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FANFIC | Seus Ossos e Cicatrizes – Capítulo 11: Entranhas

Seus Ossos e Cicatrizes é uma fanfic inspirada no Universo The Walking Dead e focada em Daryl Dixon. Confira abaixo o capítulo 11.

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Pôster do Capítulo 11 - "Entranhas" da fanfic Seus Ossos e Cicatrizes.

Neste capítulo de Seus Ossos e Cicatrizes… Após o choque de descobrir toda a verdade dos Louva-Deuses, Tris toma coragem para contar sobre a situação com Daryl. Algum tempo depois parece que os dois não estão sozinhos como pensavam.

Os capítulos de Seus Ossos e Cicatrizes, uma fanfic focada especialmente em Daryl Dixon, são lançados semanalmente, às sextas-feiras, 19h, aqui no The Walking Dead Brasil. E, por favor, utilizem a seção de comentários abaixo para deixar opiniões e encontrar/debater/teorizar com outros leitores. Boa leitura! 😉

11. Entranhas

Minhas mãos ficaram trêmulas, mesmo eu as apertando fortemente contra minha blusa úmida. Apoiei as mãos no braço da cadeira buscando apoio, logo sentindo minha perna fraquejar. Quanto tempo eu teria? O que iriam fazer comigo caso realmente desse para fazer a vacina? – Minha mente estava a um turbilhão de pensamentos ao mesmo tempo. A conversa dos dois homens ainda continuava, mas sentia que minha mente estava longe demais para realmente conseguir focar naquilo agora.

De repente, quis gritar. Cravei minha unha na palma da mão fortemente, enquanto prensava meus dentes um ao outro, reprimindo que toda aquela mistura de sentimentos me fizessem realmente gritar agora. Coloquei a mão na boca e então me levantei, apoiando meus braços cada um de um lado do rádio. Senti meu corpo voltando ao presente e agora voltando a escutar o restante da conversa.

— … aposto que é ele quem quer levar o título do salvador do mundo.
— Isso não faz o menor sentido, Adam.
— Claro que faz – Adam volta a tomar voz – O que não faz sentido é o cara querer essa mina perto dele toda hora.

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Respiro fundo, passando a mão sobre o rosto e voltando a sentar na cadeira de novo. Será que a conversa ainda era sobre mim?

— Sei lá, esse negócio tá tão estranho – Um tempo de silêncio se faz entre os dois e entre mim – Só sei que a gente precisa da imunidade que essa mulher tem, não suporto mais o fedor daqueles podrão.

Do outro lado da linha, Adam concorda e então encerram a conversa ali. Voltando a deixar o canal desligado e fazendo o rádio chiar sem qualquer conexão. Minha respiração continuava instável. Minha mente não conseguia processar toda aquela conversa ainda. Sentia que quanto mais eu pensava sobre aquilo, mais meu peito pesava.

Me sentei na cadeira novamente, apoiando minhas mãos no joelho a fim de me acalmar. Minha perna direita não parava de se mexer, como se eu não tivesse controle sobre ela mais.

Foi então que passando alguns minutos ali pensando, eu me lembrei de Dixon. Eu precisava contar pra ele sobre tudo isso. Me levantei com pressa, logo saindo do quarto e descendo as escadas até o primeiro andar. Vejo Daryl ainda dormindo sobre o sofá na mesma posição que antes. Chego ao lado do mesmo, logo o balançando para o acordar.

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— Daryl, acorda. Rápido. – Digo com euforia.
— Ah, Tris. Para. – Daryl diz num tom com raiva, logo passando as mãos sobre o rosto inchado.
— Você precisa ver isso. Eu consegui ligar a energia do teatro. Os cara que tava perseguindo a gente, eu consegui ouvir a conversa deles. Eu… – Paro pra respirar. Minhas palavras saíram tão apressadamente que não tive tempo em pensar em respirar entre elas.
— Mano, cê tá bem? – Daryl me olha com uma cara suspeita. Como se dissesse para mim me acalmar.
— O teatro. Eu liguei a energia dele. – Enquanto eu falava, Dixon se sentava no sofá, se espreguiçando e passando a mão com cuidado sobre o ferimento no braço dele.
— E…? – Ele falou com cansaço, olhando no fundo dos meus olhos.

Revirei os olhos, me virando pra trás e indo até o disjuntor logo ao lado da escadaria. E então as luzes do primeiro andar se acenderam por completo. Mais a frente, ouvi Daryl suspirar.

— Quanto tempo eu dormi pra você ficar tão entediada ao ponto conseguir ligar essas luzes?
— Que caralho. Eu tô falando sério. – Coloquei as mãos na cintura, chegando mais perto de Dixon, que agora coçava o olho com preguiça.
— Eu também encontrei um rádio antigo. Eu consegui achar uma linha de canal nele… – Daryl passa por mim, indo até sua mochila que estava jogada ao lado da mesa onde estava nossa comida. – Eu ouvi os Louva-Deuses conversando…

Dessa vez, a atenção de Dixon cai toda sobre mim. Eu sorrio sem mostrar os dentes.

— O quê? – Ele levanta com calma, esperando alguma resposta minha.
— É… O rádio conseguiu achar o canal deles e eu consegui ouvir eles. Eram dois caras.
— Esse rádio. Onde ele tá? No quarto? – Eu assinto afirmando, assim que o mesmo me pergunta.

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Daryl caminha até mim, me ultrapassando, agora indo até as escadas direto ao quarto. Quase de imediato eu vou até o mesmo, o seguindo escada a cima. Daryl chega a porta e logo adentra no pequeno quarto, sendo seguido por mim.

— Daryl, você tá bem? – Pergunto estranhando seu comportamento agitado.
— Precisa saber o que essas caras tão tramando com a gente, Tris. – Ele olha pra mim por um momento. – E com Alexandria também.

Baixo a cabeça assim que entendo sua fala. Caminho até a cama ao lado da mesa, me sentando ali. Observo Daryl na cadeira, buscando algum canal com o rádio. Desvio o olhar agora para meu reflexo no espelho. Vejo meu corpo sobre a cama, quase me estranhando. Desço pelos braços na minha imagem no espelho, até parar na grande cicatriz deixa pelo zumbi anos atrás. Sempre me sentia incomodada com a existência dela ali. Penso que nunca conseguiria superar o motivo de eu tê-la.

— Tris. – Volto a realidade assim que ouço a voz grossa de Daryl me chamar.

Olho para o mesmo e então vejo ele mexendo no rádio, notando que estava quase conseguindo que a linha do canal ficasse normal para que nós ouvirmos. Me levanto rapidamente, indo ao lado de Daryl. Esperando ansiosamente pelo rádio funcionar.

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— Tem… na frente… zumbis… – O rádio chiava em meio as palavras, impossibilitando decifrar o que a voz queria dizer.
— Marc? Pode repetir? – Eric volta a retornar no rádio. – Sua linha tá dando interferência.

Um pequeno momento se passa, enquanto a linha de Marc ainda chiava.

— No portão leste da base… Tem zumbis passando por lá. – Reparo na respiração de Marc estar ofegante demais. Ao mesmo tempo, em que o mesmo falava, podia-se ouvir pessoas gritando e atirando.

Daryl e eu nos entreolhamos por um breve segundo.

— Que porra. – Eric passa alguns poucos minutos desligado do canal. – E vocês estão atirando neles? Estão matando os zumbis?
— Que caralho de pergunta é essa? – Marc fala agora exaltado, praticamente gritando na linha. – É obvio que a gente tá matando eles.
— Então manda todo mundo parar. Diz que não é pra matar eles Marc. – Agora os dois gritavam entre si exaltados.
— Por que diabos a gente faria isso? Eles…

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Agora Marc é interrompido por outra pessoa entrando na linha.

— Parem agora de matar os zumbis, porra. – Mais uma voz masculina aparece, dessa vez definitivamente gritando e com braveza. – Sou eu quem tô atraindo eles.
— Foi a pedido do Isaac, Marc. Brian ficou encarregado de levar os infectados pro acampamento dos cara que a gente roubou. Os tal de Alexandrinos.
— Puta que pariu. – Dessa vez, Daryl quem levanta a voz para falar algo.

O mesmo se levanta da cadeira, colocando suas mãos atrás da cabeça. Volto minha atenção ao rádio, ouvindo os três homens conversarem novamente.

— E por que vocês não avisaram a gente? – Ouço a voz de Marc novamente.
— A gente tentou, mas ninguém respondia nada.

Então, os três se desligam da linha. Fazendo com que um silêncio mórbido se instale entre mim e Daryl.

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— Então, a primeira vez que os zumbis invadiram Alexandria, tinham sido eles. – A voz de Daryl se tornou indignada à medida que o mesmo falava.
— Não acho que a primeira vez tenha sido eles. – Daryl olhou para mim com atenção dessa vez, disposto a ouvir o que eu tinha a falar. – Eu ouvi eles falarem antes sobre isso. Eles pareciam não saber que isso tinha acontecido, até alguém que estava de olho em Alexandria contar pra eles.
— E você sabe quem?
— Uma tal de MT, se referiam a ela como mulher. Mas não disseram o nome real em momento algum. – Daryl suspirou, passando a mão sobre o rosto.
Podia sentir um peso sobre minhas costas. Me encosto sobre a mesa atrás de mim suspirando pesado. Passo minha mão pelo entorno do meu pescoço, fechando os olhos.
— Porra os cara vão mandar um bando todo pra Alexandria. E a gente ao menos sabe onde estamos. Caralho. – Sua última palavra saiu num tom com raiva, quase num grito enquanto o mesmo disparou um soco em alguma pessoa inexistente.

Abaixo meu olhar, pousando agora sobre meu braço. Levo minha mão até lá agora passando meus dedos por cada extremidade da mordida. Sentindo seu relevo. Sentindo cada dor como se eu tivesse voltado para aquele dia. Eu deveria falar?

— Que inferno. Agora a gente tá aqui… perdido na porra de uma cidade abandonada enquanto a gente sabe que tem um bando indo pra Alexandria.
— Daryl… – Falo quase num sopro, num sussurro batido.

Continuo a dança com os dedos sobre a mordida, dessa vez de modo mais pesado.

— Que caralho. Nossos amigos tão na merda, e vão estar mais na merda ainda com mais infectado indo direto pra eles. – Ele solta um ar raivoso da boca enquanto aperta as mãos nos olhos, como se recusasse acreditar naquilo.
— Daryl… – Chamo seu nome de novo, agora mais auto que da primeira vez. Ele ainda não olha para mim.

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A dança continua. Dando voltas e voltas pacificamente, mas cada vez mais com o dedo pesado. Querendo subconscientemente que meus dedos perfurassem minha pele naquele momento.

— Por que isso tem que estar acontecendo? Vai se fuder. A gente não pode fazer nada, nada. – Daryl agora começara a gritar. Deixara todos seus músculos tensos pela raiva. Enquanto até ofegava de modo raivoso.
— Daryl… – Chamei pela terceira vez, agora de modo adequado para que o mesmo ouvisse.

Mas demorou alguns instantes para que o mesmo realmente olhasse para mim. Enquanto isso, senti agora as minhas unhas dançarem pelas extremidades da cicatriz. Como se fossem facas. Assim que Daryl olhou para mim, a dança parou. Mas minha unha continuava ali, parada sobre mordida.

Olhei para ele sentindo todo meu músculo do ombro tremer por de baixo da pele. Agora eu tremia.

— Eles… – Eu parei. Pensar que ter que falar aquilo, era por que isso realmente estava acontecendo me deixava assustada.
— Que foi Tris? – Sua voz ainda não deixou de ser raivosa, mas ainda assim, estava melhor que antes.

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Levantei o olhar, encarando os olhos dele.

— Daryl, eles tão atrás de mim.

Dixon não expressou nada naquela hora, nem deixou de olhar pra mim. Fiquei parada esperando algo vindo dele.

— Quê? Não tô entendendo Tris.

Respirei fundo.

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— Eu ouvi mais cedo. Estão atrás de mim agora.
— Não entendo. Por que estariam atrás de você? – Daryl chegava cada vez mais perto de mim, em passos calmos. Mesmo que seu corpo mostrava o contrário de calmaria naquela hora.
— Porque eu sou imune Daryl. – Retirei a mão da frente da mordida, então por um segundo pude ver Daryl desviando seu olhar do meu, olhando para a mordida.
— Porque eu supostamente tenho uma cura. – Reparei em sua testa ficar cada vez mais franzida. – Eles querem uma vacina…

Soltei todas as palavras entupidas dentro de minha garganta. E só aí pude ver Daryl ficar sem reação nenhuma. Assim como eu tinha ficado quando soube também.

— Tris… – Daryl chegou mais perto, estava a minha frente agora. Eu abaixei a cabeça.
— Pois é… Não sei se eu vou ter que morrer pra isso, não sei nem se vai dar certo fazer uma vacina. Mas eles supõem que eu sou a única que pode ajudar nessa merda de zumbis. – Senti o suspiro de Daryl bater em meu rosto.

Por um instante ele ficou ali, de frente pra mim, sem falar nada.

— A gente precisa sair daqui. – Levantei o olhar para ele, e só então pude perceber que o mesmo já estava longe de mim novamente.
— E ir pra onde? A gente não sabe pra onde ir quando sair dessa cidade Daryl.
— Nós podemos pegar o mesmo trajeto que fizemos quando fomos juntos pra outra parte da cidade deles.
— Daryl, a gente teria que atravessar a cidade inteira com aqueles caras atrás de nós. Não acho que seja uma boa ideia.

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Dixon suspirou olhando para seus pés agora.

— Não acho que tenha muito o que nós possamos fazer. – Ele parou por um instante e então olhou para mim de novo. – Mas vou pensar em alguma coisa, outro plano, sei lá.

Eu assenti sem saber o que fazer.

— Vou lá pra baixo por enquanto. Vai ficar aí? – O mesmo chegou mais perto agora, voltando a ficar a minha frente de novo.
— Vou… quero ficar sozinha um pouco. – Agora, Daryl e eu assentimos um para o outro sem saber o que fazer.
— Tá certo. Cê vai ficar bem? – Daryl coloca a mão em meu ombro, o apertando de leve.
— Tenho que ficar bem né. – Rio sem ânimo. – Só preciso de um tempo, mais tarde eu desço.

Desvencilho a mão dele de mim, indo em direção à cama ao nosso lado, logo me sentando na mesma. Escuto os passos de Daryl indo vagarosamente até a porta. Quase como se não quisesse sair.

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— Tris. – Levanto minha cabeça que antes estará apoiada em minhas mãos. – A gente vai sair dessa. Não vou deixar que nenhum deles toquem em você.

E então, o mesmo sai do quarto sem falar mais nada.

(…)

Retiro o revólver de trás da minha cintura, checando as balas enquanto ouço Daryl atrás de mim fechando a porta do teatro com um cadeado.

Logo após o ocorrido de manhã no quarto, Daryl havia saído do segundo andar e me deixado sozinha por um tempo. Eu tinha apenas ficado lá parada por um longo período, até que resolvi descer de encontro a Daryl. Então, lá nos dois nos juntamos e resolvemos que iriamos sair do teatro a procura de qualquer suprimento novo ou armas.

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Agora estávamos aqui, caminhando lado a lado pela estrada deserta da cidade. Não ousamos falar nada desde que saímos, e estávamos bem assim. Não precisávamos que nenhum dos dois falasse algo. Era apenas um silêncio reconfortante.

Antes de definitivamente sairmos do teatro, decidimos que esta seria – talvez – nossa última noite na cidade. E que iriamos sair assim que conseguíssemos os suprimentos para nossa viagem sem rumo.

— Tudo bem. Acho que aqui é um bom ponto para começarmos a procurar por algo. – Daryl parou olhando para os lados e para as lojas abandonadas. Eu fico logo à sua frente.
— Certo. Você vai pela direita e eu pela esquerda, pode ser? – Começo a caminhar de costas até o outro lado da rua, olhando para Daryl.
— Acho que eu não tenho muita escolha. – Ele diz apontando de leve pra mim, com um sorriso de canto. Eu rio.
— Não. Não tem. – Me viro para a loja a minha frente. – Tchau, Dixon. Se ficar com medo de alguma coisa, pode gritar pra mim.

Pulo sobre a grande janela da antiga loja, escutando do lado de fora Daryl rir e então seus passos se afastando de mim.

Então, indo mais a fundo da loja, minha visão é engolida pelo escuro. Passo a mão pela parte de trás da minha cintura, agarrando a lanterna assim que sinto entre meus dedos. Ligo a mesma, e logo a posiciono abaixo do revólver. Voltando a andar com calma sobre a loja. Olho por todas as prateleiras e então reparo que era uma antiga loja de eletrônicos. Passo pelo balcão, conferindo todas as gavetas do mesmo.

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Então, diante de todo o silêncio dentro do lugar, sinto uma mão úmida agarrar entorno de meu tornozelo.

— Caralho. – Grito puxando meu corpo para trás, fazendo assim a coisa me soltar.

Miro a luz da lanterna no chão, logo me deparando com um zumbi cortado ao meio forçando seus braços ao máximo para vir em minha direção. Saco a faca que carregava comigo, e então cravo na cabeça do infectado. Faço força para a faca voltar para mim novamente, fazendo com que o sangue do mesmo respingue contra minha camiseta. Faço uma expressão de nojo, limpando o restante do sangue da faca numa antiga blusa em cima do balcão.

Abro a porta logo a frente do corpo do infectado, passo minha arma primeiro entrando com cuidado no lugar. Me encosto na parede e então bato fortemente na porta. E então espero mais algum zumbi vir até mim. Suspiro aliviada depois de alguns minutos, vendo que agora estava sozinha. Passo a luz sobre toda a extremidade do lugar, mas não havia mais nada no lugar.

Passo pelo mesmo trajeto de quando entrei. Então, quase na janela de volta para a rua, consigo ver Daryl saindo da loja que havia entrado também.

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— Achou alguma coisa? – O mesmo me pergunta assim que passo pela janela, batendo os pés na calçada.
— Achei umas baterias, acho que alguma serve para as lanternas. – Digo retirando os pequenos objetos de meu bolso.
— Ótimo. A minha acabou de desligar. – Daryl chega perto de mim, retirando as antigas pilhas de sua lanterna.

Eu chego minha mão mais perto do mesmo, o ajudando a descobrir qual era compatível.

— Cê tá bem? – Daryl pergunta apontando com a cabeça até minha blusa. Olho para a mesma, entendendo que ele falava do sangue que continha nela.
— Tô de boa, o sangue não é meu.
— Bom. – Daryl diz parecendo satisfeito com a minha resposta.

Depois de alguns minutos o ajudando com sua lanterna. Nós dois voltamos a andar juntos pela rua.

— Acho que tinha visto uma loja de armas mais pra frente. Que que cê acha da gente dá uma olhada juntos? – Daryl pergunta e olha pra mim, esperando meu retorno para sua pergunta. Eu balanço a cabeça, sem o olhar.
— Acho uma boa. Vamo lá.

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Continuamos a andar logo após Daryl murmurar um “certo” como resposta. Fiquei apenas a uma passo de distância do mesmo. Deixei que o mesmo me guiasse durante as ruas. Andando novamente em um silêncio reconfortante.

— É esse aqui. – Daryl parou, apontando para a loja a nossa frente.

Continuo caminhando, até chegar na janela da loja. Passando a mão pela mesma, tirando toda a sujeira que havia nela, agora conseguindo olhar seu interior.

— É, tem várias armas lá dentro. Parece que foram deixadas pra trás. – Me viro pra Daryl novamente.

Contornamos o estabelecimento, até encontrar a entrada do mesmo. Vimos a porta entreaberta e nos entreolhamos. Daryl entrou primeiro, com um rifle de assalto nas mãos. Fui logo atrás do mesmo, repetindo seus passos pelo local. Até que estava tudo seguro em nossa visão.

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— Beleza, tenta procurar alguma mochila ou bolsa pra gente levar o máximo possível.

Respondi o mesmo num “Ok” e então peguei a primeira mochila que meus olhos alcançaram. Passando pelas vitrines, e colocando tudo o que conseguia dentro da mesma, enquanto Daryl fazia o mesmo do outro lado da antiga loja. Dentro das gavetas, haviam suas devidas munições. Coloquei o que conseguia dentro da mochila também.

Até que uma hora já não havia mais o que pegas nas vitrines, e nem espaço dentro da bolsa também. Então, deixei a mesma perto da porta, enquanto caminhei até os fundos do lugar. Passei pela porta sem nada nas mãos, olhando para cada canto com cuidado.

De longe ainda conseguia ouvir os passos de Daryl. Então, entre as diversas prateleiras vazias, vi algo se mover. Tentei olhar mais a fundo, mas de repente, tudo o que preencheu minha visão foi os dois braços de mais um infectado. Arfei contra as prateleiras assim que o mesmo vinha em minha direção. Então, em segundos, consegui retirar minha faca da cintura e o cravar na cabeça do morto a minha frente. O barulho do corpo do infectado caindo foi o suficiente para fazer Daryl aparecer atrás de mim em questão de segundos.

— Cacete, Tris. Você tá bem? – Daryl agarrou meu braço, me ajudando a levantar.
— Tinha alguém aqui. – Falei ofegante, colocando a mão no joelho.
— Você tem certeza? Pode só ter sido o zumbi ou…
— Daryl eu tô falando sério. Tinha alguém aqui com a gente. – Falei alterada, olhando para o mesmo.
— Tudo bem, Tris. Eu acredito em você. – Daryl puxou a faca da cabeça do morto e então a colocou em minha cintura de novo. – Vem, vamo sair daqui.

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Andamos até a porta dos fundos apressadamente. Então, assim que passamos pela bancada, senti o braço de Daryl me segurar antes de passar pela porta da entrada.

— Alguém saiu por aqui. – O mesmo aponta para a porta que se encontrava totalmente aberta agora. Olho para o mesmo com um ar dizendo “eu avisei”.
— Tá, pega suas coisas. Vamos sair daqui depressa. – Daryl joga meu revólver que eu havia deixado sobre o balcão, eu o pego no ar, logo puxando o gatilho.

Vou até a mochila de armas que havia deixado perto da porta e a coloco nas costas. Daryl olha para mim uma última vez antes de finalmente passar pela porta.

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RIFA – Daryl Dixon