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FANFIC | Seus Ossos e Cicatrizes – Capítulo 19: A Calmaria Antes

Seus Ossos e Cicatrizes é uma fanfic inspirada no Universo The Walking Dead e focada em Daryl Dixon. Confira abaixo o capítulo 18.

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Pôster do Capítulo 19 - "A Calmaria Antes" da fanfic Seus Ossos e Cicatrizes.

Neste capítulo de Seus Ossos e Cicatrizes… Sonhos perturbam a mente frágil de Tris. Os irmãos Rhee e o resto do povo aproveitam a festa durante a calmaria antes das coisas começarem a dar errado.

Os capítulos de Seus Ossos e Cicatrizes, uma fanfic focada especialmente em Daryl Dixon, são lançados semanalmente, às sextas-feiras, 19h, aqui no The Walking Dead Brasil. E, por favor, utilizem a seção de comentários abaixo para deixar opiniões e encontrar/debater/teorizar com outros leitores. Boa leitura! 😉

19. A Calmaria Antes

Estava quente. Não calor, quente. Aconchegante! Sentia braços rodearem meu corpo nu, enquanto mantinha meu rosto sobre a curvatura de seu pescoço. Descansei minha mão em seu peito, então podia sentir seu coração rapidamente bater sobre minha mão, como um punhado de borboletas tentando escapar. Deixei minhas mãos traçarem sua pele levemente, enquanto acordava aos poucos. Sinto seu cabelo fazer cócegas em minha bochecha.

Então, ele acariciou minhas costas nuas enquanto estávamos deitados juntos. Seus movimentos pareciam confiantes, como se aquilo fosse habituável entre nós dois há muito tempo. Suas palmas eram ásperas, enquanto permaneciam sobre minha pele exposta, mas seu toque era delicado, suave. As cobertas escorregaram de mim por um momento, mas eu estava longe de sentir frio. Estremeci ocasionalmente, mas isso foi apenas quando o mesmo parou sua mão em minha cintura.

Sorri calorosamente em seu pescoço, pressionando meu nariz nele. Enquanto segurava uma risadinha.

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– Faz cócegas. – Falo ao pé de seu ouvido. Me referindo a seu contato.

Ele ri, retirando sua mão de meu corpo e indo até meu rosto desta vez. Puxando-o delicadamente para encarar o mesmo.

Era Daryl.

– Você está tão linda quanto antigamente. – Ele diz, acariciando minha bochecha com seu polegar. Fazendo questão de olhar para cada detalhe em meu rosto.

Ele avança até mim lentamente, nos beijando. Era calmo, apaixonante. Sem segundas intenções. Embora nosso beijo pudesse suprir cada desejo que poderíamos conter um sobre o outro.

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Então, nos reparo. Olhando confusa para o mesmo, que parecia não ligar. Apenas acariciava meus cabelos como se meu olhar não fosse nada.

– Não entendo. – Falo baixo, encarando o mesmo.

Ele põe meu cabelo atrás da orelha.

– O que você não entende, meu amor? – Ele finalmente me olha nos olhos.
– Você está agindo tão estranho ultimamente. – Falo, franzindo o cenho, enquanto busco algo em seus olhos.

Ele se ri.

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– Do que você está falando, amor? Hm? – Ele pergunta, agora colocando suas duas mãos em cada lado de meu rosto carinhosamente.
– Estou falando sério. Até mesmo Carol percebeu isso ontem. – Digo, sentindo meu peito apertar fortemente agora. Como se as borboletas tivessem trocado de lugar comigo e agora se transformado em mariposas.
– Não sei o que falar agora, porque você não sabe como continuar isso. – Ele fala, sem perder a feição de antes. Ainda parecia intacto, parecia vidro. Um vidro moldado.
– Como assim? O que está dizendo? – Pergunto, já sentindo o desespero apertar mais.
– Tris. – Ele começa a se despedaçar, como vários cacos voando sobre o espaço. – Isso não é real.
Eu acordo. Sentindo o mesmo aperto sobre meu peito, agora ainda mais forte. Aperto fortemente minha camisa entre meus dois seios, enquanto ofego. Espanto-me quando ouço batidas fortes sobre a porta de meu quarto.
– Tris? Você não vai acordar não? – A voz abafada de Ezekiel se faz presente.

Olho para a janela, vendo o dia caloroso que se fazia lá fora.

Mais batidas.

– Eu já tô indo, Ezekiel. – Me sento sobre a cama, afundando meu rosto nas paredes de minha mão.
– Tudo bem. Preciso que se arrume logo, ou vamos nos atrasar.
– Me dá alguns minutos. Eu já desço. – O respondo.

Assim, os passos dele se desfazem aos poucos, enquanto os degraus da escada rangem com o seu pisar.

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Suspiro pesado, acariciando meu peito. Sinto meu coração bater forte, ao passo que minha mente retorna para a cena de segundos atrás. Como isso foi acontecer? A que ponto eu poderia ter chegado para aquilo acontecer. O rosto envidraçado de Daryl preenche meu consciente. À medida que seu rosto se despedaça mais – formando assim pequenos cacos flutuantes -, mas a angústia e dúvida faz pressão sob meu tórax.

Deito-me sobre a cama novamente, passando a mão sobre meu rosto.

– Tris. – Escuto Ezekiel me chamar novamente, dessa vez do primeiro andar.
– Já tô indo… que porra. – Sussurro a última parte. Afastando a coberta e logo em seguida me levantando de fato.

Caminho preguiçosamente até o banheiro, abrindo a porta ainda coçando meus olhos pesados. Encaro-me no espelho, suspirando.

– Não precisa de banho hoje. – Digo, após apenas pentear meus cabelos.

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Saio do banheiro, indo até o guarda-roupa já aberto. Troco o pijama por uma roupa nova. Jogando-a em um canto qualquer do quarto. Pego o calçado logo ao lado da porta, abrindo a mesma logo após. Com o sapato em minhas mãos, eu desço as escadas lentamente. Jogando-os perto da porta de entrada e então entrando na sala.

– Bom dia. – Ezekiel diz. Já me recebendo com minha xícara de café.

Agradeço ao mesmo, pagando a xícara quente em minhas mãos. Puxo a cadeira da mesa um pouco para trás, me sentando nela logo depois.

Bebo um gole do café, enquanto fixo meu olhar para algum canto qualquer. Voltando a ser atormentada pelo sonho novamente. Me perguntando o porquê de ter sido justo com Daryl. O porquê do fato dele agir estranhamente me incomodava tanto ao ponto de sonhar com o mesmo.

Sinto o olhar de Ezekiel queimar sobre mim, me fazendo voltar minha atenção ao mesmo.

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– Tá tudo bem? – Pergunto a ele, que ri ao ouvir.
– Acho que eu quem deveria perguntar isso para você. – Ele diz.

Sorrio, passando a mão repetidamente em minha sobrancelha.

– Tudo bem com você, Tris? – Ele pergunta, voltando a ficar sério novamente.

Eu paro, tentando pensar em algo que o pudesse convencer de que não havia nada de errado comigo naquela manhã.

– Ah, sim. Estou apenas divagando entre pensamentos. Nada demais. – Digo, o arrancando um sorriso mais uma vez.
– Se você diz. – Ele fala, entrando na cozinha.

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Suspiro, olhando para o café dentro do copo. Encaro meu reflexo distorcido no líquido, me levantando logo em seguida. Sem vontade de o terminar, eu entro na cozinha com Ezekiel. Colocando o copo dentro da pia, me encostando no balcão logo após.

– O que você vai fazer hoje? – Pergunto ao mesmo.
– Ahn… nada? – Ele diz como se fosse obvio.
– Sério, não precisamos arrumar mais nada para a festa que vai acontecer?

Ezekiel se vira para mim, confuso com minha fala.

– Tris, a festa já é hoje. – Ele fala simplista.

Eu pigarreio, sem ter me dado conta daquilo.

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– Caralho, eu tinha esquecido. – Falo, ainda surpresa.

Ezekiel ri com a minha situação.

– Você não está no seu normal hoje, Tris Rhee. – Ele diz.

Ele coloca seu copo logo ao lado do meu, dentro da pia.

– Bom, vamos? Daqui a pouco começa tudo. – Ele fala.
– Você vai assim? – Pergunto ao mesmo, assim que passo pela porta que o mesmo havia aberto para mim.
– Cala a boca, olhe para você. – Ele responde.

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Rio de sua reação.

– Ei, o que tem de errado com a minha roupa? – O questionando, analisando meu corpo.
– Nada, só parece que não toma banho há 50 dias. – Ele fala, recebendo um tapa meu como resposta.

Conversamos mais durante a caminhada até o salão. Brincando um com o outro durante o trajeto.

(…)

Encaro os rostos felizes a minha frente. O modo como todos eles dançavam e conversavam. Os observo de longe, encostada sobre o balcão do bar. A festa havia começado há algumas horas e agora toda Alexandria se encontrava aqui.

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Procuro Ezekiel no meio da multidão, mas sem sucesso. O mesmo havia saído há alguns minutos atrás e não havia voltado mais.

Mais uma vez, volto-me a prestar atenção nas pessoas a minha frente. Tentando ao máximo não pensar em mim mesma. Os sonidos de cada timbre das pessoas preenche o lugar com a música e o ruído dos sapatos sobre o assoalho. Tomo um gole de uma bebida alcoólica qualquer que havia pedido minutos atrás. Sentindo o gélido do líquido esfriar minha boca e logo depois minha garganta. Passo o olhar sobre cada semblante presente ali, até então, parar nele. Daryl.

O observo conversar com Carol normalmente, sorrindo minimamente algumas poucas vezes. Lembro-me do sonho e logo seu rosto despedaçado preenche minha mente. Sinto o mesmo aperto voltar naquele instante. Era doloroso, repentino. Como se meu corpo quisesse mostrar que algo não está certo. Encaro o mesmo mais uma vez e então seu rosto parece mais uma vez se despedaçar. Me assusto, me obrigando a parar de olhar para o mesmo. Encaro o copo em minhas mãos, sentindo minha respiração acelerar ao mesmo passo que meu coração. Vejo os cubos de gelo presentes dentro do copo, tentando colocar minha atenção apenas sobre eles.

– Oi. – Escuto uma voz calma se direcionar a mim.

Levanto meu olhar para o mesmo, vendo Glenn parado logo a minha frente. Me surpreendo com o mesmo, me fazendo ajeitar minha posição rapidamente. Coloco a bebida sobre o balcão, sem retirar meus olhos do mesmo.

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– Oi. – O respondo.

Ele sorri.

– Tudo bem com você? – Ele pergunta. – A gente não conversou muito nesses últimos dias.

Encaro o chão, me sentindo nervosa.

– É, não mesmo. – Concordo. – Mas eu tô bem.

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Vejo Glenn me encarar pelo canto do olho. Como se o mesmo procurasse um jeito de falar comigo.

Como fomos chegar nesse nível?

– Que bom. – Ele assente, se encostando no balcão também.

Então, nós dois começamos a observar as pessoas a nosso redor. Sabia que o mesmo estava tentando não pensar em si, não pensar em como ele se sentia por que isso o incomodava ainda mais. Sabia por que também estava tentando não pensar em mim. Então nós dois apenas preferimos agir como se não soubesse o que o outro pensavam e focar em qualquer coisa que nos levasse para longe de nós mesmos.

– Glenn…
– Tris…

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Dizemos ao mesmo tempo, sorrindo logo em seguida.

– Eu já deveria pensar que isso fosse acontecer. – Ele diz, sorrindo enquanto encara o copo em suas mãos.
– O que você ia dizer? – O questiono, vendo o mesmo suspirar.
– Eu queria me desculpar por ter te ignorado durante esses dias. Eu não deveria ter feito isso. – Ele fala, olhando para mim logo em seguida. – E você?

Sorrio forçado, passando a mão por minha nuca.

– Também queria me desculpar com você, sabe… por não ter contado a verdade sobre a vacina. – Digo, sentindo-me envergonhada naquele momento.

Ele sorri assim que o percebe.

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– Então, estamos desculpados um com o outro? – Ele pergunta, estendendo sua mão até mim.

Sorrio junto com o mesmo.

– Sim. – O respondo, juntando nossas mãos.

Encaramos um ao outro por um momento, até Glenn me puxar para si. Assim, me abraçando.

– Senti sua falta. – Ele admite em um tom baixo, perto de meu ouvido.

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Sorrio contra seu pescoço.

– Eu também senti. – O respondo, nos apertando ainda mais um contra o outro.

Então, Glenn nos separa. Olhando para mim sorridente. Pronto para me dizer alguma coisa.

– Preciso te contar uma coisa…

Então, todos param ao mesmo tempo. Um grito desesperador se faz presente diante de todo o salão enquanto várias pessoas se atropelam no meio do caminho em direção ao grito. Glenn e eu corremos logo atrás. Vendo assim, uma multidão se formar logo ao lado do salão. Sigo Glenn por dentro do aglomerado de gente. Glenn então, tenta me parar antes que eu possa ver o corpo no chão. Glenn repete as palavras como ‘Tris, não olhe’ ou ‘Vamos embora por favor’. Mas já é tarde.

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Observo o corpo a minha frente. Notando que a garganta do mesmo havia sido cortada profundamente, fazendo assim seu corpo ser completamente coberto por seu sangue. As pessoas ao redor cochicham ou até gritam mais ainda com a cena de horror.

– Por favor, vão pra trás. Fiquem longe por favor. – Rick chega logo depois, tentando afastar todos do morto.

Eu congelo em meu lugar, ouvindo a voz abafada de Glenn. Sinto meu corpo vacilar assim que leio o recado logo acima da cabeça do morto, na parede;

“Entreguem Tris Rhee
ou a cada dia mais mortes aconteceram”

– Tris, por favor. Olha pra mim, só pra mim. – Glenn preenche minha visão.

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Me encolho em mim mesma, sentindo meus olhos embaçarem e logo meu rosto molhar pelo choro. Glenn envolve-me em seus braços, me fazendo ficar de costas para o corpo. Rick continua a dispersar o restante agora com a ajuda de Michonne. Levanto meu olhar do ombro de Glenn, vendo Daryl me encarar de longe. Encaro o mesmo de volta. Daryl não esboçava nenhuma reação a mim, mas sabia que estava com medo também. Suas mãos tremiam e isso o entregava naquela hora.

– Leve Tris pra casa. – Escuto a voz de Michonne falar atrás de mim.

Glenn assente e então me virar em direção a minha casa, fazendo-me perder Daryl de vista.

(…)

1 semana havia se passado desde que a primeira morte aconteceu. Nesse meio tempo, mais duas pessoas haviam morrido. Agora o terror se instalava em Alexandria. Os vigias haviam redobrado e agora as pessoas não confiavam em mais ninguém. Pichações do tipo “Silencie os Louva-Deuses” haviam aparecido cada vez mais. O caos havia caído sobre Alexandria… e a culpa era mim de certa forma.

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Acordo com um espasmo, fazendo meu coração acelerar. Lá fora, pude ouvir alguém gritar. Me levanto rapidamente, tentando ouvir algo a mais. Então mais um grito se faz. Pego minha jaqueta jogada sobre a beira da cama, vestindo a mesma rapidamente e então saio do quarto. Vejo a janela do corredor estar aberta, fazendo assim a luz do luar preencher o corredor. Olho para o quarto de Ezekiel, vendo a porta entreaberta. Sinto o aperto voltar. Olho para o chão vendo um rastro avermelhado saindo de seu quarto. Com medo e ofegante, começo a caminhar até a porta de seu quarto.

– Ezekiel? – O chamo, abrindo totalmente sua porta agora. Olho para o interior de seu quarto, vendo sua cama bagunçada vazia.

O grito toda mais volume.

– Ezekiel. – Chamo mais uma vez, agora descendo as escadas com cuidado. Percorro meu olhar pela sala vazia, em busca de sua presença. Mas nada aparece.

Entro na cozinha, tentando acender as luzes. Mas nada vem. A luz havia acabado.

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Mais gritos, dessa vez, mais de um.

– Porra. – Falo, sentindo a angústia apertar mais meu peito.

Caminho apressadamente até a portada de entrada, errando a maçaneta na primeira vez. Com a mão tremula, eu finalmente abro a porta. Escuto passos apressados praticamente pararem assim que eu abro a porta. Olho para o mesmo, vendo Glenn parado logo em frente à minha casa. Estava ofegante, nervoso. Com medo. Leio sua face, percebendo o que o mesmo temia.

– Não. – Falo, indo até o mesmo.
– Tris, por favor. – Glenn me para de continuar.
– Onde ele tá? – Pergunto para o mesmo, vendo-o fechar os olhos com força. – Não faz isso comigo Glenn. Cadê ele? Cadê o Ezekiel?

Espero uma resposta do mesmo, mas nada vem.

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– Preciso que fique aqui, por favor, irmã. – Ele pede, tentando me conter em seus braços.

Olho por trás de seu ombro, vendo mais uma vez uma multidão se formar perto dos muros.

– Não. – Me desfaço do aperto do mesmo, correndo até o aglomerado.

Ouço Glenn chamar meu nome, enquanto corria atrás de mim. Mas era tarde, já estava no meio de toda aquela gente, e então em frente ao corpo em poucos segundos.

– Tris. – Sinto braços me rodearem novamente.

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Vejo o corpo carbonizado e irreconhecível sobre o chão. Observo a possa de sangue presente ao redor do corpo, juntamente com o mesmo recado logo acima do morto também. O analiso, até chegar em sua garganta. O reconheço imediatamente pelo colar. Era Ezekiel. Meu corpo vacila, me fazendo ir ao chão. Glenn me pega quase de imediato, me colocando em seus braços.

Sem saber o que pensar, eu apenas choro em seus braços. Sentindo meu corpo inteiro tremer naquela hora. Ouço Rick chegar logo depois, repetindo a mesma coisa de antes. Afastando as pessoas novamente.

– Tris, olha pra mim. – Glenn pego meu rosto em suas mãos, me forçando a encará-lo. – Precisa vir comigo agora, tá bom?

O mesmo pede, secando meu corpo com a palma da sua mão. O mesmo me levanta lentamente, enquanto eu olho uma última vez para o corpo morto de Ezekiel. Deixo que o mesmo me guie para onde deseja.

– Vamo reunir o grupo. – Rick aparece ao nosso lado, falando com Glenn.

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Daryl e Maggie nos encontra no meio do caminho, andando logo atrás de nós dois. Rick caminha logo a frente, enquanto Michonne o espera em frente a casa ao centro de Alexandria. De repente, somos parados por alguns Alexandrinos que impedem nosso caminho.

– A gente precisa de explicações Rick. – Um homem alto fala. Ele se encontrava bem ao centro da multidão, como se mandasse neles.
– Explicações? – Rick o questiona.
– A gente precisa fazer alguma coisa com aqueles caras. Antes que eles matem todos nós por causa dessa vadia. – O homem praticamente grita no rosto de Rick, apontando para mim logo depois.

Rick cruza os braços para o mesmo.

– Tudo bem, já entendi onde quer chegar. – Rick fala. – Mas eu não vou mandar ninguém atrás deles, sem antes pensar em alguma coisa.

O homem ri cinicamente.

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– O tempo tá passando, Rick. E esse tempo tá custando vidas. – O homem olha para mim por cima de Rick.
– Olha só, por que você não vai pra casa agora? Não faz essa situação ficar pior pra você.
– Quer saber? – O homem começa a falar novamente, ignorando o aviso de Rick. – Já sei o que a gente pode fazer.

Ele me encara.

– A gente entrega ela. – Atrás do mesmo, a multidão toma voz. Concordando com a ideia do homem.

Abaixo minha cabeça envergonhada. Rick o empurra de volta para trás.

– Certo, entreguem ela. – Daryl começa a falar, fitando o homem. Minha atenção se volta para o mesmo. – Mas vai ter que passar por cima de mim primeiro.
– Por mim também. – Glenn fala ao meu lado.

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A multidão briga conosco, gritando contra mim e Rick.

– Parem com isso agora. – Michonne grita de volta para os mesmos. – Todo mundo vai pra casa, vão parar de gritar e vão parar de acusar uns aos outros.

A multidão se dissipa, se acabando aos poucos. Restando apenas o homem.

– Isso serve pra você também. – Michonne diz, fazendo assim o mesmo sair de seu caminho.

Voltamos a andar até a casa, dessa vez, todos em silêncio.

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– Que que a gente faz agora? – Daryl pergunta a Rick.

Me encosto na parede, afastada do grupo.

– Preciso dizer que já tinha recebido cartas deles, falando sobre isso. – Rick confessa.
– O quê? E você nunca contou pra gente? Que merda você tava pensando Rick? – Glenn explode. Se alterando a cada palavra. Maggie o calma logo atrás do mesmo.
– Sei o que está pensando, e sei que realmente deveria ter mantido você alerta sobre isso. Mas não imaginei que eles fossem conseguir matar a nossa gente. Ainda mais fazendo isso aqui dentro. – Rick se defende, enquanto Glenn bufa com raiva.

– Tá, e o que a gente faz? – Glenn questiona de volta.

Rick passa a mão sobre sua barba, pensando em algo.

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– Com certeza nós não vamos entregar Tris. – Ele começa a falar, lançando seu olhar sobre mim. – Já havia planejado com Michonne de montarmos um grupo grande e então vigiar eles de perto. E então atacar quando eles estiverem vulneráveis.
– A gente precisaria de muito mais armas e munição que temos agora. – Maggie fala.
– Nós vamos atrás, podemos até pedimos a ajuda de Eugene para fazer mais munição. Damos nosso jeito, mas não podemos ficar parados mais. Temos que ir pra cima deles de uma vez, antes que o povo morra ainda mais. – Rick responde.
– É uma boa ideia pra mim. – Daryl fala.

Então Rick olha para o restante, esperando a aprovação dos mesmos. Assim que todos concordo, o mesmo olha para mim mais uma vez.

– Certo, então é isso que vamos fazer. Vamos acabar com isso de uma vez.

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RIFA – Daryl Dixon