensiva. Ele apenas abaixou a cabeça, concordando de leve.

Minhas mãos vazias me deixavam agoniada. Estávamos em espaço aberto com vários infectados andando pelo mundo. Naquele momento, eu não podia pensar em nenhuma coisa boa. A ansiedade tinha preenchido meu corpo por inteiro. Eu podia sentir as pontas dos meus dedos latejarem, enquanto suava frio. Olhava pra todos os lugares, em busca de algo que eu ao menos sabia o que poderia ser.

– Você tem que ficar calma, Tris. – Daryl falou depois de um tempo em silêncio.
– Eu tô calma. – Falei o mais confiante que conseguia.
– Sério? Tá apertando tanto a minha mão que eu nem sinto mais ela.

O mesmo levanta nossas mãos, mostrando as duas juntas. Seus dedos estavam tão avermelhados que parecia que a qualquer hora o sangue iria simplesmente sair.

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Separei nossas mãos, eu ao menos tinha notado antes que nossas mãos estavam juntas mesmo depois de termos parado de correr. Minha mão estava suada, então limpei a mesma sobre minha camiseta. Daryl fez o mesmo com a dele.

– Desculpa, eu nem percebi. – Olhei sem graça para o mesmo. Que sorriu mínimo pra mim.
– Eu também tô preocupado, se isso te acalma de algum jeito. – Eu rio.
– Eu sei, Dixon. Dá pra perceber.
– Dá nada, cala boca. – Ele me empurra de leve, me fazendo sorrir.
– Você não é uma pedra morta, Dixon. Dá pra saber quando não tá bem com algo, mesmo que não seja tão obviamente assim. – O mesmo abaixou a cabeça, parecendo pensativo depois de minha fala.

Eu levantei a cabeça para frente, olhando tudo ao redor.

– Ouviu isso? – Perguntei ao Daryl, andando mais depressa e focada.
– Ouvi o quê? – Daryl foi logo atrás de mim.
– Não sei, foi um barulho estranho. De algum animal.

Fui andando mais, a fim de ouvir algo mais nítido. Até que de longe pude ouvir o barulho de novo. Entrei no meio dos matos correndo depressa.

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– TRIS. – Ouvi Daryl me chamar e logo seus passos me perseguiam.

Eu não liguei. Estava tão desesperada que apenas continuei seguindo o barulho. Minhas esperanças eram de ser alguém. Qualquer pessoa, eu só queria que fosse alguém.

Mas assim que dei de cara com a tal coisa, eu parei imediatamente. Fiz uma cara de decepção tombando a cabeça para o lado, respirando pesado.

– Você tá louca, porra? Por que saiu assim, Tris? – Daryl chegou perto de mim, esbravejando. Eu olhei para o mesmo.
– Desculpa, desculpa. Eu pensei que poderia ser alguém. – Levantei as mãos como sinal de rendição, rolando os olhos pra cima.
– É, pra no fim ser só um cavalo. – Ele andou até o cavalo, apontando pra ele com raiva.
– Escuta, Tris. Você não pode sair correndo assim. A gente acabou de sair de um bando de zumbis, e se tiver mais por aí? – Ele para de falar por uns segundos, retomando o ar. – Tá me ouvindo, porra?

Dixon levantou os braços com raiva a fim de chamar minha atenção. Eu apenas continuei olhando na mesma direção, de costas para o mesmo.

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– Daryl, aquilo é uma casa? – Apontei para onde tinha minha atenção. O mesmo foi chegando ao meu lado, com os olhos cerrados tentando ver algo.
– Não faço a menor ideia. – O mesmo retirou uma faca da cintura e andou até a suposta casa.
– Sério que cê tinha uma faca esse tempo todo? – Fui andando atrás do mesmo, pisando em tudo com calma.

Daryl ia a minha frente, e quando chegou até a morada olhou pra mim fazendo menção para eu esperar ali.

– Eu vou ver o que tem dentro. – Ele caminhou até a porta, abrindo a mesma. Então logo já não podia mais ver sua sombra.

Olhei para trás, para o cavalo. O mesmo agora se mantinha calmo, e sua serenidade quase me fez esquecer de todas minhas preocupações que enchiam minha cabeça. De repente um vazio se alastrou em mim e Glenn voltou aos meus pensamentos. Eu simplesmente não conseguia tirar o mesmo de minha mente. Era uma sensação horrível.

Imprevistamente, senti uma mão sobre meu ombro e me virei na hora. Mas, logo me sentindo aliviada por Daryl aparecer em minha frente.

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– Cê tá bem? – Ele perguntou fazendo uma careta pelo meu susto repentino. Eu concordei com a cabeça, tentando recuperar fôlego. – Vem, a casa tá limpa. É melhor a gente passar a noite aqui.
Daryl liberou espaço e eu logo subi os pequenos degraus, entrando na casa. Olhei para os lados mesmo não enxergando quase nada.

Senti o medo subindo lentamente. Digamos que eu não tinha ótimas experiências com o escuro e aquilo me incomodava imensamente. Senti Daryl passar por mim. O mesmo pegou um velho cobertor caído no chão e sacudiu o mesmo. E mesmo não vendo o pó que havia subido daquele trapo velho, eu senti cada um entrando pela minha garganta, me fazendo tossir.

– Que desgraça. Pra que fazer isso? – Falo tossindo e abanando a poeira para longe de mim.

Pude ver brevemente o rosto de Daryl virando pra mim, e logo depois jogando o mesmo cobertor por cima de um sofá que tinha logo a nossa frente.

– Pra você dormir. Deve tá cansada. – Ele falou simplista, levantando os ombros.
– Eu acho que não consigo dormir. Não depois disso. – Daryl concordou levemente, olhando para mim e passando a mão no queixo.
– Tá bom, eu durmo então. – Daryl foi em direção ao sofá, se jogando no mesmo. Eu ri balançando a cabeça suavemente, indo até uma cadeira velha.

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Sentei na mesma com cuidado, com medo dela se quebrar. Mas, por sorte, isso não aconteceu. Eu fiquei lá, olhando para fora pela janela que tinha a minha frente. O cavalo continuava no mesmo lugar, mas agora com a cabeça baixa e comendo. Ainda pensava como o invejava por parecer tão calmo assim.

Senti meus olhos lacrimejarem, então olhei pra baixo, para meu colo. E assim pude ver a pulseira que Glenn havia feito para mim. Eu sorri, tentando ao máximo lembrar de coisas boas que passamos juntos quando pequenos. Passei a mão de leve nas nossas iniciais penduradas na pequena pulseira. Quis chorar tudo naquele momento, mas ouvi Daryl se mexer na hora.

– Se você for chorar, espera eu dormir primeiro. – Eu virei para o mesmo, rindo agora.

Ele se deitava sobre seu próprio braço, e olhava diretamente pra mim.

– Isso não foi muito gentil. – Falei tentando sorrir o mais genuinamente que conseguia.
– Eu sei. – Um silêncio perturbador se fez entre nós, enquanto olhávamos um para o outro. Daryl respirou fundo.
– Glenn é um dos caras mais fortes que eu já conheci. Ele com certeza tá bem, eu prometo. – Daryl falou com a voz baixa, como se tivesse pensado muito bem nas palavras que usou.
– Não dá pra prometer isso, Daryl… Não mais. – Falei ao mesmo tom que o mesmo, olhando agora para a janela ao invés de seus olhos. – Boa noite, Dixon.

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Disse depois de me sentir observada pelo mesmo. Daryl falou o mesmo como resposta, se virando para o outro lado do sofá, de modo que ficasse de costas para mim.

Fiquei por um bom tempo ali, pensando e repensando na mesma coisa varias vezes. Passava a mão toda hora sobre minha pulseira como forma de segurar aquela ansiedade que continha em meu corpo. Aos poucos, o cavalo ao lado de fora ficava cada vez mais lento, com os olhos quase fechando e já não comia mais. Então por fim, ele adormeceu. E parecia estar num sono calmo e profundo, mesmo que estivesse em pé naquele mesmo momento – relaxa, eu também não sabia que cavalos podiam dormir em pé, até realmente ver um cavalo dormindo em pé -.

Pensei em dormir também, pois sabia que amanhã ficaria exausta. Eu até tinha tentado dormir ali mesmo, sentada e apoiada sobre a mesa. Mas sempre quando estava prestes a finalmente adormecer, meu coração parecia sair pela boca e meu peito se apertava ao ponto de doer. Fiquei bons momentos ali, apenas tentando e me forçando de que seria melhor dormir agora, porém meu corpo simplesmente se recusava.

Então, já com raiva, levantei a cabeça rápido e esboçando uma feição não muito agradável. Foi aí que ouvi Daryl de novo se remexendo sobre o sofá, meu semblante mudou completamente. Arregalei os olhos e coloquei uma das mãos sobre a boca, fazendo o mínimo barulho possível. Não queria acordá-lo, Dixon tinha a cara de quem ficava puto quando alguém o acordasse.

Já quase sem fôlego, retirei minha própria mão da boca, soltando todo ar que deixei guardado. Daryl não parecia nem um pouco incomodado com o barulho. Olhei para a janela, para o lado de fora. E então me toquei de que já estava quase amanhecendo e o céu tinha um tom mais claro que antes.

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Levantei com calma e fui para a porta da casa. Olhei uma última vez para Daryl e então abri o caminho para o lado de fora. Logo de cara, pude sentir uma brisa quente contra meu rosto. Olhei tudo em volta.

Com certeza estávamos numa antiga fazendo, agora abandonada. A grama alta se fazia presente por todo o canto e algumas delas subindo pelas paredes da moradia. Havia apenas uma pequena parte sem toda aquela grama, onde se encontrava o mesmo cavalo de antes.

Ele era quase completamente branco, se não fosse por pequenas manchas marrons espalhadas por seu corpo. Seu cabelo era um loiro brilhante, que reluzia mais agora por conta do sol que nascia bem calmamente atrás de nós. Desci uns pequenos degraus da casa, olhando em volta e indo em direção ao animal. Ele permanecia calmo, como se esperasse que eu não fosse o atacar ou algo do tipo. Fiquei frente a frente com o mesmo, olhei para a grande mancha marrom em cima de seu focinho e então estiquei as mãos até o mesmo, fazendo um breve carinho no mesmo.

– Oi, grandão. – Fale, logo sentindo sua respiração pesada em meu braço.

Fiquei ali por alguns minutos até começar a escutar barulhos estranhos vindo da casa.

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– TRIS. – De repente Daryl apareceu na porta, parecia assustado com algo. Mas assim que me viu, pareceu aliviado. Eu soltei um sorriso.
– Preocupado comigo, Dixon? – Voltei a olhar o cavalo, sorrindo e acariciando o mesmo.
– Você tinha sumido. – Ele saiu de onde estava e foi até mim, olhando apertados para o equino.
– Desculpa, esqueci de deixar bilhetinho. – Olhei pra ele de volta, rindo com a sua cara de braveza.

Daryl me olhou de cima a baixo, depois parou nos meus olhos. Ele desviou o olhar rapidamente, olhando agora o lugar ao nosso redor.

– Eu tô com uma puta fome. – Falei andando de volta para casa. Daryl concordou comigo, vindo logo atrás de mim.

Já na casa, eu voltei a me sentar onde havia passado a noite toda. Dixon sentou logo a minha frente.

– O que a gente vai fazer? A gente não tem nada. – Olhei pra ele, esperando uma resposta. Porém, Daryl apenas passou as duas mãos pelo rosto. Depois apoiou os braços na mesa, como se estivesse pensando em algum plano.
– Por que a gente não vai atrás de comida? A gente tem uma faca pelo menos. – Daryl levanta a cabeça, olhando pra mim de novo. Mas agora, discordava com a cabeça.
– Não, não daria certo. Tem vários zumbis por aí, não é bom sair assim sem nada.
– Ata, que ótimo. Então a gente simplesmente fica aqui sem fazer nada? – Daryl levantou o olhar para mim, como se fosse me matar naquele momento.

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Eu me encostei na cadeira e tombei a cabeça pra trás, fechando os olhos. Bufei tentando pensar em algo. O único lugar seguro que poderíamos tentar ir, seria o Reino. Mas eu ao menos sabia onde raios eu estava e Ezekiel parecia querer me ver daqui, no mínimo, 300 anos.

De repente eu levantei rápido, Daryl olhou pra mim um pouco espantado. Eu sorri pra ele e me ajeitei na cadeira.

– E se… nós fossemos para a cidade daqueles caras e pegarmos as armas que vimos naquele dia? – Olhei pra ele com uma cara de malícia, levantando as sobrancelhas.

Daryl chegou mais perto, pra frente. Juntou as mãos e olhou pra mim sorrindo de lado.

– Cê sabe que vai ser perigoso pra porra né? – Eu cheguei mais pra frente, ficando na mesma posição que o mesmo. Ficamos próximos um do outro, eu sorri de lado exatamente igual a ele.
– Sei, sim, Dixon. Por quê? Tá com medo? – Daryl moveu mais um pouco pra frente.
– Nem um pouco, Rhee. – Eu concordei de leve, sorrindo provocativa pra ele sem querer.
– Agora?
– Agora!

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Nós dois nos levantamos da cadeira ao mesmo tempo, Daryl foi mais pra dentro da casa enquanto eu ia direto até o cavalo do lado de fora. O animal estava preso no cerco que cercava quase a casa toda. Desfiz o nó que tinha e logo comecei a andar em direção à estrada. Daryl vinha logo atrás de mim.

Já na estrada, parei com o cavalo ali e esperei por ele nos alcançar.

– Toma. Cê vai precisar. – Dixon me estendeu sua faca, eu peguei com receio.
– Mas e você?
– Eu… já tenho uma. – Ele falou com dificuldade logo depois de subir no animal.
– Quer dizer que você tinha duas facas e só me deu uma agora? – Daryl estendeu a mão pra eu subir, então assim eu fiz.
– Não, eu achei essa outra na casa. – Ele então emitiu um som pela boca fazendo o cavalo começar a andar.
– E quando vai ser o plano? – Enrolei meus braços na cintura do mesmo, e inclinei meu corpo um pouco pro lado, a fim de ver o que vinha pela frente.
– Pensei na gente fazer tudo em silêncio. Matar só quem precisar, afinal a gente só tem duas facas. – Daryl olhou para o lado direito, tentando se localizar. – Vamos direto para o prédio, pegamos as armas e caímos o fora dali.
– Beleza. Parece um bom plano pra mim.
– Mas é um bom plano. – Daryl acelerou ainda mais o cavalo logo após nossa conversa. Me fazendo apertar mais sua cintura.

(…)

Foi uma péssima ideia. Ficamos horas só tentando achar o caminho para a cidade. E quando finalmente chegamos, minhas costas só faltavam sangrar pelo sol que queima ela.

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Tínhamos colocado o cavalo num ponto da cidade, onde Daryl tinha certeza que ele estaria seguro. Quando descemos, passamos por trás de prédios e lojas. Até finalmente vermos o tal prédio de longe. Decidimos, então, passar por dentro das lojas, onde seria mais seguro, para ninguém nós ver.

Foi então, enquanto passávamos em um bar, que vimos dois homens armados na porta no antigo estabelecimento. Daryl e eu nós agachamos imediatamente atrás de um dos balcões. Olhei pra ele a minha frente já com a faca na mão.

– Você pega o dá direita, eu vou até o da esquerda. – Daryl falou quase ao pé do meu ouvido, e tão baixo que quase não pude escutar.

Ele então, no maior silêncio do mundo, foi até o cara que o mesmo disse que iria. De longe, nós nos olhávamos. Daryl então foi contando até três. Eu sabia o que deveria fazer. Então, ao mesmo tempo, nós nos levantamos. Daryl e eu cobrimos a boca dos dois homens e logo cravamos a faca no pescoço dos mesmos. Até que eles foram caindo no chão.

Coloquei o meu no chão devagar, enquanto ainda gargarejava o sangue pra fora da boca. Puxei a faca do mesmo, sentindo seu sangue espirrar sobre meu rosto. Fiz uma cara de nojo após aquilo, mas logo voltei minha atenção a arma. Fui retirando a mesma do seu corpo, e então quando já estava sobre minhas mãos, desarmei a mesma vendo se restava munição na mesma. Por sorte, ainda sobraram várias.

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Daryl chegou ao meu lado, olhou para o corpo no chão e depois pra mim. Ele acenou com a cabeça para mim, então logo voltamos a andar. Antes de sair do local, olhei para o corpo que Daryl tinha atacado. Nele havia tanto uma facada no pescoço quanto na cabeça. Respirei fundo, andando ao lado de Dixon novamente.

Já estávamos quase na frente do prédio, quando Daryl parou, fazendo eu quase me esbarrar no mesmo. Ele olhou ao redor, e então voltou sua atenção a mim.

– Eu vou pela frente do prédio. Você entra por ali, pela porta de trás. – Daryl apontou para a porta. – Cada um pra um lado, tudo bem pra você?
– Tudo bem, só tenha cuidado. – Passei pelo mesmo, indo para a entrada do prédio.
– Você também. – Daryl passou por trás de mim, indo até um beco estreito.

Quando perdi o mesmo de visão, voltei a olhar a porta. Respirei pesado, coloquei a arma nas costas e retirei a faca da cintura, segundo a mesma tão forte que vi meus dedos ficarem brancos. Coloquei a outra mão na maçaneta, contei até três lentamente de olhos fechados. E então, abri a mesma rapidamente e entrei. Fechei a porta atrás de mim, e coloquei minhas costas nela. Tentei acalmar meu corpo. Então, de repente senti meu corpo substituir a ansiedade que consumia meu corpo, por adrenalina. Meu coração bateu rápido, eu abri os olhos como se estivesse com raiva. E aí comecei a subir as escadas tentando fazer o maior silêncio possível.

De longe, eu podia ouvir pessoas conversando. Mas, não conseguia distinguir de onde exatamente vinha. À medida que eu subia cada vez mais, sentia meus dedos latejando. Até que finalmente reconheci o andar onde as armas estariam. Mais uma vez, eu respirei fundo e ajeitei a faca em minha mão. E então comecei a andar abaixada, olhando para todos os lados. Até ver, em uma das salas, mais um homem armado. Me encostei na parede perto da mesma sala que estava ele, e esperei até o momento em que ele saísse. Ouvi o mesmo falar alguma coisa para si, e então pude escutar seus passos vindo até mim. O cara havia passado por mim, olhando para dentro do corredor, na direção oposta a mim. Eu não hesitei em partir pra cima do mesmo.

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– Quieto porra. – Falei no ouvido do mesmo, depois de ter cravado a faca em seu pescoço. O homem se debatia e tentava gritar, mas só saia sangue de sua boca. Ele, então, foi perdendo as forças e então caiu completamente.

Fiz o mesmo com o primeiro, tirei a arma das suas mãos, procurei mais alguma coisa no seu corpo. E quando vi que o mesmo já não tinha mais nada, apenas saí dali. Novamente com a faca nas mãos.

Andei com calma, olhando casa sala daquele lugar. Até que pude ouvir passos vindo do fim do corredor. Então, rapidamente, entrei na primeira sala vazia me encostando na parede. Coloquei minha faca na cintura, e logo retirei uma das armas que tinha penduradas sobre minhas costas. Armei ela nas mãos e quando os passos já estavam perto o suficiente de mim, eu saio da sala apontando a arma para a pessoa.

– Calma aí… – Daryl levantou as mãos como sinal de rendição e eu então abaixei a mesma.
– Puta que pariu, você me assustou. – Coloquei as mãos no joelho, recuperando o fôlego.
– Eu te assustei? Você tava apontando uma arma pra mim. – Daryl diz num tom indignado. Eu levantei, olhando pra ele.

Daryl tinha a blusa manchada de sangue e tinha uma mochila nas costas, que eu não fazia ideia de onde ele poderia ter pegado.

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– Tá, você já viu cê tá tudo limpo?
– Só tinha um cara do meu lado, acho que já deu pra ver ele. – Daryl concordou, olhando pra trás de mim, para o cadáver.
– Beleza, vamo fazer isso rápido. – Dixon virou, indo em direção à sala. Eu fui junto.

Ele se abaixou, por precaução. Já que haviam algumas janelas no quarto. Fiz o mesmo que ele. E ainda que chegamos até a caixa, Daryl colocou a mochila já aberta no chão. Nos entreolhamos por segundos, e então o mesmo abriu uma das caixas. E por sorte, ainda estava lá a mesma arma que tínhamos visto. Começamos a pegar o máximo que podíamos. Algumas iam dentro da mochila, já outras conseguimos colocar na cintura. Quando já estava com tudo cheio, me levantei. Fui até a porta, olhando se vinha alguém. Então quando ia avisar para Daryl que já podíamos ir, um barulho alto me fez ir pro chão.

Daryl que já estava em pé naquela hora, foi acertado no ombro.

– Daryl, cê tá bem? – Falei mais alto, já que diversos tiros eram disparados pra dentro da sala que estávamos.
– Eu tô bem. – Ele falou, colocando a mão onde a bala havia atingido. Por sorte, foi apenas de raspão, mas mesmo assim fez um ferimento no mesmo. – A gente precisa ir.

Eu olhei para o mesmo concordando desesperada, os tiros então foram parando. Saímos correndo dali, descendo as escadas com pressa, e saindo pela porta dos fundos. Nem nós preocupamos em nos esconder por dentro das lojas. Apenas continuamos a correr.

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E então, virando na rua onde o cavalo estaria. Nós paramos. Zumbis. Haviam zumbis em cima do animal, agora comendo sua carne. Eu gelei, sem reação nenhuma.

– Caralho. – Daryl falou ao meu lado.

Caralho mesmo. Agora a gente tava mais que fudido.

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RIFA – Daryl Dixon