Scott M. Gimple tem um dos melhores empregos da América. E um dos piores. Ele é o showrunner de The Walking Dead, a série de televisão mais popular no demográfico mais importante.
Isso significa que ele pode passar seus dias trabalhando nos detalhes de como matar zumbis – e às vezes as pessoas tentando escapar deles. Isso também significa que 20 milhões de fãs têm uma opinião sobre seu desempenho e não são tímidos ao falar disso.
O trabalho de Gimple tem sido meio como uma batata quente. Ele é o terceiro showrunner nas quatro temporada da série, seguindo Frank Darabont, que saiu abruptamente no meio da segunda temporada, e Glen Mazzara que saiu depois da última temporada.
Um escritor por escolha, Gimple enfatiza o enredo focado nos personagens mais do que nunca e o resultado é uma temporada que tem sido um sucesso de criação e comercial.
Gimple já está empenhado no processo de planejamento da Quinta Temporada, mas ele saiu um pouco da Sala de Roteiristas para falar sobre a quarta temporada na véspera do finale deste domingo.
Na primeira de duas partes desta entrevista, Gimple discute o episódio 414 “The Grove”, que foi um dos mais fortes – e um dos melhores – episódios no currículo da série. Ele discutirá a gênese da ideia, vendendo-a para o criador Robert Kirkman, e o processo fácil/difícil de escrever de fato.
Achei que “The Grove” foi bem especial. Acho que foi o melhor episódio até agora de toda a série The Walking Dead.
Obrigado. Isso é muito impactante, pois eu comecei como um espectador e amo a primeira temporada. Superar isso… Muito obrigado ao senhor.
“The Grove” é baseado em uma ideia dos quadrinhos, mas foi reimaginada substancialmente.
Um dos primeiros episódios que eu fiz foi “Pretty Much Dead Already.” Pegamos um evento dos quadrinhos, que eu adorei quando li – o celeiro de Hershel se abrindo e seus parentes saindo em forma de zumbis – e achamos uma forma de melhorar esse momento. Como podemos pegar uma grande ideia de Robert e trabalha-la com mais impacto?
Foi aí que toda a história da Sophia surgiu.
Depois de uma experiência fantástica com isso, acho que tudo coalesce em minha filosofia. Tentar pegar o que eu adoro dos quadrinhos e identificar o que eu adoro a respeito deles e imaginar maneiras de fazê-los ainda mais impactantes. Acho que essa foi a filosofia por trás da longa jornada de “The Grove”.
O que eu mais gosto nele é o fato de que todos os momentos emocionantes foram merecidos. As peças estavam no lugar por muito tempo.
Ficamos muito orgulhosos. Foi uma ideia baseada na narrativa de Billy e Ben dos quadrinhos. E essa é uma história que é bem uma linha que ajudou o Carl nos quadrinhos.
Mas com a história que esperávamos fazer para Carol, ficou claro rapidamente que as duas histórias – a da Carol e a de Billy e Ben – funcionavam bem uma com a outra.
Em que ponto você percebeu que não seria Billy e Ben?
Foi antes mesmo de nos sentarmos juntos. Coisas ótimas saíram quando os roteiristas se juntaram. Mas a ideia da história de Billy e Ben ir para Carol em vez de Carl foi algo que eu discuti com o Kirkman antes de começarmos a temporada, umas duas semanas antes dos roteiristas se encontrarem.
Eu valorizo enormemente a opinião de Robert e que muito honrar o material base. Eu queria muito que ele gostasse disso também.
E ele ficou?
É engraçado, quando eu falei com ele pela primeira vez eu falei algo como “Tem uma coisa forte do Carl e eu talvez queira tirar isso dele?” Ele falou, tipo “Ah, cara” e ele fico meio desapontado. E quando eu descrevi a ideia ele ficou bem animado. Ver isso me deu muito mais confiança na história.
Esse ciclo da história tocou em muitas das coisas que são centrais para o personagem da Carol.
Muito da evolução da Carol tem a ver com o fato de que ela perdeu uma filha. Isso a empurrou para um lugar de pragmatismo, onde ele faria qualquer coisa para proteger as pessoas, e especialmente as crianças. E [ela acaba] sem escolha, onde ela tem que fazer exatamente o que ela tentava não fazer.
Sabendo que a Melissa é uma excelente atriz, e com os roteiristas animados, foi algo fenomenal. Todas as peças se encaixaram de uma maneira que me deixaram muito, muito animado.
Levou um bom tempo desde a ideia até a concepção. Quais foram algumas dessas peças que se encaixaram?
O cara que nos coloca no eixo se chama David Galbraith. E ele ficou me dizendo, “Você precisa muito usar um arvoredo de nóz-pecã (pecangrove) em um episódio.” Ele ficou me enviando vídeos durante as férias de primavera. [Quando vi os vídeos] a história grudou na minha cabeça e eu pensei “Vai ser perfeito.”
Você também escreveu o roteiro. Quão difícil foi escrever?
Olhando para trás eu dizia “Foi fácil” e meu assistente Alex Brown, que é produtor associado na série, disse “Cara, você nem se lembra.” Acho que eu olho mesmo para algumas experiências de escrita com lentes coloridas. Aparentemente não foi a coisa mais fácil do mundo para escrever. Eu soube como seria por muito tempo e queria muito escrever. Mas também fiquei doente e de cama. Era o jeito perfeito para escrever a história. Talvez seja por isso que eu me lembre como sendo algo fácil. Foi muito intenso.
O que você achou de “The Grove?” O que você espera para o season finale deste domingo? Deixe suas ideias nos comentários.
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Fonte: Forbes
Tradução: @Felipe Tolentino / Staff Walking Dead Brasil
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