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FANFIC | Seus Ossos e Cicatrizes – Capítulo 7: Encurralados

Seus Ossos e Cicatrizes é uma fanfic inspirada no Universo The Walking Dead e focada em Daryl Dixon. Confira abaixo o capítulo 7.

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Pôster do Capítulo 7 - "Encurralados" da fanfic Seus Ossos e Cicatrizes.

Neste capítulo de Seus Ossos e Cicatrizes… 3 longos meses se passaram, e agora Tris está em uma nova missão para ajudar Alexandria. Todos estão felizes na comunidade, até o perigo dos mortos andantes voltar.

Os capítulos de Seus Ossos e Cicatrizes, uma fanfic focada especialmente em Daryl Dixon, são lançados semanalmente, às sextas-feiras, 19h, aqui no The Walking Dead Brasil. E, por favor, utilizem a seção de comentários abaixo para deixar opiniões e encontrar/debater/teorizar com outros leitores. Boa leitura! 😉

7. Encurralados

Tris Rhee:

Três meses haviam se passado desde o ocorrido com Daryl. Naquele dia, eu tinha chegado em Alexandria com muito mais ferimento do que pensava ter. Daryl também não ficou muito bem depois disso. Lembro de no dia seguinte Glenn ter brigado tanto comigo e me dizendo o quanto ficou preocupado quando me viu daquele jeito assim que cheguei. Glenn não tinha me deixado sair, assim como tinha dito para mim naquele mesmo dia. Ficou assim por dois meses, até eu finalmente conseguir sair de Alexandria, com muita persistência, já que até Rick não me deixava sair.

Nesse meio tempo eu pude me aproximar de todos que viviam em Alexandria. Principalmente, Daryl e Maggie. Daryl era meio casca dura, mas com o tempo foi ficando mais legal. Maggie virou minha segunda maior companhia daquele lugar. A maioria do tempo eu passava com a mesma, que me ensinava algumas coisas sobre o lugar.

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Agora a mesma estava a minha frente, com mais um grupo de pessoas. Estávamos em 10 pessoas ao todo, éramos eu, Maggie, Carl, Siddiq, Tyreese, Sasha, Bob, Rosita, Abraham e Eugene. Estávamos todos num antigo museu. Rick havia combinado conosco para virmos até aqui buscar ferramentas ou coisas que poderia ajudar Alexandria a levantar novamente.

A princípio eu não iria vir, já que Glenn ainda não achava uma boa ideia me deixar sair assim tão longe, mas mudou de ideia assim que Maggie se propôs a ir também.

Estávamos todos separados pelo mesmo andar. Buscando e procurando coisas importantes. Até agora, tínhamos achado coisas maiores, como uma ferramenta para arar a terra a qual Eugene se prontificou a ajudar a montar um novo.

Onde eu estava era escuro. Tinha muita poeira e algumas teias de aranhas. De longe, eu conseguia ouvir os passos de cada um de cada canto daquele andar. Eu estava com a lanterna acessa numa das mãos, enquanto na outra, segurava uma faca. Cada sala que passava estava completamente destruída, sem nada importante para pegar.

– Aí, pessoal. – Me assusto assim que Rosita começa a falar pelo rádio. – Eu e Abraham vamos sair. Não achamos nada pra esse lado. Vamos ficar lá fora, cuidando da carroça e os cavalos.

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Ela desliga, e então ouço Maggie a respondendo e concordando com a situação. Dizendo também que não iriamos ficar ali por muito tempo. Eu ignorei, ouvindo bem distantemente mais passos saindo do lugar.

Continuei a andar, com calma. Olhando a cada sala e logo parei quando vi que estava entrando numa nova área do museu.

– Administração de Horticultura… – Repito alto as mesmas palavras que havia escritas na placa a minha frente.

A porta era de vidro e metade da mesma estava quebrada e estraçalhada pelo chão. Pisei com cuidado em todos os lugares para não chamar a atenção. Havia apenas uma porta naquele lugar. Era de ferro e estava meio entreaberta. Fui até a mesma. Tentei espiar pelo pouco espaço que tinha, mas só pude ver uma parede branca. Tentei empurrar a porta, mas algo atrás dela estava impedindo a passagem. Olhei para trás, e pude ver apenas um pouco de luz bem ao longe. Já não conseguia mais ouvir os outros.

Voltei minha atenção para a porta.

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“Quem quer que tinha emperrado essa porta, estava escondendo alguma coisa.” – Pensei comigo.

Logo me posicionei corretamente e empurrei a porta com o ombro. Um barulho de algo sendo arrastado pode ser percebido por mim.

Empurrei outra vez. Agora, a passagem estava mais acessível, mas ainda não conseguia passar.

Empurrei mais uma vez, e então um barulho alto de algo caindo fez eco por todo o corredor e finalmente eu pude passar. Eu tossi, colocando o braço com a lanterna em frente a minha boca e olhando ao redor. Tinha muita poeira e a escuridão era quase que absoluta se não fosse pela luz que eu causava.

– Tris? Tris, você tá aí? – Ouvi Maggie me chamando ao longe. Provavelmente a mesma já estava perto do meu corredor.
– Oi, eu tô sim. – Disse, olhando aos arredores. Era uma sala quase sem nada dentro. Ao lado da porta, eu pude ver um cadáver. O mesmo estava quase todo coberto por sujeira e tinha um buraco no meio da testa. Vestia uma roupa de policial e ao lado esquerdo tinha uma pistola preta na mão, enquanto na mão direita tinha uma carta.

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Fui até o mesmo, com receio e peguei a carta de suas mãos. Abrindo a mesma e logo lendo:

“May, não sei quando você vai ver isso ou se algum dia vai ver isso, mas eu guardei todas as sementes que você pediu para eu guardar. Estão todas separadas pelas gavetas.
May, você tinha razão. O mundo acabou, pelo menos aquele que nós conhecíamos. Agora eu vejo, não adianta ficar aqui esperando por resgate. Mas eu não consigo mais sair daqui. Todos viraram zumbis, e estão batendo a minha porta. Eu me tranquei aqui, não tenho mais saída. Na verdade, eu não quero que tenha uma saída sem ser essa. Apenas aproveite a sua vida sem mim, May.
Mas por favor, se lembre…”

Sem mais. O sangue seco que tinha sobre a carta e o mesmo cara no chão, havia coberto o resto da mensagem.

– Puts, que merda hein. – Joguei a carta no chão e olhei para as gavetas. Fui em direção as mesmas logo abrindo duas ao mesmo tempo.

Lá dentro, pude ver alguns saquinhos com uma etiqueta feita a mão.

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– Semente de feijão… – Li a etiqueta de um dos sacos.

Rindo eufórica, eu fui abrindo todas as gavetas. Eram milhares e milhares de sementes e todas novinhas, embrulhadas a vácuo nos pequenos sacos.

– Puta merda. – Tirei minha mochila das costas, colocando no chão. – MAGGIE. MAGGIE VEM RÁPIDO.

Gritei para a mesma e logo escutei diferentes passos vindo em minha direção. A porta, que antes estava só um pouco aberta, foi jogada para trás. E pude ver todos entrando a cada u dentro da sala.

– Que sala é essa? – Maggie ligou sua lanterna, olhando tudo. – Você tá bem?

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A mesma virou para mim. Eu virei o rosto por conta da claridade que a mesma jogou sobre mim.

– Eu estou ótima. Ah, olha. – Fui até o cadáver, pegando novamente a carta. Logo entregando a Maggie.

A mesma pegou o papel das minhas mãos, passando os olhos sobre a folha enquanto eu passava minha mão sobre a testa, limpando o suor e olhando todo mundo ali na sala. A maioria conversava entre si, enquanto vasculhava algumas das gavetas pela qual eu não tinha olhado.

– Isso é incrível. – Maggie riu, dobrando a carta e olhando para mim, que voltei minha atenção para a mesma. – Você achou mais do que qualquer um de nós em todos esses anos, Tris.

Maggie tirou sua mochila, colocando o máximo que podia das sementes dentro dele. Eu fiquei parada, sem reação após sua fala. Olhei fixamente para o cadáver, pensando em tudo o que o mesmo tinha escrito em sua carta, antes de se matar.

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Depois que todos nós enchemos nossas mochilas com as sementes, decidimos sair dali. Fui logo atrás de Maggie e Carl. Os dois andavam juntos e conversavam sobre algo que eu não conseguia ouvir. Ao meu lado, Sasha e Tyreese brincavam entre si. Bob vinha logo atrás deles, apenas os observando com um sorriso no rosto. Siddiq e eu éramos os únicos que estávamos em silêncio, apenas seguindo os passos dos outros.

Do lado de fora, encontramos Rosita, Abraham e Eugene. Estavam perto dos cavalos quando nos encontramos com os três. Colocamos todas as mochilas dentro da carroça, enquanto Maggie soltava os cavalos para irmos embora.

Eugene, Abraham e Rosita foram de carro, enquanto o resto foi sendo puxados pelos cavalos. Maggie e Carl foram à frente, comandando as direções dos dois animais. Enquanto o resto de nós fomos na parte de trás.

Todos ficamos em silêncio, não falamos nada o caminho todo. Eu fiquei observando tudo ao redor, olhando cada canto. Não tinha nenhum sinal de zumbis na área. O trajeto inteiro foi calmo, quando chegamos finalmente em Alexandria.

Desci da carroça enquanto ainda abriam os portões e peguei minha mochila. Entrou primeiro o carro e logo depois o resto de nós com os cavalos. De longe pude ver Glenn chegando e olhando cada pessoa dali. Até parar na Maggie. Os dois se abraçaram logo de imediato.

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– Tris, dá uma mãozinha aqui. – Rosita me chamou. Eu fui diretamente para a mesma que estava tentando tirar a carga que havíamos pegado do museu. Ajudei a mesma a tirar, e quando já estava tudo no chão, Rick chegou.
– Isso vai ajudar muito. – Rick analisa as peças. – Ainda bem mandei vocês pra lá.
– Ainda bem que Tris ficou com a gente. – Maggie chega limpando as mãos e me olhando com um sorriso no rosto. – Graças a ela achamos diversos tipos de sementes, prontinhas para serem plantadas.

A mesma abre uma das mochilas cheias, pegando um pouco dos sacos e logo entregando para Rick. O mesmo pegou, olhando cada uma das sementes.

– Parece que eu vou ter que te enviar mais vezes pra esse tipo de busca. – O mesmo brinca e eu rio. Rick pôs tudo de volta a mochila e logo outras pessoas chegaram para guardar tudo o que havíamos pegado.

Eu fui direto para as casas, ainda carregava minha mochila e armas nas costas enquanto andava entre as residências do lugar. Fui parando assim que vi Glenn em sua casa, sentado pelo muro branco. O mesmo tinha seu olhar para mim e sorria feito idiota.

– Olha só, parece que hoje não temos um machucado.
– Quase me caguei de rir. – Subi os poucos degraus e fiquei ao seu lado. Enquanto procurava algo dentro da minha mochila.
– Eai, como foi? Ouvi dizer que você achou algo ótimo pra Alexandria. – O mesmo levantou, cruzando os braços e sentando numa das cadeiras que o mesmo tinha.
– É, foi nada de mais.
– Jura? Maggie falou tão bem de você pra mim quando chegaram.
– Idai? – O mesmo tombou a cabeça para o lado, fazendo cara de bravo.
– Toma, presentinho pra você.

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Joguei para o mesmo uma sacola branca que assim pegou agilmente, antes que caísse no chão.

– Tentativa de suborno? – O mesmo olhou pra mim rindo e logo abriu a sacola. Pegando o que havia dentro da mesma.

Glenn olhou pra mim rindo, enquanto segurava em suas mãos um pequeno globo de neve. Eu havia achado em um dos pertences de antigo corpo que tinha no dentro do museu. Quando criança, Glenn sempre colecionava um desses globos. Ele amava colecionar isso.

– Achei no museu hoje. Eu vi e logo tive a ideia de te trazer. – Olhei para o mesmo, sorrindo um pouco. Ele se levantou sorridente e passou a mão sobre meu cabelo, bagunçando ele.
– Pirralha, me admira você lembrar disso ainda. – Ele voltou a se sentar, e eu logo sentei ao lado do mesmo também.
– Eu não sou uma velha de 80 anos. Tenho a mesma idade que você.
– Mimimi… – Glenn riu, e ficamos em silêncio por um tempo. – Eai, como você tá se sentindo aqui em Alexandria?

Glenn voltou sua atenção a mim, me olhando.

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– Ah, é meio estranho ainda. Aqui é muito diferente do Reino, mas um diferente bom.
– Claro, tem eu. – Ele pisca pra mim e eu rio. – Tô zoando. Eu fico feliz que você esteja gostando sério. Você aqui foi a melhor coisa que acontece nesses últimos anos.

Glenn e eu ficamos boa parte do tempo conversando sobre coisas bobas. Às vezes relembrando algo do passado que tínhamos lidado juntos. Até Daryl chegar.

– Glenn, Rick quer falar com você. – Daryl se encostou na mureta da casa e falou.
– Comigo? Estranho. – Glenn levantou, colocando suas coisas dentro de sua casa. – Bom, eu vou lá vê ele. Depois a gente se encontra.

O mesmo passou a mão sobre meu ombro e logo foi em direção a maior casa que havia ali. Eu e Daryl apenas seguimos os mesmos passos de Glenn pelo olhar, até perdemos ele de vista.

– Beleza, eu vou pra casa. – Falei pegando minha mochila do chão. Daryl concordou de leve com a cabeça, mordendo a boca por dentro.
– Cê vai sair amanhã? – Pergunto ao mesmo.
– Acho que não. Pelo menos não tenho nada combinado pra amanhã. Por que, Rhee? – Ele sorriu provocativo. Ele sabia que eu odiava quando me chamavam pelo sobrenome.
– Eu vou fingir que você não disse isso, pra gente continuar amigos. – Falei andando ao seu lado.
– A gente é amigos agora?
– Eu considero que sim. Se você não, daí é problema seu. – Ele riu um pouco logo depois da minha fala.
– Beleza então. Amigos – O mesmo estendeu sua mão, no intuito de selar esse “acordo” que ele havia inventado.

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Olhei para Daryl, fazendo uma cara de confusa e rindo nasal. Logo apertando sua mão, e ficamos poucos segundos – que mais pareciam minutos – desse jeito. Até eu romper esse contato e subindo os degraus até minha casa.

– Isso foi estranho pra caralho. Eu vou entrar e te ignorar pelo resto do dia. Tchau, Dixon. – Fecho a porta, antes ouvindo o mesmo rindo e se despedindo de mim também.

Fui retirando todas as roupas pesadas do meu corpo, ficando apenas com uma blusa simples e uma calça larga. Fiquei deitada no sofá pelo resto do dia, apenas pensando em tudo o que tinha acontecido nos últimos dias. Pensando se Ezekiel estava bem, ou se ao menos lembrava de mim depois de tudo o que aconteceu.

(…)

Era de noite, no mesmo dia. Agora estávamos todos reunidos do lado de fora de nossas casas, jantando. Todos estavam muito animados com esse jantar, já que era a primeira vez durante esses meses que pudemos comer algo diferente. Alexandria estava passando por uma escassez de comida durante esse tempo, então hoje finalmente poderíamos comer o que quiser, já que tínhamos agora diversas sementes de comida.

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Eu estava observando todos um pouco mais afastada, até que me lembrei de Glenn. Busquei o mesmo entre aquela multidão, e pude ver ele ao lado de Maggie. Vou caminhando até os dois, que assim que me veem acenam pra mim.

– Oi, Tris. Tudo bem? – Maggie é a primeira a me cumprimentar. Eu respondo positivamente com a cabeça.

Maggie se vira de costas para nós dois, se servindo. Eu olho para Glenn. Ele sorria, mas era um sorriso forçado. Eu sabia muito bem disso.

– Você tá bem? – Pergunto ao mesmo.
– Claro, por que eu não estaria? – Maggie se senta num dos bancos ao nosso lado, e Glenn muda a expressão.
– Aham… – Digo não muito convencida da sua história. – E como foi sua conversa com Rick?

Pego um prato disponível, colocando o que eu iria comer. Olhei para Glenn de novo, quando já tinha terminado de me servir. Ele estava sentado ao lado de Maggie e tinha um olhar de repreensão sobre mim. O mesmo bebeu um pouco de água e voltou a comer, antes de se entreolhar com Maggie.

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Aquilo não tava me cheirando bem. Glenn nunca ficava assim comigo, a não ser quando eu fazia algo de errado.

Eu ignorei, não conseguia pensar em motivos que eu havia feito para ele estar daquele jeito. Apenas tentei terminar de comer o mais rápido possível, e assim eu ir embora. Quando me levantei do banco, Glenn olhou pra mim. Eu passei reto. Apenas caminhei em direção a minha casa, o ignorando.

– Tris. – Ouvi alguém me chamar ao meu lado. Olhei rápido e vi Daryl vindo até mim.
– Oi! Aconteceu alguma coisa? – Perguntei ao mesmo que logo acenou um ‘não’ com a cabeça.
– Nada, só pensei em ir com você até em casa. – Ele voltou a andar e eu logo fui o acompanhando ao seu lado.
– Ouvi sua conversa com Glenn… – Ele olhou pra mim. – Vocês estão bem?
– Eu acho que sim. Na real, eu nunca tinha visto o Glenn daquele jeito. – Cruzei os braços. – Acho que a conversa dele com o Rick foi bem séria.
– Pois é, reparei que o Rick tá meio diferente também. – Ele se sentou nos degraus da minha casa e eu o acompanhei.

Não falamos nada depois disso, apenas ficamos observando todo mundo de longe. Todos pareciam tão felizes naquela hora, que por um momento esqueci de tudo o que aconteceu no dia.

De repente, Daryl se mexeu ao meu lado, buscando por algo no bolso da calça. Assim que o mesmo pegou o que queria, eu virei para ele, o olhando séria.

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– Quê? – Ele riu, pegando o isqueiro.
– Sério que cê vai fumar do meu lado, Dixon? – Ele põe o cigarro e logo acende.
– Não é cigarro.
– É o que então? – Olhei pra ele esperando uma resposta. Ele apenas ficou sorrindo feito idiota. Mudei minha expressão para uma de surpresa.
– Abraham que me deu. – Ele tirou da boca e soltou toda a fumaça pelos lábios.
– EI! – Daryl gritou comigo assim que tirei aquilo da sua mão, jogando no chão e apagando o mesmo.
– Não quero maconheiro na minha casa. – Limpei as mãos umas nas outras e voltei a me sentar do seu lado.
– Hmm… Acho que já tá fazendo efeito. – Ele colocou a mão na cabeça.
– Daryl vai se fuder, por gentileza. – Empurrei Dixon para o lado, fazendo ele rir.
– Tô zoando, nem consegui fumar o suficiente pra fazer efeito.
– Ah, ótimo, não quero ter que lidar com você louco da cabeça.

Eu confesso que estava meio surpresa, afinal nunca tinha visto Daryl rir, ainda mais daquele jeito. Mas foi bom ter passado esse tempo com outro alguém. Foi diferente.

De longe, Glenn e Maggie vinham até nós. A maioria já estava pronta para voltar para suas casas quando algo grande caindo se fez presente por toda a parte. Depois de alguns segundos, podia se ouvir várias pessoas gritando.

Eu levantei rapidamente seguida por Daryl. Glenn, que antes estava bem a minha frente, agora estava entre a multidão. Logo mais adiante pude ver um dos muros que circulava Alexandria caído no chão. Então, pela mesma entrada, vários zumbis começaram a surgir. As pessoas corriam desesperadamente, enquanto mais outro dos muros acabou por cair também. Já estávamos cercados quando senti alguém me puxando para longe. Eu parei, olhei para trás e procurei por Glenn. A escuridão da noite não ajudava em nada. E quando consegui finalmente o ver, eu paralisei. Glenn estava cercado pelo bando que invadia Alexandria.

– TRIS, ME ESCUTA. A GENTE TEM QUE SAIR DAQUI. – Daryl me puxou, tentando me levar pra dentro de uma das casas. Mas a essa altura já estávamos encurralados por mais infectados.

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Daryl olhou para os lados, e me puxou novamente por uma passagem entre duas casas. O único lugar para sair de perto de todos aqueles errantes, eram pelo buraco que o muro caído fez. Daryl também percebeu que nossa única chance era quela, então logo saímos correndo. Passando por trás de todos aqueles infectados.

Eu ainda corria olhando para trás, tentando buscar meu irmão no meio de todos aqueles mortos-vivos. Mas, eu já não conseguia mais o ver. Fiquei sem folego. Parei imediatamente. Com pensamentos vindo à tona.

“E se Glenn já estiver morto agora?”

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RIFA – Daryl Dixon