Antecipando-se à premiere da quarta temporada de The Walking Dead no domingo, 13 de Outubro, a Roling Stone publicará uma entrevista exclusiva ao longo da semana com cada membro do elenco e equipe diariamente durante a semana. Hoje, começamos com o sobrevivente das florestas Daryl Dixon (Norman Reedus). Amanhã, o criador e produtor executivo Robert Kirkman fala sobre a complexa relação da série de TV com os quadrinhos.
Daryl tem sido um favorito dos fãs desde o começo. O que faz as pessoas se conectarem tanto com ele?
É uma combinação de coisas. Daryl estava destinado a se transformar em um mini-Merle, então ele tinha uma sentença de vida dentro de uma sentença de vida. Ele desde o início dizia que se saía melhor sozinho, mas eu acho que ele estava tentando encontrar este sentimento de mais-valia através destas outras pessoas. Você vê este cara se abrindo, se transformando em uma nova pessoa. Havia aqueles roteiros iniciais, onde ele falava muitas coisas racistas e usava drogas. Falei com os showrunners que não queria usar drogas , nem falar coisas racistas. Eu queria interpretá-lo como alguém que cresceu com isso ao redor dele, e tinha vergonha disso. Eles foram gentis o suficiente por aceitar.
A popularidade de Daryl o deixou menos preocupado do que seus colegas de elenco em relação a ser morto?
Oh, todos nós temos a guilhotina sobre nossas cabeças. Eu não quero nem pensar nisso. Se pensar, vou agir desta maneira e serei um babaca. E não é verdade. Todos nós podemos ser devorados a qualquer momento.
Haverá rebelião.
Eu gosto de uma boa rebelião.
O show abriu outras oportunidades no cinema para você?
Me foi oferecido um dos grandes, com George Clooney. Mas a coisa terminou quando me perguntaram: “você cortaria seu cabelo bem curtinho para este papel?” Eu estou em um show. Eu não posso cortar meu cabelo do nada. Este é meu emprego fixo, então não farei nada para prejudica-lo. Mas há bons projetos chegando a mim. Só se torna necessário encontrar uma boa janela para eles. Tenho um filho que vive em Nova York e não quero ficar o tempo todo longe dele.
Quantos anos ele tem?
13.
O que ele acha do show?
Na primeira temporada ele ficava meio nervoso ao assistir. Era um pouco assustador. Na segunda temporada, ele assistiu pelo meio dos dedos. Na terceira temporada, eu fui busca-lo na escola, e ele estava com um sorrisão no rosto. Algum dos garotos mais velhos disse “Seu pai é Daryl Dixon?” e ele respondeu que sim. E eles então disseram: “Nós adoramos Daryl Dixon!”
Você divide seu tempo entre Atlanta e Nova York, certo?
Na verdade eu não estou em Atlanta. Eu fui para o interior da Georgia.
Para realmente conectar com seu Daryl interior?
Bem, eu quero dizer, o que há em Atlanta? Eu gosto de Atlanta, mas há um shopping center, fast food. O que eu precisaria lá se eu vivo em Manhattan? E também eu dirijo uma motocicleta para o set, e só por fazer isso no Sul já é mágico. Eu não quero zigzaguear pelo tráfego em Atlanta. Eu prefiro estar nas estradas do interior, dirigindo para casa.
Foi algo que você adicionou ao personagem? A motocicleta?
Bem, havia uma motocicleta no set quando cheguei lá. Eles nunca nos falaram de quem era. Mas, eventualmente, eles perguntaram: “Você sabe pilotar?” E eu disse “Sim, claro que sei!” É interessante por que eu nunca conversei com Frank Darabont sobre o personagem. Nós nunca falamos sobre Daryl, nenhuma vez. Eu, na verdade, só fui conhecer Frank no último episódio da primeira temporada.
Você nunca o encontrou?
Não. Estávamos explodindo o CDC e ele chegou e apertou minha mão. E eu me senti “Oh, meu Deus, é Frank Darabont. Wow!” Ele fez o piloto, em que eu não estava, e depois não apareceu mais por lá. Ele dirigia o show em Los Angeles.
Glen Mazzara ficava mais no set? Scott Gimple está lá agora?
Glen era o número 2 do Frank e Scott era o número 2 do Glen, então eles não eram estranhos para nós. Mas Scott é diferente de Frank. Frank é mais “é assim que eu quero e é assim que vocês irão fazer.” Scott é mais tipo “esta é a história que quero contar,” Glen ficava em um meio termo. Todos são muito bons no que fazem.
Vocês tiveram 3 showrunners em quatro temporadas. Para quem está de de fora, parece que houve alguma rebelião. E como é, visto de dentro?
Isso uniu o elenco e a equipe por que brigamos pelo show. Brigamos para mantê-lo real, brigamos pela história, brigamos um pelo outro. Sabemos que temos algo muito bom aqui. É um daqueles raros empregos onde, logo antes de eu iniciar uma cena, estaremos ensaiando, e eu irei a Andy (Lincoln) ou Melissa (McBride) e perguntarei: “Devo tentar isso? O que você acha?”E eles irão me dar uma resposta honesta, querendo que meu personagem se saia muito bem. Eu lembro de meu primeiro emprego, eu estava fazendo uma cena em que chorava bastante, iria me matar, e o outro ator estava literalmente olhando por cima de minha cabeça durante o take e pedindo baixinho “Pode me conseguir um cappuccino?” Era minha primeira cena e eu me perguntei “é assim que funciona? É isso que fazemos? Isso é bobagem. Eu não acho que ele tenha ouvido uma palavra do que eu disse.” Não há nada dessas porcarias estúpidas aqui.
Você já se feriu seriamente no set?
Sim, tenho ido bastante ao médico. Tive que fazer pontos na minha testa. Foi divertido por que, no dia em que isso aconteceu, havia sangue brotando pelo meu rosto, mas eu já estava coberto por sangue cenográfico. A ambulância vem, eles me levam para o hospital, me suturam, me trazem de volta e um de nossos motoristas estava voltando pra casa comigo. Deixamos o set, fizemos a primeira curva e havia aquele imenso caminhão de 18 rodas caído numa vala, postes telefônicos atingidos. Havia uma senhora na estrada gritando “Pare! Eu acho que ele teve um ataque cardíaco! Ele está preso atrás do volante!” Então, assim que a van onde eu estava parou, eu saí dela e comecei a subir pelo caminhão, puxei o motorista, gigante e todo suado, para fora do mesmo, e deitei no chão. Fiquei falando com ele “fica aqui comigo, cara, fique comigo! Você pode me ouvir?” Então a ambulância chegou, os paramédicos correram para nós e um deles apontou pra mim, perguntando: “Mas eu não te levei há pouco para o hospital?” E eu respondi: “Não, não é para mim, é para ele!” Talvez eu estivesse ainda sob ação de medicamentos, mas eu estava realmente insano!
Como você acha que o show mudou você enquanto ator?
Ele me mudou de várias maneiras. Me fez realmente apreciar esta arte e esse emprego. Eu vou admitir, enquanto ator eu passei por uma fase tipo “por que estou fazendo isso? Que merda é essa?” Este não era o meu plano lá no começo. Agora eu realmente gosto do trabalho que faço e do trabalho que os outros fazem.
Se ser ator não era o plano, qual era?
Talvez viver de artesanato, em uma casa em Montauk, com vários gatos. Apenas levar uma vida quieta e simples com um pouco de arte e com alguns bons amigos. Talvez, com sorte, ter uma namorada.
Você acha que, em algum ponto, você pode voltar a querer isso?
Eu sempre fiz mostras de arte. Eu fiz uma exposição em Nova York onde exibi 30 fotos em grande escala de animais mortos na Georgia. Vendemos todos, e todo o dinheiro foi pra Oxfam. Eu tenho um livro de Fotografia saindo em Outubro. Estamos fazendo shows falando sobre isso. Eu tenho três curtas-metragens que dirigi e editei, filmei sozinho, e vendo em um website. Eu estou sempre fazendo algo assim.
Mas Montauk e os gatos – ainda estão nos planos?
(Risos) Nunca digo nunca!
The Walking Dead, a história de drama mais assistida da TV a cabo, irá retornar com dezesseis episódios na quarta temporada, em 13 de Outubro de 2013 na AMC e 15 de Outubro de 2013 na FOX Brasil. Confira o trailer oficial da temporada e uma análise detalhada dele.
Fiquem ligados aqui no Walking Dead Brasil e em nossas redes sociais @TWDBrasil no twitter e Walking Dead Br no facebook para mais informações sobre a quarta temporada.
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Fonte: Roling Stone
Tradução:@BinaPic/ StaffWalking Dead Brasil
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