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FANFIC | Seus Ossos e Cicatrizes – Capítulo 3: Espreitadores

Seus Ossos e Cicatrizes é uma fanfic inspirada no Universo The Walking Dead e focada em Daryl Dixon. Confira abaixo o capítulo 3.

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Pôster do Capítulo 3 - "Espreitadores" da fanfic Seus Ossos e Cicatrizes.

Neste capítulo de Seus Ossos e Cicatrizes… Logo após serem atacados, Rick e o restante do grupo vai atrás dos invasores que roubaram Alexandria. Mas as coisas começam a ficar estranhas quando Daryl nota algo de anormal na cidade.

Os capítulos de Seus Ossos e Cicatrizes, uma fanfic focada especialmente em Daryl Dixon, são lançados semanalmente, às sextas-feiras, 19h, aqui no The Walking Dead Brasil. E, por favor, utilizem a seção de comentários abaixo para deixar opiniões e encontrar/debater/teorizar com outros leitores. Boa leitura! 😉

3. Espreitadores

Daryl Dixon:

Todos estávamos escondidos. Ofegantes por percorrerem quilômetros até a parada atual. Estávamos todos indo atrás de Louva-Deuses. Um grupo inimigo que havia atacado nosso antigo acampamento. Éramos em 15 pessoas ao todo. Agora era de noite e estávamos dividindo as comidas. Rick, Glenn e eu observávamos eles de longe, sem falar nada.

– Temos que discutir o que vamos fazer agora. Se vamos continuar ou não. – Glenn diz ao nosso lado e entramos em um quarto vazio.
– Minha ideia é continuar. – Rick fala pegando um mapa do bolso e colocando sobre uma escrivaninha velha e empoeirada. – Esses caras estão muito bem armados, então com certeza tem suprimentos e todas as coisas que precisamos.
– E se tiver mais acampamentos deles que não sabemos?
– Damos um tempo. Atacamos somente esse grupo que nos assaltaram e veremos se tem mais deles por aí.
– É. Bom, tem uma cidade por aqui perto. Já vi várias pessoas circulando por lá. Com certeza dele ser eles. – Glenn aponta até o mapa, circulando o tal local que ele citava.
– Ótimo, então vamos até lá. – Rick dobra o papel e guarda de volta em seu bolso. – Todos nós já descansamos hoje, não é? Então vamos nos preparar agora e ir até eles.

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Ele abre a porta e saímos. Glenn vai em direção de Maggie e sussurra algo. Rick, faz o mesmo com Michonne que olha direto para Carl e Judith. Aos poucos, todos ali presentes já sabiam do novo plano e preparavam suas coisas. Ninguém falava nada, apenas nos concentramos em fazer tudo em silêncio e assim, saímos um por vez de dentro da casa.

(…)

Ainda era no mesmo dia, e o céu já estava praticamente claro. Andávamos preparados para acertar qualquer coisa a nossa vista. Aparentemente, não havia nada e ninguém ali naquele lugar. Caminhávamos com pressa, mesmo sem ter um lugar certo para ir. Olhávamos todas as antigas lojas que nos cercava. Não havia sinal de nada. Não havia sinal de vida.

Então, de repente alguém gritou. T-Dog caiu no chão assim que Glenn acertou o zumbi que atacou o pescoço do mesmo. Ele sangrava e gritava muito. Assim que percebemos, estávamos cercados por mais infectados. Glenn logo ajudou T-Dog a levantar rápido. Corremos apressadamente ao ritmo que atirávamos nos mortos vivos. A cada lugar que passávamos, checávamos as portas para podermos entrar. Mas todas estavam fechadas.

– RICK. – Michonne que estava ao lado, apontou para um prédio. Boa parte do prédio tinha caído. Mas era o único lugar bom para ficarmos agora.

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Glenn, Rick e T-Dog entraram primeiro enquanto a maioria de nós ficou na porta, acertando boa parte dos infectados na cabeça. As escadas do edifício eram bambas e o corrimão enferrujado. A cada andar que passávamos mais e mais zumbis apareciam.

– Para CIMA. CORRAM. – Rick nos guiava do topo das escadas. Seguimos todos o mesmo caminho. E já no alto do prédio, Glenn colocava com calma T-Dog no chão enquanto o mesmo gemia de dor e colocava sua mão perto a mordida.
– Não tem o que fazer, a mordida foi no pescoço e ele já foi mordido há muito tempo. – Maggie se aproximou a Glenn.
– E o que podemos fazer então? – Rick se agachou a mesma altura de Maggie, que só olhou para ele sem dizer nada.
– POR FAVOR, NÃO ME MATA. – T-Dog gritou. Ele tinha entendido o silêncio de Maggie. – EU TENHO FAMÍLIA, RICK. POR FAVOR.

Uma bala. Rick atirou sem esperar. O mesmo tremia e sua arma caiu no chão logo após isso. O sangue espirrou em Glenn que estava perto e então o corpo foi caindo lentamente no chão.

Eu desviei o olhar. Fiquei de costas e fingi que nada daquilo aconteceu. Até que, no prédio ao lado, uma forma apareceu. Uma cabeça se escondeu rapidamente assim que mirei a besta em sua direção.

– EI, EU SEI QUE ESTÁ AI. POSSO TE VER DAQUI. – Foi o que eu disse e logo depois a mesma aparição de antes, se levantou e correu. Eu atirei conforme aos passos da pessoa. E enfim, ela desapareceu.
– Daryl. Ei! – Michonne tocou em meu ombro. – Você tá bem? O que você viu?
– Rick, a gente tem que sair daqui. Tem pessoas aqui, não podemos arriscar mais alguém. – Eu chego perto do mesmo, que se encostou nos muros que cercavam o alto do edifício.
– Não. Não. Vamos continuar. Eu perdi o Carl e a Carol lá em baixo, temos que procurar eles e seguir com o plano. – Ele secava o suor que descia por seu rosto e colocou as mãos na cintura, olhando para cada um de nós.
– É, mas não dá para descer agora com esse tanto de zumbis ao nosso redor. A gente vai ter que esperar aqui se não quisermos que ninguém mais se machuque. – Glenn limpou o sangue perto da sua boca e olhou para Rick, esperando uma resposta. Mas o mesmo, apenas se virou e olhou para baixo do edifício. Onde se encontravam todos os infectados.

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Michonne chegou perto do mesmo, e acariciou suas costas. Cada um ficou perto de si. Glenn e Maggie se abraçavam tentando não ligar para o corpo perto de si. Eu me virei, voltei ao mesmo lugar onde avistei o tal espreitador do prédio ao lado.

Olhei para baixo. O prédio tinha partes caídas, já tomado por plantas e musgo. Alguns infectados caiam dos prédios pelos buracos que haviam neles.

Eu tinha flechas o suficiente para matar só alguns zumbis daqui do alto. Então, puxei com cuidado o cordão da besta e posicionei o primeiro dardo, a qual foi disparada e pegou diretamente na cabeça de um dos mortos vivos. Depois foi a segunda. E então, eu parei assim que Rick se manifestou.

– Ok… vamos procurar um andar limpo e ficar lá. Aqui em cima é muito perigoso, estamos em exposição e qualquer um pode nos ver. – O mesmo olhou para mim e acenou a cabeça de leve.
– E quanto a ele? – Maggie apontou para o corpo morto de T-Dog.
– Não tem o que fazermos com ele, não agora. – Rick desarmou seu revólver, viu quantas balas ainda tinham e puxou o gatilho, assim que abriu a porta colocou a mão armada para fora. Desse jeito, cada um foi descendo degrau por degrau. Até chegarmos no penúltimo andar. Rick abriu passagem e assim que passamos por cada canto daquele lugar, vimos que poderíamos ficar ali.

Todos ficamos na mesma sala, descansando e esperando o tempo passar. E até o momento, não tínhamos nenhum sinal de Carl, Judith ou Carol. As ruas lá embaixo tinham um número menor de infectados do que o começo. Rick estava sentado no canto do prédio onde a maior parte da parede estava caída. As plantas tomavam conta daquela sala.

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– Eai. – Cheguei perto do meu amigo e coloquei minha mão sobre seu ombro, me sentando perto dele. O mesmo não disse nada, apenas olhou para mim.
– Relaxa um pouco. Carl com certeza deve estar com a Carol. Confio nela, aquela mulher é forte.
– É, eu sei. Tô preocupado se o bebê tá bem. – Rick cruzou suas mãos apoiando nos joelhos e colocou seu queixo sobre elas.
– Se você quiser, eu posso ir lá em baixo e procurar por eles.
– Não, não quero mais ninguém se arriscando. Carl é esperto, vai esperar todos esses zumbis passarem… mas, obrigada. – Eu concordei com a cabeça baixa e sai sem dizer mais nada. Apenas caminhei até uma sala vazia e esperei o tempo passar, assim como os outros.

(…)

Era de noite, Carl, Judith e Carol tinham chegado logo após minha conversa com Grimes. Agora eu estava no topo do prédio com Glenn. Combinamos que iriamos fazer rondas pela noite, só para garantir que ninguém estivesse por perto.

Estava tudo calmo. Calmo até demais. Desde que Glenn e eu subimos aqui, ele não havia falado nada. O que era estranho para um tagarela como ele. O mesmo estava encostado num cano grande que tinha ali e estava toda hora olhando para algo em suas mãos. Eu não tinha perguntava nada até agora, mas o silêncio do mesmo incomodava até a mim.

– Glenn? – Cheguei perto do mesmo, que me olhou assim que chamei. – Você tá bem?

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O mesmo voltou a olhar para as mãos que estavam fechadas com força. Como se quisesse esconder o que tinha consigo.

Ele olhou para mim por segundos, esticou sua mão e a abriu devagar.

– Essa pulseira é a mesma que dei para minha irmã quando éramos crianças.

Ah, a irmã do Glenn. O mesmo nunca falava dela em nenhuma situação, e quando falava parecia que poderia chorar a qualquer momento.

– Tá vendo essas letrinhas na pulseira? – O mesmo mostrou o pingente que havia na joia.
– São nossas iniciais. Glenn… e Tris. – Rhee mostrou um sorriso triste no rosto. Um sorriso que se transmitia lembranças. – Eu ainda tenho esperança de encontrá-la. Mesmo que seja impossível, até por que ela foi mordida por um desses lixos podres.

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Eu escutava atentamente. Era a primeira vez que escutava Glenn falar assim e principalmente, falar assim da irmã.

– Mas, e se ela conseguiu sobreviver, sabe? Parece bobeira, mas eu ainda acredito que ela possa estar por aí. – Ele estava prestes a chorar quando parou de falar e olhou para mim.
– Não pode contar isso para ninguém, nem a Maggie. Segredinhos de melhores amigos. – Glenn levantou o dedo mindinho e colocou entre nós dois.
– Sai para lá. – Bati no seu dedo e dei as costas,
voltando ao lugar onde eu estava.
– Daryl, tem que fazer o juramento dos segredinhos dos melhores amigos. VEM CÁ. – O mesmo vinha atrás de mim ainda com o dedo levantado.
– Para de gritar, pode ter gente perto seu animal.
– Só paro de chamar atenção se você juntar seu mindinho com o meu.

Eu suspiro forte. Eu conhecia ele, sabia que ele iria me atormentar se eu não fizesse aquilo.

Então levantei meu dedo mindinho e assim juntei com o dele. O mesmo agradeceu e logo voltou ao seu lugar de antes, ainda olhando a pulseira.

E assim nós passamos a noite. Conversando ocasionalmente, até o momento em que Rick apareceu onde estávamos. Ele aparentava estar cansado.

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– Conversei com o pessoal, vamos descer para as ruas agora. – Ele parou um pouco e pensou. – Tinha alguém gritando essa noite?

Glenn olhou para mim com desespero, como se me mandasse calar a boca mentalmente.

– Gritando? Não, não, não ouvimos nada daqui. Né Daryl? – Glenn fez menção com as mãos atrás do corpo.
– É, sim. Confia.

Concordei sem ânimo. Rick franziu a testa e só murmurou algo antes de sair pela porta. Passei por Rhee, que tentava prender a pulseira de sua irmã em seu pulso. No andar de baixo, quase todos ali já estavam arrumados, prontos para sair. Glenn desceu assim, que eu passei para a sala onde tinham minhas coisas. Coloquei minhas armas nas costas assim que verifiquei se estavam todas carregadas.
Rick chegou atrás de mim, segurando consigo uma sniper não muito grande.

– Vamos esperar que aquelas pessoas apareçam de volta, e quando aparecerem quero que você dê o primeiro tiro. – Ele esticou a arma branca em minha direção. Peguei a mesma e analisei cada peça. – Vamos estar nas ruas esperando eles assim que você atirar. Tudo bem pra você?

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Olhei para ele.

– Claro.

Ajeitei a sniper também nas costas. E assim que todos estavam prontos, nós descemos.

Rick e Michonne iam lado a lado na frente de todos. Assim que chegamos ao térreo, nos separamos. As ruas estavam calmas e o tempo parecia começar a ficar agitado. No plano que Rick havia nos passado, momentos atrás, cada um ficaria em um canto da cidade, esperando alguém aparecer. Assim que alguém os vissem, iriamos nos comunicar pelos rádios e se eu pudesse, atirava na primeira pessoa.

No momento, eu estava sozinho, indo em direção novamente a um prédio. Dessa vez ele menor do qual estávamos inicialmente. Mas tinha uma visão melhor das ruas e até da floresta.

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Assim que cheguei na porta, olhei ao redor. Nenhum sinal de vida. Desse jeito, entrei com cautela no lugar. Puxei minha faca que tinha no suporte da calça e fui andando com o máximo de silêncio possível. Aparentemente não havia nada. Havia um elevador quebrado e o resto daquele lugar estava aos pedaços. Tinha só uma passagem, pelas escadas. As escadas também não estavam boas. Eu podia sentir de baixo do meu pé, cada madeira se mover um pouco. Se cedendo. O ar não era muito agradável. Conseguia sentir cada poeira e sujeira passando pelo meu nariz.

Quando cheguei em determinado andar, vi que uma parede do prédio havia caído bem em cima das escadas. Me impossibilitando de continuar a subir. Então, resolvi ficar pelo mesmo andar que me restava.
Assim como os outros, não havia nada de especial nele. Mas a vista das ruas era ótima. Então, empurrei uma estante caída que tinha chão, e levei até a janela com melhor visão para as ruas. Apoiei a sniper na estante e coloquei só um pouco para fora. Depois, avisei a todos pelo rádio que estava pronto para atirar. E então, eu só esperei. Esperei por qualquer sinal. Mas boa parte do tempo, não tinha nada.

Até que finalmente, alguém entrou na minha vista. Olhei pela luneta da sniper e pude ver no alto do prédio 5 pessoas.

– Rick, tá aí? – Falei pelo rádio e esperei por respostas.
– Daryl?
– Sim, sou eu. Estou vendo cinco pessoas ao lado do prédio que estávamos.
– Ótimo, vou avisar a cada uma do grupo e ao meu sinal você atira num deles. Vamos estar aqui em baixo, esperando por eles. – Rick saiu da linha e eu mirei em uma pessoa de todas as que haviam ali. – Faça cada bala valer.

“Certo!”

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Eu mantinha a mira na mesma pessoa desde o começo. Era uma mulher, tinha cabelos até o ombro e era a única afastada de todos os outros. Era o alvo perfeito!

– DARYL, AGORA! PODE ATIRAR.

E assim eu fiz. Atirei na mulher no topo do prédio, a mesma havia levantado assim que puxei o gatilho, pude ver de longe a bala pegando em seu ombro – que, na verdade, era para acertar sua cabeça -. A mulher desapareceu e poucos minutos depois pude ouvir tiros por todos os lados.

Desarmei a sniper rápido e desci as escadas até as ruas também.

Estava feito, iríamos matar aqueles Louva-Deuses.

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RIFA – Daryl Dixon