ATENÇÃO: Esta matéria contém spoilers do décimo segundo episódio da 4ª temporada, “Still” (Sossego). Leia por sua conta e risco.
Daryl Dixon de Norman Reedus conseguiu ter sua primeira chance de processar suas emoções relacionadas a prisão durante o episódio de domingo a noite de The Walking Dead.
“O acordo era – dissemos em episódios anteriores – como se pensássemos que o Governador tivesse ido embora. Eu disse a Michone ‘A trilha está fria e você deve parar de procurar e se você não fizer isso, eu estarei lá para sair com você’. É por isso que ele se culpa tanto por parar de procurar o Governador”, disse Norman ao Access Hollywood sobre a culpa que assola Daryl na segunda metade da 4ª temporada – culpa que saiu em uma enxurrada de emoções no episódio “Still”.
Reedus teve que mostrar uma série de emoções de Daryl no domingo, incluindo a culpa e a dor que seu personagem sentiu por não conseguir proteger a prisão, perder amigos e por quase acabar sozinho.
E, com Beth (Emily Kinney) lá para conversar, um Daryl vulnerável se dirigiu ao seu passado – antes do apocalipse. E, por sua vez, ele encontrou apoio para as mudanças que fez, as mudanças que o transformaram em um herói do show.
Daquele abraço por trás ao comentário de Beth que Daryl será o único sobrevivente, o Access Hollywood discute todos os grandes momentos de “Still” com Norman.
AccessHollywood.com: Você acha que as pessoas estão começando a – para algumas pessoas que tinham reclamações sobre Beth – aceitá-la mais agora que ela está com Daryl e ela está aprendendo algumas técnicas de sobrevivência?
Norman Reedus: Bem, eu só acho que ela não teve tempo suficiente no seriado e ela é uma atriz tão boa com um personagem tão bom. Você não pode imaginar outra Beth além de Emily. Ela é tão boa. Nesse episódio tudo o que eu tinha de fazer era vê-la. Eu tenho muita sorte com as atrizes que fazem meu par no show – ela e a Melissa [McBride, que interpreta Carol]. Eu não tenho muito o que fazer, eu só tenho que assisti-las, porque elas são tão honestas. E outra coisa que eu sempre gostei da Emily, observando ela atuando no show e vendo as cenas em que ela está, é que ela é apenas uma “fazedora”. Se há uma cena em que ela se aproxima e pega um copo, ela não olha pra câmera, ela não faz nada. Ela só se aproxima e pega o copo. É muito bom ver isso por que ela é um talento natural e, sabe aquela cena na varanda quando ela está falando sobre seu passado e fala sobre seu futuro e de sua família e coisas assim? Não havia um olhar seco no set. Ela é muito, muito boa, e eu acho que ter a oportunidade de vê-la brilhar é um presente para todos nós.
AccessHollywood.com: Essa metade da temporada foi realmente focada no desenvolvimento dos personagens. Isso foi importante para você como ator fazer isso e não ser deixado de lado o tempo todo?
Norman Reedus: Sim, você sabe, quando começamos o show, eu não tive qualquer conversa sobre meu personagem com qualquer um na primeira temporada. Nós não falamos sobre isso. Havia os scripts iniciais onde eu estava tomando medicamento e falando coisas racistas e você sabe, eu lutei para não fazer isso e apresentei e eles concordaram, mas você sabe, o destino dele era ser uma espécie de mini-Merle, e eu não quero que ele seja assim… Eu queria que ele tivesse isso em seu ombro e eu acho que isso tem se manifestado em todas as formas diferentes – com relacionamento com pessoas, com as meninas, com os meninos, com a forma como ele vê a si mesmo, com o que ele está disposto a fazer para as outras pessoas, e como ele deixou de ser extremamente egoísta para ser apenas altruísta – eu tenho muita sorte de interpretar esse cara. E o negócio é, os diretores, os escritores, os produtores e os showrunners desse show são tão bons e eles conhecem esses personagens tão bem que ter a oportunidade de interpreta-lo ao longo de quatro anos, você realmente vê, você sabe, que pequenas coisas e pequenas histórias importam. [No episódio de domingo a noite] Quer dizer, eu grunhi durante toda a primeira metade desse episódio e eu nem sequer falei porque eu estava desligado. Eu não quero [pronunciar] minhas palavras. Eu só quero grunhir através dele. Estou infeliz e essa vida é uma merda. Isso é uma merda nós nunca vamos sobreviver, porra, e eu estou preso com essa garota e ela vira aquela coisa toda em torno dele. É o único episódio em que eu terminei triunfante, com uma nota positiva, e eles ainda estão **didos, mas é triunfante. É um episódio muito especial para mim por todos esses motivos. Quero dizer, todos episódios que virão depois são ótimos.
AccessHollywood.com: Esse é um ponto muito bom. Eu estava curioso sobre um dos grandes momentos. Quão importante foi aquele abraço que Beth deu em Daryl – o abraço por trás? Ela só ficava abraçando e segurando-o. O que você acha que significou para Daryl?
Norman Reedus: Nós trabalhamos isso. O que originalmente era um abraço cara a cara e ela dizendo: “Pare com isso! Pare com isso!” e me abraçando e chorando… Meio que veio em minha cabeça aquela coisa do abraço por trás e o diretor realmente nos encorajou a fazer e foi realmente incrível. Daryl sentir ela abraça-lo por trás era mais importante pra mim que um abraço cara a cara. Foi o apoio. Ela estava tipo suportando dele e ele não tinha noção disso, era mais tipo – ele está perdido nisso, ele está em um lugar cheio de medo. Ele está com medo e ver um personagem tão difícil ter medo e entregar-se assim e acabar-se em lágrimas é uma coisa muito pesada. Mas ter alguém que venha atrás dele e segurá-lo, mesmo que simbolicamente. Eu estava me importando como seria a sensação de Daryl mais do que com o visual dela e eu senti como se pudesse ser mais que um momento, você entende o que eu quero dizer?
AccessHollywood.com: O comentário que Beth faz no final do episódio sobre você, “Você será o único homem sobrevivente” – o que passa na cabeça de Daryl quando ela diz isso? Isso é algo gigante para se dizer a alguém assim, que apenas teve que lidar com seu passado e voltar para ele quando ela faz um comentário sobre prisão em seu joguinho.
Norman Reedus: O lance do Daryl é que ele é um solitário. Mesmo cercado por pessoas, ele está sozinho. Ele tem sido um solitário toda a sua vida… Eu acho que Merle não deixava ele ter amigos, você entende o que eu quero dizer? Ele teria feito piada dele se ele tivesse amigos. Mas eu acho que seu maior medo é que ele vai ficar sozinho, então eu acho que isso é a coisa mais triste que se pode dizer a esse cara.
AccessHollywood.com: Peach Schnapps. O que Norman Reedus acha de Peach Schnapss?
Norman Reedus: Eu não bebo Peach Schnapps, mas eu adoro esse momento do episódio, quando ele aparece com meia garrafa de Peach Schnapss e ela não consegue beber, é como se ele disesse: “Porra! Você precisa de uma bebiba? Nós vamos pegar uma bebida”. Eu amo esse momento.
AccessHollywood.com: O que você realmente comeu, Norman?
Norman Reedus: Risos.
AccessHollywood.com: Foi cobra? Obviamente, você pode comer cobra.
Norman Reedus: Foi uma enguia. Ela era gigante, salgada, nojenta, uma enguia assada. Eu gosto de enguia e eu como enguia com molho de soja… Mas foi super salgada. Eu não almocei naquele dia. Eu me senti mal o dia todo.
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Fonte: Access Hollywood
Tradução: @LuanaSieb / Staff Walking Dead Brasil
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